História Hey, Fica Mais Um Pouco - Coração Livre

    Na volta do jantar para o quarto combinei com as meninas que todas nos devíamos nos levantar antes das 7 horas, para que não corrêssemos o risco de atrasos, nos apresentaríamos a tarde é bem verdade, mas tínhamos de estar presentes para o evento da amanhã, não apenas pra olhar as outras equipes e sim por fazer parte do protocolo da competição, todas as questões da abertura oficial do torneio. As meninas estavam todas bem, confiantes e seguras, mas com os pés no chão, sabíamos da nossa qualidade e o quanto ter a quinta harmonia de volta a formação final iria ajudar com os juízes, estávamos em forma e motivadas, podíamos até perder, mas a outra equipe teria de ser no mínimo perfeita. Já no meu quarto, Mani e Dinah ficaram conversando comigo enquanto Camz tomava seu banho, as duas garotas pareciam preocupadas com duas equipes e aproveitamos esse tempo para debater sobre isso, nada muito radical, não tínhamos muito o que fazer, mas como elas se apresentariam a tarde, não estava nos livros de regras que é proibido intimidar as outras equipes, era um jogo de interesse assim como em qualquer outro esporte, enganado está quem pensa que todos ali jogam sujo, seguimos as regras, sem deixar de por nosso objetivo sobre o dos outros, assim como todos os fazem. Quando pude tomar meu banho, deixei Camila com as garotas e admito que demorei um pouco mais do que imaginei em meu banho, com a água quente caindo em meu corpo, eu relaxei e me deixei pensar no torneio, suas inúmeras possibilidades e significados para cada uma das meninas ali. Abri a porta do quarto encontrando apenas minha namorada deitada sobre a cama que tínhamos escolhido que usaríamos, vendo algo no celular, fui até ela e comecei uma massagem em seus pés, ela me olhou sorrindo e me chamou com um leve movimento com a cabeça, subi sobre ela a beijando em seguida, trocamos alguns selinhos até eu me deitar enfim ao seu lado abraçando sua cintura e me recostando sobre seu ombro, me deixando com a maravilhosa sensação de estar com seu aroma tomando complemente o ar a minha volta.

    --- Acha que vai ser difícil o dia de amanha? – a olhei confusa, ela era uma das mais animadas pra amanhã, não parecia nervosa ou se quer preocupada com uma possível não vitoria do Golden – To preocupada com o que pode acontecer, a verdade é que tenho medo de acabar ferrando tudo. – soltei sua cintura e me sentei na cama para poder olhar em seus olhos, eu não conseguia entender de onde estava surgindo toda essa insegurança, Camila era umas das pessoas mais difíceis de demonstrar aquele tipo de sentimento, sempre tão otimista – Minha cabeça fica me sabotando com essa historia de estar nas quintas, sempre dizem que vcs são perfeitas, que com vcs na sequência não tem como perder e mil outras coisas. – quando ia pedir pra ela ficar tranquila e se acalmar, ela me interrompeu – Nem começa, vc nem mesmo votou em mim Lauren, e ninguém naquele colégio entende mais de campeonato de lideres de torcida como vc, Vero é a melhor escolha, ela sempre foi uma líder e pediu pra mudar pro Golden muito por querer estar na equipe com vc, eu só era a nerd zoada até alguns meses atrás, deviam ter ficado com a Vero.

    --- Mas nos não ficamos. – cocei minha nuca sem jeito, não queria deixar ela ainda mais nervosa ou com uma insegurança ainda maior sobre a coreografia, mas eu também não iria mentir pra ela sobre o que pensava a respeito de escolher ela pras quintas, tive meus motivos pra não escolher ela e espero que eles tenham algum tipo de compreensão da parte dela – Eu não escolheria vc nem antes e nem agora Camila, apenas por ter medo de fazer isso pelo motivo errado, de fazer a escolha por vc baseado no que sinto por vc, não por achar que vc não mereça isso, de certa forma eu até concordo que vc mereça, só que eu não poderia escolher vc sem ter total certeza que ali era a capitã e não sua namorada votando pra estar num lugar importante na equipe, consegue entender esse ponto de vista Camz? – ela assentiu e eu lhe dei um beijo na testa – Vc é uma líder incrível, não duvide disso, dará tudo certo.

