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História Herdeiros do Império - Reylo - Busca


Escrita por: howardlev

Capítulo 16 - Busca


Fanfic / Fanfiction Herdeiros do Império - Reylo - Busca

"O brilho do Sol me dará o suficiente para enterrar o meu amor na poeira lunar."

(Moondust - Jaymes Young)

•••

Gesin, 6 anos atrás.

Era primavera, o primeiro dia de primavera, o dia ideal para aquele acontecimento. A primeira coisa que lhe chamou atenção foi o olhar terno da jovem vestida em branco. Singelo, perturbadoramente sedutor. Ela sorriu pelo canto do lábio enquanto pétalas brancas suavemente atingiam seu corpo ao caírem do alto. Ben mordia o interior de sua bochecha tentando aliviar a tensão.

Ela vinha caminhando sozinha, preferiu desta forma, sem uma família para representar, exatamente como chegou ao planeta, e como chegou à Ben Solo anos atrás. A única família de ambos presentes na cerimônia era a pequena menina, repousando no colo de uma jovem Maverin, com os olhos arregalados na direção de sua mãe, sem idade o suficiente para entender tudo aquilo.

Nem um segundo sequer o olhar da jovem desviou para a filha. Naquele momento sua atenção estava no homem em que sairia daquela cerimônia como, espiritualmente, seu marido.

As pétalas continuaram caindo, mas Rey parou de senti-las em sua pele, ocupada demais sentido apenas o choque de emoções no momento em que seus dedos tocaram o antebraço de Ben. Estes deslizaram em direção aos músculos superiores, arrastando consigo o tecido branco e fino da camisa que ele vestia.

Quando seus olhares se encontraram novamente, ambos deram força ao sorriso já formado. Ele se aproximou lentamente. E ela? Ela fechou os olhos, sabendo que ele depositaria um beijo em sua testa.

Alguns seres se arriscaram em dizer algumas palavras, tentando trazer algum sentido a tudo aquilo ao desejar felicidade aos antigos mestre e padawan, mesmo sabendo o quão perigoso aquilo tinha se tornado.

Momentos depois o casal foi direcionado até o centro da cerimônia, onde uma pilha de toras formava um círculo. Uma tocha foi entregue a eles e, juntos, acenderam o fogo, como faziam os membros de Maverins em suas cerimônias de casamento, simbolizando o início da nova etapa em que o casal estaria entrando.

Em seguida a aldeia toda celebrou a união do novo casal. A alegria era iminente, e no fim do dia todos saíram da cerimônia convictos de que aquilo que a Força teria unido, jamais poderia ser destruído.

Jakku, tempos presentes.

"Não acredito que estamos de volta à Jakku." Poe ouviu as palavras saírem da boca de Finn como um resmungo assim que aterrissaram na areia espessa do deserto. "Por que todos insistem em voltar para Jakku?"

"Agora temos um motivo importante para estar aqui." Seu companheiro na missão o respondeu, lançando lhe um olhar cansado ao recostar-se na cadeira e respirar fundo. "Nem sei por onde começar. Depois do ataque no vilarejo eu nunca mais a vi. Não sei nem ao certo se ela está viva."

"Eu espero que sim." Finn respondeu coçando o queixo.

"Kylo Ren e toda aquela droga de Primeira Ordem não perdoou nem mulheres e crianças." Poe levantou-se da cadeira, andando em direção à pequena janela da cabine, observando o movimento inexistente lá fora. "Todos que estavam no vilarejo naquela noite devem estar mortos."

"Acredito que nem todos devem ter morrido, eu lembro de ter visto algumas pessoas fugindo para o leste. Temos pelo menos uma chance." Finn tentou conforta-lo mesmo descrente.

Pouco tempo depois os dois saíram da nave, deixando-a longe o suficiente de qualquer atividade suspeita. Logo à frente encontraram um posto qualquer, em que ao lado encontrava-se um bar da mesma forma insignificante.

