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História Herdeiros do Império - Reylo - Fagulha


Escrita por: howardlev

Capítulo 8 - Fagulha


Fanfic / Fanfiction Herdeiros do Império - Reylo - Fagulha

"Eu deixei cair meu coração
E quando caiu, você se levantou para reivindicá-lo. 
Estava escuro e eu estava acabado,
Até que você beijou meus lábios e me salvou."

(Set fire to the rain - Adele)

•••

 Os cabelos castanhos e macios de Rey repousavam sob o peito de Kylo Ren. O rapaz não conseguiu se mexer quando observou a garota dormindo tão profundamente em seu colo. O cheiro doce de Rey invadia as narinas de Ren, arranhando, entrando e atingindo seu cérebro sem pedir permissão.

Ele fechou os olhos ao aspirar e arrepiou-se com o cheiro familiar, como um déjàvi. Pouco tempo depois os olhos de Rey se abriram. A garota sorriu timidamente ao perceber o quanto as bochechas do rapaz coraram.

A luz do Sol que entrava pela janela principal tornava o escuro dos cabelos de Ren um castanho médio. A luz dava um tom amarronzado à suas mechas, mera ilusão de óptica. Os cabelos de Ren continuavam negros como a noite, poucos momentos seriam aqueles em que Rey poderia ver aquele homem inundado por algum tipo de luz, física ou metaforicamente.

Antes que Rey pudesse falar alguma coisa ou até mesmo sorrir, Ren deslizou da cama em direção ao piso. Sem trocar uma palavra, o rapaz vestiu o manto por cima de suas vestes e se dirigiu à porta. Ao encostar seus dedos longos na fria maçaneta, Ren deu uma última olhada à garota que agora encontrava-se sentada sob o leito em cima de seus joelhos. Ela o encarou esperando o que ele diria.

"Sem nenhuma palavra sobre isso, entendido?" Ren tentou permanecer calmo enquanto que uma explosão de sentimentos e conflitos se formava em seu coração. Por fora brisa serena, por dentro um furacão.

"Entendido." Rey lhe sorriu. Começou a rir. Ren sabia do perigo em que se metia, mas a sensação era tão boa.

Acordar ao lado dele definitivamente foi a coisa mais estranha que já aconteceu na vida da garota. Ao mesmo tempo em que se sentia atiçada a querer mais, seus extintos sabiam do risco em que se metia.

Naquele dia os aprendizes se reuniriam para uma segunda etapa da avaliação. Na primeira disputa uma boa parte foi descartada após o incidente de Rey. Hoje eles fariam o mesmo, lutariam entre si e os mestres avaliariam seus desempenhos.

Quando entrou no salão teve o vislumbre de seu mestre. Seus olhares se encontraram e ambos sabiam o que se passava na mente de cada um. Rey se posicionou ao lado de Ren enquanto o rapaz permanecia a encarar o horizonte, a respiração abafada. Rey sentiu a carótida pulsar mais forte ao ouvir palavras vindas da boca de Mera Ren. Seu ódio pela mulher crescia a cada dia e, com certeza, a recíproca era verdadeira.

Mera anunciou seus combatentes, dentre eles, Hale. Vangloriou-se do modo como seus aprendizes vinham se aprimorando e o quanto ela acreditava no potencial deles. Ava disse algumas palavras também. Todas as vezes em que Rey olhava para ela não conseguia compreender o que lhe puxava para o lado sombrio. Não havia escuridão em suas expressões, muito menos em suas feições. Ava era muito clara e coesa em sua fala, diferente de Mera, que utilizava a voz sempre pra vangloriar-se perante aos outros.

Pouco tempo depois Rey conheceu pela primeira vez Eslo Ren, outro cavaleiro. Houvera estado ausente por algumas semanas devido à missões concebidas por Snoke. O rapaz tinha olhos profundos e sempre que podia fixava-os nos de Rey. Ela tentou evitá-lo por muitas vezes mas era quase impossível, a presença do rapaz era muito forte. Até Ren percebeu os olhares que ele dava à garota. Rey estremeceu quando percebeu o rapaz se aproximando. Ela respirou fundo. Kylo o encarava firmemente.

"Mestre Ren!" Havia uma certa euforia na voz suave do rapaz. "Kylo Ren!" Ele o reverenciou. "Então essa é a aprendiz do senhor?" Ele sorriu para Rey. Ela acenou com a cabeça. "Tenho ouvido falar muito de você."