    --- Podemos falar sobre ele, amor? – tínhamos ficado um tempo caladas, quando ela voltou a dizer algo, eu apenas assenti, sabia que era sobre Brad o assunto, sabia também que uma hora teríamos de falar sobre ele, já que desde que aconteceu nossa visita no cemitério o assunto parecia ter ficado por lá, enterrado junto ao garoto – Eu sei que deve ser estranho pra vc e que eu tenho que respeitar seu espaço quando quiser pensar como fez no ônibus, tudo bem fazer isso e voltar pra mim depois como anda fazendo. – ela suspirou – Mas sabe, vc podia começar a me falar também o se que passa na sua cabeça, não precisamos fazer isso apenas sobre esse assunto ou começar isso imediatamente, mas eu quero que pense nessa possibilidade, quero que entenda que vou estar aqui pra ouvir vc, pra cuidar de vc, pra te dar colo, eu não quero sofrer com meus problemas tendo vc pra me ajudar e nem quero que vc sofra com os seus me tendo aqui, esta bem? – assenti e lhe dei um selinho.

    --- É só que... Tenho medo de como vc encara essa situação. – seu olhar confuso se formou rapidamente – Ele atirou em vc, mesmo que sem intenção de te atingir, foi em vc que aquela bala estava amor. – a puxei pra se aconchegar em meu peito, mesmo que já tenha pensado mil vezes sobre o assunto, falar com ela ainda era muito confuso e doloroso, a cena dela sangrando quase sem consciência não sairia da minha cabeça nunca, tenho certeza disso tanto quanto sei que preciso de ar pra viver – Não consigo lidar direito com a saudade que vou e já sinto dele, menos ainda com a sensação de que podia ter feito mais por ele, ou mesmo encarar que uns minutos a mais poderia significar não ter vc aqui nos meus braços agora e de todas, essa é a que mais me machuca e me assusta Camz, eu não sei... – segurei seu rosto, como se com minha mãos ali eu soubesse que nenhum um novo mal fosse cair sobre ela – Não posso ficar sem vc, não quero ficar sem vc, nem mesmo quero sentir esse medo outra vez, não quero essa sensação outra vez amor, e estar acordada num pesadelo.

--- Não diga essas coisas, não vai me acontecer nada, assim como nada vai acontecer com vc. – ela passou a segurar meu rosto, assim como eu fazia com o dela, com delicadeza e me olhava seria, até que sem mais nem mesmo sorriu, daquele jeito fofo e idiota que consegue melhora até o pior dos meus dias, o maldito sorriso com a ponta da língua entre dentes – Mesmo com todo o medo que eu sinto quando lembro daquele dia, escolhi guardar em mim aquele fim de tarde com ele e o Tristan no parque, se lembra? – assenti sentindo uma lagrima descer – Os dois eram um dos casais mais lindos que já vi e olha que é difícil entra nessa minha lista, normalmente ela só envolve Cabello’s e Jauregui’s. – sorri e ela limpou minha lagrima me dando um beijo na ponta do nariz em sequência – Não se culpe ou pense em coisas ruins sobre ele, nada mais pode ser mudado mesmo que a gente queria isso muito, porém ainda podemos ter um coração livre do rancor e da culpa, nos lembrando do quanto ele parecia feliz naquele fim de tarde com o namorado e pensar que tudo ficará bem, porque estamos juntas, no fundo, pra mim ao menos é o que importa.

    Foi isso, não falamos mais, trocamos alguns beijos, carinhos e mimos, mas palavras aquelas foram as ultimas daquele dia que começou em Miami e terminou em Orlando, sentir que ela estava li comigo consegui melhor as coisas, mesmo que tudo estivesse sendo reconstruído, a nossa volta da maneira mais lenta possível, ainda existiam espaços sem reparos e era dos reparos dela que eu precisava pra ver tudo voltando ao normal. Estávamos cansadas da viagem, mas também estávamos exaustas emocionalmente, eu sabia que queria me lembrar apenas dos momentos bons, porem isso tendia a ficar difícil quando via Camila, mesmo que todos dentro daquele colégio tenham sido vitimas, inclusive o Brad, foi ela que passou o terror de ser baleada naquele maldito ato impensado do garoto. Todos ali sentiram medo de morrer, mas ela tinha um motivo em seu corpo pra temer fortemente por sua vida, ela tinha a bala em seu corpo, a bala que desencadeou o pânico naquela fatídica manhã. Seria um trabalho longo para superar todo esse medo de perder ela, mas a ter comigo melhorava muito, estaríamos juntas não apenas como namoradas, como amigas ou colegas de colégio, estaríamos juntas com sobreviventes de algo que muitos esqueceriam num futuro próximo, os que não tinham essa opção era aqueles que ficaram presos naquele maldito pesadelo sem poder acordar. Dormi tranquilamente com minha doce namorada sobre mim, esse sem duvida é o melhor jeito de dormir pra mim, ela me abraçava de uma forma carinhosa com uma das pernas e um braço jogado sobre mim enquanto tinha seu rosto enfiado na dobra do meu pescoço me tirando arrepios e me fazendo acordar vinte minutos antes do que havia programado no celular, por isso me dei ao luxo de apenas ficar na cama observado minha garota que por vezes sorria ou mesmo ronronava algo bem manhosa. Quando o sinal de luz do meu celular me mostrou que por fim havia dado nosso horário para irmos nos arrumar, me senti culpada por ter de acordar Camz, ela resmungou um pouco, mas sorriu quando a chamei de amor em uma das muitas tentativa de fazer ela abrir os olhos, deixei que ela tomasse seu banho primeiro, caso contrario voltaria a dormir assim que eu fechasse a porta do banheiro, por isso aproveitei e fui mandando mensagem as meninas, conferindo se todas já estava despertas e prontas para nosso dia. Estava em meu banho, mas ouvi as vozes de Taylor e Mani em meu quarto, conversavam algo com Camila que não conseguia entender, quando cheguei no quarto descobrir ser apenas piadinhas sobre termos dormido na mesma cama, nada relevante e até bem desnecessário esse tipo de comentários, se ao menos tivesse o que ser comentado tudo bem, mas nesse caso não tinha, então elas deviam ficar caladas.

