História Hi, Im Liv (Reescrevendo) - Letting go

Agora eram exatamente 20h da noite e eu estava sentada na mesa de jantar da casa do Alex já que seus pais haviam nos convidado para ir jantar lá. Nós conversávamos sobre coisas aleatórias e ríamos das coisas que ele dizia de vez em quando. Apesar de a Tia Hana ter se tornado uma ótima cozinheira, o cheiro da comida já estava fazendo o meu estomago embrulhar e eu tentava disfarçar o máximo que eu conseguia para ninguém perceber. Minha mãe a ajudava com a salada e meu pai estava sentado de frente para mim enquanto o tio Sam estava entre nós dois em uma das pontas da mesa.

-Jantar pronto! –Hana disse animada e Alex comemorou por já ter reclamado da demora algumas 300 vezes antes.

-Graças a Deus, mãe! Eu estava caindo de fome já... –o loiro disse e eu ri fraco por ele estar sendo tão exagerado como sempre. As duas começaram a colocar as travessas em cima da mesa e eu cobri meu nariz disfarçadamente quando encarei o frango grelhado com cenouras e batatas.

-Frango grelhado 162 calorias, cenoura cozida 32 calorias e batatas cozinhas 52 calorias... –eu disse em um tom baixo o suficiente para ninguém ouvir e respirei fundo já me preocupando.

-Nossa, está com um cheiro ótimo. –meu pai falou e eu forcei um sorriso assentindo com a cabeça enquanto o meio peito subia e descia com a minha respiração acelerada. Eu peguei um dos pratos quando todos começaram a se servir e coloquei um pouco de tudo que tinha por lá. Eu voltei a me sentar encarando a comida e depois observei cada um começando a jantar enquanto conversavam sobre o dia de hoje. Hana que havia se sentado de frente para mim, abriu um sorriso bonito e eu retribuí antes de pegar o garfo e a faca do lado. Eu parti um pedaço do frango e o coloquei na minha boca começando a comer com dificuldade. Mantive minha cabeça baixa por sentir minhas vistas embaçando e peguei o copo de água para tomar um gole e ver se ajudava a descer. Engoli tudo e pisquei algumas vezes sentindo minha garganta doer por eu ter engolido o alimento. Proteínas e carboidratos demais para uma só noite. Eu os olhei novamente sentindo uma ânsia de vomito querendo aparecer e respirei fundo mais uma vez bebendo mais um gole de água. Eu parti um pedaço bem pequeno da batata e o enfiei na minha boca mastigando aquilo rapidamente e engolindo.

-Liv, está tudo bem? –Hana perguntou o que atraiu o olhar dos outros na minha direção. As minhas mãos tremeram e eu soltei o garfo o que provocou um barulho chato.

-Querida, o que houve? Está tudo bem? –meu pai perguntou me olhando.

-Não é nada, eu só vou pegar um copo de água. –eu respondi me levantando por estar sentindo um calor subindo por todo o meu corpo só de imaginar a comida descendo pelo meu esôfago. Eu me abanei disfarçadamente e caminhei até o balcão um pouco ofegante. A minha visão virou um borrão de repente e eu comecei a cambalear para o lado até que eu me chocasse contra um dos banquinhos coloridos.

-Ai meu Deus... –Sam falou se levantando apressadamente para que ele me segurasse antes que eu caísse no chão. -Liv? Liv? –eu o olhei sem saber o que tinha acontecido e logo vi meus pais vindo em segundos na minha direção junto com o Alex. -Senta aqui... Eu vou pegar água para você. –eu assenti me sentando e engoli em seco mal me agüentando em pé.

-Liv, meu amor você está bem? –minha mãe disse começando a prender o meu cabelo em um coque alto.

-Estou, eu só fiquei um pouco tonta... Não sei o que me deu.  –respondi ainda um pouco aérea e meu pai começou a me abanar junto com Alex.

-Você comeu alguma coisa antes de vir? –ele perguntou.           

-Eu almocei, mas é que eu não estava com fome... –eu respondi sentindo meus olhos querendo se fechar.

