História Hey, soul sister - Prólogo

Meu nome é Hinata Shoyo. Sou filho de japoneses, nascido no Japão, porém criado na Rússia. Este ano estarei entrando no colegial, com isso decidi que gostaria de voltar às raízes. Voltar ao meu país natal. Não fui muito ao Japão, sabia pouquíssimas coisas de lá. Não sabia praticamente nada sobre meus pais. Até ano retrasado não sabia nem da existência de uma irmã. As coisas andam acontecendo muito rápido. Vamos voltar um pouco pra que eu possa explicar como minha vida veio parar nesse ponto.

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-Você está grávida!- o doutor disse fazendo com que a senhora Hinata ficasse boquiaberta, não sabia como reagir a notícia, junto da pontada de felicidade que se alastrava em seu coração vieram outros sentimentos. Medo. Angústia. Preocupação. Encarou o marido, este não aparentava estar assustado. Sorria gentilmente tentando acalmar a esposa. Agradeceu ao médico enquanto pegava todas as instruções e encaminhamentos para o pré-natal, aconselhamentos para exames e outras papeladas que este sabia que seriam necessárias durante a gravidez da esposa.

-É isso- o médico disse já se despedindo- devo lhes alertar que é de suma importância que façam os exames recomendados, cuidem da alimentação e qualquer outro hábito que possa vir a prejudicar o bebe, nos vemos novamente em duas semanas.

-O que vamos fazer?- já no carro a mulher disse com a voz embargada pelo bolo que se formava em sua garganta

-Vamos manter a calma- o homem sorriu- vamos cuidar para que você tenha uma gravidez tranquila e...

-Nós n-não podemos criar uma criança... - ela disse mais como um sussurro

-Mas podemos ter ela- ele respondeu- se for a sua vontade, é claro, só quero lhe dizer e deixar bem claro que estarei com você e lhe ajudarei com o que for necessário...

-Ter uma criança e não poder criá-la não parece algo prudente pra mim, é algo inimaginável... É algo...

-Tenho meus pais na Rússia- o homem disse- e tenho certeza que eles ficariam mais do que felizes em nos ajudar por tempo indeterminado...

-M-mas eu tenho certeza que... - ela pensou- mesmo que eles mandem dinheiro e...

-Não- ele balançou a cabeça negativamente- eles ficariam felizes em receber o nosso filho... - sorriu involuntariamente- ou filha, até que tenhamos as condições necessárias para você sabe, para que ele volte para nós.

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 E foi assim, segundo as histórias, que vim parar na Rússia, meus pais já haviam demonstrado vontade que eu tivesse voltado antes, mas o que posso dizer? Estava acostumado, acomodado à Rússia e quis ficar. Até esse ano, quando percebi que talvez já fosse a hora de conhecer e criar um vínculo com a minha família. A minha família real, a família biológica e é por isso que neste exato momento estou arrumando as malas pensando em como isso vai mudar e afetar o estilo de vida ao qual eu conheço.