1. Spirit Fanfics >
  2. Hey, Hands Up! >
  3. Capítulo 30

História Hey, Hands Up! - Capítulo 30


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos a todos que comentam!!! :D

Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Boa leitura.

Capítulo 30 - Capítulo 30


Os policias já estavam cansados de terem que revistar os apartamentos todas as vezes que pisavam nele, mas infelizmente era necessário. Além disso, sempre que conversavam algo mais particular, os dois retiravam as baterias dos celulares, temerosos de estarem com algum tipo de escuta. Era cansativo e injusto, mas depois de alguns dias, virou rotina.

– Cara, eu odeio esses bandidos. – afirmou Jaebum, se jogando no sofá do loiro. – Seja quem for, vou dar uns tiros só por nos fazer olhar essa porra todo dia.

– Tortura seria legal.

– Hum… arrancar os dentes.

– Afogamento.

– Choques elétricos! – O moreno gostou da ideia e se recostou ainda mais no sofá. – Com água, claro.

– A gente não está falando igual bandidos agora?

– Falamos isso, mas não temos coragem… – respondeu o mais alto, puxando a bolsa para perto de si e retirando alguns papéis dela. – Eu achei mais alguns arquivos que ligam os roubos e algumas outras atividades ilegais a policias, porém são vários nomes… Não temos ainda como saber quem é o joio e quem é o trigo.

– Que horas você fez essas cópias? – questionou o loiro, olhando os documentos. – É perigoso você ir no arquivo assim…

– Eu fui na hora que você estava flertando com Namjoon.

– O que?! – Youngjae virou o rosto rapidamente para o outro, com os olhos arregalados. – Eu não estava flertando com ninguém.

– Você sempre flerta com Kim…

– Isso é mentira!

– Deixa o marido dele saber disso… – Jaebum estava sorrindo e fingia não se incomodar nada com o fato do parceiro sempre mexer no cabelo ou dar alguns sorrisinhos para o detetive. – Vai te capar com um cutelo. – O mais alto de um sorriso de lado e suspirou. – Okay, se você não quer admitir… – O moreno aproveitou e puxou o celular, porém lembrou que tinha tirado a bateria do aparelho. Ah, aquilo era uma droga! – Mas acho melhor você parar com isso…

– Cara, já falei que não estava dando em cima de ninguém. – O mais baixo afirmou, um pouco irritado. Não tinha chances de ele dar mole para um homem. Que absurdo! A mente dele continuava fingindo que o parceiro não era do gênero masculino. – Espera o que é isso aqui?

– Disso que eu tava falando… – disse Jaebum, se movendo no sofá e apontando para algumas coincidências nos documentos. – Muitos dos casos de ilegalidades, batem como sendo de Kim e Liu… Não estou acusando ninguém, mas acho suspeito.

– Não! Amber e Namjoon não são corruptos!

– Nossa… como você os defende.

– Sério, eu coloco a mão no fogo por eles… Qualquer um ali pode ser corrupto, mas não eles.

– Por que você tem tanta certeza disso?

– Confiança não é algo que se explica… Eu simplesmente sei e vou até o fim com isso. Pode ser bobo e ingênuo, mas eu os conheço desde que eles chegaram na delegacia e eu vi por tudo que passaram e é isso.

Hn

– Ei, eu também confio plenamente em você.

– Há de você se não confiasse. – falou o moreno, rindo. – Tudo bem, eu vou acreditar em você… Não pensaremos neles como corruptos. Mas temos um questionamento a fazer: por que tantos casos deles? Coincidência ou uma armação? Eu particularmente não acredito em coincidências…

– Nem eu. – Youngjae concordou com a cabeça, e afastou os papéis após mais uma olhada. – Então vamos investigar mais.

– Jae… Você viu que os caras que fomos visitar na prisão “morreram”. – Jaebum fez um sinal de aspas no ar e o outro concordou. – Hum… eu sei que revistamos nos apartamentos, tomamos todos os cuidados, mas no fundo não conseguimos enganar muito ninguém. Quer dizer, fica meio óbvio que não estamos brigados ou algo do tipo… Por isso eu tive um ideia para tentar dar um pouco de credibilidade a história.

– O que?

Youngjae olhou curioso para Jaebum, que parou por um momento. Pelo tanto que já conhecia o outro, sabia que o parceiro ainda estava com dificuldades de assumir qualquer coisa. O moreno sabia que não era fácil, pois ele sempre fugiu daquilo, mas ao mesmo tempo, achava que o loiro fosse mais aberto para expressar os sentimentos, mas havia se enganado, pois várias vezes o mais baixo ainda afirmava que era hétero. Então, no final das contas, talvez aquela proposta que faria fosse a ideal.

– Eu pensei em um de nós dois ou os dois arranjarmos uma namorada ou… encontros. Assim, seria só para disfarce.

– Acho que é uma boa ideia.

– Eu só não sei onde vou arranjar alguém. – comentou o moreno, rindo. – Acho que perdi meu charme.

Hn, não perdeu. – O loiro afirmou, mas logo desviou ao notar o sorriso de lado do parceiro. – Acho que então vou chamar a Kim para sair...

– A que tem crush em você?

– É.