"Certamente." Kylo respondeu, seco.

"Estou ansioso para conhecer suas habilidades... hmmm..."         

"Rey." Ela o interrompeu. "Me chamo Rey."         

"Ah, sim!" Ele sorriu. "Se me dão licença." E então se dirigiu ao seu posto novamente.

Rey permaneceu um tempo em silêncio digerindo o que havia acabado de acontecer. Não entendia a fissura desses cavaleiros pela aprendiz de Kylo Ren.        

"Tenha cuidado com ele." Ren falou pouco mais alto que um sussurro. "Ele tem o temperamento parecido com o de Mera. A única diferente é que sabe ser cauteloso."

Ela deu uma última olhada ao cavaleiro. Seus aprendizes eram fortes e muito habilidosos pelo que Rey pôde analisar nas últimas semanas. A garota duelou com dois garotos no dia. Um aprendiz de Ava e outro de Kendrick. Com certo esforço ela conseguiu se sair melhor mas não houve vencedores.

Um garoto alto de olhos bem verdes se aproximou de Rey. Ele a cumprimentou com a cabeça e ela fez o mesmo. Seus dedos tocaram o sabre em seu cinto e ele também o fez. A dança dos sabres então começou, os dois permutando entre suas posições.

Ele a atacava enquanto ela se esquivava e vice-versa, uma troca de ataques. Rey fora ferida algumas vezes, sentiu a luz forte e quente tocar em sua pele e então fazia o mesmo contra seu oponente. Suas roupas ganhavam pequenos rasgos e o sangue descia pelas feridas. Ela gemeu de dor quando o garoto lhe perfurou de modo supérfluo pouco abaixo da costela. A medida que o garoto investia em seus ataques o ódio dentro dela crescia.

Rey continuou a se esquivar até conseguir deixá-lo de joelhos com um corte na perna. Ele se levantou com dificuldade e retomou o controle sobre a luta até o momento em que finalmente seus sabres permaneceram colados enquanto um tentava empurrar o outro para fora do perímetro.

Rey esquivou-se mais uma vez, fazendo com que o atrito entre as luzes cessasse. Raiva dominou seus corpos, estava cansada e ferida, física e emocionalmente.

O fervor veio da ponta de seus dedos do pé até sua cabeça, formigando. Ela respirou fundo ao fechar os olhos e sentiu aquilo que eles diziam ser a "tentação do lado sombrio". Quando abriu-os novamente, era tarde demais, sua perna se posicionava em um chute, o garoto urrou. Rey usara o mesmo golpe que deu em Kylo Ren. Seus olhos ganharam uma cor quente e ela sentia que podia dominar a galáxia

Rey apertou os dedos por volta de seu artefato e se preparou para o golpe mortal. Seu sabre ia em direção ao garoto quando ouviu Ren gritar para que ela parasse. Imediatamente seu corpo congelou.

"Deixe-a extravasar, Ren." Mera ironizou entre risos. "Vamos ver do que ela é capaz."

Rey soltou seu sabre no chão e retomou a consciência ao tempo presente. Pôde se reencontrar com a realidade e com aquela massa de aprendizes a sua volta que lhe observavam de boca aberta. Ela voltou-se a Mera enquanto que o rapaz que lutara contra ela era amparado por seus colegas. Ela se aproximou de Ren, quieta.

"Estou muito ansiosa para ver do que é capaz!" Ela disse. "Quero saber se é tudo isso que Ren fala. Mal posso esperar para vê-la mostrar seus dons aos líder supremo."

•••

"Por que fez aquilo? Eu estava dando conta!" Rey perguntou a Kylo quase em berros, mais tarde, quando sozinhos no grande salão. "Por que me trata como se eu fosse um bebê? Como se precisasse sempre de sua proteção? Eu sei me cuidar sozinha!"

"Você está sob minha responsabilidade, Rey!" Irritado, respondeu. "Você não se preocupava tanto com isso quando se submetia ao treinamento do velho Skywalker. Concordava com qualquer tipo de ação!"         

"O que?" Ela indagou. "Ele era meu mestre e era sábio!"         