Os dois resolveram dar uma parada por lá, já estavam andando há um tempo considerável e Poe já não aguentava mais ouvir os protestos de Finn que se sentia cansado. O jovem piloto cedeu, não havia nada que ele não faria por Finn, e então, com seus disfarces, adentraram o local. Este era construído por grandes placas de metal.

Finn foi logo se encostando em um banco no balcão pedindo por uma bebida. O bartender o olhou com desconfiança e só resolveu se mexer quando Finn tirou de seu bolso um tipo de cartão monetário intergaláctico, que fazia transições e câmbio automaticamente.

"Dinheiro?" O bartender riu em deboche logo virando os olhos e entregando a Finn a bebida, que de fato era apenas um disfarce, eram inteligentes o suficiente para saber que a temperatura em Jakku era absurdamente alta e trazer consigo suprimentos, mas precisavam de informações, precisavam bancar dois viajantes inúteis. "O que você tem aí? Deixe-me ver."

O velho inclinou-se na direção de Finn para procurar em sua jaqueta alguma coisa de valor, mas Poe foi logo se intrometendo entre os dois para impedir que ele descobrisse qualquer coisa sobre quem o jovem desertor era.

"Vamos deixar isso de lado, senhor..." Ele pigarreou. "Preciso saber de alguém que possa nos arranjar algum veículo, qualquer coisa que nos ajude a percorrer grandes distâncias por aqui. Talvez precisemos."

"Hmmm." O homem murmurou. "O que vai me dar por esta informação?"

Poe bufou virando os olhos e colocando a mão na cintura, pensando, já estava cansado daquele velho que não fazia nada além de tentar passar a perna nos viajantes.

"Só podemos trocar por dinheiro, senhor, e nós temos o necessário para garantir um bom sustento a quem nos ajudar."

O homem voltou a sua posição inicial, pegando um pano para limpar um copo repousado em cima do balcão.

"Está bem, aceitarei o seu dinheiro. Mas não ache que vai me comprar com qualquer mixaria!"

"Mas é claro que não, senhor." Poe lhe lançou um sorriso de lado, levantando uma das sobrancelhas.

De início o velho bartender, que mais tarde descobriram ser dono do bar, relutou em ajuda-los. Toda quantia de dinheiro que lhe ofereciam ele dizia ser pouco, mesmo sabendo que qualquer pessoa naquele planeja jamais teria acesso à tamanha quantia. Poe continuou tentando lhe convencer, até que, quase uma hora depois, conseguiu arrancar algo do velho.

Ele lhes contou que há aproximadamente três quilômetros dali existia um jovem Gungan que era conhecido por "pegar emprestado" peças de veículos "abandonados" pelas areias de Jakku. O que ele realmente fazia era roubar dos donos as peças enquanto estes se davam por distraídos ou saiam por aí para fazer alguma coisa

Logo se interessaram pelo tal Gungan ladrão, afinal, precisariam sair dali o mais rápido possível, e precisariam vasculhar por diversos locais para encontrar a menina. E eles precisavam encontrá-la.

Deixaram o bar logo que conseguiram a localização, entregando ao dono do estabelecimento a quantia negociada, honrando a palavra e assim garantindo que não se meteriam em problemas futuros, afinal, não era seguro que descobrissem que eles eram da resistência.

Seguiram com o máximo que força que podiam até o local onde o gungan, sem saber, os estaria esperando.

Tempos depois e após três quilômetros aproximadamente andando os parceiros encontraram um local que, aparentemente, tinha um aspecto velho, de abandonado. Era cercado por grades retorcidas que circundavam um galpão grande formado por metal. Quando se aproximaram encontraram algumas pessoas observando peças e utensílios que ali o contrabandista negociava.

Ao andarem um pouco mais, quase chegando na entrada do galpão, ouviram murmurinhos vindo de dentro deste, uma discussão ali acontecia. O senhor parecia estar bem nervoso batendo o pé na areia enquanto o gungan, bem mais alto que ele, o ignorava, continuava seus afazeres enquanto dizia que não haveria negociação.

