Hazel P.O.V.
Os preparativos para a minha festa estavam a me deixar louca,sem falar na minha mãe sempre a insistir para que eu trocasse de fantasia.Rapunzel,Bela Adormecida,Cinderela,são fantasias muito mais belas,dizia ela.
Foi com muito custo que consegui escapar até o jardim.De lá avistei Justin,esperava que ele tivesse conseguido tirar as fotos do relatório,e que nele encontrasse-mos algo que nos desse uma pista.
— E aí,como se saiu na sua missão secreta? — Tentei fazer com que nossa conversa tivesse um ar mais leve,embora as circunstâncias não fossem.
— Seria um excelente agente secreto — brincou. — Fique tranquila que ninguém me viu,e consegui tirar as fotos.
— Você achou alguma pista? — perguntei esperançosa.Se não achassemos nada naquele relatório nossa investigação estaria acabada.
— Eu ainda não o li.Esperei para lermos junto.
— Legal da sua parte,embora seria melhor que você tivesse os pontos mais importantes destacados.Um relatório normalmente é longo e repleto de informações,o que resultará em muito tempo lendo-o.Tempo esse do qual não desfrutamos.
— Quanto a isso fique tranquila.O relatório é pequeno,embora isso não seja exatamente uma boa notícia,pelo contrário,significa que ele é pobre em informações.
— Nisso você tem razão.Mas não pensemos negativo desde já,pode ser que sejam poucas informações,mas úteis.
— Tem razão — ele animou-se.
Porém essa se tornou apenas uma esperança vazia.Já estavámos para lá da metade do relatório, e ainda não havíamos descoberto nenhuma informação nova ou algo relevante.Já estavámos quase desistindo,quando nos deparamos com algo útil.
— Justin,olha aqui! — apontei para o celular,pois era eu quem estava lendo. — Aqui fala de uma ama de leite que foi encontrada desacordada no quarto que pertencia a Sophie.
— É,mas também fala que ela disse em seu depoimento que a pessoa chegou por trás e colocou algo na boca dela que a fez desmaiar.E ela também afirma que não viu a cara do sujeito — replicou desanimado ao ler um trecho do relatório.
— Eu sei,mas e se... — parecia uma ideia um pouco louca,mas havia uma chance de ser verdade — ela mentiu?
— Por que ela faria isso? — Podia notar que ele não estava nem um pouco convencido.
— Ela pode ter tido participação no assassinato,e mentiu para esconder.Ou ainda pode ter visto a cara do criminoso,mas,por ter sido ameaçada,se calou.
— São hipóteses válidas,mas são apenas suposições — disse ainda desconfiado.
— É tudo o que temos Justin.É agarrar-se a isso ou desistir,então,o que vai ser? — Seu desânimo estava a me irritar já,parecia que ele estava doido para desistir.Não sei se por não acreditar que conseguiríamos descobrir o culpado ou por medo de o fazermos.
— Se é isso o que nos resta,é a isso que me agarrarei.Embora ache que isso não dará resultado,não custa tentar.
— Poderia ter dito mais entusiasmadamente,mas está bom assim — brinquei.
— Ter expectativas altas demais nunca é uma boa.
Você fica muito suscetível a se decepcionar.
— Se você tem expectativas baixas pode não se decepcionar,mas por outro lado a vida se torna sem graça.Mas voltando ao que é importante,primeiro temos que encontrar a ama de leite.
— O que não deve ser fácil,pois não temos muitas informações.Aqui está escrito que seu nome é Maya,que tem 20 anos,e também há um desenho de seu rosto.Isso pressupondo que ainda esteja viva,e mesmo que esteja,hoje seu rosto certamente está muito diferente desse.
— Mas olha,também tem o endereço dela.Com ele tudo fica fácil. — disse tentando ser positiva,mesmo com Justin fazendo questão de ressaltar as dificuldades.
— Isso se tivermos sorte dela continuar morando nesse lugar,o que,convenhamos,é bem improvável.
— Mas não impossível Justin.Pare de ser tão negativo,isso está me irritando — disse cansada de tanto desânimo.
— Eu apenas estou sendo realista,não tenho culpa se você vive num mundo de sonhos — disse exasperado.
— Você não me conhece para falar isso.Eu posso ser tudo,menos uma garota que acha que a vida é perfeita.Eu tenho a plena consciência da dureza da realidade,eu sei que ela não é um sonho,eu não sou uma garotinha indefesa como você pensa,não sou — repliquei furiosa.Detestava quando me julgavam dessa maneira,eu tinha os dois pés completamente no chão.Porém acho que minha reação foi um pouco exagerada.
— Eu sei,me desculpa Hazel — pediu arrependido. — É só que eu quero muito descobrir o culpado logo,e isso de seguir pistas as vezes parece que não vai dar em nada.Mas prometo que vou tentar confiar mais nesse método.
— Obrigada Justin,é muito importante para mim que você esteja de acordo.Mas então,de acordo com esse endereço,em qual dos reinos ela mora?
— No seu,Verde Escuro.
Aquilo me deixou mais contente do que eu poderia expressar,isso poderia ser uma evidência de que meu pai é inocente.Claro,supondo que ela saiba quem é o culpado.O que estranhei foi que Justin também ficou feliz com essa informação.
— Qual o motivo do sorriso? — perguntei confusa.
— É que isso é uma evidência de que seu pai é culpado.
— Como assim? — Era justamente o contrário.
— Se ela tiver mesmo participação no crime, então claro que ela escolheria o lado de seu cúmplice.
Eu não havia pensado por aquele lado,se ele estivesse falando de outro suspeito até que seria uma opção viável,mas neguei por se tratar de meu pai.
— Isso não faz sentido.Ela pode ter sido ameaçada pelo seu pai,e para ficar protegida escolheu o lado de meu pai.
— A minha ideia faz muito mais sentido — rebateu.
— Não acho,mas não vamos começar a discutir de novo — acabei com a possibilidade de discussão,que não nos ajudaria em nada. — Então,eu irei a casa dessa mulher e depois te direi o que consegui descobrir.
— Eu queria ir com você.
— Eu sei,mas você sabe que é impossível né.Porém daqui a um tempo não será mais.— Eu realmente acredito que essa mulher nos levará ao culpado.
— Será mesmo? — perguntou,estava claro que ele não tinha plena confiança de que conseguiríamos descobrir o culpado.
— Claro — tentei soar confiante,para que ele também ficasse.E acho que funcionou.
— É,você tem razão.Em breve estaremos os dois juntos — se animou.Porém,infelizmente estaríamos juntos vendo seu pai morrer.Mas era melhor não pensar nisso agora,e muito menos falar.
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