    --- Estão todas prontas? – a treinadora nos questionou assim que Lucy e Vero chegaram, esperamos mais uns minutos nosso ônibus e dentro dele fomos conversando sobre a competição, os assuntos estavam bem tranquilos e até tinham algumas brincadeiras no meio de muitas de nos, eu mesma comentava sobre um dos uniformes que tinha visto de outra equipe, porém quando já descíamos do veiculo ouvi quando Mani e Dinah começaram a discutir, não dava pra entender o que elas diziam uma a outra, mas tava bem claro pelo gestual que a morena era a irritada e que não se importava de que nos ouvíssemos, já Dinah parecia pedir pra ela falar baixo o tempo todo e sempre desviando o olhar de Mani.

    --- Chega Dinah! – pude ouvir a morena gritando assim que retornei pra dentro do ônibus, logo depois de dizer a treinadora para ir entrando com as outras meninas no ginásio do torneio que eu iria intervir naquela briga antes que ficasse maior, Mani estava de costas pra mim e não me viu chegar, ao que parece por estar de pé no meio do ônibus também impediu que Dinah me visse e por isso continuaram aquela estranha discussão – Entende de uma vez que eu não vou ficar do seu lado desse jeito, tem idéia do quanto me machucou ouvir vc dizer isso depois de ontem? Caralho garota, se decide, se vc quer ou se não quer. – chamei a atenção das duas com um pigarro, elas me olharam rapidamente e vi que Dinah parecia preocupada com minha aproximação, já a outra me olhava desanimada – As ouras já foram? – assenti com certo receio por estar ali, elas perecia mesmo preocupadas com o que eu podia ter escutado e isso passou a me preocupar, afinal não tinha feito muito sentindo, alias que merda que aconteceu ontem? Para Normani estar alterada assim? – Então vou indo, vejo vc lá dentro, não tem mais nada que eu precise dizer. – ela passou por mim sem dizer mais nada, olhei pra DJ querendo uma explicação, ela se sentou num dos bancos e eu fui até ela, me sentando ao seu lado, ela ficou estalando os dedos e balançando a perna visivelmente nervosa, seja lá o que tenha acontecido ontem, boa coisa não foi, Mani nunca fica brava sem motivo.

    --- Acho que to sendo idiota outra vez. - olhei pra ela esperando que prosseguisse, ela demorou, mas voltou a falar sem olhar pra mim em nenhum desses momentos – Mani acha que posso fazer algo contra a Mila e quis me por contra a parede pra que tomasse uma atitude por causa disso. – a encarei preocupada, ela podia se meter comigo, mas com a Camz não, isso eu não deixaria – Não, eu não vou fazer nada, não me olhe desse jeito por favor, não sou o mostro que todo mundo espera que eu seja, sei que dei margem pra isso, fiz muita coisa idiota e passei muitas vezes do limite, mas eu to fazendo tudo pra ficar bem com todos, dei todos os passos importantes pra reconquista a confiança de todos, não pretendo voltar atrás nisso, ainda mais com vc que sei que as coisas precisam ser ainda mais meticulosas. – assenti ainda preocupada, Mani não teria dito aquilo atoa, algo Dinah teria feito, acho que por não conseguir disfarça, ela notou meu olhar preocupado -  Eu to diminuindo a analise e isso fez ela pensar que eu posso surtar outra vez, por estarmos numa competição e eu ter que ver vcs duas juntas o tempo todo, a verdade é que eu até acho vcs fofas juntas, me incomoda porque queria que fosse eu no lugar dela, mas eu sei respeitar sua escolha.

