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História Herdeiros do Império - Reylo - Recomeço


Escrita por: howardlev

Capítulo 3 - Recomeço


Fanfic / Fanfiction Herdeiros do Império - Reylo - Recomeço

"Se pretende seguir o caminho da luz 
sem construir degraus para chegar até lá, 
mais trevas irá encontrar 
ao tentar alcança-la."
(Adrian Oliveira)

•••

A luz da lua entrava pela janela dos aposentos de Rey. Era incrível a vista que tinha do lado de fora da base: um sistema que abrigava uma imensidão de estrelas, planetas que outrora ela nunca havia ouvido falar, a maioria inabitado.

Suas costas estavam úmidas após o longo banho que se permitiu tomar. Estava tarde mas o sono não se fazia presente apesar do longo dia que tivera.

Eu tenho que resolver logo isso! Ela falou para si mesma. Mas não sei nem por onde começar. Pensava apertando a ponta de seus dedos contra suas têmporas, sentada na cama quando fora surpreendida por uma batida na porta. Ela abriu.

Do outro lado da porta havia um rapaz alto, definitivamente magro e esbelto. Olhos claros e cabelos escuros. Richard Dorn, como estava escrito em bordado no seu sobretudo preto. E antes do nome uma sigla impossível de não ser percebida: "Dr." Em seguida outra informação: ala hospitalar.

"Oi." Disse sem muita animação na fala. "O que faz aqui?" Perguntou com os olhos cerrados, fingindo estar com sono.

"Sou o Doutor Richard Dorn, responsável pela ala hospitalar e pela equipe médica geral. Devo avisar que passará por avaliações periódicas de saúde. É uma exigência de seu mestre." Ele disse com classe. "Kylo..." ele pigarreou, "Mestre Ren pediu que eu a informasse pessoalmente e aproveitou para pedir que lhe informasse sobre o baile de iniciação que ocorrerá daqui duas lunações."

"Baile de Iniciação?" Perguntou confusa. "O que quer dizer?"

"É uma cerimônia que sempre ocorre quando uma nova remessa de aprendizes de Ren chega. Eles são apresentados ao líder supremo Snoke e recebem informações sobre como será o aprendizado." Snoke, pensou, e um calafrio subiu por seu corpo. "Ele precisa conhecer as novas crias. A maioria acaba servindo de sua guarda pessoal mesmo..."

Fora tomada então pelo aroma perturbador e insuportavelmente doce do rapaz.

"E ele..." pausou medindo a jovem de baixo a cima antes de tomar continuidade. "...pediu para que eu lhe entregasse isso."

Finalmente depositou em suas mãos uma caixa prateada com uma fita vermelha que a embrulhava.

"O que é?"

"Não imagino o que... bem, depois da fala de Snoke acontecerá uma reunião social para que vocês se sintam mais a... vontade com a base." Sorriu ironicamente ao pausar as palavras. "Com licença."

"Kylo Ren estará lá?" Perguntou ríspida e direta, antes que o rapaz de fato fosse embora. Era obvio que, a aquela altura, ela sabia a resposta.

"Com toda certeza." Respondeu e novamente pediu licença. Ela fechou a porta do quarto e se moveu em direção à cama depositando aquela caixa em cima da mesma. A abriu com toda delicadeza se deparando com um tecido em cores escuras. Ela o tirou da caixa o deixando cair em finas camadas.

Era um vestido preto com flores cor púrpura, ia até a altura de seu tornozelo. Era lindo. Acompanhado do vestido estava um par de sapatos na cor preta. No fundo da caixa havia um cartão branco com escritas na cor prata. Ela leu as palavras:

-•-
"Para aquela que me derrotou uma vez e que derrotará o ultimo jedi
De seu mestre, Kylo Ren."

-•-

         

Rey jogou o bilhete longe, com raiva. Sabia que falava de Luke, aliás, ele era o único jedi vivo na história de que ela conhecia.

Levou como um tremendo desaforo, o vestido, o convite, o bilhete. Tudo. Respirou fundo e pensou consigo mesma que não poderia demonstrar esse tipo de sentimento perto dele, não poderia parecer fraca. Decidiu que deveria ir ao baile.