"Pois eu sou seu mestre agora, você me deve o mínimo de obediência. Se você não consegue respeitar a hierarquia deveria pelo menos fingir se importar. Estão todos comentando!"

"Eu não me importo com o que dizem, eles apenas estão com dificuldade em admitir que sou eu quem ficará aqui, que eu seguirei os preceitos da ordem! Eu ia dar um grande espetáculo, Ren, ia deixá-lo no chão!" Rosnou.     

"Você ia matá-lo!" Ele gritou, furioso.        

"O que?" Rey urrou entre risos irônicos. "Foi você mesmo quem disse que é permitido! Eu estava tão perto, Ren!" Seus olhos ganhavam um tom amarelado, mais uma vez, Ren não pôde evitar perceber. Assustou-se, estava se tornando real.         

A garota andou em círculos enquanto seu mestre permanecia calado a observá-la. A expressão de Ren era séria, quase que a expressão da incredulidade.        

"Você realmente aprendeu bastante coisa aqui." Ele começou. "Evoluiu mais rápido do que pensei."

"Era essa a intenção, Ren!" Rey aumentou o tom de voz. "Não estou aqui para servi-lo? Servir ao líder supremo?" Ela fixou seu olhar ao do rapaz. "Sabemos que essas coisas acontecem, não estamos aqui para isso?"         

"Rey, você não está aqui pra isso!" Ren apertou os olhos quando as palavras saíram pesadamente de sua boca. O ar saia dificilmente dos pulmões. "Você não foi feita pra isso! Não é uma assassina gratuita, não está aqui por isso!"         

Rey o observava perplexa. Quem diria o rapaz dizer tais palavras, diminuí-la tanto perante ao lado sombrio. Seu coração palpitou em desgosto, não podia aceitar aquelas palavras vindas de alguém como ele. Rey deu leves passos em direção à Ren, seus rostos separados por meros dois palmos. Ela inclinou levemente a cabeça pra cima em uma tentativa falha de amedronta-lo.     

"Ah é?" Ela falou baixo, calmamente. "Então me diga, mestre." O tom irônico na voz. "Por que... estou aqui?"         

Ren paralisou e longos segundos se passaram enquanto os dois se encaravam. Rey não piscava e Kylo engolia em seco a saliva formada em sua boca. O frio pela sua barriga subiu devastadoramente e o rapaz já nem se lembrava mais da pergunta feita.

Súbita e inconscientemente a mão pesada do rapaz se encontrou com a parte costeira da cintura de sua aprendiz, desesperadamente a puxando em sua direção até que seus corpos se colidissem. Antes que Rey pudesse pensar em esboçar alguma reação opositora, seus lábios já estavam completamente tomados pelos lábios quentes de Ren.         

A outra mão do rapaz foi em direção aos cabelos de Rey, seus dedos se entrelaçaram entre suas mechas e a garota gemeu quando sentiu que ele as apertava em sua mão. Ela fez o mesmo. Sua mão direita foi em direção ao cabelo negro do rapaz enquanto que a esquerda seguia até seu rosto.         

Ela acariciava a cicatriz de Ren enquanto suas línguas se entrelaçavam. Seu coração batia cada vez mais forte e seu corpo esquentava. Ren a tomou mais uma vez pra próximo de si, diminuindo todas as possibilidades de algum espaço vazio entre eles.         

Ren seguiu os beijos para o caminho do pescoço de Rey e a única coisa que ela fez em resposta foi fechar os olhos. A sensação era tão boa. Seria só ele e ela naquele enorme salão se não fosse pelas estrelas que brilhavam lá fora. Foi quando imagens da morte de Han Solo atingiram sua mente e ela subitamente se afastou, o empurrando para longe e começando a gritar.   

"Fique longe de mim!" Rosnou enquanto limpava sua boca com os dedos. "Nunca mais toque em mim!" A garota saiu correndo do salão em direção ao seu quarto, deixando Ren desolado e sozinho. O rapaz se sentiu destruído por dentro, nunca sentiu dor mais forte. Enquanto isso Rey se remoía pelo ato enquanto chorava, culpava-se de todas as formas e se odiava por ter deixado ele ir tão longe. Seu coração estava muito apertado e toda a culpa caiu sob seu corpo.         

Ela repousou sob a cama enquanto olhava para o teto. As lágrimas aqueciam suas bochechas enquanto seu corpo parecia frio por dentro. Ela envolveu seus braços ao redor de seu corpo e chorou fortemente.          

