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História Heroína - CAPÍTULO ÚNICO - Desavenças


Escrita por: LonelyWh4le

Notas do Autor


Bem, esse é um projeto acho que do meio do ano que eu dei uma abandonada, mas eu reencontrei ele esses dias e resolvi continuar, retirei a ideia a partir do vídeo do canal secundário e.e no qual eles leem fanfics com eles... espero que vejam <3
Então boa leitura, aconselho uns lenços, fui um pouco má XD...
kissus

Capítulo 1 - CAPÍTULO ÚNICO - Desavenças


Fanfic / Fanfiction Heroína - CAPÍTULO ÚNICO - Desavenças

Como eu daria tudo para estar em casa novamente, sentir-me quente com o calor que vinha dos raios de sol, eles que invadiam as vidraças das grandes janelas do meu quarto, mostrando como o clima do país estava bom, até demais para a época de inverno que havia chegado mais cedo do que o planejado naquele ano, como o sol era acolhedor em meio de toda aquelas brisas frias que me faziam ficar indisposto até mesmo para tirar o braço de debaixo das diversas cobertas que cobriam meu corpo, naquela cama de casal  que a tempos não recebia nem sequer a visita de moscas,  minha cama, que saudades eu sentia dela, para ser exato já não sabia nem mais como era a texturas dos lençóis, de como eram suaves e aconchegantes nas noites frias na qual as cobertas eram meu porto seguro e xícara de café meu fortificante. Já fazia tempo que nem mesmo dormir conseguia. Mesmo que tentasse me deitar e fechar os olhos, para ter pelo menos algumas horas de sono decente, eu não conseguia, revirava na cama entre os lençóis, sentava, tentava espantar todos os pensamentos ruins que rodeavam minha mente conturbada, e por mais a insistência mais eu falhava miseravelmente, afinal eu não conseguia espantar a ansiedade, vontade, necessidade. E também a culpa.

“O que foi que você fez com sua vida Daniel...”.  Maldita consciência e necessidade. Mas em poucos minutos o efeito viria e por um período curto esqueceria desse peso em minhas costas, até que ele voltasse ainda pior.

 

Flashback on

23:30 PM 18/05/2016 GRAVANDO.

 

-“Fala galera beleza? Bom eu sou o Lukas Marques “ Sempre começava assim ele se apresentava primeiro e em menos de poucos segundos tinha que ser eu... e o humor que sempre havia, na hora me faltava.

-“Opa galera, eu sou o Daniel Molo, e se...”. Não consegui terminar.

-“ Não,o assim não está dando Daniel, até quando você vai ficar assim com essa cara, esse ânimo? Já estamos nisso a mais de uma semana, não vamos conseguir produzir nada, e se você continuar nisso sem contar o que foi, eu não vou poder te ajudar...”  Lukas havia interrompido a gravação de novo, essa já era a quarta vez só naquela hora, a pergunta foi calma e até atenciosa no meu ponto de vista, mas aquilo já estava por me dar nos nervos, eu queria terminar aquilo logo, queria sair dali, queria ficar sozinho, naquela semana não havia ficado sequer um minuto em silêncio sem que ele viesse me perguntar algo, estava irritado e meu autocontrole estava quase no limite. “Estou falando com você, se fez de surdo agora?” Ou melhor já havia se extinguido tempo demais.