– Boa…

A conversa morreu e Jaebum se sentiu incomodado, mas não sabia o porquê. Youngjae já tinha uma moça em mente, não havia problema naquilo, não é?

O moreno suspirou, percebendo que deu aquela ideia pois não pensou que nenhum dos dois arranjariam alguém. Claro que a dupla era atraente, mas o policial não queria admitir que uma namorada acabaria com o acordo deles e talvez Jaebum não quisesse aquilo. Era estranho e lhe causava um conflito interno só em pensar em Youngjae com alguém, o deixando para trás, sozinho à noite no seu apartamento que sempre havia sido muito solitário e que provavelmente ficaria ainda mais frio sem os braços do loiro lhe abraçando.

O silêncio ainda se sustentava quando a campainha tocou e Jaebum se levantou de uma vez. Provavelmente era Bambam e Yugyeom e assim que abriu a porta, pode constatar esse fato.

– Nora, Coco. – O gato foi parar nos braços do moreno e a cadela lhe foi entregue na coleira. – Vocês querem entrar?

O apartamento não era dele, mas ele sempre mandava as pessoas entrarem, ainda bem que o parceiro parecia não se importar.

– Não, não… – Bambam disse, logo levantando o rosto, com um sorriso para Yugyeom. – Yug disse que tinha uma surpresa…

– É? – Jaebum não pode deixar de levantar as sobrancelhas. – Então, espero que seja um bom encontro.

– Vai ser. – O moreno mais novo afirmou e o policial riu. – Boa noite para vocês.

– Tchau.

O moreno mais alto fechou a porta um pouco desajeitadamente e revirou os olhos. Amor juvenil era realmente adorável. Logo soltou a coleira de Coco, que correu em direção ao dono, que parecia concentrado na observação de algo que estava nas suas mãos.

Jaebum se sentou no sofá, com Nora ainda no colo, mas logo a gata se distraiu com a fiel companheira e após Youngjae retirar a corrente da cadela, os animais sumiram em alguma parte do apartamento.

– JB, achei que você tinha destruído todas a fotos… – Youngjae olhou um pouco sério para o parceiro, lhe entregando uma fotografia. – Por que você guardou essa na sua bolsa?

O moreno não precisou olhar para saber qual era a imagem, mas mesmo assim, a olhou outra vez. A primeira vez que vira as fotos, não entendeu muito bem o porquê daquela está ali; fora uma tirada de uma câmera que veio acoplada na Smart TV do mais baixo. Nela, os policiais estavam bem próximos, sentados no sofá, com uma colcha por cima das pernas de ambos, provavelmente assistindo a algum filme ou série. Youngjae estava no meio de uma gargalhada, olhando para o parceiro e Jaebum encarava o outro de volta, com um pequeno sorriso nos lábios, mas os olhos brilhantes. Era engraçado como a fotografia havia capturado muito bem aquilo e o mais engraçado ainda, era que eles pareciam namorados.

– Eu sei que a foto foi tirada sem a nossa autorização, mas… ela é bonita. – falou Jaebum, um pouco incerto, principalmente pela expressão do outro. – Pensei em colocar em um porta-retratos.

– Sério?! – O moreno concordou com a cabeça a pergunta do outro. – Olha… Podemos tirar uma nossa, né? Melhor que colocar isso!

– Desculpa…

– Não, não é isso… É que eu lembro desse dia, tá? Eu te contei uma piada e gargalhei dela e você só deu um sorriso, mas eu sabia que tinha achado graça e... meio que saber que alguém estava nos filmando estraga a minha lembrança.

– Ah… Você tem toda razão! – Jaebum pegou a fotografia que estava no seu colo e a rasgou de uma vez, fazendo o loiro levantar uma sobrancelha para o ato. – Desculpe, eu nem pensei por esse lado.

– Ei, vamos tirar uma foto para você colocar no porta-retratos. – Youngjae pegou o celular que estava na mesinha de centro, o ligou e após algum momento, colocou no aplicativo da câmera. – Chega mais para perto.

Jaebum logo pensou que os celulares deles estivessem hackeados, eles seriam vistos amigavelmente e aquilo acabaria com o suposto disfarce de estarem brigados, mas ele não conseguiu lembrar o parceiro disso, principalmente pelo fato de Youngjae rir a cada nova fotografia.

Foram basicamente todas selfies, a maioria com o moreno apoiando a cabeça na curvatura do pescoço do outro, enquanto se ajeitava por trás do parceiro, que ria como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo.

Após as milhares fotografias, o loiro resolveu colocar alguns efeitos do aplicativo, como orelhas e bigodinhos. Os dois estavam ridículos, mas Jaebum não conseguia não sorrir. Mas em um certo momento, ele parou de rir, pois Youngjae virou o rosto para falar alguma coisa com o moreno e o mais alto não se controlou e beijou o parceiro.

Foi um beijo um pouco desajeitado, pela posição, mas Youngjae logo fechou os olhos e se deixou levar, levantando uma das mãos a nuca do outro, o puxando ainda mais para perto. O momento foi rápido e logo eles se separaram, em busca de ar.

Hn… Acho que temos a foto para você pendurar. – O loiro mostrou o aparelho e as diversas fotos que tinha tirado sem querer durante o beijo. – Só escolher.