Rey não podia acreditar nos sentimentos que se passavam por sua cabeça. Era evidente a preocupação, a garota sabia que ele houvera se tornado especial, e era a isso que ela temia. Rey fechou os olhos e memórias sobre acontecimentos passados lhe atingiu a mente. Lembrou-se de Luke, Leia, Han... apertou ainda mais o choro.         

Em sua memória Luke parecia irritado com toda aquela situação. Imediatamente após a fuga de Ren, o mestre arrumou suas coisas e, juntamente a Rey, se dirigiu em direção à base da Resistência. Leia surpreendeu-se ao ver o irmão chegar. Um abraço apertado o recebeu

Após algum tempo e sem Rey entender nada, a garota fora chamada a uma sala especial, onde se reuniria com Luke e Leia.

 "Rey, precisamos conversar." A voz calma da general contrastava com sua postura séria. "Luke e eu tivemos uma conversa e chegamos a um acordo."

"Que acordo?" Rey engoliu seco, ainda abalada pelas ações de seu mestre no outro dia. 
"Rey, acreditamos que achamos a solução!" A general repousou a mão em um dos ombros de Rey. "Sente-se, querida."

Rey se sentou e encarou Luke por algum tempo enquanto o mestre evitava lhe encarar de volta.

"Ren entregou o método, Rey." Luke soltou. "Ele entregou."

"Entregou o que? Que método?"

"Luke acredita que você é a peça principal na nossa missão, Rey." Leia complementou.

"Ren se preocupa com você e tem uma grande ambição: persuadi-la ao lado sombrio." Ele sorriu levemente. "Lembra-se de quando ele disse que poderiam governar a galáxia? Juntos?"

"O que tem a ver?" Rey já sentia a angústia.

"Você é importante pra ele, ele salvou sua vida..."

"Coisa que você deveria ter feito!" Rey se levantou batendo as duas mãos na mesa.

"Isso não importa mais, Rey!"

Leia pediu que a garota se acalmasse e a conduziu novamente ao assento. "Pois é exatamente isso, vamos dar o que ele quer." Leia explicou.

"O que?" Protestou.

"Vamos deixá-lo treinar você, Rey." Leia sorriu. 
"Você será nossa infiltrada na Primeira Ordem."

"Vocês só podem estar loucos!"

Rey se dirigia à porta e estava quase saindo da sala quando ouviu as últimas palavras de Luke:

"Você é a nossa única chance agora." Ela paralisou.

Depois do episódio, Leia pediu que Luke a deixasse sozinha com Rey. A conversa entre as duas foi um pouco mais leve. Leia à explicou os motivos pelo qual estavam apostando nela como a última chance. Acreditava que o interesse de Ren poderia ser convertido em luz.

Algum tempo depois, quando finalmente Rey tomou seu caminho rumo à base da Starkiller, Leia lhe ofereceu um colar onde nele se encontrava a insígnia da resistência desenhada e que se abria em dois, revelando duas fotos lá dentro. Uma de Han e Leia com o pequeno Ben Solo, e a outra uma foto mais recente de Ben, ainda em seus trajes Jedi.

"Era de Ben!" A senhora sorriu entre quase lágrimas. "Ele dizia que o protegia dos pesadelos. Espero que sirva a você também."
Ela lhe entregou o colar.

"Não posso aceitar, general!" Rey disse suavemente. "É a última lembrança de seu filho!"

"Você precisa mais disso do que eu agora. Para que se lembre que por trás da armadura de Ren, existe um garoto clamando por ajuda. Não o negue auxílio!" Ela apertou os olhos e respirou fundo. "Na hora certa você dará isso a ele, e esse será o dia em que ele voltará para nós."

"O colar!" Rey exclamou saindo da cama e correndo em direção ao pequeno cômodo à frente. Lá dentro havia uma caixa, uma caixa onde Rey fora permitida guardar poucos pertences pessoais. Ela escondeu o colar assim que chegou à base devido à insígnia da resistência.

Era um colar dourado, pequeno. Quando o abriu lá estavam as fotos, Han, Leia, e Ben... era incrível o tom fúnebre. Era como se Ben Solo estivesse morto, como se aquelas fotos revelassem alguém que já não existia mais.