    --- Fico feliz de ouvir isso DJ. – lhe dei um sorriso sem jeito, era estranho pra minha cabeça ainda esse lance dela ser afim de mim, ainda parecia só uma piada de mau gosto ou um jogo idiota dela – Podemos ir juntas na sua analista quando voltarmos o que vc acha? Assim ela pode me instruir a saber como lidar com tudo isso e eu posso passar a te ajudar a reconquistar a confiança de todos os outros também, pode ser importante darmos esse passo certo? Nos duas? – ela assentiu envergonhada e eu sorri – Te conheço bem o bastante pra saber que se vc esta procurado ajuda e esta falando do que sente a um estranho, é por querer mesmo que tudo mude e vai mudar, sei que vai, já até consigo vislumbrar um pouco da antiga DJ ai, menos barulhenta e chata, mas aos poucos vc volta a ser a maluca que todo mundo adorava. – dei um beijo em sua bochecha e ela sorriu sem jeito – Agora vamos, nossa equipe tem duas capitãs e ambas então longe delas, isso não pode acabar bem. – trocamos sorrisos – Sem medo de ser vc, ok?! – ela assentiu e descemos do ônibus.

    Caminhamos trocando algumas palavras até o ginásio onde estaria acontecendo o torneio por todo o dia, era uma lugar amplo e bem bonito por fora, tinha alguns carros e ônibus espalhados pelo estacionamento do lugar, o que já dava o indicativo que estaria lotado lá dentro. O ginásio em si se tratava de um espaçoso auditório, com 22 fileiras de cadeiras sendo cada uma delas em um degrau diferente, um palco no plano da base do ambiente, o local do jurados estava a primeira fileira com diferença de um degrau para o palco, dando a eles uma visão limpa dos movimentos que ali seriam realizados, cada um deles teria um tablet para rever alguns movimentos que seriam filmados, deixando mais rigoroso seus julgamentos e o nível ainda mais alto nessa competição. As meninas estava sentadas na extrema direita do palco, juntas tomando três fileiras, quatro cadeiras em cada fileira. Taylor e Camila conversavam animadas com toda atmosfera do ginásio, tinham ali algumas torcidas organizadas de determinadas escolas, talvez pela tarde um bom numero de pessoas de Miami apareçam por aqui, ao menos meus pais e meus sogros eu sei que estarão aqui para nos prestigiar. Normani se sentou afastada de Dinah, quando me aproximei pra conversar com ela, a garota me pediu pra não comentar nada com as outras e nem perguntar nada, era um assunto dela, o que me fez olhar desconfiada pra ela e em sequência pra DJ, afinal aquela resposta não batia com o assunto que Dinah disse ter sido o motivo da discussão entre elas, me deixando aflita sobre o que elas estariam realmente conversando naquele ônibus, pensando bem o que eu escutei antes, também não batia com a resposta de Dinah. O torneio começou, mas eu nem mesmo consegui prestar atenção, minha cabeça ainda estava rodando pela confusão de minhas amigas, nos breves instantes que reparei nas outras equipes, não me senti ameaçada, elas eram boas, mas não tanto assim, muito por ter participado do nacional, eu conseguia ter um nível mais alto para competir e avaliar.

    Com o final da ultima equipe da manhã, que no caso era a da Bella, fomos instruídas pela treinadora voltarmos para o hotel, descasarmos pelas próximas duas horas, pra que por volta das 13 horas pudéssemos sair em direção ao ginásio para nossa apresentação. Antes de entrarmos no ônibus e voltarmos ao hotel, consegui falar rapidamente com Thorne, a cumprimentei e de os parabéns pela performance, nos despedimos e eu voltei pra junto da minha equipe, o que me rendeu um belo de um gelo da minha namorada, que não gostou nada de saber o motivo da minha demora pra voltar ao ônibus. Chegando no hotel, fomos todas para o meu quarto, ficamos lá conversando, algumas tinham feito análises importantes sobre as outras equipes e sobre seus movimentos, quando o assunto passou para a nossa coreografia, foram feitos algumas breves posições que eventualmente elas estavam inseguras em realizar, acertamos tudo pra que elas fossem para seus quartos se preparem para o almoço. Apesar do clima estranho entre Dinah e Mani, as relação com as outras garotas estavam tranquilas, pareciam animadas e confiantes, mesmo que hora ou outra elas parecessem nervosas, a vontade de vencer e de se provarem era maior, em algum momento eu iria questionar as duas sobre o que estava acontecendo, Taylor e Ally já haviam me interrogado sobre eu saber de algo, mas não tinha essa resposta, daria um jeito de ter antes da competição, as duas brigadas iria acabar atrapalhando a equipe, e pensando agora apenas como capitã, não vou aceitar isso. Nos reunimos no hall do hotel, já devidamente arrumadas após o almoço e depois um breve descanso que tiramos, estávamos prontas, agudávamos apenas Mani e Dinah, que quando surgiram da porta do elevador saíram de lá quase aos gritos uma com a outra, mas assim que nos notaram a porta aberta, fingiram que nada estava acontecendo e caminharam longe uma da outra em nossa direção.

