História Hey! Tender Love! - Uma nova amizade

O relógio marcava exatamente doze da tarde. Como de costume, eu tinha acabado de sair de um dos meus cursos extracurriculares, pois precisava ir rapidamente para casa me preparar e ir para o instituto onde eu cursava enfermagem. Minha rotina diária era essa, curso, casa, instituto, aulas de piano e casa novamente... Essa era a rotina para alguém sem amigos como eu, por isso vivo me inscrevendo em vários cursos para não ter dificuldades quando estiver em Harvard, não querendo me gabar, mas meu Q.I. É muito elevado.

Tal como de costume, eu caminhava em passos lentos, sem nenhuma pressa para chegar a casa e no final ter que aturar meu irmão me apressando para não perder a aula do primeiro período. Durante o meu trajeto para casa, eu passava por um parque lindo que possuía acesso direito à mansão onde eu morava, há essas horas meus pais estavam no trabalho e meu irmão mais velho deveria estar em casa jogado em qualquer lugar como um trapo velho de tanto trabalhar durante a noite na empresa. Hoje o parque estava bem isolado, tirando o facto de um grupo de garotos muito bem conhecidos por mim logo na saída do lugar e quase na entrada da minha casa, assim que eles notaram a minha presença, um sorriso malicioso se formou nos lábios de Jongin, o líder do grupinho. Eram quatro contra um, o suficiente para acabar comigo.

—Vejam só! É o Byun idiota, onde estão os seus cães de guarda? Ficou sozinho e inofensivo é? — O líder deles se pronunciou, aquele era Kim Jongin, um garoto que me odiava sem motivos concretos — Segurem-no.

— Vamos acabar com essa sua carinha fofa — Dessa vez foi Oh Sehun a falar, eles eram uma pequena gangue de garotos mimados que me odiavam por sei lá o quê, mas ouvi rumores que era por meu Omma ser Homem— Jongdae e Minseok, ele vai acabar fugindo, segurem-no.

Eu tentei correr na direção oposta à deles, mas Jongdae e Minseok foram mais rápidos ao me agarrarem e me arrastando até onde Jongin e Sehun estavam. Uma grande sensação de medo me invadiu quando senti o primeiro soco a ser disferido em meu estomago e aqueles dois brutamontes me agarrando com força para eu não conseguir fugir, os outros dois continuaram me dando vários socos e pontapés em meu pequeno e sensível corpo e na minha carinha fofa. Aquilo doía para caralho, eu já estava sentindo o gosto metálico do meu sangue e os meus olhos pesados, acho que eles queriam me matar, mas quando eu comecei a tossir sangue eles me jogaram no chão como se fosse um saco de batatas.

— Isso é o suficiente, veremos se assim o seu pai tentará enganar novamente o meu — Jongin gritou desferindo outro pontapé em meu estômago — Você fica lindo assim.

Senti um ultimo pontapé em meu rosto, acho que eles haviam partido o meu nariz. Eu já estava chorando como uma criança, não só pela dor, mas por saber que não tinha forças para terminar com aquilo nem sequer coragem de contar aos meus pais que eu era vitima de bullying. Com a pouca força que me restava fui andando com certa dificuldade até um pequeno grupo de arvores, naquele local eu poderia chorar a vontade, mas o súbito aparecimento de um garoto atrapalhou todos os meus planos, ele se agachou perante mim e tentou tocar o meu rosto, mas eu esquivei.

— Você está muito magoado, precisa de cuidados urgentes — Ele tinha uma voz grossa e gostosa de ouvir, mas não deixa de ser um estranho — Desculpe por não me apresentar, chamo-me Park Chanyeol e eu vi quando aqueles garotos bateram em você, melhor dizer, quando eles fugiram e te deixaram jogado no chão.

— Vai embora Park Chanyeol — Enxuguei as minhas lagrimas o encarando sem interesse — Quero ficar sozinho.

— Como assim? Você precisa de ajuda — Respondeu tirando uma pequena bad-aid do bolso colocando no canto da minha boca. — Como você se chama?

— Não é da sua conta — Ele passou o seu polegar pelo meu nariz e eu gemi com a dor do toque — Não toque em mim, eu sou uma aberração sabia? Por isso me deram essa surra — Um grande sorriso brotou em meus lábios, eu era idiota mesmo.

— Muito bem senhor “Não é da sua conta” — Comentou se sentando do meu lado — Eu estou cursando medicina e o seu estado é péssimo.