O senhor saiu resmungando quando passou por Finn e Poe, quase derrubando os rapazes quando passou pelo meio deles os empurrando. "Eu vou acabar com a tua espelunca!" O senhor disse por último, antes de deixar completamente o local.

Os parceiros trocaram um olhar confidente e humorado, sabiam conversar pelo olhar, e então seguiram até o gungan, que agora estava sentado resmungando consigo mesmo.

"Parece que está com problemas." Poe chegou dizendo num tom convidativo.

"E quem são vocês?" Ele perguntou, inclinando-se para trás em desconfiança.

"Somos alguém que não lhe trará problemas ao negociar!" O jovem piloto respondeu. "Precisamos de um veículo leve que percorra grandes distâncias. Ouvimos falar sobre seu... trabalho." Poe pigarreou.

gungan estava visivelmente preocupado, mas só se sentiu aliviado após saber quem o havia indicado. Ele se aproximou dos jovens, ainda com um pé atrás, e desatinou a conversar.

"Espero que saibam que eu não me responsabilizo pelo veículo depois que ele sai de minha posse. Não me importará se qualquer coisa acontecer com ele, então não me procurem depois."

Ele os encarou com seus olhos profundos e amarelos e então seguiu para mais perto de Finn, cerrando os olhos, encarando-o, que se sentiu desconfortável, aflito. Ele desviou o olhar e começou a andar pelos veículos, analisando-os como um modo de escape.

"Aquele senhor parece não ter entendido isso, teve um problema com um speeder barato que quis comprar, é claro que aquela lata-velha daria problema." Poe forçou um sorriso para que fosse bem visto, mas à medida que o gungan falava, mais ele percebia o quão irritante era sua voz ao modo que entonava as palavras.

"Eu imagino." Poe sorriu de lado. "Bem, o que você tem para nós?"

gungan então os parceiros para dar uma olhada nas mercadorias que ele tinha ali. Havia de tudo naquele local, peças da fuselagem de naves, pedaços mecânicos de droides, motores e até mesmo umas versões bem antigas de pods contrabandeados. Mas o que realmente Poe e Finn procuravam era algo mais parecido com um landspeeder ou um speeder qualquer.

Entre tantos veículos que observaram, acabaram negociando um landspeeder que parecia estar em boas condições. O gungan, apesar de não ter medido esforços em tentar passar a perna neles, acabou fechando um acordo recebendo uma quantia satisfatória pela mercadoria que lhes oferecia.

Finn agradeceu à Força por não ter mais a necessidade de andar mais naquela areia cansativa, pelo menos por enquanto. No caminho discutiram sobre a impressão estranha que tiveram sobre aquele gungan, Poe ainda sentia que teriam um problema possível no futuro, e o que eles menos queriam era ter de enrolar naquele planeta escasso em recursos.

No final da tarde, quase ao fim do pôr do sol, resolveram abrigar-se numa pequena "caverna" que existia a partir  de um amontoado de materiais velhos e retorcidos de uma construção abandonada. Parecia um local vazio e então resolveram dormir por ali mesmo. Revisaram em turnos para que não corressem perigo, mas no fim acabaram adormecendo juntos ao pensarem que ali estavam seguros.

No início da manhã, antes mesmo que o Sol aparecesse por completo, saíram em rumo de algum lugar povoado para dar início às suas buscas. Pararam em diversos locais onde aparentemente existiriam crianças, e mesmo não encontrando Kira receberam diversos pedidos para que levassem aquelas crianças com eles, uma busca desesperada de jovens pais que não aguentavam mais a vida sofrida de suas famílias naquele planeta sem lei.

Era horrível pensar que não podiam ajudar, mas uma vez que Kira fosse resgatada e eles conseguissem ao menos se livrar da Primeira
Ordem, poderiam um dar início aos planos da Resistência de recuperar a vitalidade dos planetas mais miseráveis.

Base da Primeira Ordem.

"Um ataque interno?" Kylo não pôde conter a raiva em suas palavras, e de fato ele não era uma pessoa que se importava muito com sua falta de paciência. "Como deixou que isso acontecesse?"

