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História Hey, Capitão! - Marketing.


Escrita por: Seola______

Capítulo 10 - Marketing.


– Realmente sinto muito, Mary – deixava um recado em seu celular – por favor me liga, quero me desculpar, não devia ter falado nada daquilo. Sei que não estou sozinha, sei que tenho você, minha melhor amiga há anos. Desculpa. Me liga quando der? Boa tarde.

Já era o terceiro recado que deixava para ela. Provavelmente Mary não estava querendo me atender, e não tirava sua razão. Deixei meu celular no sofá ao lado do controle remoto da TV a cabo, fiquei de pé e fui arrastando até a cozinha pegar um pouco de água, precisava criar forças e juntá-las com a animação para ir até algum restaurante almoçar. Ou simplesmente poderia pedir um lanche. Não faria muito mal. Não por um dia.

Peguei meu celular para discar, mas quando discava o numero pensei que talvez, Mary quisesse falar comigo e não poderia deixar o celular ocupado. Peguei o telefone fixo e disquei para um restaurante de comida japonesa. Não era o almoço ideal, mas provavelmente seria bom, fazia tempo que não comia comida japonesa.

– Boa tarde – um homem atendeu.

– Boa tarde – falei fitando a televisão, estava na CNN e no momento passava algo sobre Nova York – gostaria de saber quanto está a porção do prato do dia.

– Nós não temos prato do dia – ele respondeu rudemente.

– Isso não é um restaurante? – perguntei voltando minha atenção para a ligação.

– É um restaurante japonês, não temos prato do dia.

– Muito interessante – falei em um tom de voz baixo – então quero o prato mais pedido.

– Certo – ele disse – qual o endereço?

Lhe dei meu endereço e ele apenas desligou. Pessoas mal educadas. Revirei meus olhos e fui novamente até meu celular tentar ligar para Mary, assim que segurei meu celular em mãos, ele chamou. Na tela estava escrito “Mary chamando” e demorei um pouco para atender. Não por orgulho, não era orgulhosa, mas por medo do que podia escutar, do que ela poderia jogar na minha cara. Deveria ser corajosa.

– Alô? – atendi meu coração palpitava aceleradamente – Mary?

– Oi Helena – ela disse fria.

– Ei, recebeu meus recados, não recebeu?

– Recebi sim, e está tudo bem, não se preocupe.

– Não está tudo bem nada, Mary – falei sentando-me no sofá – eu te conheço. Você é minha melhor amiga.

– Não parece.

– Mas é – bufei – sinto muito, por tudo que falei, por tudo de errado que fiz. Desculpa.

– Tudo bem, Helena – Mary disse – preciso correr, tenho uma entrega daqui há uma hora e preciso certificar se está tudo certo.

– Sinto muito – foi a única coisa que falei antes dela desligar.

Me joguei na frente da televisão e então fitei o noticiários, Os Vingadores estavam lutando pela cidade e quando vi Capitão América passar correndo pela câmera da CNN dei um fraco sorriso, a noite passada havia sido incrível. E não esperava a hora de vê-lo novamente.

[Alguns dias depois]

– Muito bem senhorita – o médico sorria anotando algo em sua prancheta – não precisa mais ficar parada em casa, pode retornar á sua vida normalmente, mas com cuidado para não se enfiar no meio de uma batalha.

Eu ri – Obrigada.

– Vou falar com seu namorado para entrar.

– Ele não é...

Mas antes mesmo de falar que Steve não era meu namorado, ele saiu do quarto onde estava e falou algo com Steve quem entrou logo em seguida, provavelmente tinha falado algo do tipo “cuide bem dela, não deixe que ela se meta em encrenca e blá blá blá” deduzi pelo sorriso de Steve ao entrar no quarto. Ele tinha feito a gentileza de me levar ao médico, não sei ao certo porque, mas não neguei. Ficamos juntos o final de semana todo, mas não fizemos nada demais. Não jantamos nem invadimos jardins privados. Dei um fraco sorriso abotoando minha sandália, aquela noite havia sido realmente romântica.

Fiquei de pé e pude sentir meu pé fisgar. Sim eu teria que fazer fisioterapia, pelo menos por uma semana, mas nem que fosse na marra eu voltaria andar normalmente. Dei o primeiro passo e praticamente meu pé virou, mas sem doer parecia dormente. Steve me segurou pelo braço e ambos esquecemos que quase caí, ele me fitou nos olhos e com um sorriso desviou o olhar evitando que nos beijássemos ali, no hospital.

Certo, eu não sabia ao certo o que tínhamos. Aposto que ele também não sabia. Eu não tinha ideia se ele pediria oficialmente para namorar, ultimamente isso é raro, mas ele é um cara á moda antiga né? Ele viveu na época antiga, então eu não sabia o que deduzir e preferia não rotular nada para não me decepcionar, mas pensar no fato de namorar embrulhava meu estômago.

