História Hey ASTRO! - Let me make it better -

"You're broken, let me make it better
Glue you back together {...}" – (Travis Garland)

– Hyung, porque você a tratou tão mal? – Sanha perguntou o que todos nós queríamos saber.

– Vocês não entenderiam – ele simplesmente deu de ombros e mordeu um novo pedaço de seu sanduíche.

– Ela pareceu bem magoada – comentei.

– Se está preocupado, então vá consolá-la Eunwoo! Eu não me importo – Bin respondeu com a boca ainda meio cheia.

– Está sendo ridículo! Desde que nos conhecemos, você só fala nessa garota e quando ela aparece, você a trata como um nada... diz que pra você, ela morreu! – retruquei, irritado.

– Porque é verdade!

– Não, não é! Você gostou de vê-la!

– Não briguem – Sanha pediu, mas já não adiantava mais.

Era sempre assim... Bin fazia burradas, e nós tínhamos que passar a mão na cabeça dele, e ignorar... Só que não dessa vez! Eu estava irritado com a situação. Na Doorim me pareceu uma garota muito boa, e não merecia ter sido tratada assim, principalmente depois de admitir que voltou só por causa do Bin, e que tentou manter contato – coisa que ele não tinha nos contado!

– Você se faz de durão, mas no fundo estava doido para abraçá-la – cruzei os braços.

– Hyung, você não nos contou que ela manteve contato com você – Sanha comentou, "mudando" de assunto.

– Eu... – ele pareceu fraquejar e então olhou para cada um de nós antes de suspirar e deixar seu corpo afundar na cadeira. – Eu não recebi nenhuma carta dela depois que foi embora.

– Então acha que ela está mentindo? – Jinjin perguntou e Bin deu de ombros.

– Tanto faz pra mim.

– Porque continua tentando mentir para nós, Bin? – Rocky perguntou e o resto de nós assentiu.

– Porque vocês insistem em dizer que estou mentindo? – ele perguntou, nervoso.

– Porque nós te conhecemos há quatro anos, Moon Bin! Porque nós passamos os últimos três anos e meio ouvindo você falar dessa garota, o do quanto vocês eram amigos e do quanto você sentia falta dela... – Rocky se levantou enquanto falava. – Então não dá pra acreditar que você, de um dia para o outro, decidiu que não queria mais saber dela. Não minta para os seus amigos, Bin!

Ele sabia que estávamos certos. Conhecemos Bin já há tempo suficiente para saber quando ele estava mentindo. Mas a verdade é que ele é tão cabeça dura, que jamais vai admitir...

– Vocês estão doidos – ele se levantou, pegou a mochila e saiu para fora do refeitório, deixando o resto de nós olhando para o nada.

– Alguém entendeu alguma coisa? – MJ perguntou e todos negamos com a cabeça.

Aquilo simplesmente não fazia sentido!

O sinal tocou um pouco depois e então todos fomos para nossas respectivas aulas. Era engraçado sermos tão amigos, tendo idades tão diferentes, mas tinha acontecido e éramos os melhores amigos daquele colégio, todos nos conheciam por sermos parte de um grupo musical... claro, ainda não éramos conhecidos fora do colégio, mas sonhávamos com isso desde que começamos com o grupo e trabalhávamos duro para isso. Apesar de Bin e eu brigarmos bastante, sabíamos que podíamos contar um com o outro sempre, assim com os outros garotos. Por isso, não entendíamos porque ele estava tentando esconder algo de nós, quando já sabíamos da existência de Na Doorim.

Quando a aula acabou, peguei minha mochila e fui para a frente da sala de Moon Bin, correndo pelos corredores para conseguir chegar a tempo. Assim que cheguei, vi Na Doorim saindo da sala de cabeça baixa, então me aproximei. Se Moon Bin não quer me contar o que está havendo, vou descobrir por mim mesmo!

– Oi Doorim! Posso chamá-la assim, não é? – comecei a andar do lado dela e a vi erguer a cabeça para me olhar, um sorriso fraco surgindo em seus lábios.

– Claro, pode. Oi Eunwoo.

– Tá tudo bem? – ela deu de ombros como resposta e eu olhei para o lado bem a tempo de ver Bin nos olhando com uma certa decepção no olhar.

Foi ele quem me mandou vir consolá-la, não foi? Aguente as consequências, Moon Bin!

 – Se você está assim por causa do Bin, não fique... não vale a pena!

– Não fale assim – ela pediu, a voz baixa e então parou de andar, a cabeça ainda baixa.

– Hey, Doorim... – parei na sua frente e não me mexi até que ela me olhasse. – Ele vai pedir desculpas logo, você vai ver... Ele só precisa de um tempo pra aceitar a ideia de que você voltou. Ele realmente sentiu muito a sua falta.

– Você acha? Porque eu o vi, e ele não se parece mais com o melhor amigo que eu deixei há quatro anos.

– As pessoas mudam, sabe... crescem, amadurecem... ele passou muito tempo longe de você.

– E porque ele não respondeu minhas cartas, Eunwoo?

– Talvez ele não as tenha recebido... – lembrei-me do que ele disse quando estávamos no refeitório.

– Nenhuma? Durante seis meses, mandei para ele uma carta por semana. Por seis meses inteiros! E ele não recebeu nenhuma?

– Pode ter acontecido alguma coisa que o impediu de receber as cartas...

– Eu gostaria de saber o quê, mas ele nem ao menos olha para mim – ela bufou. – Isso é tão frustrante! Voltei para a Coréia do Sul achando que o encontraria e que tentaríamos recuperar o tempo perdido, mas ao invés disso, estou sendo ignorada!

– Você sentiu a falta dele, não é?

– Claro que sim! Todos os dias desses quatro anos – ela abaixou a cabeça de novo. – Foi horrível, mas eu tive que aguentar! Meus pais não me deixariam voltar antes.

– Eu nem imagino pelo que estão passando...

– Espero que nunca saiba – ela me olhou e sorriu.

– Hey, venha ver nosso ensaio – sorri de volta para ela.

– Ensaio?

– Sim! Nós temos um grupo. Hoje o Bin vai apresentar uma música nova para nós, uma que ele escreveu recentemente e ainda não tivemos a chance de ouvir. Pode ser que isso aproxime vocês!

– Ou nos separe... aposto que ele não vai querer cantar se souber que estou lá.

– Ele vai cantar, nem que você tenha que se esconder.

– Obrigada pelo convite, mas... Eunwoo, porque está sendo tão legal comigo?

– Porque eu sei que o Bin sente sua falta, e odeio quando ele é orgulhoso assim... Quero que se acertem logo.

– Obrigada! Eu acho que vou aceitar.

– Legal! Me passa seu telefone então, eu passo na sua casa pra te pegar.

Ela concordou e me passou o número dela, então a acompanhei até a saída, onde ela entrou no carro do tio e foi embora depois de se despedir de mim. Eu fui para casa pensando no que ela deveria estar sentindo... voltar a cidade apenas para ver alguém que não quer saber de você deve ser horrível... Eu tinha que ajudar aqueles dois!