Jaebum riu e abaixou o rosto, beijando a lateral do pescoço do outro, que desistiu de mexer no celular e o largou em algum canto, enquanto empurrava levemente com o próprio corpo o do moreno mais para longe, antes de se virar no sofá e os dois ficarem de frente um para o outro.

Era fácil se encaixar no corpo de Jaebum e Youngjae fingia não perceber o quão acostumado já estava com aquilo. Engatinhar por cima do parceiro e beijá-lo era ótimo. Talvez não devesse ser, pois afinal aquilo não era mais apenas sexo, certo? Por que nem sempre rolava após longas horas de beijos preguiçosos? Por que quase sempre eles não terminavam na cama aos gemidos? Por que sempre o loiro se questionava a razão dele não querer o fim daquilo?

Youngjae nunca achou que encontraria alguém que quisesse compartilhar cada parte do seu dia, mas era tão diferente com o moreno, pois eles já partilhavam cada momento e lhe era impossível imaginar de outra forma. Droga! Era fácil amar Jaebum.

Amar?!

Não, aquilo não era amor, era? Eles eram somente grandes parceiros e nada mais. Era tudo amizade entre os policiais. “Okay, um pouco mais do que amizade… Uma amizade colorida! Era isso!

Jaebum agora trilhava o pescoço do outro com beijos, deixando o loiro um pouco mole e pensativo por um momento. Estava difícil se concentrar, mas uma ideia lhe surgia na mente e parecia ser o que precisavam para o disfarce deles.

– JB… Tenho uma ideia…

– Envolve a sua cama?

– Não…

– Então não quero saber. – Jaebum respondeu, brincando. Logo ele parou os beijos e encarou o outro. – Então, que ideia é essa?

– E se brigássemos?

– Não estou seguindo essa linha de raciocínio.

– Acho que arranjar uma namorada vai ficar muito na cara que estamos “forçando”. – Youngjae voltou a se ajeitar no sofá, após fazer o sinal de aspas com os dedos. – Talvez se encenássemos uma briga…

– Na delegacia? – O loiro concordou com a cabeça. – Acho que pode ser…

– Mas nada muito exagerado, se não somos suspensos. – O mais baixo deu um pequeno sorriso. – Talvez umas ofensas?

– Okay… eu acho que posso fazer isso.

– Você acha? – O loiro brincou e então fez uma expressão fofa, piscando várias vezes os olhos castanhos. – Você não conseguiria me ofender, não é mesmo?

Jaebum gargalhou da expressão do parceiro, jogando a cabeça para trás, o corpo sacudindo violentamente com a força das risadas. Ele passou a notar aos poucos que não costumava rir dessa maneira, porém era fácil quando perto do loiro.

– Ah, cala boca, Jae. Continue fazendo essa cara e vai deixar meu trabalho muito fácil. – O moreno viu o outro fazer uma falsa expressão de ofendido e riu outra vez, bagunçando os fios aloirados do parceiro. – Vem cá…

– Pra que? – questionou o loiro, mas logo se aproximando do outro, que tinha os braços meio abertos. – O que foi?

– Esqueci de te roubar uns beijos.

– Ah não! Que coisa ridícula! Não me admira você estar solteiro, puta que pariu!

– Eu não me considero solteiro… Quer dizer, quando eu quiser, deixo de ser solteiro. 

– Quem vai ser a louca?

– Ou o louco? – Jaebum falou sem pensar e quase riu. O antigo moreno nunca falaria algo assim, com naturalidade, mas lá estava ele, afirmando a orientação sexual. Youngjae remexeu o nariz e o parceiro notou que ele estava incomodado. – Jae… Jae…  O que faço com você, hein?

– Hum… Do que você está falando?

O moreno sorriu e deixou o assunto morrer; se Youngjae ainda não estava preparado, tudo bem. Ele aguardaria. O loiro pareceu realmente perdido por um momento, mas logo depois, apoiou a cabeça no peitoral do outro, recebendo leves afagos do parceiro.

Ainda era cedo para dormir, mas Jaebum pode escutar após algum tempo, o outro ressonar baixinho e o moreno não teve coragem de acordar o loiro para jantarem e irem para a cama. Então, com cuidado, puxou a colcha que estava dobrada no encosto do sofá e vagarosamente a esticou por cima do parceiro.

A posição estava extremamente desconfortável para Jaebum e provavelmente ficaria com dores nas costas no outro dia, mas não havia muito o que ele poderia fazer, então simplesmente fechou os olhos e esperou o sono chegar. Em algum momento, ele chegou.

 

***

 

Jinyoung sabia que era uma péssima ideia no momento que ele pensou nela, mas o desespero era maior. Após três semanas tentando se desdobrar em dois e falhando com ambos os namorados, o moreno precisou tomar uma medida drástica e para isso, precisava de ajuda.

Era uma quarta-feira e Mark estava de folga no emprego da lojinha. Agora era frequente o mais velho ter folgas e Jinyoung já desconfiava que a o estabelecimento estivesse falindo e o namorado pensava o mesmo e por isso já estava à procura de um novo emprego.

Jackson estava dormindo no próprio apartamento. O loiro era outro que estava estressado e se afundando no trabalho, mesmo que não falasse para o advogado do que tanto ele precisava sair para tirar fotos. O moreno estava preocupado com o chinês, principalmente pelo fato do outro parecer não estar dormindo direito e provavelmente estar investigando algo perigoso.

