História Hi, Im Liv (Reescrevendo) - Stitches

Pov’s Tyler Zummach

Eu franzi o cenho sentindo a luz do sol batendo contra o meu rosto e abri os meus olhos lentamente vendo os pôsteres do quarto do Dylan na minha frente. Eu pisquei algumas vezes para me situar e ao virar a minha cabeça, o vi sentado na cadeira de rodinhas mexendo em seu computador. Eu engoli em seco sentindo um gosto horrível de bebida da minha boca e ao me sentar a minha cabeça latejou fazendo com que eu quisesse ficar deitado aqui pelo resto do dia.

-Ahhh merda. –eu gemi e me escorei na parede já que eu aparentava estar um pouco fraco. -Que caralho aconteceu? Como eu cheguei até aqui, porra? –eu perguntei e fechei meus olhos pela claridade estar fazendo meus olhos arderem.

-Cara, o que achou que estava fazendo? –ele perguntou se virando na minha direção e apoiou os cotovelos nos joelhos para continuar me olhando com sua cara de tédio e nervosismo ao mesmo tempo.

-Não grita merda. –eu resmunguei. -Minha cabeça está doendo.

-Eu não estou gritando, seu tonto. Cara, eu vou te falar uma coisa, se a Olívia não tivesse te achado, e te acontecesse alguma coisa, seu pai te mataria. –ele falou e eu esfreguei meus olhos antes de focar no curativo na minha mão. Eu o arranquei e fiz uma bolinha antes de arremessar contra Dylan ao sentir meu estomago revirar como se eu fosse vomitar

-Eu não me lembro de quase nada. –eu falei me abaixando e calçando os meus sapatos que estavam jogados ao lado da cama. -Eu estava na festa, vi a Barbie falando comigo e vi um médico no hospital. Só isso.

-Sorte sua. Ouviu? –ele falou. -Sorte sua, porque seu pai te ligou 300 vezes. Eu falei que voltamos tarde e que você acabou dormindo na minha casa. Se ele descobre, ele mata você, e depois me mata. –eu me levantei e senti minhas costas estalarem quando eu me alonguei. -E não se esqueça de agradecer a garota. Ela passou a noite inteira com você no hospital.

-Ela passou? –eu perguntei o olhando e ele assentiu com a cabeça o que me fez pensar sobre isso por alguns instantes. -Caralho. –eu andei pelo quarto e tirei minha camiseta com cheiro de hospital. -Cadê meu carro, só perguntando?

-Eu trouxe para cá. –eu assenti com a cabeça e quando vi as chaves em cima da estante eu as peguei. Eu saí do quarto e ele veio atrás de mim sabendo que eu não ficaria por mais tempo por ter que dar explicações aos meus pais que estavam em casa. Eu abri a geladeira olhando as coisas que tinham dentro dela e peguei uma lata de suco para eu tomar e ver se eu melhorava logo.

-Eu estou caindo fora. –eu disse. -Tenho que resolver algumas coisas.

-Certo... Você vai vir para o ensaio mais tarde? –ele perguntou enquanto eu passava pela porta e ia em direção a saída.

-Não sei. Estou indo socar uns sacos e depois vou para a casa antes que minha mãe chame a policia para mim. –eu disse atravessando o gramado até chegar ao meu carro e abrir a porta. Me curvei pegando meus óculos de sol e os coloquei me sentindo muito melhor por não ter a sensação de estar ficando cego.

-Eu não acredito. Vai para o MMA de ressaca? –ele perguntou totalmente surpreso e eu assenti entrando e fechando a porta.

-Você devia ir e tentar ganhar um pouco de massa. –eu disse e ele me apontou o dedo do meio. Eu ri devolvendo o sinal e ele riu junto antes que eu ligasse o carro e já desse a ré para ir embora.

**

Eu cheguei em casa as três horas da tarde praticamente. Eu entrei no apartamento e fui rodando as chaves do carro no meu dedo enquanto eu caminhava ate o meu quarto que ficava do outro lado da enorme sala de estar. Passei em frente ao escritório do meu pai e o vi sentado em sua mesa falando ao celular. Eu comecei a assobiar ignorando a sua presença e continuei indo a caminho do meu quarto.