-Você apenas almoçou?! –o meu pai perguntou em um tom alto e Alex o olhou por perceber que ele estava nervoso. -Olha que horas são, Olívia! São quase nove da noite!  O que você meteu nessa sua cabeça?! Você está da cor dessa parede, será que não percebe isso?!

-Eu só preciso tomar água ok? Logo vai passar... –eu disse ainda meio zonza. -Alex, você pode me ajudar a ir até a sala? –perguntei e ele assentiu com a cabeça. Eu me levantei caminhando com ele até lá e passei a mão no meu rosto antes de pegar o copo de água que meu irmão me entregou. Eu bebi um gole seguido de outro e respirei fundo ouvindo a conversa que estava tendo na cozinha novamente comigo sendo o assunto.

-Eu não sei o que fazer, Hana... Não sei mesmo. –eu ouvi minha mãe dizendo a ela e abaixei o olhar me escorando. -Estou realmente tentando, de verdade...

-Maya,vocês irão ter que procurar um psicólogo para ela. –Hana respondeu e eu bebi mais um pouco de água. -Isso não é normal ok? Ela vai emagrecer e muito se continuar dessa maneira e é melhor tratarem agora que está no inicio, porque a tendência é só piorar se ela não tiver nenhuma ajuda. –eu ouvi um soluço e desviei o olhar da cozinha para olhar para outro lugar menos para lá. -Liv, aqui... Eu trouxe para você comer. –tia Hana falou se aproximando de mim com um sorriso no rosto e me entregou uma tigela com a gelatina de limão que Alex ama. Eu agradeci pegando o pote e a colher e ela se sentou ao meu lado com um sorrisinho no rosto. -O que houve com você hein? Você já deve saber que seus pais comentaram com a gente o que anda acontecendo, mas... O que tem pra me dizer? –eu a olhei e então dei de ombros.

-Bom, se eu disser alguma coisa provavelmente vai te dar nos nervos também porque você não vai me entender, mas... –eu comecei. -Eu tenho que emagrecer. –eu falei tendo a certeza disso.

 -E por que você tem que emagrecer? –ela me perguntou quando eu vi o tio Sam chamando Alex e Thomas para irem comer antes que a comida esfriasse.

-Para eu ficar bonita... –eu disse com uma voz de choro e dando de ombros. -Eu não me sinto assim, eu não me sinto assim há muito tempo e... Não quero que as pessoas comecem a se perguntar por que o Tyler está com alguém igual a mim ou... Porque a ginasta que está dando de tudo para ganhar, está cada vez mais no limite do peso.

-Uma pessoa igual a você? –ela perguntou me olhando. -Liv, você é uma das garotas mais lindas que eu já vi na minha vida. –ela disse e eu neguei. - Já se olhou no espelho por acaso? Não há defeitos em você, querida... E não devia estar tentando perder o que você não tem. –eu abaixei o olhar para a gelatina, mas logo voltei a olhá-la. -Se olhe bem ali... –Hana falou apontando para o espelho. -O que você vê? –eu olhei o meu reflexo por alguns segundos e desviei o olhar rapidamente sentindo as minhas vistas embaçando.

-Eu me odeio... –eu sussurrei. -Eu engordei muito nos últimos dias. –ela me encarou sem acreditar e eu vi seus olhos se enchendo de lagrimas iguais aos meus. -Sabe... Quando você está se afogando e ainda está consciente antes de apagar? –eu perguntei e ela franziu o cenho antes de assentir com a cabeça. -E o instinto de estar se afogando faz com que você queira abrir a boca para tentar respirar, mas você tenta segurar para não abrir até sentir a sua cabeça explodir? E quando você finalmente faz isso, é quando para de doer? –eu perguntei e dei de ombros. -Eu estou bem. Quer dizer, tirando as crises de ansiedade por pensar que os outros sempre estão falando de mim ou do meu corpo, ou das vontades que eu tenho em vomitar até colocar o meu estomago para fora? Eu estou bem... Às vezes eu quero comer tudo que eu vejo pela frente e outra hora eu não quero comer nada por dias. É exatamente assim, mas não tem que se preocupar. Eu estou completamente bem.