Quando sua vida se tornara tão complicada? Era o que Jinyoung se perguntava. Pelo menos no seu emprego estava ótimo e mesmo recém-formado, já havia ganho um caso.

 

Bebês Namoradinhos

 

ParkPuppy

Alôôô
Eu preciso da ajuda de vocês

YugHitTheStage

Que porcaria de nome é esse, hyung?

ParkPuppy

Que negócio é esse de
Hit The Stage?

YugHitTheStage

Bam viu uma das minhas apresentações

e veio com esse apelido.

Ele não me deixa mudar.

 

KunpimookBambam

Você precisa ver ele dançando, Jinyoung!

Ele é muito bom!

ParkPuppy

Okay, tá.
Você pode stanear seu namorado

mais tarde. Vamos ao meu problema.

Eu preciso fazer com que

Mark e Jack conversem.

YugHitTheStage

Bam e eu não namoramos

e nem iremos.

 

KunpimookBambam

Verdade. Eu prefiro

baixinhos.

 

YugHitTheStage

Sério?!

ParkPuppy
Oh, cacete!
Foco aqui, por favor!

KunpimookBambam

Ok, certo.

Eles não vão mais ao mesmo lugar…

Jackson não iria até a casa de Mark,

nem o contrário…

 

YugHitTheStage

O único lugar que os dois frequentariam

é o seu apartamento, Jinyoung.

Talvez pudéssemos juntar os dois aí.

Trancá-los e vocês terem uma conversa.

ParkPuppy

Que ideia ridícula.

Mas… acho que pode dar certo.

Vocês poderiam cuidar de Haneul?

A conversa vai ser longa.

KunpimookBambam

Sem problemas!

 

YugHitTheStage

Bam, te encontro na creche, okay?

 

KunpimookBambam

Como assim?

Você não vai me levar? T_T

ParkPuppy

Sinceramente.

 

Jinyoung colocou o celular no bolso, estalando a língua no céu da boca. Quando aqueles dois iriam se assumir? Que cansativo.

O advogado ainda precisava resolver alguns documentos antes de ser liberado do trabalho. Talvez se conseguisse fazer com rapidez, Taekwoon o permitisse sair mais cedo. Era tudo uma grande questão de o quão rápido ele conseguiria trabalhar sem cometer erros.

– Jinyoung, você pode ir embora agora se já estiver com boa parte deste documento adiantado.

O moreno olhou tão assustado para o chefe que o homem deu até um passo para trás, confuso. Aquilo só poderia ser obra da divindade. Céus, era tudo o que Jinyoung precisava!

– É sério? Você está falando sério?!

– E-estou?

– Graças a divindade! Quer dizer… Está quase tudo pronto. Eu posso sair então?

– Claro… Mande uma cópia do que fez até então para o meu e-mail e pode ir embora.

O moreno acenou com a cabeça rapidamente e se virou para enviar o e-mail. Assim que realizou a última tarefa. Capturou seus papéis, os jogando para dentro da bolsa com rapidez e então se colocou de pé enquanto vestia o paletó.

Em um movimento rápido, ele se jogou nos braços do chefe, beijando a bochecha do homem de maneira brusca, ocasionando até mesmo um barulho estalado quando se afastou, já correndo para a saída, gritando um “até amanhã, obrigado” para o homem, que espantado com o gesto permaneceu parado no mesmo lugar, com os olhos arregalados.

Jinyoung correu para pegar o ônibus; provavelmente ele deveria comprar um carro, mas essa questão não parecia importante quando Jackson o buscava todos os dias. Mas agora a realidade era outra, principalmente pelo fato dele ao sair do escritório, ia para a casa de Mark e o loiro não. Estava tudo tão confuso e o advogado se sentia cansado.

Aproximadamente vinte minutos depois, Jinyoung estava no seu apartamento. Assim que chegou, puxou o celular e ligou para Jackson. Agora com ele era só assim, pois mensagens, o chinês esquecia de responder.

Jackson foi resistente, dizendo que estava trabalhando, mas após muita pressão psicológica, o loiro concordou e disse que em quinze minutos estaria ali.

O próximo passo foi contatar Mark. Da mesma maneira, o outro resistiu, mas acabou se convencendo assim que Jinyoung disse que eles precisavam de um tempo sozinhos depois de tudo o que acontecera. O mais velho disse que estaria ali mais ou menos em uma hora.

Jackson chegou como combinado e assim que Jinyoung colocou os olhos no namorado, percebeu que ele estava acabado. Olheiras, cabelo e roupas amassadas e com aparência mais magra do que há dois dias.

– Oi, Puppy. – disse o loiro, balançando a mão de leve. – Estava com saudades.

– Pela divindade, Jackson. Você tem comido direito? – Jinyoung questionou preocupado, segurando o rosto do namorado por entre suas mãos, acariciando as maçãs do rosto dele com carinho. O loiro sorriu fracamente, balançando a cabeça positivamente, mas o outro não acreditava naquilo nem de longe. – O que eu faço com você, hn? – murmurou o advogado, selando os lábios do namorado com cuidado antes de dar passagem para ele entrar no apartamento.

