Ta, mais um dia nesse lixo, faz 5 dias que eu sai com o Jooheon, e eu vou contar uma coisa que não é novidade !
Joe e seus amiguinhos me pegaram na saída do colégio ontem, hoje para levantar foi difícil, minhas costas estão doloridas e roxas, junto com meu lábio cortado, pedir para pararem e chorar não adianta, aqueles garotos não tem sentimentos, e novamente eu entro em lagrimas
Sem blusa e de costas para o espelho eu observo as marcas, derrubando as lagrimas e os pequenos soluços, eu me abraço e encosto na parede, deslizando até o chão, faz uns 5 minutos aqui, tentando entender o porque dessas coisas comigo, perdi meus pais e sofro como se eu fosse culpada sabe... agora não sei o que é mais injusto, eu sofrer assim ou fingir para meu irmão que esta tudo bem
- Jung? - ouvi batidas na porta - estamos atrasados, hoje vamos andando o carro do Shownu não está pegando
- eu não - suspirei - eu não quero ir Ki - disse e soltei um soluço alto
- Jung, abre a porta - ele bateu e seu tom de voz mudou - por que você está chorando?
- vai pra escola - disse - eu não quero falar...
- Jung, eu sou seu irmão e tenho direito de saber o que esta acontecendo - ele disse e suspirou
- Não - retruquei
- você não vai ficar sozinha aqui - disse
- Kihyun por favor, vai logo - falei chorando
- Por favor, se cuida... - eles suspirou alto e fungou o nariz - eu tento passar aqui na hora do intervalo, ou mando um dos meninos, eu te amo Jung, se quiser conversar depois...
- eu também te amo Ki - disse soltando um sorriso - ei - chamei
- fala - ele disse
- não conta para os meninos por favor, principalmente para o - falava
- Jooheon... entendo - ele disse - tenho que ir - falou e eu ouvi os passos para fora do meu quarto
Alguns minutos a mais sentada no chão e sem blusa , comecei a sentir um calafrio, me levantei devagar, suspirei e limpei as lágrimas, peguei meu sutiã e vesti o mesmo, me encarei novamente no espelho
- eu.... não aguento mais - disse em um cochicho
Levantei o rosto e abri o armário do espelho, encarei aquele potinho com meu nome, encarei as pílulas, funguei mais uma vez e peguei o pote, devo estar fazendo a maior burrada, coloquei uma pílula em minha mão
Encarei a mesma, coloquei mais uma, "isso da pra dormir né?" falei para mim mesma, neguei com a cabeça e derramei todas as pílulas em minha mão, olhei no espelho e olhei minha mão
- Me desculpa Kihyun - disse deixando uma lágrima escorrer
~ POV Kihyun ~
As duas primeiras aulas ja tinha passado, minha cabeça não para de pensar em Jung, ela nunca me conta o que acontece e coisas assim, olhei meu celular pela 15 vez, e nada, nem uma mensagem, nem um sinal de vida... me dá até uma certa agonia pensar isso, "Sinal de Vida"
Fui tirado dos meus pensamentos pelo professor de matemática batendo a mão na lousa para chamar a atenção de todos
- Prestem atenção aqui! Isso é matéria de prova - ele disse e a sala se "calou"
Senti um dedo me cutucando, olhei para trás e uma garota apontou para a carteira de trás, onde Hyungwon balançava a mão, fiz um gesto para que ele falasse
Ele mexeu a boca dizendo "Jooheon está perguntando da Jung" e soltou uma risadinha, balancei os ombros e mexi a cabeça falando "Não"
Ele assentiu e voltou a prestar atenção na aula, a aula de matemática eu não tenho junto com todos eles, apenas o Hyung tinha essa aula comigo e provavelmente Jooheon esta com medo de me mandar mensagem e eu mandar ele ir se fuder....
Mais alguns minutos se passaram, e o sinal tocou, peguei meu dinheiro e sentei na minha mesa esperando a muvuca da sala passar, Hyung se juntou a mim e pegou o celular
- O que o Jooheon queria? - perguntei encarando o nada
- saber da sua irmã, ele parece preocupado - o garoto disse
- Eu estou muito, você conhece ela - falei e soltei um suspiro
- Podemos tentar sair para ver ela, temos meia hora de almoço - ele disse guardando o celular
- Eu vou, não vai tentar se arriscar por minha causa - falei e andei até o corredor
- e quem disse que eu vou por sua causa ? - ele disse e deu risada
- Você não presta - falei avistando o resto dos meninos sentados na mesa
- vamos falar com os outros - Hyung disse e sentou na mesa - eai galera
- eai - disse Wonho com um pedaço de hambúrguer na boca
Contei o que eu queria fazer para os meninos, o primeiro a topar foi Jooheon
- Não, não vamos todos juntos - falei olhando a hora - eu preciso de alguém que consiga carregar peso - olhei para Wonho
- Mas porque? - falou Minhyuk me encarando
- Eu não sei o que vou encontrar lá - falei segurando as lágrimas
- Não fala uma coisa dessa - sussurrou Jooheon - não pensa assim - ele levantou o rosto com os olhos marejados
- Pode contar comigo - Wonho disse e se levantou - não temos muito tempo...