**

-Tudo bem, eu a levo de volta para casa antes da meia noite e não se preocupem, eu vou tentá-la fazer comer alguma coisa ok? –eu ouvi Tyler falando para os meus pais quando ele veio me buscar assim que eu mandei uma mensagem para ele pedindo que ele viesse. Ele começou a caminhar até o jipe com um sorriso no rosto para mim e entrou no carro já fechando a sua porta. -Tudo bem?

-É, tudo... –eu falei. -Para onde vamos?

-Bom, eu pensei de irmos ver um filme na minha casa... O meu pai provavelmente voltará mais tarde então... –eu assenti mostrando que tudo bem e ele começou a dirigir até lá.

Após alguns minutos de um filme completamente entediante que assistíamos na sala de TV, nós desviamos o olhar da tela ao ouvir o barulho da porta sendo destrancada. Algumas risadas invadiram o apartamento e eu e Tyler nos entreolhamos antes dele se levantar para ver quem era. Eu fui atrás dele passando pelo corredor e vi quando um homem usando ternos entrou seguido por uma moça de vestido branco. As risadas cessaram quando eles nos olharam e eu engoli em seco não sabendo se eu devia ou não falar alguma coisa.

-Oi pai. –Tyler falou e o homem revezou o olhar entre eu e ele.

-Oi Tyler... Essa é a Alice. –ele respondeu apontando para a moça que aparentava ser mais nova que ele. -Não sabia que você tinha companhia... Achei que já estava dormindo.

-Não, nós estávamos vendo um filme. Essa é a Olívia, minha namorada... Aquela que falei para você. –Tyler disse e eu sorri sem mostrar os dentes apenas dando um aceno que foi retribuído apenas pela moça.

-Ah sim, a filha dos atores. –o homem falou enquanto eu podia notar a tensão aparecendo com o passar dos segundos. -Bom, está tarde... É melhor você levar ela em casa.

-Quem é essa? –Tyler perguntou apontando para a moça e ignorando o que ele disse. O pai revezou o olhar entre nós três e eu vi o garoto respirando fundo ao meu lado. Eu segurei a sua camiseta por trás e o olhei rapidamente antes de encarar o chão por alguns segundos. -Esquece... É melhor se você não responder de todo jeito. –ele saiu andando indo na direção do seu quarto e eu fui atrás esperando entender o que estava acontecendo e porque o clima por aqui era tão tenso. Eu entrei fechando a porta atrás de mim e caminhei até ele que estava deitado na sua cama. -Não devíamos ter vindo para cá... Viu como ele é? Isso nunca para, Liv! –eu soltei um suspiro e me sentei ao seu lado.

-Ele me parece ser bem... Intenso. –eu comentei escolhendo bem as palavras e ele riu fraco. -E um pouco tenso, eu não sei. –me escorei na cabeceira e comecei a mexer em seu cabelo.

-Chega a ser bizarro... –ele disse e eu ri.

-Assim como o resto das nossas vidas. –eu falei e nós rimos novamente no instante que ele ergueu sua cabeça para me olhar.

-Liv. Sabia que te olhando bem agora, você parece aquela boneca que as meninas gostam. –ele falou e eu fiz uma cara estranha por não ter entendido muito bem a quem ele se referia. -É, você parece a Barbie. Você é igualzinha a ela e com certeza se fizessem um filme, iriam te escolher.  –eu comecei a rir e assenti.

