História Hey, Noona? (Imagine Jeon Jungkook) - A noite toda.

Jimin P.O.V

Minha irmã pediu pra ficar sozinha, então pude perceber o quanto isso afetou ela. O quanto esse ‘’tchau’’ do Jungkook significou pra ela.

Saí do quarto pra respeitar seu pedido, então fui até meu quarto, me trancando rapidamente.

Dois minutos depois meu celular tocou e eu já tinha plena certeza de quem era.

– Jiminie hyung? – ouvi a voz do mais novo e me permiti sorrir, ele fazia tanta falta.

– Kook.

– Ai que bom que você não me ignorou, já tava me preparando pra entrar na fossa.

– Minha irmã disse que você ligaria.

– Precisava conversar com você.

– Estou a disposição.

– Jimin hyung, eu fui um idiota. Achei que estava fazendo algo bom pra nós mas me enganei, fui egoísta e agora estou em algum canto de Daegu me xingando mentalmente por ter te deixado pra trás.

– Pelo menos assumiu que foi um idiota.

– Você me aceita de volta como seu melhor amigo? Eu nunca achei que ganhar de você no Street Fighter me faria tanta falta.

– Eu te odeio.

– Eu sei disso, te odeio bem mais – sorri.

– Então você me perdoa hyung?

– Você vai parar de bancar o bad boy?

– Talvez, mas ainda vou continuar a minha amizade com o Yoongi e o Hoseok hyung, é um problema?

– Se você parar de tentar copiar eles...não tem problema nenhum.

– Prometo que vou voltar ao normal.

– Então eu perdoo.

– Preciso falar mais umas coisas.

– Pode falar.

– Vou compensar por tudo, espero que esteja disposto a dar uma volta de skate e comer uns doces estrangeiros bizarros comigo assim que eu voltar.

– Já vou começar a economizar um dinheirinho pra isso – sorri.

– Quero ser o melhor amigo do mundo daqui pra frente e vou dar meu melhor pra isso.

– Você sempre foi o melhor – ouvi a voz do Hoseok o chamando ao fundo.

– Eu preciso ir agora, mas tenho que te perguntar algo antes por mais que no fundo sei que não deveria me importar com...

– Pergunta logo!

– A noona tá triste comigo? Acho que fui muito estúpido com ela.

– Não vou mentir pra você, ela ficou bem chateada. Essa semana toda ela perguntou de você direto, não quis nem ver o Taehyung, ficou trancada no quarto e acho que as suas mensagens não melhoraram nem um pouco a situação.

– Sério isso? Nossa, que babaca da minha parte.

– Sei que ela é minha irmã e tal, mas talvez sofrer por sentir sua falta faça bem pra ela no final.

– Não vou discutir a sua lógica mas espero que esteja certo ou vou me sentir péssimo – respirou fundo – Agora eu preciso ir mesmo, te vejo em dois dias.

– Até lá! – sorri e desliguei, jogando o aparelho na cama.

Se tem algo que eu notei durante essa semana foi o quanto a indiferença do Jeon fez a ____ pensar nele.

Ela perguntava se ele não ia voltar, se tinha dado notícias, se estava com o Yoongi e se tinha perguntado por nós, mas sei que no fundo só queria ouvir que ele estava perguntando por ela.

Quando ele tentou pagar de bad boy acabou falhando miseravelmente na ‘’missão’’ de tentar chamar a atenção dela, mas quando foi viajar sem ao menos dizer pra onde e com quem ia, se sentiu trocada e queria ele do lado.

E quer saber? Por mais que o Taehyung também seja meu amigo, eu quero muito que a minha irmã fique com o Jungkook.

Só falta ela reconhecer que o Tae é o único obstáculo que a impede de ver que ama o maknae.

Taehyung P.O.V

Eu estava cansado.

Cansado de tentar entregar flores e ela mais uma vez manter sua porta trancada.