— Ídai? Eu também curso medicina e sei que com o tempo isso vai parar de doer e cicatrizar, mas eu não — Afirmei fazendo uma cara de dor assim que ele tocou em meu ombro, esse garoto estava querendo ajudar ou me magoar mais ainda? — A vida é minha e a dor no corpo também.

— Um garoto bonito como você é tão rude assim? O mundo está perdido — O tal de Chanyeol disse tocando a minha bochecha — Tantos hematomas.

— O que você quer? — Indaguei estreitando os olhos, aquele assunto estava bastante estranho.

— E-Eu — Ele parou um pouco para pensar em uma boa resposta ou talvez em uma boa mentira — Ser seu amigo?

— Por acaso você é retardado, burro ou estudas a noite? —Inquiri apontando para ele com dificuldade para ele — A melhor coisa a fazer é ficar bem longe de mim ou então também baterão em você, EU SOU UMA ABERRAÇÃO!

— Uma aberração fofa só se for — Proferiu sorrindo — Eu posso proteger você Baekhyun, basta me dares autorização.

— Como assim? Você é mesmo louco — Aquele garoto estava me assustando com esse papo — Eu vou embora.

— Deixa que eu te leve Baekhyun — Pediu segurando a minha mão.

Perah, que papo era esse de Baekhyun? Eu nunca cheguei a falar o meu nome

— Quem é você Park Chanyeol e como sabe o meu nome? — Ele congelou completamente — Diga logo!

— Tudo bem — Suspirou derrotado — Meu nome é Park Chanyeol, curso medicina e ciências jurídicas. Estamos na mesma sala, mas eu me sento no fundo e ando a dias tentando ganhar coragem para pedir que você saia comigo.

Aquilo era informação a mais para mim e a minha enorme mente. Ele queria sair comigo há dias? Em que universo estamos? E Porquê eu não estou conseguindo engolir bem essa historia? Ele estava mentindo e eu iria descobrir porque, tinha que entrar no seu joguinho e aceitar.

— Um encontro? — Fingi estar pensativo — Ok, me pega as seis ou sete da tarde.

— Ótimo! — Exclamou segurando o meu braço e colocando em volta do seu pescoço com cuidado — Eu te levo para casa, depois te pego as seis.

— Obrigado Channie— Ele ficou me fitando com o rosto vermelho — Oque foi?

— É que você me deu um apelido tão lindo, Channie.

Eu tinha uma estranha mania de tratar os outros por apelidos e parece que isso estava se virando contra mim, se não fosse pelas marcas roxas, com certeza meu rosto estava que nem um tomate.

— Você é mesmo um idiota — Seja quem ele fosse é fofo e bem educado, parece até um príncipe.

(...)

Haviam se passado mais ou menos cinco horas desde que Chanyeol me trouxe até casa. Eu estava dando os últimos retoques em meu cabelo quando ouvi a porta do meu quarto ser aberta por Junmyeon, meu querido irmãozinho estava com a boca boquiaberta, afinal de contas não era todo dia que alguém me convidava para sair – nunca, cof cof – acho que eu estava muito feio, pois ele tentava conter o riso.

— Você está lindo Baekkie, finalmente desencalhaste? Quem é ele? Tem um irmão que dê para mim? — Junma às vezes era bem engraçado, ele dizia ser uma alma livre — Baekkie, responde.

— Ele se chama Chanyeol, ainda não sei nada sobre ele. Sabe irmão, ele tratou dos meus ferimentos — Respondi enquanto passava maquiagem no lugar dos hematomas, meu corpo e rosto ainda estavam doloridos — Ele me convidou para sair!

— Nossos pais fizeram você com muita vontade, você está lindo — Seu sorriso apenas aumentou assim que ouviu o barulho da campainha — Meu deus, é ele. Eu abro! —Ele exclamou com o seu jeito histérico de sempre antes de sair disparado para a sala.

Coloquei um pouco de delineador nos olhos e me apressei em seguir ele para não acabar encontrando uma merda lá, era perigoso deixar meu irmão e uma pessoa desconhecida sozinhos, não que o Junma seja um assanhado... Só era perigoso mesmo. Eu descia as escadas um pouco rápido demais, afinal de contas era o meu primeiro encontro com um garoto super lindo! Assim que pude visualizar aquela figura alta meus olhos quase caíram assim que me deparei com o orelhudo todo arrumado e com uma pequena rosa, mas que porra aquilo significava? Uma rosa? Por acaso eu sou uma garotinha?

— Você está lindo Baekhyun, nem parece que foi espancado — Seus grandes olhos exploraram todo o meu corpo o que me deixou envergonhado e com uma sensação estranha... Talvez eu queira peidar ou algo do gênero— V-Vamos?