-“ Você ao menos agora pode calar a porra da sua boca, já que não fez isso na semana inteira?!” Acabei gritando, soltando toda a raiva e ar que se concentrava em meus pulmões, o assustei fazendo com que seus olhos ficassem totalmente abertos, até eu tinha me assustado com meu tom de voz, mas preferi admitir isso somente para mim mesmo. Ele não falava nada apenas me olhava com o espanto e eu devolvia o olhar mais somente o encarava com uma feição distorcida em raiva, na qual era causada pela minha ansiedade e o desejo, eu precisava me aliviar, eu havia jurado não fazer mais isso, mas a quem eu estava engando precisava de alguns minutos no paraíso. “Preciso sair...”  Foi a única coisa que disse quebrando aquele silêncio perturbador que havia se instalado, Lukas não disse nada ainda me olhava pasmo, e se ficasse só mais um minuto olhando sentiria que minha mente explodiria. Apenas me levantei sem dizer nada a não se lhe lançar um último olhar e sair da sala rapidamente, fui direto para meu quarto, fechei a porta assim que entrei e corri para o banheiro que havia ali, pude me olhar no espelho e ver a situação deplorável na qual estava, não que fosse de aparência porque até poderia dizer que estava bem fisicamente, mas meu olhar não demonstrava o mesmo, estava perdido, tratei de retirar minhas roupas e tentar amenizar isso com um banho, mas nada adiantou pois ao me olhar espelho novamente, eu somente conseguia ver o derrotado que estava me tornando a cada dia, repugnante. Fui no armário e tratei de pegar as peças escuras de roupa e as vesti rapidamente não me importando em arrumar os cabelos, só peguei minha carteira e coloquei meus óculos e sai do quarto, passei pela sala e não havia sinal do Lukas em lugar nenhum, era bom assim, pouparia explicações desnecessárias, fui até a porta e peguei meu molho de chave e sai de casa.

 

  Lá estava eu andando em plena meia noite pelas ruas desertas, com as mãos no bolso da jaqueta enquanto dava passos largos e apressados pela calçada, não havia nem ao menos o rastro de cachorros de rua vagueando ou adolescentes em rodinhas fumando com os amigos, devia ter alguém sim, mas estava tão preso em meus pensamentos que nem devia ter percebido, estava ansioso, nervoso queria chegar logo ao meu destino mas a cada passo que dava parecia que mais longe ele ficava, e isso já estava me tirando do sério, mas como o mundo estava a meu favor finalmente pude ver um pouco ao longe a entrada escura de um beco que fica entre duas lojas de conveniência que naquele horário estavam fechadas, apertei meu passo até entrar nele. Era mal iluminado, havia latas de lixo por todos lados, um lugar tão repugnante e perigoso de se andar sozinho nas noites, puxei a touca da jaqueta um pouco mais afim de esconder um pouco o rosto, não havia câmeras por ali, mas mesmo assim não queria que alguém o visse. No escuro pude ver uma silhueta e reconheci de cara quem era e não hesitei em seguir meu rumo até a sombra no meio de outras.

-“Pelo visto a necessidade foi maior.” Ele disse sorrindo sínico para mim, apenas me mantive em silêncio “Bom eu vejo que não vai falar nada, como sempre... Mas e ai trouxe a grana?” Pigarreou coçando a garganta enquanto lançava ainda um olhar frio, retirei as mãos de meus bolsos pegando um pequeno maço de notas presas a um elástico, estendi vendo ele pegar conferindo e retirar uma pequena maleta da bolsa que antes estava em suas costas, “Faça muito bom proveito, Drogado de merda...”  Ele a entregou e só saiu andando até desaparecer naquela escuridão no que não me importei em olhar pois meu foco estava naquela maleta prateada que estava em minhas mãos, dei meia volta e segui de onde vinha vindo, faria isso em casa, mas eu não estava aguentando mais. Parei ao lado de uma lata de lixo fechada e coloquei a maleta sobre ela, destravando-a a abrir com as mãos trêmulas e lá estava o que eu precisava já dentro das seringas e prontas para uso, minha tão amada e perigosa, Heroína. Puxei a manga da minha jaqueta deixando quase todo o braço amostra e peguei a seringa retirando sua tampa e bati com os dedos contra ela vendo o balançar suavemente, procurei a veia em meu braço e assim que a achei mordi meu lábio inferior e furei a veia injetando a droga nela, senti a euforia vindo primeiro e logo depois um conforto total se preenchia em meu corpo me fazendo relaxar completamente todos os músculos do meu corpo.

 Passei um bom tempo ali parado sentindo os efeitos se passando ao pouco, fiquei quanto tempo vinte e cinco? Meia hora ali? Até que o efeito finalmente passou e realidade caiu como chumbo na minha mente, isso era o pós-efeito, a culpa. Eu me sentia um fraco, havia cedido aos meus podres desejos, havia falhado. Cai de joelhos naquele chão imundo e quando pensei que aquilo podia ter sido o pior, eu estava redondamente engando.