Acordou no dia seguinte com certa determinação. No momento, enfrentar Kylo era tudo o que ela mais queria, mas, ao mesmo tempo, sabia que não o faria.

Ela se direcionou como na manhã anterior ao grande salão para fazer sua primeira refeição do dia. Se sentou novamente ao lado de Hale, que nesta manhã permanecera quieta. Pensou se aquilo tinha algo a ver com o treinamento que recebera no último dia ou se fora algo que de dentro dela já a incomodava, preferiu não perguntar.

As duas se separaram novamente. Kylo estaria sozinho então com ela. Cada cavaleiro de Ren ficaria confinado em um salão com seus novos aprendizes, menos Kylo, ele não tinha aprendizes até então, o que fez com que Rey fosse a única pessoa presente naquele lugar.

A porta automática se abriu diante dela, ela analisou o local mais uma vez, tentando mapear em sua cabeça possíveis métodos de escapar dele em uma situação de risco.

Rey era mais forte do que previa, era mais forte do que Kylo imaginava que ela seria. Mantinha isso dentro de si, como uma defesa para que não explorassem seu potencial, mas não estava dando tão certo.

Ela se aproximou do centro, onde, mais uma vez, encontrou Kylo Ren e, desta vez, ele não estava com a máscara como de costume, ela estremeceu.

"Mestre?" Ela quebrou o silêncio. Kylo Ren estava de costas para ela, com o capacete nas mãos, observava a galáxia acima dele por um teto de vidro. Ele se virou na direção da garota, ela o evitou, desviou o olhar.

"É incrível não é?" Ele disse se referindo às estrelas.

"Nunca vi tantas estrelas em toda minha vida." Ela respondeu em um tom de voz médio.

"Sabe o que eu gosto nas estrelas? Elas sempre estarão lá, e em algum lugar do universo alguém estará olhando exatamente para a mesma estrela que eu estiver olhando. Isso parece nos conectar com a galáxia." Ela levantou as sobrancelhas. "Sabe Rey, eu estive pesando em como começaríamos o seu treinamento no lado sombrio. Obviamente que a opção de despertar cada vez mais a raiva em você foi muito pensada mas, ao conversar com o líder supremo, tive outra ideia."

"Que ideia?" Ela respondeu, agora o fitando.

"Bem, eu admito que fiquei surpreso com sua capacidade de entrar na minha mente naquele dia na interrogação." Ele suspirou. "Talvez pudéssemos começar testando esse seu limite. Vamos ver o quanto você pode aguentar... me bloquear."

Ela assentiu com a cabeça. Ele estava lhe propondo algo que ela não sabia se conseguiria.

"Sabe, os outros cavaleiros, eles começam do básico com seus aprendizes, mas, você, obviamente, não precisa disso." Agora ele andava a cercando, circulando sua posição, enquanto ela permanecia imóvel, olhando para o longe, para as estrelas talvez, talvez esperando que alguém estivesse olhando para elas e pudesse sentir o sinal e tirá-la dali. Ela sentiu medo, uma aversão incontrolável àquela proposta.

Ele se aproximou mais ainda, ergueu uma das mãos e Rey pôde sentir a dor invadir seu cérebro. De novo, pensou.

"Ande, me bloqueie!" Rosnou. "Não seja fraca!" Ele continuava com a rispidez na fala e a cada segundo a dor dentro de Rey aumentava. Ela soltou uma lágrima, ele então parou. "Pare de ser tão tola, não conseguirá desse jeito, jamais entrará para o lado sombrio com toda essa fraqueza!" Ele se afastou dela, ela se recompôs.

"Por favor, vamos tentar de novo." Ela suplicou, ele se aproximou dela novamente.

"Me mostre o melhor que você consegue, como naquele dia, você fez com que a dor voltasse contra mim, faça de novo Rey, é para o seu bem." Ele disse num tom convidativo enquanto ela limpava suas lágrimas.

A dor era mais forte agora, a sede por vingança havia aumentado. Ela caiu de joelhos no chão tentando impedi-lo, segurando um grito enquanto ele continuava com toda sua força. Rey resistia.