-Tyler. –ele me chamou e eu fechei meus olhos parando de andar. Eu voltei alguns passos e o olhei esperando ele falar o que queria. -Onde passou a noite? Você enlouqueceu, quase tive que chamar a policia.

-Na casa do Dylan. –eu respondi e ele me olhou. -O que? Não esta acreditando? –perguntei com deboche ao ver a cara que ele havia feito.

-Eu não disse isso. –ele falou e eu assenti dando de ombros por fim. -O que eu quero saber, é sobre a escola... Esta pegando firme? Não vou deixar você responsável pela minha empresa se continuar sendo um moleque irresponsável. –ele disse e eu ri.

-E eu já disse que não quero sua empresa, pode ficar com ela para você.  –eu falei e ele cruzou os braços na minha direção. -Não precisamos brigar por causa disso novamente... Eu já disse que não vou assumir, então não vou.

-Você ainda tem dois anos para pensar. –ele falou o que me fez revirar os olhos. -Eu mandei sua pré inscrição para Harvard. Eles avaliaram e me responderam que você pode muito bem ser aceito lá.

-Eu quero ir para a New York State... A minha mãe concorda então pare de pensar só nas coisas que você quer, e pare para pensar nas coisas que eu quero, pai.  –falei dando as costas a ele.

-Para. –ele mandou e eu voltei a olhá-lo me perguntando o que ele queria agora. -O que sua mãe sabe, para falar onde deve estudar ou não?

-Não sei, talvez muito mais do que você. –eu disse em um sério e desafiador.

-Mas que droga Tyler! –ele gritou. -Já chega! Isso já tem um tempo e eu estou cansado de você e da sua mãe sempre viverem presos ao passado! Eu sei que eu errei. Como pai e como marido, mas já esta na hora de esquecermos isso... –ele falou.

-Tudo bem você querer viver como se nada tivesse acontecido, mas acontece que eu não consigo. Eu não sou você.  –eu disse e saí do escritório indo para o meu quarto. Eu entrei nele apressadamente e fechei a porta não sabendo como eu suportava viver com ele. Joguei minhas coisas no chão vendo o que tinha dentro da minha mochila e peguei meu celular vendo que eu tinha duas ligações da Megan. Eu revirei os olhos e me joguei na cama.

Pov’s Olívia Riggs

Eu coloquei um short jeans, uma blusa cinza que aparecia os meus ombros e um vans preto enquanto eu me arrumava para ir até o ensaio dar uma força para o Alex, já que era o seu primeiro dia. Prendi um colar com o meu nome no meu pescoço e peguei uma bolsa preta para colocar as minhas coisas dentro. Eu fiz uma maquiagem simples e peguei meu celular mandando uma mensagem para Riley para ver onde ela estava. A garota me respondeu uns cinco segundos depois avisando que já estava lá com o Alex. Revirei meus olhos. Droga, eu odiava chegar em um lugar depois de todo mundo, sempre parecia vergonhoso demais você aparecer sem ninguém te acompanhando.

Quando a minha mãe me deixou lá antes de ir para a casa da tia Hana, eu toquei a campanhia da casa que estive hoje mais cedo. Brittany abriu a porta segurando uma lata de suco e sorriu assim que viu que era eu.

-Oi! –ela falou me abraçando rapidamente e fazendo um sinal para que eu entrasse.

-Oi, desculpa pelo atraso. –eu falei a seguindo por um corredor extenso. -Eu acabei pegando no sono, e quando vi já havia passado do horário.

-Ah, não tem problema não. Estávamos apenas conversando, eles começaram tem pouco tempo.  –ela disse me puxando pela mão enquanto eu ouvia alguém tocando guitarra e alguém cantando. Chegamos a uma garagem e Alex fez um sinal para mim sem parar de tocar ao ver que eu havia chegado. Eu sorri para eles e me sentei ao lado de Riley na traseira de uma caminhonete e Brittany subiu começando a cantar junto já que poderia ser considerada a fã numero 1 dessa banda. Zay mexia no computador fazendo um remix de batidas maneiras e eu sorri feliz por ele ter conseguido se enturmar com todos.