-“Então foi a isso que você se prestou a fazer Daniel? Se tornar um drogado?” Me assustei com a voz, não podia ser ele... não podia ser o Lukas, mas era, ele havia me seguido. Vi ele sair de um canto escuro e se aproximar de onde eu estava ajoelhado, ele tinha um olhar diferente no rosto, ele me olhava com pena.  “Responda, isso foi mesmo o que eu vi?” Ele disse friamente.

-“V-você me seguiu?” Aquela tinha sido uma pergunta muito idiota, mas também podia ser somente uma alucinação criada pela minha mente. Vi ele rir em desdém totalmente sem humor algum.

-“Você não respondeu minha pergunta... Anda fala...” Falou seco ignorando minha pergunta, mirei o olhar em seus olhos e ele não desviava o olhar sequer um momento, aquele olhar somente me fazia sentir cada vez mais repugnante do que eu já era.

-“Sim...” Respondi em um tom de voz baixo como se sussurrasse mais para mim do que afirmava para ele, abaixei minha cabeça olhando para minha calça jeans, mas não permaneci no chão por muito tempo, não a minha vontade. Fui puxado de repente pela jaqueta ficando de pé e de frente para Lukas que a segurava com força, eu havia me assustado com o ato repentino e mais ainda ao olhar para o rosto dele.

-“Você é idiota? Sabe quais são os riscos que está correndo?!” A cada palavra solta na boca dele podia sentir seu punho se fechar ainda mais forte contra o pano da minha roupa “A quanto tempo?” Ele perguntou contendo raiva em sua voz, eu ainda estava surpreso com a sua atitude repentina, ele não era de ficar nervoso, mas agora ele estava, não consegui formular nenhuma palavra para que pudesse o responder e apenas virei a cabeça para o lado. “A quanto tempo porra?!” 

-“Um ano caramba!! Mais ou menos um ano...”  Gritei, mas minha voz havia saído falhada, desceu de um grito a quase um fino sussurro. Segurei nas mãos dele tentando o fazer soltar, mas quanto mais tentava mais ele apertava o tecido. De repente ele soltou, mas soltou me empurrando, cambaleei para trás, não ia cair, mas ao receber aquele soco no rosto, meu corpo foi de encontro ao chão.

-“IDIOTA!!!”  Ele gritou muito alto, eu estava espantando, não pelo grito, mas o soco, ele era a pessoa mais calma e pacata que eu conhecia, nunca havia levantado a voz, mesmo que ficasse com raiva, descontava a raiva em algum travesseiro a noite, e agora tinha me dado um soco? Coloquei a mão no rosto, ainda sem crer naquilo. “Você é o maior imbecil do mundo! Tudo o que você podia ter feito e fez isso? E escondeu de mim?! Do seu melhor amigo!!”  Pensei que ele partiria para cima de mim e me daria outro soco, mas ficou de costas para mim, puxou os fios do próprio cabelo, respirou e voltou a olhar para mim, contendo o tanto de raiva que sentia. “Você!”  Apontou o dedo na minha direção. “Não ouse voltar, não traga essa merda que você usa para a MINHA casa!”  Ele pegou a maleta da lixeira e a jogou no meu colo, como ela estava aberta, as coisas caíram no chão. Dito isso ele sumiu do meu campo de visão.

Mas aquilo de longe foi o menor dos meus problemas...

 

Eles só estavam começando.

NOTÍCIA!!!!

Por meio de várias fontes, descobrimos que há um desentendimento dos famosos youtubers  Lukas Marques e Daniel Mologni, donos do canal ‘Você Sabia?’

Ainda não se sabe o verdadeiro motivo, mas pelo fato de vídeos não estarem sendo mais postados, e os responsáveis não se manifestarem quanto isso, nem mesmo em suas redes sociais, será o fim do canal?

 

FOFOCA!