O primeiro passo já estava feito, agora era só esperar por Mark. Daria tudo certo, eles iriam conversar e tudo seria resolvido. A divindade iria ajudá-los. Tudo daria certo.

– Jackson, porque você não se senta enquanto eu preparo alguma coisa para você comer?

– Não precisa, Puppy. Eu comi agora pouco. – Como que para contradizer toda a fala, o estômago de Jackson roncou alto. Ele havia comido no início da manhã e só. Já haviam passado tantas horas assim, como não percebera? – Desculpa…

– Senta, Jackson. – O moreno repetiu, indo para a cozinha que ficava separada da sala apenas por um balcão. Desta maneira ele ainda conseguia conversar com o namorado e cozinhar ao mesmo tempo. Seria algo rápido, mas nutritivo, afinal o chinês não estava se alimentando direito há vários dias. Alguns legumes frescos, arroz, talvez uma sopa e também carne.

Por sorte, ele ainda possuía ingredientes no apartamento, já que passava parte dos seus dias na casa de Mark, fazer compras se tornara algo pouco comum.

– Como está indo sua investigação?

– Normal.

– Só isso, normal?! – Jinyoung suspirou fundo, cortando uma cenoura rapidamente como aprendera no emprego anterior. – Jackson, o que você está investigando? É… a mãe de Haneul?

–  Hn. – O chinês pareceu distraído por um momento, mas logo colocou um sorriso no rosto. – E a vida de advogado? Tudo que pensou que seria?

– Jack, estou preocupado com você…

– Não precisa.

– Para com essa atitude! – O moreno proferiu irritado, cortando um pedaço de cenoura com muito mais força que o necessário. Eles não podiam brigar agora, aquilo colocaria tudo a perder. O moreno suspirou alto, terminando de cortar os legumes e os colocando para cozinhar, então voltando sua atenção para o tempero da carne. – Descobriu algo de útil, pelo menos?

Puppy, eu não me meto no seu trabalho, então não se meta no meu.

Jinyoung teve vontade de jogar a faca na direção do outro. Conhecia Jackson há bastante tempo para saber que ele estava agindo daquela maneira, pois estava envolvido em algo perigoso. O chinês sempre ficava na defensiva quando sabia que o namorado não gostaria de escutar o que ele estava fazendo.

– Okay, se é assim que você quer levar as coisas…

– Jinyoung… me desculpa… Tem sido semanas realmente muito difíceis pra mim.

– Pra você?!

O moreno quis gritar, mas se controlou mordendo o lábio inferior, voltando a se concentrar no que cozinhava, talvez com um pouco mais de brutalidade do que era necessário. Ele remexia algo na panela e, como era de se imaginar líquido quente espirrou em sua pele.

– Ai, merda! Caralho… – xingou, largando a colher de pau de maneira brusca, ouvindo o barulho oco que esta fez ao se chocar com o chão de madeira. Ainda xingando, foi para pia deixando a água gelada cair por cima da região avermelhada do antebraço queimado.

Jackson se levantou da onde estava e foi ao encontro do namorado e mesmo com o braço do outro na água, ele passou delicadamente a mão, para depois sumir no corredor. Jinyoung suspirou, fechando a torneira e enrolando o pano de prato na queimadura e voltando a cozinhar. Porém, um minuto depois o loiro voltou, com o kit de primeiros socorros, que o moreno nem se lembrava que tinha. 

– Deixa eu cuidar de você. – Não era um pedido e o moreno sabia disso. – Vem cá.

Jinyoung olhou rapidamente a comida e abaixou o fogo, antes de ir para o sofá, sentando-se ao lado do namorado, que cortava uma gaze.

– Não precisa disso tudo.

Shhh… Eu tenho sido um bosta de namorado. Me deixe ao menos fazer isso, tudo bem? – Jackson murmurou, sem conseguir encarar o outro nos olhos enquanto pegava a pomada para queimaduras e delicadamente a depositava na região avermelhada do braço do outro.

Durante três semanas tudo o que Jackson vazia era se afundar no trabalho e quando estava com Jinyoung, por qualquer motivo, eles tinham alguma discussão e o loiro sabia que a culpa era toda dele, ou ao menos grande parte dela. Era impressionante, mas o chinês aos poucos estava acabando com aquele relacionamento e não conseguia fazer nada para parar com o comportamento destrutivo.

– Jack, você… ainda me ama?

Puppy, claro que eu te amo.

– Repete isso agora, mas com vontade. – O moreno puxou o braço, não se importando de ter doído. Estava se esforçando para aquilo dar certo, mas talvez estivesse perdendo o tempo. – Eu sei que não sou Mark, mas… Eu estou tentando, tá?

– O que Mark tem a ver com isso? – O loiro perguntou, exasperado. Céus, ele realmente estragava tudo em que colocava a mão. Jinyoung sempre fora tão decidido, tão confiante em si mesmo e agora isso? – Puppy, olha pra mim. Eu amo você, nem mais nem menos. Eu sei que eu tenho sido um péssimo namorado, que não mereço continuar com alguém como você, mas eu nunca deixei de amar você menos ou o comparei com Mark. Você sabe que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo. – Jinyoung balançou a cabeça, concordando com as palavras. Realmente sabia como era amar duas pessoas e que o sentimento não era maior ou menor em relação ao outro, mas ao mesmo tempo, ele precisava confirmar. – Você é você, Park Jinyoung. E eu te amo exatamente por isso.