-Nerd. –eu e Riley falamos juntas e rimos fraco. Olhei o garoto mais atrás tocando bateria e pelo que Brittany contou, ele se chama Jake e já é mais velho por isso estava no primeiro período de musica no Atlanta State.

Música: Stitches –Shawn Mendes

- I thought that I've been hurt before, But no one's ever left me quite this sore, Your words cut deeper than a knife, Now I need someone to breathe me back to life... Got a feeling that I'm going under, But I know that I'll make it out alive, If I quit calling you, my lover, Move on... –Dylan cantou usando o microfone e fazendo alguns acordes em sua guitarra. Eu sorri me balançando no ritmo da música e olhei quando Alex fazia a segunda voz, sem parar de tocar.

- You watch me bleed until I can't breathe, Shaking, falling onto my knees, And now that I'm without your kisses, I'll be needing stitches, Tripping over myself, Aching begging you to come help, And now that I'm without your kisses, I'll be needing stitches...  –eu, Riley e Britanny cantamos junto com eles e sorrimos uma para a outra. Alex sorriu e continuou tocando sem parar antes de se perdesse no ritmo. Nós ficamos em pé e começamos a dançar ao lado de Brittany que havia começado os filmar com o seu celular.

-Just like a moth drawn to a flame, Oh, you lured me in, I couldn't sense the pain, Your bitter heart cold to the touch, Now I'm gonna reap what I sow, I'm left seeing red on my own... –Alex cantou sozinho e eu franzi o cenho quando vi Riley o olhando com um sorrisinho no rosto. -Got a feeling that I'm going under, But I know that I'll make it out alive, If I quit calling you my lover, Move on...

- You watch me bleed until I can't breathe, Shaking, falling onto my knees, And now that I'm without your kisses, I'll be needing stitches, Tripping over myself, Aching begging you to come help, And now that I'm without your kisses,I'll be needing stitches... –nós voltamos a cantar com eles e a dançar animadamente ao som da música que faziam.

- Needle and the thread, Gotta get you out of my head, Needle and the thread, Gonna wind up dead... –Dylan cantou e riu fraco ao ver o modo em que eu e as meninas estávamos. -Needle and the thread, Gotta get you out of my head, Needle and the thread, Gonna wind up dead, Needle and the thread, Gotta get you out of my head
Needle and the thread, Gonna wind up dead, Needle and the thread, Gotta get you out of my head, get you out of my head...

-You watch me bleed until I can't breathe, Shaking, falling onto my knees, (Falling on my knees), And now that I'm without your kisses, I'll be needing stitches, (And I'll be needing stitches), Tripping over myself, Aching begging you to come help, (Begging, "baby, please"), And now that I'm without your kisses, I'll be needing stitches, (And now that), I'm without your kisses, I'll be needing stitches, (And now that), I'm without your kisses, I'll be needing stitches  –nós cantamos rindo enquanto o Alex continuava com a segunda voz e quando eles finalizaram nós aplaudimos de imediato.

-Melhor ensaio ever... –Brittany falou. -Sinto muito em dizer isso, mas ainda bem que o outro cara se mudou... Ficou muito melhor.

-Eu concordo. –Dylan falou e fez um toquinho com o Alex.

-Liv, pega meu celular na minha mochila, por favor? Eu preciso mostrar um vídeo meu...  Está na sala. –Alex disse e eu saltei do carro para ir ate lá. Eu me curvei revirando a mochila do garoto e me assustei quando a porta de entrada foi aberta de repente me fazendo dar um pulo.

-Caral... –eu engoli o palavrão ao ver Tyler e ele riu da cara de espanto que eu devia estar.

-Olá. –ele disse fazendo um aceno e fechando a porta novamente. -Eu realmente não planejava te assustar... Mas já que aconteceu, foi bem engraçado. –eu ri fraco.