Lukas Marques e Daniel Mologni podem estar brigando por uma mulher? Isso pode ser o real motivo para que a amizade dos dois possa estar indo para o fundo do poço junto ao canal?

 

TEORIA!

(Por: anônimo) Pessoal, será que esse tempo que o canal está parado seja proposital? Para algo maior? Pensem comigo, eles podem estar fazendo algo muito importante e logo voltam gente...

 

AMIGOS...

‘Cara o que está acontecendo com você? Com os dois?? Não olham para cara um do outro, nem ao menos comparecem para nada...’

 

Porra... A mídia não nos deixava em paz, nem por alguns segundos, já havia desistido de usar meu celular, só de o olhar via quanta coisa era gerada na internet ao nosso respeito, estava de saco cheio, Lukas também já estava de saco cheio dela, e de mim. Havíamos brigado muito nesse tempo, ambos já estavam no limite, ele mais que eu, estávamos num ponto crítico nem de nos olharmos. Não recebíamos visitas, por não as aceitar. Mas não ficou com isso por muito tempo.

 

-“Estou indo embora.”

 

Havia sido fim. O fim do canal...

 

O fim da nossa amizade.    

 

FLASHBACK OFF

 

Já faziam dois anos desde tudo aquilo, minha vida mudou, mudou muito, para pior. No começo foi difícil, sair, buscar meios do meu perigoso vício, até mesmo sair no mercado, eu era reconhecido, haviam perguntas frequentes, foi difícil me livrar delas, o afastamento de todos que eu conhecia foi o pior de tudo, amigos, namorada e até algumas pessoas da família não mantiveram mais contato, principalmente o Lukas, foi uma época muito difícil, a qual me fez voltar para a Itália, pelo menos um tempo, até que a mídia parasse de pegar no meu pé, me esquecesse. E isso aconteceu.

Fugir podia parecer covardia e muito, mas foi só o que eu consegui fazer, fugir, me afastar, foi o melhor, no meu ponto de visão. Com o tempo eu voltei para o Brasil, estava mudado, tanto fisicamente quanto psicologicamente, não era o mesmo eu de anos atrás. Era um novo...

 

E pior Daniel.

 

Meus vícios se expandiram, não era só mais a heroína que agora percorria por meu corpo, maconha, ecstasy e a bebida, não que eu não bebesse antes, mas havia começado a beber ainda mais, para não saber onde eu estava e acabar acordando na cama de uma mulher qualquer de manhã.  

 

 

Estava deitado no velho colchonete surrado naquele quarto vazio, no que não podia chamar de apartamento e sim de um simples quarto precário com um banheiro do outro lado, sem móveis, apenas o colchão e algumas roupas em uma pilha jogada no canto do quarto, um nojo, mas era o só que eu consegui pagar com o dinheiro que conseguia, e mesmo assim estava com o aluguel atrasado, e logo podia ser despachado pelo sindico dessa porcaria. O quarto estava totalmente tomado pelo cheiro do tabaco, ainda tinha um pouco de fumaça já que havia acabado de o apagar, estava de noite, podia ouvir os barulhos dos carros passando lá em baixo, estava completamente entediado, não havia saído de lá desde da hora do almoço quando havia comprado qualquer porcaria para matar a fome.

 Levantei e fui para o banheiro, resolvendo que ia sair, tomei um banho rápido- nem tão rápido- de água um pouco gelada mesmo, afinal fazia calor. Sai do banheiro pingando e peguei uma toalha me secando, procurando roupas limpas e aceitáveis naquele monte, me vesti sem muita pressa e terminei de me arrumar. Em alguns minutos já estava fora de casa vagueando pela rua, pensando para onde iria, até me lembrei que havia sido convidado-intimado- por alguns “amigos” a comparecer a uma abertura numa boate que ocorreria naquela noite, fuçar no meu celular rapidamente me rendeu a achar o tal endereço. Fui rápido em pegar um táxi, não pagaria tanto, não era muito longe de onde eu morava.