Jinyoung concordou com a cabeça outra vez, se sentindo mal por estar com aquela insegurança há semanas dentro de si. Era impressionante como a mente podia pregar peças quando o advogado estava exausto com a situação.

– Me desculpa…

–  Não, Puppy, me desculpe você por te deixar pensar essas coisas. – O chinês puxou o namorado com suavidade, colando seus lábios em um beijo calmo e apaixonado. Ele queria que o outro nunca mais duvidasse de seus sentimentos. Jackson sabia que mesmo se algum dia eles não estivessem mais juntos, continuaria amando seu Puppy por um longo, longo tempo, se não, para o resto da vida. – Acho que a comida está queimando…

O moreno arregalou os olhos e passou pela bancada, desligando o fogão. Deu uma olhada e parecia só um pouco tostado, nada demais.

– Espero que você goste da sua carne beeeeem passada.

– Meu tipo favorito de carne.

Jinyoung sorriu e logo serviu um prato para o outro, que percebeu o tamanho da sua fome. O moreno olhou disfarçadamente no relógio e constatou que eles tinham aproximadamente uns dez minutos até Mark chegar. Daria tudo certo, tinha certeza.

Jackson comeu o prato tão rápido que o namorado achou que ele teria uma indigestão, mas o loiro garantiu que estava tudo bem e quando foi questionado se queria mais, o chinês afirmou que estava satisfeito. Jinyoung concordou e notou o outro se levantar e ir ao banheiro.

O moreno olhou novamente no relógio; a qualquer momento Mark chegaria, principalmente pelo fato do outro não se atrasar para compromissos. Jinyoung percebeu que estava um pouco nervoso e isso ficou mais evidente quando a campainha tocou.

O advogado retirou o avental, ajeitando a roupa e o cabelo antes de ir para a porta e assim que a abriu, Mark entrou no seu campo de visão, com um sorriso tímido.

O primeiro impulso de Jinyoung, foi abraçar o outro moreno, que soltou uma exclamação surpresa, mas logo retribuiu o abraço.

– Está tudo bem, amor? – Mark perguntou, levantando uma das mãos e passando na parte de trás do cabelo do outro. – Aconteceu alguma coisa?

– Não. Só estou feliz por estar aqui… Eu estava com saudades. – O advogado afirmou, logo abrindo caminho para o outro entrar. – Sente-se, por favor.

– Nossa, que formalidade!

– Eu preciso que… hum… você me escute. – Jinyoung se remexeu no lugar, olhando para o corredor. – Eu sei que você não gosta desse tipo de intervenção, mas é necessário.

– O que você está falando?

O advogado não precisou responder a pergunta, pois Jackson apareceu na sala distraído. Ele não havia escutado a campainha, principalmente por estar um tanto alheio, pensando no trabalho, então, foi um choque ver Mark sentado no sofá. Por um momento o loiro sorriu, a saudade toda de uma vez pressionando o seu peito, mas segundos depois, o sorriso morreu, quando o jovem pai se levantou com uma expressão irada, com as bochechas vermelhas.

– O que significa isso, Jinyoung? – Mark olhou para o namorado, com uma expressão raivosa. – Me chamou aqui para isso?!

– Calma, anjo… Vamos conversar.

– Conversar o que? Que esse cara aí conseguiu ser a pior pessoa com quem eu já me envolvi? – O mais velho esbravejou, antes de suspirar alto e ir em direção a porta, mas fora impedido pelo outro moreno. – Saia da minha frente! Eu não quero saber de nada disso…

– Mark… – Jackson tentou, irritado consigo mesmo por sua voz ter saído falhada. – Eu não sabia que Jinyoung faria isso, mas… deixa eu explicar… por favor.

– Explicar o que? – O bartender quase gritou a pergunta, se virando bruscamente na direção do outro. – Que deixei minha filha na mão de um irresponsável? Que… eu deixei você entrar na minha casa, na minha cama, na minha família…

Mark não conseguiu completar a fala, sentindo um nó na garganta. Ele odiava aquele sentimento, aquela fraqueza. Como podia se deixar afetar daquela maneira? O moreno deveria odiar Jackson, o querer longe da sua vida, mas estava tão difícil acordar todos os dias e o outro não estar lá, com uma piadinha pronta. Mas o bartender não podia dar para trás agora, tinha que ser firme por Haneul.

– Eu pensei estar fazendo o melhor para Haneul, Mark!

– Ah é? Pois pensou errado! Como sempre!

– Mark… Calma. – pediu o advogado.

– Calma uma ova! Eu vou embora.

– Não, não! Por favor! – Jinyoung interviu se colocando à frente do namorado. – Vocês se esquecem que esse relacionamento também é meu? Os meus sentimentos não importam aqui? Eu tenho vivido um inferno durante essas três semanas! Me desdobrando em cinco para conseguir estar com vocês, para consertar nossa família! Nós prometemos que iríamos conversar sobre tudo!

– Fala isso para o seu namorado. – Mark falou, mordendo o interior da boca. – Eu já disse, não quero mais nada com ele. Se você tem mau gosto, não é problema meu.