-Oi... É eu quase dei um ataque.  –eu disse me recuperando e ele se aproximou de mim o que me fez dar um passo para trás de imediato.

-Calma, eu não vou agarrar você.  –ele brincou e eu cerrei meus olhos em sua direção.

-Escuta... Eu vou ser bem direta com você... –eu falei e respirei fundo criando coragem de falar o que eu queria. -Por acaso você fica conversando e me encarando por que quer me pegar? Por que se for você pode parar ta legal? Não tem a menor graça. –Tyler me encarou profundamente e riu.

-Nossa você me pegou. –ele falou colocando as mãos na cintura e eu semicerrei os olhos mais uma vez. -Estou zuando, calma aí Barbie.

-É, mas acontece que eu já fui avisada sobre você e sobre o seu lance de ter pegado e feito todas as meninas da escola chorar. Então, deixando bem claro, eu não vou ser a próxima então tire o seu cavalo da chuva antes que ele fique doente e morra. –eu disse e abaixei o olhar para a mochila do Alex. Ouvi um ruído vindo da direção dele, parecido com um engasgo. Eu o olhei assustada e seus olhos estavam arregalados enquanto ele tinha uma crise de riso pelo jeito que eu falei com ele.

-Ai Barbie, assim você me mata! Você é muito comédia, nós temos que ser amigos. De verdade, eu realmente quero ser o seu amigo. –ele disse tentando parar de rir, mas não conseguindo. -E eu não aceito “não” como resposta. –ele cruzou os braços se recuperando e ficou me olhando. -E então? Somos amigos? –ele perguntou e eu o analisei por alguns segundos antes de revirar meus olhos.

-Tudo bem. Mas se você tentar alguma coisa, já te digo que minha mãe me ensinou muito bem a como bater em alguém. –eu disse. -Então... Não irá querer me desafiar.

-Eu acredito em você. –ele falou por fim e eu assenti.

-Que bom. –eu falei e saí andando com o celular enquanto ele vinha rindo atrás de mim por tudo que aconteceu nesse pequeno intervalo de tempo.

-Ah e obrigado por ontem. Você salvou minha vida, literalmente... –ele falou e eu assenti.

-De nada. Literalmente. –eu falei descendo as escadas para a garagem. Eu joguei o celular para o Alex e ele pegou em um gesto rápido como se adivinhasse que eu o jogaria para ele. Eu subi no carro novamente e Riley me olhou levantando as sobrancelhas.

-Bad boy na área e a felicidade da Liv está feita... –ela sussurrou e eu revirei os olhos.

-Somos amigos agora. –eu disse e a olhei. -Só amigos. Nada mais.

-Prevejo coisas... –ela falou e eu bati nela. Ela riu e Tyler acenou para ela como forma de cumprimento. Ela acenou de volta e eu o olhei vendo o mesmo se sentar em um banco do lado de onde os garotos estavam. Eles começaram a tocar outra musica e eu não acreditei quando Tyler começou a fingir que estava tocando guitarra. Eu o olhei arqueando uma sobrancelha e Brittany riu se sentando ao meu lado.

-Ele não existe, não é? –ela perguntou e eu sorri negando com a cabeça.

-Não. –eu falei. -É impressionante.

Eu voltei a olhar para ele e ri fraco enquanto o mesmo fingia ser um astro do rock. Ele abriu os olhos e quando ele me viu o olhando, ele piscou para mim. Senti minhas bochechas queimando de vergonha e olhei para Riley que cantava a música junto com os garotos. Quando eles finalizaram mais uma vez Dylan fez um toquinho com Alex e com Zay.

-Galera valeu muito... Isso está demais... E Zay? –Dylan se virou para ele e olhou para o garoto sentado no banquinho perto dos seus computadores. -Quer entrar? –Zay arregalou os olhos não acreditando e eu sorri feliz por Dylan ter feito esse convite a ele.

-Está falando sério? –o garoto perguntou quase em choque.