 

 

 

Não demorei muito para chegar, nem para entrar no lugar, que por sinal estava bastante cheio, liguei para um dos “amigos” falando que estava por lá com uma certa dificuldade pela música alta que tocava em um ritmo animado, ele que comemorou e me disse para subir ao segundo andar onde ficavam pessoas mais importantes. Esses meus “amigos” não eram nada mais ou menos, para quem eu devia uma boa quantia de grana por causa dos meus peculiares vícios, uma merda eu sabia, mas não podia dar as costas, eram pessoas perigosas, que eu mesmo sabendo disso, fui idiota ao me intrometer. Tudo era minha culpa, somente minha.

 

 Fui até o segundo andar onde os encontrei rodeados de mulheres, que sentavam em seus colos com suas roupas extremamente curtas e lhe falavam coisas no ouvido.

 

-Daniel meu bom amigo, você nos deu o ar de sua graça. – Mathias o cara que comandava tudo ali literalmente, dispensou a garota que estava sentada com ele e veio me receber com um aperto de mão e um tapa nas costas. – Pensei que teria que mandar te colocarem num furgão para lhe trazer para cá.

 

Percebi o quão sério seu tom de voz saiu na última parte, e permaneci calado, dando um sino sorriso para ele.

 

-Meu amor assim você está assustando esse belo rapaz. – Natasha, a namorada de Mathias chegou por trás de si com seu tom aveludado, me lançando um olhar sedento e discreto. Era uma bela mulher, e sabia muito bem usar dessa beleza ao seu favor. – O deixe se divertir essa noite.

 

-Claro meu amor, essa é uma noite para que todos se divirtam. – Sorriu para a mulher como um homem apaixonado, a beijando com carinho, coitado, mal sabia que a mulher não valia o que comia. Ela saiu e voltou a se sentar, conversando com algumas garotas, não tirando o olhar de mim, voltei a atenção a Mathias quando o mesmo se aproximou e colocou algo no bolso da minha jaqueta. – Menos você, irá trabalhar, lembre-se está em maus lençóis comigo Daniel.

 

 Sabia o que ele queria que eu fizesse, ele me olhou repassando o que eu já tinha em mente e foi se sentar, eu permaneci em pé, então resolvi descer, iria começar logo, para a acabar logo, eu ia...

 

Vender drogas.

 

 

 

Já havia percorrido aquela boate inteira, consegui fazer bastantes negócios, vender o que foi me dado, e entregar o dinheiro todo a Mathias que havia me dado o restante da noite, para que me divertisse. Já eram 02:30 AM eu já havia bebido bastante no bar, estava mais feliz, bastante solto, já havia até mesmo me enfiado em algumas salas reservadas com algumas garotas a procurar de uma boa diversão. Estava novamente no bar, afastado da pista de dança, pedindo o que a décima dose de tequila da noite? Foram tantas, ainda estava em meu estado mental perfeito, por incrível que parecesse. Eu bebia calmamente, até que alguém se sentou do meu lado no balcão.

 

-Uma dose de Uísque por favor...

 

Eu conhecia essa voz, um pouco diferente talvez, eu estava bêbado, mas tinha certeza era irreconhecível.

 

Lukas Marques.

 

Olhei para o lado e realmente tive a certeza, era o Lukas. Um pouco diferente na aparência, mas ainda o mesmo.

 

-Lukas Marques?

 

-Sim? Um fã?... – Ele respondeu sem me olhar pois ainda pegava a bebida que havia pedido, ele não reconheceu minha voz? Claro que não, tinha mudado e a bebedeira deixava ela estranha. Assim que ele pegou a bebida se virou para mim, e a derrubou. – Você?...

 

- Há quanto tempo... – Ri nasalado balançando a bebida, vendo a cara de espanto dele se diminuir aos poucos e se tornar uma expressão a qual eu não pude ler. Pedi ao garçom outra dose do que ele iria beber e assim que ele me entregou arrastei a bebida até a frente dele. – Beba, é por minha conta.

 

- Obrigado... – Ele respondeu depois de alguns minutos em silêncio, pegando a bebida, voltando a ficar quieto.