- eu cubro vocês caso se atrasem - falou Shownu
- eu também - falou Chang
- Obrigada meninos... - falei baixo e sai andando com Wonho
Me distanciei do refeitório e começamos a andar pelo corredor, olhando para os lados, estamos saindo escondidos, se formos pegos, ja era...
Usamos a saída de emergência, corremos para a parte de trás do colégio, onde tinha um muro, sair agora pela frente seria burrice, pulamos o muro e começamos a correr em direção a minha casa
Foram mais ou menos 15 minutos correndo, e faltavam menos de 8 minutos para tocar o sinal, cheguei na minha porta da frente, encarei a mesma, minhas mãos congelaram, meu coração acelerou e senti um nervoso e meu estômago embrulhando, olhei para Wonho e tinha uma expressão nervosa também
Tomei coragem e abri a porta, tudo no lugar e limpo, o que é totalmente estranho, o silêncio predominava na casa, era silêncio até demais, andei pela sala, cada passo era um nível de nervoso maior
- Posso olhar o quarto dela? - Wonho disse quebrando o silêncio
Balancei a cabeça, se tiver acontecido alguma coisa, não quero ser o primeiro a ver
Observei Wonho entrar no quarto dela devagar, peguei meu celular com as mãos tremendo, olhava da sala, Wonho olhava cada canto, ele encarou a porta do banheiro e me olhou, assenti para que ele abrisse a porta, o mesmo pegou na maçaneta e tentou abrir
- Esta trancada por dentro - ele falou e sua voz estava desesperada - Jung? - ele bateu - Jung é o Wonho, seu irmão está aqui - ele falou tentando parecer calmo - viemos te ver - ele tentou sorrir
Mas nada, daquele banheiro não saía nenhum som
Corri até o mesmo e comecei a socar a porta
- JUNG ABRE ESSA PORTA AGORA - comecei a gritar e as lágrimas se formaram - JUNG POR FAVOR - gritei
- eu vou arrombar - Wonho me encarou - ela não está bem
- ai meu deus - falei e sentei em sua cama começando a chorar
Observei Wonho chutando a maçaneta, 1 chute, 2 chutes, 3 chutes, no 4 a maçaneta estorou, revelando minha irmã jogada no chão, com o pote de remédio e totalmente desacordada, eu entrei em total desespero
Começei a gritar e a chorar, chegue perto da garota no chão totalmente mole
- Jung porque fez isso? - disse chorando e soluçando
Wonho com lágrimas nos olhos ligava para a ambulância
- Ela está desacordada! - ele falava no telefone - sim, Rua *******, número 149 - ele andava de um lado para o outro - Venham rápido por favor.... - ele desligou - vamos tirar ela do chão - ele falou e se aproximou
Pegamos minha irmã no colo e colocamos em sua cama, ela estava ali, toda mole, praticamente morta, o aperto no coração era forte, as lágrimas não paravam de cair, Wonho me abraçou, fazendo-me desabar em seus ombros
Depois de longos 5 minutos, a ambulância chegou, os médicos colocaram ela dentro da ambulância
- São da família? - ele perguntou
- Sou - disse em lágrimas - sou irmão dela... - apontei para Wonho - ele é meu amigo
- E os pais de vocês? - ele perguntou e eu suspirei
- Morreram a alguns anos atrás... - falei e ele olhou para baixo
- Você pode nos acompanhar? - ele disse e eu assenti
Ele entrou na ambulância, me virei para Wonho e dei outro abraço no garoto
- Obrigada - falei
- Ela vai ficar bem, eu vou voltar para a escola e avisar os meninos ok? - ele falou - ela é forte Kihyun, e você também - falou e sorriu - nos avise quando chegar lá e conte-nos tudo, tudo bem? - ele falou e eu assenti
Entrei na ambulância e sentei ao lado dela, que respirava por aparelhos, a enfermeira me olhava com dó, encarei os pulsos de Jung, onde encontravam-se vários cortes, profundos e rasos, sua depressão nunca passou, ela simplesmente não me contava e sofria calada, suspirei mais uma vez, segurei a mão da minha irmã, apertei, rezando para que ela acordasse bem, rezando para que eu não a perdesse dessa maneira, rezando para que ela fosse forte e superasse mais essa
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