-Uau. –eu falei totalmente surpresa. -A Barbie? Sério? –ele assentiu e eu o empurrei fracamente para o lado. Ele começou a rir e eu colei nossas bocas assim que me deitei ao seu lado. Ele retribuiu o beijo e segurou meu rosto com uma de suas mãos mudava de posição na cama. Ele pediu passagem com a língua e eu concedi aprofundando o beijo enquanto minhas mãos brincavam com algumas mechas de cabelo. Ele se sentou se separando de mim por um breve momento e me puxou para o colo dele de modo que seu corpo ficasse entre as minhas pernas. Eu me sentei e nós colamos nossas bocas novamente em um beijo acelerado. Tyler apertava minha cintura com força e eu me afastei para recuperar o fôlego. Eu sorri para ele e ele retribuiu fazendo com que suas covinhas aparecessem em suas bochechas. Ele inverteu as posições e me deitou na cama. Uma de suas pernas ficou entre as minhas enquanto ele se deitava em cima de mim fazendo com que um arrepio percorresse por todo o meu corpo. Eu senti seus lábios no meu pescoço e minhas mãos desceram por suas costas ate pararem na barra de sua camiseta. Eu a segurei e a puxei para cima sabendo que eu queria isso. Ele terminou de tirá-la e eu o beijei brevemente largando o tecido em cima da cama. Ele puxou minha blusa para cima e eu a tirei pela minha cabeça ficando com um sutiã azul marinho. Tyler beijou minha barriga e eu fechei meus olhos o sentindo percorrer um caminho ate a minha boca novamente. Seu quadril juntou-se ao meu enquanto nos beijávamos e eu sentia sua mão descendo pelas minhas coxas no momento em que eu olhei para o espelho ao lado.

Ao ver o meu reflexo, eu engoli em seco sentindo as minhas vistas embaçando no instante que uma falta de ar começou a me invadir pelo pânico que crescia dentro de mim. Eu respirei fundo sentindo o meu corpo tremer e então eu o empurrei de cima de mim com um pouco de força.

-O que aconteceu?! –ele me perguntou assustado e eu me levantei da cama com um pouco de pressa para vestir a minha blusa em questão de segundos. -Liv, o que foi?

-Nada... Não foi nada ok? –eu respondi estressada. -Eu só não quero fazer isso agora.

-Tudo bem... Era só ter me dito. –Tyler respondeu se sentando na cama e eu fechei minhas mãos com o objetivo de fazê-las parar tremer. -Você está legal?

-Não! –eu falei me virando para ele quando as lágrimas presas nos meus olhos quase escorreram. -Eu só não quero que você me veja assim! Eu estou odiando o meu corpo no momento, então entenda isso. –eu continuei e ele arregalou os olhos na minha direção.

-Céus, Olívia! –foi à única coisa que ele falou antes que eu o interrompesse.

-Acho melhor eu ir para casa... Antes que os meus pais comecem a ligar então... –eu disse pegando minha bolsa e passando a alça pelo meu ombro. Tyler soltou um suspiro assentindo com a cabeça e se levantou vestindo sua camiseta e pegando as chaves do jipe.

Durante o caminho até a minha casa, nenhum de nós ousou a falar nenhuma palavra sequer depois do que aconteceu. Eu olhava o tempo inteiro pela janela ao meu lado ainda pensando sobre isso e soltei um suspiro ao fechar os meus olhos. Eu o olhei brevemente vendo o mesmo concentrado no caminho e engoli em seco não sabendo se eu devia falar alguma coisa. A velocidade do carro começou a diminuir e eu olhei minha casa quando chegamos. Tyler freou desligando o automóvel em seguida e eu retirei meu cinto pegando a minha bolsa no chão do carro.

-Me desculpa ok? –eu falei a ele.

-Olívia, você não precisa pedir desculpas para mim. –ele respondeu ao me olhar. -Acho que devia pedir desculpa a si mesma. Por se cobrar dessa maneira e por fazer as coisas que faz... Olha, eu não entendo ok? Mas eu disse que eu amo você e eu não teria dito se fosse a verdade. Só que como você vai me amar de volta se não está amando a si mesma? –ele perguntou e eu pisquei algumas vezes. -Só... Pensa nisso. –ele continuou e eu apenas assenti antes de abrir a porta e sair caminhando até a entrada de casa deixando as lágrimas que eu segurava há um bom tempo, escorrer pelo meu rosto.

**

Eu arrumei as minhas cobertas na minha cama me preparando para ir dormir quando eu ouvi o meu celular tocando. Eu o peguei vendo a foto de Riley no visor e franzi o cenho me perguntando o que ela iria querer a essa hora. Já era quase meia-noite, ela nunca ligava nesse horário e ela sempre teve o costume de dormir mais cedo do que. Eu atendi sentindo meu coração acelerar quando eu ouvi um soluço e uma respiração abafada, que fazia parecer que ela estava chorando.