Queria dar uma volta de moto com ela como antigamente, sair pra jantar e conversar. Sentia falta do sorriso animado, seu jeito de dizer que tudo daria certo no final e que eu era a melhor coisa que tinha acontecido na vida dela.

Sei que lá no fundo ela sempre ficou meio ‘’balançada’’ quando o assunto era o Jungkook. Sempre falava dele e de como eram próximos. Seu nome sempre surgia em meio às nossas conversas mais descontraídas.

_____ adorava relembrar das coisas incríveis que eles faziam quando eram mais novos, ou contava pela centésima vez sobre a vez em que dormiu com os meninos na praia e o maknae a acordou durante a madrugada apenas pra dizer o quanto a amava.

Ela continuava presa na infância deles e no início da adolescência dela, presa em quando ela tinha 15 anos e ele tinha apenas 10, presa no dia em que viu o garoto pela primeira vez.

E eu tentei lutar, provar pra ela que era um cara bom o suficiente, queria que ela me amasse.

Ou pelo menos me amasse pouco mais do que ela ama ele, mas é impossível.

Na verdade não sei bem o que ela sente por mim ou por ele, mas ela só ama um de nós e o problema é que eu sei que quem ela ama não sou eu.

Então pela vigésima vez hoje tentei ligar pra ela, já sem esperanças, com a plena certeza de que ela ignoraria mais uma vez.

No visor tinha seu nome e uma foto nossa, e a minha vontade de desistir já começava à partir do momento em que o telefone tocava pela terceira vez.

– Tae Tae – ela disse baixinho.

– Ei amor, finalmente atendeu, já tava preocupado.

– Você pode me buscar aqui?

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei apreensivo.

– Não, eu só...não quero ficar em casa.

– Tá tudo bem? – estranhei seu jeito de falar, tinha algo errado.

– É, tudo, eu acho.

– Tem certeza? Tem algo estranho.

– Eu preciso me distrair Tae, só vem me ver, por favor.

– Chego aí em meia hora, tá bom?

– Tá ótimo!

– Te amo.

E pela primeira vez, ela não respondeu de volta.

________ P.O.V

Precisava vê-lo de alguma forma, não podia simplesmente evitar nosso encontro, precisava falar o que estava sentindo e parar de me enganar.

Seria sincera com ele e sinceramente espero que ele não fique bravo comigo.

Melhor ser verdadeira do que viver uma mentira atrás da outra por medo da reação.

Tomei um bom banho, coloquei uma roupa simples e prendi meu cabelo em um grande nó que poderia ser considerado a péssima tentativa de fazer um coque.

Quando saí do quarto Jimin me encarou instantaneamente.

– Tá linda noona, quem é o ser milagroso que conseguiu te tirar do quarto?

– Kim Taehyung, conhece? – perguntei com um sorriso fraco estampado em meu rosto nem tão animado.

– O mesmo cara que te fez querer ficar presa?

– Você sabe que não foi só por ele.

– Eu sei bem disso – disse com um sorriso meigo – Está preparada pra encarar o mundo de novo?

– Tive tempo o suficiente pra me recuperar essa semana, tô pronta pra ver as pessoas.

– Vão sair pra conversar?

– Vou falar algumas coisas que pensei essa semana, talvez tenhamos mais um desistente essa noite – falei desanimada.

– Tem certeza disso? Não quer pensar melhor? Posso ligar pra ele e desmarcar se quiser.

– Obrigada Jiminie, mas não precisa, vou sair dessa sozinha – sorri.

Ouvi a buzina e pude ver pela fresta na cortina que lá estava ele, meu noivo, possivelmente meu ex depois dessa conversa.

– Qualquer coisa me liga, tá? – o mais novo disse e eu o abracei.

– Me deseje muita sorte.

– Vou estar torcendo pela sua felicidade sempre, o que for melhor pra você vai acontecer.

– Eu te amo.

– Eu te amo!