-Estou sim. –Dylan disse soltando a sua guitarra. -Dentro ou não?

-É claro que eu estou dentro. –ele disse e nós rimos quando os dois se abraçaram fortemente.

-Ahh finalmente, as coisas estão começando a ser como eu queria. –Alex disse olhando para cima e agradecendo.

-E como podemos ver, ele já começou a se empolgar. –Riley disse e nos descemos do carro.

-Vai encher o saco de outro, mulher. –Alex falou guardando a guitarra. -Eu estou bem feliz com esse ensaio.

-É eu também... No intervalo amanhã na escola, nós podemos comentar sobre algumas coisas da banda... –eu franzi o cenho e me entreolhei com Alex, Riley, e Zay. -O que? Vão lanchar com a gente, certo? Nossa mesa tem espaço o suficiente para vocês.

-Dylan, eu adorei a idéia. –Tyler falou arqueando as sobrancelhas para mim. Ele se levantou e me abraçou quase me sufocando. -Agora que eu e a Barbie somos amigos, vamos aprontar muito juntos...

-Ui. –Riley disse e eu dei um soco no braço dele.

-Desgruda vai. –eu falei.

-Tyler, não começa vai. –Dylan falou. -E você não têm amigas.

-Agora eu tenho. –ele falou e deu de ombros.

-Cara, sinto em te dizer, mas se você é amigo da Liv, acaba que ganha mais dois de presente. –Alex falou puxando Riley e eles sorriram de maneira engraçada na nossa direção. -E então aceita o pacote completo? É o único acordo. –eu ri e olhei para o Tyler que os encarava.

-É Tyler... –eu disse dando uma cotovelada em sua barriga. -Aceita o pacote? O Alex consegue ser bem chato e irritante quando ele quer.

-Eu tenho opção? –Tyler perguntou brincando.

-Não. –Riley disse e Tyler puxou Brittany e Dylan para perto dele no mesmo instante que Riley puxou o Zay e eu sorri.

-Então eu acho que somos um grupo agora. –ele disse.

-Legal. Garotas!!  –Brittany falou animada.

-Ok se é assim precisamos de uma foto, eu preciso colocar no meu mural. –Zay falou. -São os meus primeiros amigos para falar verdade, então eu quero guardar isso. –ele disse e eu sorri sem mostrar os dentes.

-Ok, eu tiro a foto para vocês. –Jake falou se levantando e rindo. Eu entreguei meu celular para ele e me juntei no meio do grupo ficando entre Alex e Riley. Eu sorri e vi o flash saindo. -Outra agora. –Alex levantou sua guitarra para cima e Dylan o microfone. Brittany fez uma careta igual ao resto e ele bateu a foto. Eu corri até para olhar como havia ficado e sorri de imediato.

-Ficou boa? –Riley perguntou se aproximando para ver.

-Claro que sim, eu estou nela. –Tyler disse e Alex riu fazendo um toquinho com ele por essa piada ter sido muito parecida com as suas.

-Ficou ótima. –eu disse. Eu postei a foto no Instagram e marquei eles depois de procurá-los pedindo para seguir todos.

“You said Yes for the hole crew, djow”

Eu escrevi a legenda.

-Por acaso é uma indireta? –Tyler perguntou a mim depois que checou a notificação em seu celular. -E o que diabos é “djow”... –eu ri escandalosamente e sorri para ele.

**

Eu entrei em casa depois que Alex me deixou aqui e fechei a porta já a trancando novamente como era de costume. Ouvi o barulho da TV e vi Thomas sentado no sofá de pijamas assistindo desenho animado enquanto comia cereal e leite em sua tigela preta do Batman.

-Oi Thommy. –eu disse e ele acenou para mim enquanto eu checava as horas e via que eram exatamente oito da noite. -Cadê a mamãe e o papai? –eu perguntei.

-Acho que a mamãe está na cozinha e o papai tomando banho. –ele falou e eu assenti com a cabeça mostrando ter entendido.