-Riles? –eu falei a ouvindo suspirar e acendi a luz do abajur ao meu lado.

-Liv, eu preciso te contar uma coisa... –ela disse e soluçou. -Eu sinto muito... É que ele apareceu aqui falando de você e quando eu vi já tinha acontecido...

-De quem você esta falando Riley? –eu perguntei começando a andar de um lado para o outro no quarto e quando eu pensei no que ela disse, senti um aperto no meu coração. -É sobre o Tyler? –perguntei confusa.

-O que?! Não sua idiota! Eu estou falando do Alex, burra! A gente... –a chamada desligou e eu olhei a tela do meu celular não acreditando nisso.

-Ah droga. –eu disse tentando ligar para ela novamente. O celular chamou e caiu a ligação logo em seguida mostrando que provavelmente ela estaria sem bateria. -Só pode estar de brincadeira com a minha cara. O que diabos aconteceu?  –eu liguei no celular do Alex para ver se ele me explicaria e o mesmo não atendeu. -Droga. Droga. –eu entrei no closet rapidamente e tirei a minha blusa de pijama caçando por alguma outra. -Thomas! –eu o chamei. -Thomas vem aqui! –eu vesti uma regata azul e procurei por uma calça jeans. A porta do meu quarto foi aberta de repente e eu vi Thomas se aproximando com uma cara de sono.

-O que você quer? –ele perguntou e então arregalou seus olhos. -Espera, você vai sair? Onde você está indo a uma hora dessas sua maluca?

-Alguma coisa aconteceu com a Riley e eu vou atrás dela para descobrir o que rolou. –eu disse calçando um vans preto e amarrando os cadarços com um pouco de pressa.

-A mamãe sabe que irá sair? –ele perguntou apontando para a porta do quarto com o seu dedão.

-Não, ela já deve estar dormindo. –eu disse prendendo meu cabelo em um rabo.

-Você vai fugir?! –ele perguntou sem acreditar.

-Não, por que você sabe exatamente aonde eu vou. –respondi andando até a outra parte do meu quarto e pegando o meu celular.

-Liv nós já estamos no meio da noite... –ele falou me olhando enquanto eu pegava uma bolsa e guardava algumas coisas dentro. -Você não pode sair andando assim. É perigoso.

-Eu só vou ate a casa dela... É no quarteirão debaixo. –eu expliquei. -Além do mais, irei levar aquele spray de pimenta que o papai me deu então eu estou segura.

-Você sabe que nossos pais vão te matar... Você anda muito irresponsável!  Você ficou estranha o dia inteiro, o que eles vão pensar quando chegarem aqui e ver que você não está dormindo? –ele me perguntou.

-E você é bem santo para me dar lição de moral né? –eu disse o olhando e ele revirou os olhos. -Vinte dólares para você ficar de bico fechado e fingir seu eu. –ele ficou calado pensando no assunto e eu puxei algumas gavetas do closet. Eu subi em cima delas e peguei uma caixa lá em cima.

-Ah não, você não vai me fazer vestir essa coisa loira de novo. –ele disse e eu encaixei a peruca na cabeça dele.

-Quase gêmeos. –eu falei a ajeitando e ele revirou seus olhos.

-Ah eu te odeio tanto. –ele resmungou e eu o empurrei em direção a minha cama. -O papai esta vendo TV no andar debaixo. Pretende sair como?

-Pela janela. –eu caminhei ate lá e a empurrei para cima a abrindo.

-Você ainda vai deixar os nossos pais loucos sabia? –ele perguntou deitando na minha cama e puxando os cobertores ate o seu pescoço. -Se alguma coisa te acontecer não fala que eu não avisei. –eu assenti e passei uma das minhas pernas pela janela antes de passar a outra. Eu saí caminhando por cima do telhado e ao chegar na parte mais baixa para o jardim, eu pulei na grama.