Não tive muitos namorados, e os que tive mantive um relacionamento a base de brigas. Não durei mais de dois meses com meu último namorado. Talvez por minha culpa, mas não brigaria tanto se ele não inventasse desculpas para não passar um sábado á noite comigo. Não em festas, pois não sou muito festeira, mas vendo um filme debaixo do cobertor e comendo pipoca. Sim, eu tinha muito dessas coisas de adolescente sonhadora, não conseguia evitar.

– Como se sente? – Steve perguntou tirando meu foco de meus pensamentos.

– Livre – ri fitando minha perna – não tenho mais um extraterreste aqui.

Ele riu – Era charmoso.

Dei de ombros e lhe encarei – Não sou mais charmosa.

– Não disse isso – ele abriu a porta do quarto de hospital – disse que era um charme e é claro que você é bem mais charmosa que um simples gesso.

Apenas sorri. Steve segurava minha mão, sua desculpa quando lhe fitei ao primeiro contato de nossas mãos foi:

– Não quero que caia.

E simplesmente assenti. Não perderia a chance. Entramos no elevador e descemos do décimo quarto andar para o térreo, não demorou muito, mas ficamos em silêncio até chegarmos no térreo, Steve entrelaçou seus dedos no meu e confesso que senti muito mais segurança, não por Capitão América estar segurando minha mão e sim porque sabia que se tropeçasse ou caísse ele me seguraria. Quando viramos para descer as escadas rolantes e sairmos daquela parte do hospital – que não era a parte de emergência em que eu e Mary ficamos quando o incidente do restaurante ocorreu – acabei parando no meio do caminho quando vi Mary e Peter parados na ponta da escada rolante, confesso que meu coração disparou. Eu precisava pedir desculpas e fazer tudo ficar numa boa novamente, sentia falta dela.

– Oi – falei quando ela se afastou de Peter e Steve ficou um pouco mais atrás quando soltei sua mão.

Parecíamos em um campo de guerra. Mas não haveria briga alguma.

– Vejo que estão juntos – Mary parecia séria.

– Não estamos – falei – e se estivéssemos não teria como te contar, você não atende minhas ligações.

– Você me machucou, Helena.

– Sinto muito – falei – já pedi desculpas inúmeras vezes pela minha burrada. Sinto sua falta.

– Você é sozinha, como pode sentir minha falta? – ela provocou.

– Mary, é ruim pedir desculpas tá legal? – falei lhe fitando – é complicado assumir que está errado e fiz isso sem pesar, porque não consigo ser orgulhosa com a minha melhor amiga. Não acha que está na hora de parar com o drama?

A palavra soltou da minha boca e estava me arrependendo amargamente por tê-la dito.

– Drama? – ela repetiu.

Prossegui – Me diga que não é drama o fato de me ignorar sendo que sabe que estou errada, sendo que quer me desculpar e voltar a fazer parte da sua vida. Assim como preciso de você em minha vida, você sabe que só tenho você aqui em Nova York.

– Agora tem Steve – ela permanecia com o drama.

– Ele é meu... – olhei ara trás para olhar Steve quem agora conversava com Peter. Realmente, Peter era muito sociável, prossegui – não sei o que ele é.

– Não sabe? – Mary perguntou, vi um sorriso brotar no canto de seus lábios grossos, ela não queria sorrir.

– Não. Estamos apenas saindo.

– E já rolou? – ela perguntou agora sorrindo.

– Rolou o que? – perguntei sentindo meu rosto queimar, detestava falar sobre certos assuntos, até com Mary.

– Ah você sabe – ela riu dando um tapinha de leve em meu ombro – ele te leva até em casa?

– Todo dia – balancei a cabeça.

– Isso é bom. Já o chamou para entrar?

– Não.

– Como assim não? Por que você sempre...

– É bom tê-la de volta – a interrompi dando um sorriso.

Ela sorriu sem mostrar os dentes, tornou a fazer sua fachada de durona – É bom estar de volta.

Foi quando a abracei e ela então sussurrou:

– Acho bom me contar tudo desta vez.

– Irei, prometo – me soltei dela sorrindo.

– Eu te conto tudo – ela sorria – contava quando conheci Peter, quando ficamos, quando dormimos juntos, quando passei na faculdade, quando ganhei meu primeiro emprego, quando soube que estava grávida ...

Ela então parou e me fitou com as sobrancelhas erguidas. Todas aquelas coisas que Mary disse, ela já tinha me contado, exceto a última “quando soube que estava grávida”. Ai meu Deus, ela estava grávida! E honestamente, eu não podia pular porque mal conseguia me manter de pé, mas não me importei. O Saguão do Hospital deu um enorme eco quando gritei um agudo “aaaaaah”, mas pedi desculpas logo em seguida. estávamos em um hospital, não em um shopping.

– Eu. Não. Acredito! – falei pausadamente tamanha minha euforia.

– Estou de dois meses! – ela sorriu completamente feliz.

– Ah, meus parabéns Mary! – a abracei novamente – ah! Que noticia boa!

– Eu sei – ela sorriu chamando Peter, ele então parou ao lado dela a abraçando pela cintura. Ele estava com um sorriso e uma cara de bobo, Steve parou ao meu lado, mas não nos encostamos, olhei para Steve e então dei a noticia:

– Mary está grávida!