Ela começou a se levantar novamente, tentando amenizar aquele sofrimento, tentando se tirar daquela situação, e ela conseguiu. Rey finalmente estava de pé e a dor agora era mais fraca. Kylo foi se afastando, foi indo para trás ainda mantendo sua concentração na mente da garota.

"Pare!" Ela rosnou com determinação, e ele a obedeceu. Ela o empurrou com a força para trás fazendo com que ele caísse no chão.

"Foi boa, sucateira." Ele exclamou. "Mas você sabe que eu poderia ter ido mais longe, sabe que em uma situação verdadeira você estaria morta, você precisa ser mais rápida."

Ela assentiu, desviando novamente o olhar.

O dia havia passado muito rápido para eles no treinamento. Kylo a liberou e eles seguiram por caminhos diferentes naquela noite. Ele, provavelmente, fora dar suas preciosas informações sobre a garota para seu mestre Snoke. Ela, se dirigiu para seus aposentos, tomou um banho e adormeceu, e sonhou.

No sonho, Rey se viu imersa por água, caia do céu. Era muito escuro onde estava e havia chuva, muita chuva. Ela olhava para todos os lados e só conseguia ver morte e destruição. 

Ela ouviu o grito de uma criança e naquele momento seu coração se apertou. Ao longe haviam homens em preto, eles estavam todos unidos e ela percebeu que eles eram os comandantes daquela degradação.

Ela estremeceu e começou a correr, sem rumo, até tropeçar e cair no chão. 

Ninguém a via alí, ela gritava por ajuda, ela tentava achar alguém, mas todos passavam por ela e não respondiam. Seu corpo paralisou quando ela viu a criatura, aparentemente semelhante à Kylo Ren, não sabia se era ele, não tinha certeza disso. 

Ele estava matando alguém, enfiava seu sabre na coluna de um homem, o atravessando. O homem parecia fazer parte do lado sombrio mas ele o matara, protegendo alguém: Uma mulher, caída no chão.     

Todo aquele cenário fora substituído por uma visão mais clara, ensolarada. Ela estava sentada na areia, e, ao fundo, havia uma ilha, e o oceano.   

Haviam muitas pessoas também, desfrutando de um dia de sol perto do mar. Ao fundo, na beira, um homem trajado em roupas claras brincava com várias crianças. 

Eles corriam todos, caiam na água, riam. Ela sorriu por um momento. Ela não pôde ver a face do homem mas ela se sentiu bem, imersa de felicidade. No seu colo havia uma criança, cabelos escuros e olhos amendoados. Era um bebê. 

Ela entrou em pânico quando de repente Snoke apareceu no meio das águas acompanhado por seres que pareciam estar lá para protegê-lo. Vestiam todos um tipo de armadura vermelha, com um capacete que lhes cobria totalmente o rosto. Nas mãos algum tipo de artefato cortante.          

Todos começaram a correr e o homem na beira do mar agora estava morto. Ela tentou se levantar para ir em direção do homem numa falha tentativa de buscar vida em seu corpo mas, antes que pudesse se levantar, a criança em seu colo se transformara em pó, em areia que caia de seus braços, ela gritou. 

Rey despertou apavorada, dando finalidade ao grito do sonho. Seu coração pulava e um calafrio subiu por todo seu corpo. Fora tão real, toda aquela perspectiva, fora como se ela tivesse assistindo a tudo aquilo, como se ela não estivesse alí ao mesmo tempo que ela sentia fazer parte daquilo.     

Ela se recompôs, lavou o rosto e por um longo tempo tentou dormir de novo, e conseguiu. Adormeceu esperando pela chegada de um novo dia, uma nova esperança.


Notas Finais


Olá meus queridos! Estamos no segundo capítulo dessa fic, espero que vocês estejam gostando.
Seria muito prazeroso se vocês pudessem ajudar a fic favoritando nos capítulos e escrevendo comentários sobre o que vocês estão achando, sobre as suas expectativas, qualquer coisa! Ficarei muuuuuuito grata!!!
Beijinhos, Howard <3


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