– Mark, pare de ser infantil! – Jinyoung disse de uma vez, balançando a cabeça em seguida. – Vamos sentar e conversar como três adultos!

A contragosto o bartender se sentou na poltrona, o mais afastado possível de Jackson e sua inútil cara de cachorro arrependido, que o fazia ter vontade de socá-lo até perder as forças e em seguida curar todos os ferimentos com beijos e abraços. Pela divindade, ele detestava aquele sentimento.

– Jackson… Conta tudo desde o início. Como você conheceu Ji Eun?

Era uma sensação estranha bancar o advogado para os namorados, mas que escolha tinha? Os dois precisavam se entender e se ele precisava ser o mediador, Jinyoung faria isso.

– Ela entrou no meu escritório dizendo que veio por me ver no jornal e falou que estava atrás da filha, que havia abandonado quando mais nova e agora estava arrependida. – Jackson parou o relato quando Mark soltou uma risada sarcástica nas Jinyoung interviu, falando que o moreno teria seu momento de falar. – Hum… Ela começou a falar mais algumas coisas e… eu acreditei. Realmente achei que Ji Eun queria o bem de Haneul, por isso peguei o caso, mas agora me arrependo.

– E por que você não contou antes, Jackson? – perguntou o advogado.

– Eu nem tenho o que dizer sobre isso… Sei que fui um covarde de merda, principalmente quando percebi que a mulher não queria nada mais do que ser um problema… Ela nunca quis o bem da menina… Eu deveria ter percebido isso desde o início.

– Mark?

– O que você quer que eu fale? Que ele deveria ter falado desde o início… Nem namorávamos na época! Olha quanto tempo eu poderia me preparar para a volta dessa mulher. – O moreno suspirou exasperado, batendo os pés no chão de maneira impaciente. – Você achou que eu não era o suficiente para Haneul? Que ela precisava de uma mãe? – Ele estava cansado de usar Jinyoung como intermediário, estava na hora de encarar o problema.

– Eu não sei bem o que pensei… – Jackson passou a mão nervosamente no cabelo, o bagunçando um pouco. – Achei que uma figura feminina fosse importante… algo assim.

– Calma, Mark. – pediu o advogado, quando viu o outro pronto para voltar a gritar. – Jack, fala o porquê disso… Ele não sabe da história toda.

– Não, Jinyoung. Isso não justifica meus atos.

– Ainda bem que você sabe!

– Eu sei, Mark! Eu sei, tá bom? Estraguei tudo! Rompi sua confiança em mim e perdi qualquer direito de estar perto de você ou de Haneul, mas só fiz o que pensei ser o melhor para todo mundo; porque eu amo vocês, porque vocês são a minha família.

– Por quê você pensava que Haneul precisava de uma mãe? – Mark tentou fingir que a declaração do outro não o afetara e por isso acabou voltando na pergunta anterior. – Fala, eu quero saber o que Jinyoung sabe.

– É só que eu sou órfão, isso você já sabe… – O assunto era delicado e o loiro se sentia nervoso de falar esse tipo de coisa e sem perceber começou a apertar os dedos uns nos outros. Jinyoung segurou na mão do chinês e lhe sorriu e o gesto não fugiu aos olhos de Mark. – Hum… eu pulei de família em família desde criança. Nenhuma delas me quis e eu tinha esse sonho bobo de ter uma mãe, alguém que me desse carinho e cuidasse de mim, mas elas nunca me quiseram, eu… não era fácil, um pouco bagunceiro e depois fui ficando velho e foi isso…

Mark conseguia entender um pouco melhor agora. Jackson escondia aquelas lembranças bem fundo e tentava ser otimista sobre tudo, pois era assim que ele era: positivo, animado e comunicativo. Então quando Ji Eun apareceu aparentando querer ser uma mãe, o loiro havia projetado sua infância na de Haneul. Tudo bem, isso não era tão grave, mas esconder por tantos meses, era.

– Okay… Eu sinto muito por tudo o que você passou... – O bartender disse, com a expressão um pouco mais suavizada. – Mas isso não justifica esconder de mim por tanto tempo.

– Eu sei. – Jackson passou a língua nos lábios e notou como eles estavam ressecados. – Quando eu devolvi o caso, achei que ela não voltaria, que desistiria… Confesso que até esqueci dela… Nós estávamos tão felizes. – afirmou o chinês, apertando com força a mão de Jinyoung. – Ji Eun voltou a aparecer dois dias antes da formatura… Eu ia contar, mas daí ficamos ocupados e resolvi que falaria depois da festa, mas ela foi mais rápido.

– Ficamos ocupados? – Mark estalou a língua enquanto balançava a cabeça negativamente. – Você preferiu transar do que contar que poderiam tirar a minha filha de mim! Uau… uau!

– Mark… por favor… – Jinyoung sentiu que a situação voltara a piorar e tentou novamente mediar. – Calma.

– Calma é o caralho! Cansei! – O moreno mais velho se levantou, afastando o advogado, que também levantara e havia ido na sua direção. – Aquela desgraçada transou com meu colega de trabalho e agora sabe que Haneul dormia no bar! – Mark sentiu as lágrimas chegando nos olhos, mas não queria chorar. Não podia! – Qualquer juiz me afastaria dela… Eu me afastaria dela.