-Certo. –eu disse e caminhei até a cozinha. Vi minha mãe sentada no balcão desenhando um monte de roupas e me aproximei dela silenciosamente para não atrapalhar. -Oi mãe. –eu falei e ela sorriu.

-Oi, meu amor... Não a ouvi chegando. Como foi? –ela perguntou me olhando.

-Legal. Foi bem legal na verdade. –eu disse me sentando ao lado dela e olhando alguns dos maravilhosos desenhos. -Preparando outro desfile?

-É. –ela falou e eu sorri. -Esse está dando mais trabalho do que eu pensava.

-Vai participar dele? –eu perguntei curiosa por sempre amar quando ela desfilava e ela negou com a cabeça.

-Não dessa vez. –ela disse. -Encontrou com o Tyler hoje? Como ele está?

-É, ele estava lá. Quer dizer, ele chegou depois... Mas, está tudo bem.  –eu falei.

-E conversaram muito? –ela perguntou querendo saber mais sobre esse tempo que passamos juntos.

-Conversamos. Nós somos amigos agora... Eu, Riles, Alex, Zay, Brittany, Tyler e Dylan. –eu disse.

-Legal. –ela disse sorrindo. -É bom quando são muitos amigos. As zoeiras aumentam e as diversões também. –ela falou se levantando e eu ri sabendo que sim. -Vou fazer algo para comermos, eu estou morrendo de fome... O que irá querer?

-Mamãe, eu posso comer pudim de chocolate? –Thomas perguntou entrando na cozinha com a sua tigela já vazia.

-Não. Só depois da janta, esse é o combinado. –ela respondeu.

-Eca Thomas. Aquilo tem gosto horrível. –eu disse fazendo uma careta.

-Sendo bem sincera, foi o que eu mais comi quando eu estava grávida de você. –minha mãe falou acendendo  o fogão e colocando uma panela em cima.

-Por isso que ela não gosta então. –Thomas falou se sentando ao meu lado. Minha mãe nos olhou rindo e se abaixou para pegar algo no armário. -Bom que sobra mais para mim.

-É. Diga isso para o seu pai então. –ela falou e jogou o óleo na panela. Aquilo espirrou e começou a pegar fogo de imediato fazendo um cheiro horrível começar a surgir. Eu e Thomas nos entreolhamos e arregalamos os olhos sem saber o que fazer. -Ai meu Deus! –ela gritou se afastando tão assustada quanto à gente.

-Mãe está pegando fogo! –Thomas gritou. -Apaga logo!

-Me fala uma coisa que eu não sei! –ela gritou de volta se afastando mais ainda. Meu pai entrou correndo na cozinha enquanto a fumaça nos engolia e eu comecei a me abanar com as mãos tossindo fracamente.

-Pai apaga isso! –eu gritei e ele começou a bater um pano em cima. Até que chegava a ser engraçado vendo tão desesperado assim e o fogo só parou quando minha mãe jogou outro pano por cima. Meu pai cobriu a frigideira com o outro e nos olhos assustado.

-Quantas vezes eu preciso te dizer... Para ficar longe desse fogão?! –ele gritou e ela se assustou. -Quase nos mata queimados pela quarta vez, Maya! Você é louca?!

-É, a última foi sinistra. –Thomas falou.

-E você não grita comigo na frente das crianças! –ela gritou de volta. Os dois faziam isso quase todos os dias, mas não se separavam o que era bem legal.

-Está mais tenso dessa vez... –eu disse ao Thomas. -Mas relaxem galera, olhem pelo lado bom, você não vai precisar pintar a parede de novo não é pai? Por que o fogo não foi tão alto... Não dessa vez.

-Nossa mãe é bem doida. –Thomas sussurrou  e ela o olhou brava. Ele se levantou rapidamente para sair correndo e eu comecei a rir a cena.

-Olívia Riggs Hale... –ela começou.

-Já estou vazando. –eu disse descendo do banco, pegando a minha bolsa e indo para o meu quarto.

-Eu ainda vou poder comer pudim? –ouvi Thomas perguntando e ri.