 

-Você mudou bastante... – Voltei a puxar o assunto após ver que ele não falaria mais nada.

 

-Você também não saiu perdendo nisso... – Ele me olhou de relance.

 

-E a vida? Como ela anda? – Perguntei não só por educação, realmente queria saber, fazia tanto tempo...

 

-Você quer mesmo perguntar como andou minha vida? Tem tanta coisa para falar e você vai falar disso? Jura?

 

-Não... – Ri e bebi mais um pouco. – Então sobre o que quer falar?

 

-Não sei, vamos beber, se algum assunto vier falamos sobre ele.

 

E acabamos ficando em silêncio, bebendo nele, mas nada que durasse muito tempo, logo estávamos os dois eu e Lukas, os dois bêbados, conversando como antigamente.

 

Como os bons amigos que costumávamos ser.

 

 

 

- Eu estou te falando! Não tive culpa, do vestido daquela mulher ter pego fogo! – Lukas chiava e começava a rir um pouco-muito- descontrolado, eu também não podia falar que estava rindo baixo também. Afinal estávamos muito bêbados.

 

-Não! – Eu mal conseguia falar, minhas risadas cortavam todas as palavras.

 

-Mas então, e sua vida?? Aposto que pegou... –Ele fez uma cara engraçada na qual eu teria rido, se a pergunta não tivesse me incomodado um pouco.

 

-Hora Mologni quem é esse seu belo amigo? – Natasha, santa Natasha, apareceu bem na hora para que eu escapasse dessa pergunta. – Qual seu nome fofo?

 

- Lukas. Lukas Marques, ao seu dispor... –Respondeu risonho ganhando um olhar com segundas intenções dela. – Essa é sua namorada Daniel? Que bela..

 

-Namorada? Não.. Nós somos apen-...

 

-Mas é claro que não, não deixaria ele nem pisar aqui. – Natasha respondeu leiga, e se aproximou de mim estalando um beijo na minha bochecha. – Pode dizer que somos... – Ela beijou meus lábios descaradamente. –Amigos... bem, bem próximos...  

-Nossa eu quero uma amiga assim também! – Lukas riu batendo palmas idiotamente, enquanto eu olhava pasmo para a mulher que me sorria se um pingo de vergonha cara.

 

-Você pode ter meu querido...pode ter. – Ela sorriu e se aproximou de Lukas, capturando seus lábios, o beijando com vontade, o deixando com a marca do batom vermelho que usava como lembrança. Ela se afastou e mandou um beijo no ar para o garoto colocando um papelzinho no bolso dele, começando a se afastar. – Vejo vocês depois meus amores...

 

Ela deu as costas e eu digerindo ainda o que aconteceu olhei com horror para Lukas que abobadamente estava com um maior sorriso no rosto.

 

-Você sabe o que aconteceu agora? – Perguntei pasmo.

 

-Nós beijamos uma mina muito gata e eu peguei o número dela? – Riu idiota.

 

-Não! Nós acabamos de nos fuder!!... – Levantei em um salto do banco e puxei Lukas pelo braço, esse que protestou e saiu aos tropeços. Ele tinha visto, com certeza tinha. Merda.

 

Corri com Lukas cambaleando um pouco, empurrando as pessoas na pista, e quando achei a saída, nós fomos barrados.

 

-O Mathias quer falar com você Daniel. – Um homem muito mais alto que eu, nos parou e mesmo eu tendo falado que não queria, fomos levados a força por ele e outro cara.

 

Nos jogaram que nem lixo numa sala, não tinha barulho da batida forte da música, era como se fosse a prova de som, era um lugar mal iluminado, mal de tudo. Lukas me olhava confuso e eu sabia o que tínhamos causado, ou melhor o que a vadia da Natasha tinha feito.

 

- Daniel Mologni... Eu confiava tanto em você... – Ouvi a voz de Mathias ecoar e meu coração chega parou. O vi passar pela porta sendo seguido por dois homens, um com as mãos presas nos fios de cabelos loiro de Natasha os puxando.

 

-M-Mathias... não é o que está pensando... – Respondi sentindo o medo me percorrer.