Peguei meu capacete no canto da sala e saí, indo ao encontro do garoto de roupa de couro, com o seu belo sorriso quadrado que costumava ser a maior alegria do meu dia, meu maior ponto fraco.

– Onde que o meu amor quer ir hoje? – perguntou animado.

– Algum lugar calmo de preferência.

– Tudo que a minha princesa quiser – sorriu.

Ele tentou me dar um beijo e eu desviei, o fazendo estranhar minha atitude, mas mesmo assim relevou subindo na moto entrelaçando meus dedos em volta da sua cintura assim que subi na garupa.

Minutos depois estávamos estacionando em meio ao mato, era quase uma mini floresta em meio à cidade movimentada, era um lugar praticamente da família do Tae já que era atrás do terreno de alguma das tias dele, então só nós costumávamos ir ali passar o tempo juntos.

Acorrentamos a moto em uma barra de ferro que tinha ali e sentamos em meio as folhas caídas, rodeados pelas enormes árvores.

– Você tá estranha, posso saber o que está acontecendo? – ele perguntou diretamente, colocando a mão sobre o meu joelho segundos depois.

– Eu tenho tanta coisa pra falar, não sei nem por onde começar.

– Posso te dar um impulso – ele disse sério – Pode começar me dizendo por que tá me ignorando desde o pedido, ou mais precisamente desde que o Jungkook decidiu viajar com os novos amigos retardados.

– Esse pedido Tae...

– Te confundiu não é?

– Eu não sei se o pedido foi feito em boa hor...

– Não tô falando do pedido, é a volta pra Coréia, voltar a ver o Jeon te confundiu.

– Eu não quero falar do Jungkook agora, Tae Tae – abaixei a cabeça e ele passou a mão nos fios soltos do meu cabelo.

– Me fala o que quiser tá? Você não precisa me explicar tudo que sente.

– Kim, você jura que não vai mudar comigo?

– Não precisa ter medo da minha reação, só não quero que fique guardando pra si, me fala tudo que quiser.

– Se eu dissesse que quero dar um tempo no nosso relacionamento, você entenderia?

– Você tá desistindo do nosso noivado?

– Não, não é bem isso, é só um tempinho pra eu me reorganizar aqui dentro – sorri fraco.

– Fiz alguma coisa errada? Esse pedido não foi certo não é? Você não queria casar comigo.

– Não, nada a ver, eu queria Tae...eu só...

– Ele é o motivo não é? Pode me dizer a verdade.

– Eu...conversei com ele aquela noite, estávamos juntos pouco antes do seu pedido – respirei fundo – Ele sofreu muito por causa de mim e eu tive uma atitude egoísta, julguei-o pelas escolhas mas ele só fez isso tudo por mim...

– ______, ele sempre fez tudo por você e vai continuar fazendo.

– Não pense que eu quero desistir de nós Taehyung, eu te amo muito pra desistir de algo tão especial mas a minha mente não tá ajudando.

– Eu vou respeitar seu tempo e não vou julgar seu afastamento.

– Você é um anjinho Tae, não sei porque ainda perde seu tempo comigo.

– Porque você é a mulher da minha vida – sorriu – E olha, eu sei que o Jeon tem mexido com você mas se você me deixar provar que sou o cara certo pra você...

– Você é o cara.

– Eu não teria tanta certeza – ele parecia chateado, odiava por saber que eu tinha tirado aquele sorriso lindo do rosto dele – Bom, eu preciso ir na casa do Jin hyung pra fazer um trabalho da faculdade.

Sabia que era apenas uma desculpa mas resolvi não falar nada então apenas concordei.

– Te levo em casa antes – ele disse sério.

– Não precisa, vou aproveitar pra dar uma volta, repensar na vida.

– Tem certeza?

– Absoluta – sorri fraco.

– Amigos até que se decida ao contrário? – Tae disse estendendo sua mão em minha direção.

– Amigos.