Sentiu o luto ao ver a foto de Han fazendo com que mais lágrimas caíssem. Rey vestiu o colar o colocando por dentro da blusa buscando proteção, e então dormiu.

E incrivelmente naquela noite não teve pesadelos, ao contrário, via felicidade apenas. Ela via o oceano, os campos verdes, as crianças sorrindo e a calmaria de um dia ensolarado. Pela primeira vez não sofreu ao ver aquela criança de sempre. Nesse sonho ela estava feliz, apenas feliz, nada de Snoke, nada de pesadelos.

Por outro lado, em seu quarto, quem foi assombrado por pesadelos foi Ren. Suava frio quando acordou durante o meio da noite. A face de Rey lhe assombrava, seu sorriso lhe assombrava. Ele via Snoke comandando sua ações, lhe obrigando a fazer os massacres para provar seu valor, lhe obrigando a torturar Rey. Era assombrado pelo dia em que entrou na ordem e se tornou o mestre.

O vento frio lhe batia o peito e contrastava com o suor quente em seu corpo. Passou a mão sob a nuca e os cabelos, ambos molhados. Sua testa pingava e ele imediatamente pensou em Rey, e no silêncio que aquela noite lhe fornecia. Ele não ouviu nada, pensou até que ela não estivesse mais lá e aquilo lhe assombrou. Ele revirou-se na cama e adormeceu novamente. Mais pesadelos.

Quando acordou no outro dia, era nítida a expressão de cansaço em sua face. Suas olheiras eram visíveis e mal conseguia se manter em pé. Apoiou suas mãos sobre a pia e encarou-se no espelho.

Eu beijei minha aprendiz. Compartilhava seus pensamentos com a imagem no espelho. O que você está fazendo comigo, Solo?

Rey, por sua vez, já estava no refeitório. Os olhos inchados pela noite de choro e pela amargura em seu coração. Eles estavam tomando seu café quando Rey percebeu que todos os aprendizes se levantaram e fizeram um gesto de reverência. Antes que pudesse entender a situação, Ren ajoelhou-se ao seu lado.

Quando o percebeu, Rey imediatamente fixou o olhar no horizonte. Estava tudo em silêncio. Os outros voltaram a se sentar e Ren começou a sussurrar.

"Quero te pedir perdão por ontem, Rey." Ela extremeceu ao ouvir seu nome. "Não quis faltar o respeito contigo, eu sinto muito." Ren apertou os olhos e olhou para o chão. "Não sei o que deu em mim. Entenderei se não quiser mais ser minha aprendiz. Posso transferi-la aos cuidados de Kendrick Ren, ele é um ótimo cavale..."

"Eu não quero!" Rey engrossou a voz, ainda olhando ao horizonte. "Seus problemas pessoais não devem interferir no meu treinamento."

"Como queira." Ele sussurrou. "Não precisa comparecer hoje, se quiser. Não estou disposto."

Foi quando Rey olhou em seus olhos, pôde analisar o cansaço em sua expressão e isso lhe fez doer a alma. Ren estava apenas perdido, uma pobre alma perdida. Ele precisava de ajuda e Ben gritava por ela. Podia ver em seus olhos.

Rey congelou, teria Ren chorado a noite toda? E por ela? Ren estava quase se levantando quando Rey segurou em seu manto, o fazendo ficar.

"Eu não quis dizer aquelas coisas ontem..." 
Começou. "Eu estava muito nervosa, e você tinha razão. Eu não nasci para matar, esses não são meus valores." Ren a escutava com atenção. Seus olhos penetrando os dela. "E... bem, acabei perdendo o controle."

Ren não trocou mais nenhuma palavra, deixou que ela desabafasse suas aflições e lhe deu toda a atenção que ela precisava.

Quando seguiu seu caminho, Rey não pôde evitar em perceber os olhares ao seu redor. Ela encarou a multidão fazendo com que eles disfarçassem o olhar. Naquele momento implorou aos deuses que ninguém tivesse escutado a conversa.

•••

 


Notas Finais


Mais um capítulo! Novamente espero que estejam gostando. Não deixem de votar e deixar a opinião de vocês sobre a história, suas teorias, adorarei ouvir e debater. Quem sabe sua teoria não inspira o rumo das personagens?
Com atenção, Lévola Hill.


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