 

-Eu não estou pensando em nada. –Riu cínico olhando para o cara que segurava a mulher, o fazendo a empurrar, ela tinha lágrimas no rosto, a maquiagem toda borrada e um vergão no rosto.

 

-Meu... meu amor tenha piedade... – Ela soluçava pedindo por perdão de joelhos, mas só recebeu outro tapa na cara.

 

-Meu amor? Me poupe sua vagabunda. – Riu tirando uma arma da cintura apontando para o rosto da mulher a assustando, assim como assustou a mim e a Lukas. – Eu te amava Natasha...

 

E atirou.

 

Foi uma cena horrível, o corpo da garota caiu no chão, em pouco segundos uma pequena poça de sangue se formava ao redor de sua cabeça, onde havia um buraco de bala.

 

-Tão bonita... uma pena. – Falou com uma voz magoada, mas seu rosto voltou a ficar frio. – Próximo.

 

O homem sorriu e um dos outros veio até nós e puxou Lukas, que tentou se soltar gritando, mas levou um soco no nariz, o fazendo sangrar instantaneamente. Ele o levou até Mathias que o pegou e apontou a arma para trás da nuca dele.

 

-Não! Mathias ele não tem culpa de nada! Não o mate, eu mereço morrer ele não! – Gritei em pleno ar nos pulmões, fazendo ele rir, e muito, enquanto Lukas, já tinha lágrimas misturadas ao sangue que pingava no chão.

 

-Desculpa Daniel, você vai mesmo morrer, mas poupar ele... Eu não posso, testemunhas são coisa arriscada... – Fingiu pena, mesmo com aquele sorriso cínico espantado no rosto. – Diga suas últimas palavras.

 

-Daniel... Me desculpa... – Ele não conseguia falar muito, o sangue ia em sua boca. – Por não ter ficado... não ter ajudado.. você precisava de mim... eu... eu não pude te ajudar.. é minha.. é minha cul-..

 

O corpo de Lukas foi ao chão, do mesmo jeito que o de Natasha.

 

-Que lindo, adorei a declaração... mas era muito longa, chata. –Riu.

 

Lágrimas desciam meu rosto, quando dei por mim, corri e soquei a cara de Mathias o fazendo ir para trás e me joguei no chão pegando o corpo, morto de Lukas nos braços chorando muito.

 

-Lukas me perdoa! Eu não queria, não era sua culpa, era minha... SÓ MINHA! – Gritei aos prantos apertando o corpo dele ao meu. – Me.. Me perdoa...

 

-Peguem esse filho da puta. – Mathias gritou com a mão no rosto, e dois caras me puxaram segurando pelos ombros, enquanto eu me debatia, o homem voltou a segurar a arma e a apontou para minha cabeça. – Como eu disse a uns dois anos atrás naquele beco onde seu amigo te descobriu... Faça bom proveito, drogado de merda.

 

Meu último olhar foi para meu amigo, ali no chão em meio a uma poça de sangue, morto. O único amigo, o único.

 

Que eu não consegui o perdão. 

 

NOTÍCIA!!!!!

Na manhã de segunda foram encontrados os corpos dos ex-youtubrs brasileiros Lukas Marques e Daniel Mologni, junto a uma mulher desconhecida, nos fundos de uma boate. Os três indivíduos tinham marcas de bala na cabeça, foram cruelmente assassinados. Até o momento, nenhum culpado foi encontrado.

 

FOFOCA!!

Será que foi um assassinato por algum desconhecido, ou duas mortes causadas por ciúmes e uma por arrependimento? Será? Nunca iremos saber..

 

TEORIA

Até agora nenhuma...

 

AMIGOS..

Preferem não comentar sobre isso...

 

 Drogas, além de prejudiciais à saúde, causa morte de inocentes... consentisse.

Diga não as drogas...

 

Fim.


Notas Finais


BEEEMMM eu juro para vocês que quando revisei, aquela lágrima solitária desceu no meu rosto :'D mas eu me recuperei e fingi que nada aconteceu hauahauuahau obrigado pela leitura XD


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