– Não, Mark… Não fala isso. – interviu Jackson, por um momento pensando o quão pequeno o bartender parecia ao ficar encolhido. – Você faz tudo por ela…

– Eu fiz várias coisas erradas, desde o início… Minha filha merecia mais, ela merece mais… Mas eu sei que Ji Eun não tem instinto materno ou nem vontade de realmente cuidar de Haneul.

– Nós também sabemos disso, anjo. – Jinyoung se aproximou de Mark e este se deixou ser abraçado, surpreendendo a todos na sala. – Estamos com você… Vamos ajudá-lo.

– Não… Eu consigo sentir… Minha menina… – Mark sabia que não estava fazendo muito sentido, mas ele se sentia daquela maneira: perdido. – Jinyoung?

Hn?

– Não existe mais nós.

– O que? – O advogado se afastou do outro, tentando analisá-lo. – Do que você está falando, anjo?

– Esse teatrinho hoje, só me fez perceber que você não vai largá-lo. – O bartender fez um movimento com a cabeça, na direção de Jackson, se abaixou os olhos por um momento. – Então… eu não quero mais.

– Mark… – O loiro mordeu o lábio superior e suspirou fundo. – Não faça isso… Eu me afasto; prometo. Não termina com ele…

– Não fala mais comigo, okay? Eu não quero ouvir sua voz, tenho nojo dela! – Mark voltou a olhar para Jinyoung, que parecia prestes a chorar. – Foi… bom te rever. Espero que vocês sejam felizes.

O moreno mais velho se virou, pronto para ir para a porta. As lágrimas queimavam seus olhos e ele queria sair daquele apartamento o mais rápido possível, mas um braço o segurou, o puxando de volta.

– Anjo, por favor… – O advogado sabia que parecia desesperado, que sua voz falhava vergonhosamente e que ele tremia. – Não faz isso… Eu… eu…

– Não, não dá Jinyoung. Acabou. É tão difícil entender?

– Mas… mas… Haneul?

– Ela sobreviverá.

– Eu… sou seu advogado e-

– Para com esse papo, eu nunca te paguei. – Mark puxou o braço e acabou fazendo uma expressão irritada ao notar Jackson se aproximar, mas o loiro amparou Jinyoung. – Não tinha sido isso que combinamos? Quando um não quisesse mais era só falar, não era? Então, não quero mais esse relacionamento! – afirmou o jovem pai, fazendo um movimento amplo com as mãos. – Por favor, não me procurem mais.

– Mark… eu te amo. – Jinyoung tentou mais uma vez, colocando todo o seu coração nas palavras. – Você foi e voltou na minha vida… Isso não pode ser coincidência.  Eu te amo desde a primeira vez que te vi…

– O amor acaba… O meu acabou e o seu vai acabar em algum momento.

Após essas palavras, Mark que já estava com a mão na maçaneta, abriu a porta e deixou o local após um baque. Jinyoung ainda deu alguns passos, em uma tentativa de ir atrás do outro, mas sua visão embaçada de lágrimas o cegou por um momento e ele quase tropeçou na mesa de centro, mas Jackson o segurou, logo envolvendo os braços em volta do moreno.

– Dói… Dói tanto. – O advogado proferiu, soluçando. – Tem algo esmagando meu coração…

Shhh. – O chinês vagarosamente levou o outro até o sofá e ainda abraçados, sentaram.

– Eu estraguei tudo Jackson… Me desculpe…

– Não, amor… Fui eu que estraguei.

Jinyoung nada falou, pois mesmo não querendo culpar Jackson, sabia que tudo aquilo poderia ser evitado. Ele estava chorando no ombro do loiro, mas seu coração, além de partido, estava raivoso. Por que ele havia experimentado tanta felicidade para tudo ser tirado assim dele? Nada aquilo era sua culpa e lá estava o moreno, mal conseguindo respirar.

Puppy, eu entendo se você quiser fazer o mesmo que Mark. – informou o chinês, com os dedos entre os fios morenos do namorado. – Eu entendo se você quiser terminar…

Era correto continuar com aquilo? Eles já estavam a frangalhos há semanas, nada dava certo, só haviam broncas. Jinyoung nem conseguia se lembrar da última vez que passaram uma noite abraçados, como sempre faziam. Aquele relacionamento também estava destruído, mas o advogado queria se agarrar a algo; queria salvar algo. O moreno não queria soltar aquele pequeno pedaço de felicidade que um dia ele teve com Jackson.

– Não… Vamos tentar. – afirmou o moreno, suspirando enquanto se ajeitava no ombro do outro. – Eu não vou desistir do nosso amor.

– Eu serei um bom namorado, prometo.

Os dois ainda se mantiveram na mesma posição por um tempo. As palavras ainda vagavam entre eles, mas nenhum dos dois tinham forças para acreditar realmente nelas. Era triste, mas o casal sabia que havia algo errado e diferente.

Estava tudo acabado, mas eles insistiriam até o sucesso ou a ruína; ambos não tinham certeza de qual chegaria primeiro.

 


Notas Finais


Gostaram do capítulo?
Por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.
Até amanhã ;*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...