– Eu vou te fazer mudar de ideia, prometo – ele disse desacorrentando sua moto e logo se foi, me deixando sozinha no meio daquele matagal todo, remoendo a decisão.

Será que eu fiz a coisa certa?

[...]

3 dias depois...

Era uma segunda-feira, estava sozinha em casa esperando que o Jimin chegasse da faculdade pra me tirar desse tédio.

Assistindo algum programa de culinária fitness, estava eu, de cabeça pra baixo no sofá com o cabelo arrastando no tapete enquanto tentava acertar alguma pipoca na boca.

Sorri ao ouvir o barulho da maçaneta indicando que finalmente meu irmão tinha chego e teria algo novo pra me contar.

Então levantei animada e fui esperá-lo na porta, ele sorriu mas assim que entrou pude ver o garoto alto de cabelos castanhos que vinha logo atrás.

Jungkook estava com a pele brilhante, radiante, parecia uma nova pessoa. Seu sorriso bonito como sempre.

Usava uma camiseta preta e a calça rasgada que marcava suas coxas grossas, era tão digno de admiração.

– Noona – ele disse e eu sorri fraco.

– Jungkook, que bom que voltou.

– Concordo.

Ele deu uma piscadinha discreta e seguiu meu irmão em direção ao quarto do mesmo.

Decidi ir pro meu quarto e pude ouvir que os dois mexiam no videogame, provavelmente seria mais uma tarde que passariam enfurnados comendo salgadinhos e jogando aquelas ‘’coisas’’ de ação e violência pura.

[...]

Eu estava completamente certa, faziam exatas 4 horas que eles estavam sozinhos jogando e ninguém tinha a capacidade de falar comigo.

Saí do quarto e fui até a porta do quarto do Jiminnie, chamando a atenção de ambos.

– Se algum de vocês puder largar essa droga e conversar comigo um pouquinho vou ficar bem agradecida – falei e depois fui pra cozinha, determinada a preparar algum lanche pra mim.

– O maknae serve? – ouvi a voz do Jungkook e o encarei no mesmo instante.

– Claro que sim.

– Faz um pra mim também, noona? – perguntou ao ver que eu estava procurando algo pra comer.

– Você nem sabe o que eu vou fazer.

– Mas sei que vai ficar bom – sorriu.

Sorri e abri a geladeira, revirando os ingredientes lá dentro.

– Posso perguntar uma coisa?

– Pode!

– Me disseram que você e o Taehyung não estão mais juntos, é verdade?

– É...acho que sim.

– Posso saber se eu tenho algo a ver com isso?

– Não, isso tem a ver comigo – falei seriamente.

– Não é o que as pessoas estão dizendo, sabia?

– Ah é? E o que elas dizem?

– Que foi por mim, que você terminou por minha causa.

– Então todas elas erraram.

Senti uma mão na minha cintura seguido de um beijo fraco no pescoço.

– Noona, tem certeza disso?

Pela primeira vez ouvi-lo me chamando de noona me fez arrepiar por completo.

– Tenho Jeon.

– Sabia que eu adoro quando você fica toda nervosa perto de mim? Você fica linda com vergonha.

– Para com isso – falei tentando me afastar dele mas o moreno me abraçou com força.

– Tem certeza que eu não tenho nem uma pontinha de culpa nesse término? E tem certeza que não quer continuar como a gente está exatamente agora?

– Tenho, me solta vai.

– Só se você aceitar uma aposta.

– Qual?

– Vou dormir aqui hoje, então você tem a noite toda pra me provar que não quer nada comigo mas eu também tenho a noite toda pra te convencer do contrário.

– Vale qualquer coisa?

– Exatamente, e aí, topa?

– Topo!

Jungkook P.O.V

Me afastei dela completamente sorridente.

Eu só precisava disso.

Uma noite seria o suficiente.

Faria de tudo pra mexer com ela e provar que eu sou sim o motivo do fim desse relacionamento.

Tenho a noite toda pra te fazer mudar de ideia, noona.