    --- Qual das duas vai me explicar o que esta acontecendo aqui? Essa palhaçada já ta indo longe de mais meninas. – as questionei assim que estávamos dentro do ônibus, o clima tenso dentro do veiculo estava muito incomodo – Vi vcs discutindo pela manhã, agora outra vez, alias quando questionei as duas, ambas me deram resposta diferentes e ódio ser feita de trouxa. – elas se olharam preocupadas, mas também parecia bravas uma com a outra – Andem, quero uma resposta e espero que nenhuma das duas resolva mentir, cansada disso já.

    --- Desculpa capitã, mas isso não diz respeito as lideres então acho que posso querer não falar sobre o assunto. – olhei sem acreditar pra Mani, ela aprecia chateada com algo e isso me deixou ainda mais confusa, muito porque Dinah tinha um olhar triste do outro lado, seja o que foi que aconteceu, ambas não estão felizes com isso e quer saber nem eu estou agora e eu estava, estava mesmo – Podemos apenas não falarmos sobre isso e nos concentrar na apresentação? Acho que já temos boatos de mais nessa equipe, um a menos não fará falta, então se puderem esquecer esse principio de conversa será ótimo para todas nos.

    --- Meninas?! – olhamos pra treinadora parada na porta do ônibus já aberta, tínhamos chegado no nosso destino – Esta na hora do show, todas prontas? – sem resposta e com as meninas desanimadas, fomos descendo do ônibus, dessa vez não houve um momento motivacional ou mesmo gritos animados pela competição que se aproximava, independente do que aconteceu com as duas em segredo, conseguiu bagunçar com toda a equipe e eu me sinto uma péssima capitã por não ter conseguido reverter isso a tempo.

    A competição iniciou, dessa vez por estarmos selecionadas para competir ficamos na parte atrás do grande palco, nos alongando e conversando ao analisar algumas equipes que estavam próximas ao local que nos foi destinado. Minha equipe parecia meio aérea com as coisas que aconteciam a nossa volta, quando as apresentações começaram, muitas nem mesmo se preocuparam em irem assistir como podíamos fazer, ficaram sentadas tomando água ou mesmo comendo uma barra de cereal enquanto conversava sobre assuntos sem importância. Quando nosso colégio foi anunciado, caminhamos em linha até o tablado ficando cada uma em sua posição para que nossa musica desse inicio a nossa sequência de movimentos cuidadosamente ensaiados e planejados. Fomos bem, o final animou muito a torcida que eu pude ver ser uma boa parte do lado direito superior de pessoas com as cores do Golden, nos reunimos do lado de fora do palco, algumas desanimadas reclamando de pequenos deslizes de postura ou mesmo de um incomodo com o volume baixo que nossa musica foi tocada, por vezes fazendo elas perderem o tempo das sequências, eram reclamações de coisas que num dia normal passariam despercebidas, mas não hoje. Passado os longos vinte minutos da ultima apresentação, que nesse caso era a nossa, as equipes foram convidadas para retornarem para o anuncio das classificadas para a conferencia e o grande campeão. Seriam duas equipes com vaga para o torneio da conferencia no inicio do ano, sendo uma delas a da grande campeã do estado, foram dadas as notas e as ultimas equipe seriam agora anunciadas, como já esperando por mim, mas não pelas meninas da minha equipe que pareceram de irritadas quando nosso colégio foi anunciado, não vencemos o estadual, mas ficamos em segundo com a vaga para a conferencia e com uma derrota por diferença em décimos, não culparia Mani e Dinah, ou mesmo o pessoal que cuida do som do ginásio ou qualquer outra coisas, talvez aquela derrota tenha chegado em uma boa hora.