— Não me espere para jantar irmão — Pisquei para Suho que apenas sorria como um bobo, ele estava parecendo até o meu omma — Você está me envergonhado Junnie.

— Usem proteção e se quiserem voltem amanhã ou façam aqui em casa mesmo — Ele disse sorrindo fazendo eu e Chanyeol ficarmos vermelhos como tomates, que merda ele estava fazendo! — Até quando vocês quiserem bonitinhos.

— Vamos Channie, ele vai ficar enchendo o nosso saco com coisas desnecessárias — Eu era um manipulador mesmo e dai? Um apelidinho era o suficiente para o deixar vermelho— Junma, cala a boca pelo amor.

— Até já se tratam por apelidos, finalmente meu irmão desencalhou — O cara saiu gritando aquilo pela casa toda, sorte que meus pais estavam na empresa.

— Seu irmão é uma graça — O orelhudo disse rindo enquanto saiamos da casa. Aquela noite seria longa, pelo menos para mim.

— Park, que tal nós voltarmos e ficar por aqui mesmo? Eu ainda estou dolorido e podemos brincar na piscina, comer algo e depois assistir um filme no cinema de casa — Sugeri olhando para o céu.

— É melhor do que ver você fazendo expressões de dor a cada passo — Zombou abrindo um grande sorriso — Podemos entrar pela porta dos fundos.

— Chanyeol, como você sabe que temos uma porta dos fundos? — Ele não iria escapar dessa vez, stalker de uma figa — me diz, anda.

— Todas as mansões têm uma Baekkie — Ele estava querendo usar aquele joguinho de apelidos comigo? Eu sou um rei nisso querido. — E a sua não é diferente por isso fiz essa sugestão.

— Vou fingir que acreditei, vamos — Comentei puxando ele para dentro da casa, que se foda o Junmyeon ou meus pais eu iria me divertir uma vez na vida — Quantos anos você tem?

— 19... Porquê? — Perguntou.

— Não nada, eu tenho 18 — Perfeito, eu iria perder a minha virgindade hoje – Brincadeira... Talvez – assim que entramos, fui puxando Chanyeol direito para as espreguiçadeiras que ficavam ao lado da piscina, eu precisava sentar gente — Mi casa é su casa.

— Sua casa é linda Baekhyun — Ele disse se sentando do meu lado enquanto admirava a mansão Byun.

Depois daquilo o clima ficou um pouco estranho. Chanyeol me remexia na espreguiçadeira como se quisesse dizer algo, mas não conseguisse. A ideia de vir para aqui foi minha e eu preciso alegrar o momento.

— O-Oquê você está fazendo? — Perguntou tentando disfarçar a sua vergonha ao ver-me despir a minha roupa.

— Eu vou mergulhar, vem comigo Yeollie— Vão me perdoar, mas eu necessitava de manipular as pessoas para conseguir o que queria, meus pais me habituaram assim.

— O-OK, eu aceito mergulhar com você, mas prometa que vai me emprestar outras roupas. Eu não quero nadar pelado ou de roupa interior — Disse enquanto tirava os sapatos.

— Prometo — Foi engraçado ver a cara dele assim que eu terminei de tirar as minhas roupas ficando apenas com os meus boxers.  Eu o empurrei com todo o gosto para a piscina e entrei logo em seguida.

— Porque você fez isso? A água está fria — Falou com um tom de voz manhoso.

— Cala a boca e vamos nos divertir — Ditei me apoiando em seus ombros — Seu gigante!

(...)

Chanyeol e eu brincamos durante a noite inteira e saímos quando eram quase nove horas. Meus pais já haviam chegado e Junmyeon passou praticamente o tempo todo nos observando pela janela do seu quarto como o curioso que é, agora estávamos no meu quarto. O dumbo estava tomando um banho quente enquanto eu estava ocupado procurando uma roupa qualquer que servisse nele quando a porta do meu quarto foi aberta.

— Omma e Appa chegaram e ambos querem falar com você... Sobre aquele individuo perigoso no quarto — Avisou se jogando na minha cama — Onde ele está?

— No banho, eu vou ter com eles — Sussurrei olhando para a porta do banheiro — Preciso que traga algumas roupas do papai para Chanyeol, ele molhou as suas.

— Ok — Respondeu em um sussurro também.

Dei uma arrumadinha no meu pijama antes de sair do meu quarto rumo ao escritório, a água tinha acabado por tirar toda a minha maquiagem, meu rosto estava roxo e os hematomas estavam novamente visíveis e pude concluir uma coisa... Eu estava mesmo feio.

Cσηтιηυα