Seus olhos rolaram em direção ao general, que possuía, apesar de todo aquele distúrbio, um semblante impecável, o respondendo como se todo o controle já estivesse reestabelecido. "Não deixamos que acontecesse, nossos troopers são altamente treinados..."

"A realidade não condiz com suas palavras, General." Kylo o interrompeu, furioso, aproximando-se do ruivo.

"Rebeliões internas são inevitáveis. Não podemos prever uma traição."

"Inevitáveis?" Kylo bufou. "A possibilidade de uma traição não deveria ser cogitada! Estamos cegos? E tudo isso por debaixo de nossos narizes." Ele fechou os punhos apoiando-se sobre a mesa de controle e acalmou a voz ao finalizar. "Quantas vezes falei sobre os clones..."

"Os clones são parte de um método ultrapassado." Respondeu Hux sem hesitar, já não olhando mais na face de Kylo Ren.

"Ultrapassada é a forma com que escolheu lidar com as tropas."

"É uma forma honrada de lidar com as tropas"

"Tirar bebês de uma família, obrigá-los a uma vida que não é deles não me parece uma forma honrada."

Ren esperava ser respondido por Hux, qualquer palavra, queria apenas destruir seus argumentos com palavras sábias, mas quis esbofetear a face perfeita daquele general ao constatar sua perceptível falta de interesse. Ao contrário disso, a voz que ouviu era feminina, de alguém que vinha caminhando pela porta dianteira. Mera.

"Quer falar sobre honra, Ren? O que a sucateira está fazendo na nossa sala de reunião?"

"Eu a mandei para lá." Não esboçou qualquer reação, continuou a encarar o painel que informava ao general a atividade das tropas em tempo real.

"Quando ela destruir tudo, mostrar quem realmente ela é, irá se ajoelhar aos meus pés pedindo perdão por não ter me escutado." Ela cruzou os braços. "Ah, e, claro. Aconselho que se apresse. Ela está toda perdida lá, como uma cachorrinha qualquer. Catadora de lixo!" Intimou seu mestre.

Kendrick guiou Kylo pelos braços tentando levá-lo para fora da sala de comando, sabia que se ficasse ali, seu mestre, descontrolado como era, não aguentaria e poderia criar um caos.

Tempos depois Kylo recebeu a informação de que os desertores foram executados sob mandato de Hux. Surtou quando se deu conta de que nem ao menos teve a chance de descobrir mais sobre suas razões.

Talvez uma atitude irracional da parte do general, decidiu acabar com o problema por suas próprias mãos, sem uma chance de julgamento, o que fez com que a desconfiança de Kylo sobre ele começasse a fazer mais sentido em sua cabeça, afinal era um criminoso.

Horas mais tarde os Cavaleiros de Ren se reuniram com Snoke, e Rey foi levada para lá. Quando entrou no salão avistou Snoke sentado em seu trono como de costume, com uma das mãos apoiando sua testa enquanto os dedos deslizavam na pele rugosa como se o velho Lord estivesse pensando.

Os cavaleiros de Ren permaneceram imóveis ao lado do líder supremo, e Kylo Ren localizava a sua direita, o mais próximo dos cavalheiros à Snoke. Ele observava Rey chegar mais perto, com seu coração aflito o fazendo respirar com dificuldade. Ele tentava disfarçar o nervosismo em vê-la ali no meio de todos os sanguinários cavaleiros da ordem, mas o fato de saber que em breve ela se tornaria um deles o acalmava parcialmente.

A jovem aprendiz direcionou seu olhar para Kylo, tentando lhe dizer alguma coisa com o olhar, mas logo em seguida voltar a encarar Snoke, esperando que ele dissesse alguma coisa. Então ele falou:

"Esperei por esse dia." Ele mexeu o canto do lábio, formando em sua face um riso sádico.

"Eu também." Rey o respondeu inclinando o queixo para cima, tentando mostrar toda sua confiança.

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