– Uau! – ele sorriu apertando a mão de Peter e a de Mary – parabéns... Mesmo, felicidades.

Mary sorriu – Obrigada.

– Obrigado – Peter agradeceu.

– Eu realmente estou muito feliz por vocês dois.

– Viemos ao hospital para te contar – Peter riu – Mary sabia que viria para tirar o gesso e acabei acompanhando-a, porque da ultima vez que a deixei com você, ela ficou desacordada por algumas horas – ele olhou para Steve – sabia disso?

Steve lhe fitou – Nossa, mas como?

Eu apenas sorri. Até que Steve era um bom mentiroso, o que é difícil de acreditar, eu sei.

– Estávamos saindo de um restaurante – Mary contava a história que ele sabia de cor e salteado, afinal, ele quem nos salvou – quando um carro atingiu o restaurante, Mary me puxou para o lado, mas acho que desmaiei – ela pousou as mãos sobre a barriga – dei sorte de não ter perdido meu bebê – ela prosseguiu – não sei o que aconteceu, mas Helena disse que Homem de Ferro e Capitão América nos salvaram! – ela parecia eufórica – e Helena mudou totalmente a opinião dela sobre Os Vingadores.

Evitei fazer uma careta, porque não havia motivo. Eles não sabiam que Capitão América estava ali ao meu lado, assim como Capitão América não sabia do meu total desprezo pelos Vingadores antes de ser salva por ele e Tony Stark.

– Nossa, que incrível! – ele sorria – mas qual era a opinião de Helena sobre Os Vingadores?

– Nenhuma, eu...

– Ela não acreditava – Mary disparou na minha frente em um tom de voz mais alto – achava que era estratégia de marketing ou algo assim... Quando eles apareceram pela primeira vez, ela ficou um dia inteiro no quarto só para parar de escutar os noticiários os idolatrando.

Steve me fitou com um sorriso, eu tentava sorrir tranquilamente, mas estava com falta de ar.

– Nossa – Steve riu – estratégia de marketing? Não acredito nisso.

– Nem eu – Mary balançou a cabeça, Peter riu.

– Mas já mudei minha opinião e preciso ir – finalizei o assunto – tenho uma entrevista logo pela tarde.

– Ah sim, vamos fazer um exame aqui também – Mary sorriu – é bom tê-la de volta.

– Igualmente – falei – tchau Peter.

– Tchau – ele sorriu e os dois foram caminhando até o elevador.

Saí andando logo á frente, evitando interrogatórios. Realmente não acreditava nos Vingadores até me salvarem e um deles me beijar. Continuei caminhando, mas ainda sim não conseguia andar tão rápido quanto antes, o que fez com que Steve me alcançasse com facilidade. Mas ao contrário do que pensei, ele não disse nada e também não segurou minha mão, apenas abriu a porta do carro com um sorriso, mas evitava olhar para sua cara. Como sempre: Mary falando o que não devia.

Ficamos todo o caminho em silêncio, ele não falava nada e eu sequer ousava em puxar algum assunto, ele estava me dando uma carona até em casa e eu não tinha nenhuma entrevista pela tarde, apenas queria finalizar o assunto e sabia que Mary não pararia de falar enquanto não fossemos embora. Ele estacionou o carro na porta do meu apartamento e saí antes mesmo de abrir a porta para mim.

– Ei, escute – falei segurando minha bolsa – sinto muito.

– Estratégia de marketing? – ele perguntou rindo.

– Eu não sei – tentei explicar – sinto muito, mas realmente não acreditava.

– Por quê?

– Porque nunca os vi de perto – fui sincera – o governo podia muito bem tê-los inventado para lucrar, não sei – dei de ombros – e é claro que estava errada, não queria que escutasse isso, deve estar me achando uma idiota, hipócrita, sei lá – levantei o olhar até Steve – desculpe.

Ele então cruzou os braços na frente do peito e sorria. Não estava entendo o porquê daquele sorriso, mas não era idiota em perguntar. Steve descruzou os braços e então colocou suas mãos geladas em meu rosto, apenas sorri, ele então sussurrou, fazendo com que aumentasse mais ainda meu sorriso:

– Não ficaria com raiva de você por uma coisa a toa. Definitivamente gosto de você.

E em seguida me beijou. Senti como se fosse o beijo mais verdadeiro que alguém tinha me dado algum dia, desta vez quem cedeu o beijo fui eu, desta vez quem teve a atitude foi ele e talvez por isso tenha sido tão verdadeiro. Passei meus braços em volta de seu pescoço enquanto ele segurava meu rosto, posso dizer que o senti sorrir em meio ao beijo, mas nada que atrapalhasse. Quebrei o beijo quando estava começando a ficar sem ar, Steve estava com a respiração ofegante, mas não tentava demonstrar isso.

– Quer entrar? – convidei novamente por impulso.

– E sua entrevista? – ele perguntou.

– Não há nenhuma entrevista, quer entrar? – perguntei novamente, estava parecendo desesperada e provavelmente estava.

Ele sorriu me fitando nos olhos – Não rejeitaria este convite por nada nesse mundo.



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