História Hi, Im Maya - The forgiveness Project

Eu destranquei a porta de casa e entrei já encontrando minha mãe e meu pai sentados no sofá. Eles me olharam e ela sorriu enquanto eu não esboçava nenhuma reação. Era estranho saber que ela era mesmo a minha mãe. Não era nenhuma namorada do meu pai, era a minha mãe. E ela estava de frente para mim depois de um longo tempo.

_Hey, eu soube do torneio. –ela disse se levantando e passando a mão sobre a saia. _Você se saiu muito bem.

_Eu sei. –eu disse soltando minha bolsa em cima do sofá. Eu caminhei ate lá e me deitei no sofá de frente para ela. _Olha, não precisa fingir que você se importa comigo ta legal?

_Maya, é claro que eu me importo. –ela disse se sentando novamente.

_Se se importasse não teria feito o que fez. –falei e ela olhou para o meu pai certamente buscando alguma ajuda que ele não daria. Ele apenas estava revezando o olha entre mim e ela. _Aliás por que está aqui? Ficar longe esse tempo todo já não foi o suficiente?

_Como eu disse ao seu pai, eu vim te ver. –ela continuou e dei uma breve pausa. _ Eu me arrependo muito do que eu fiz. Mas eu gosto como as coisas estão agora. E eu e seu pai não somos separados ainda. –ela falou.

_Claro, isso porque você nunca apareceu para assinar os papeis do divórcio. –ele falou se levantando e andando pela sala.

_Por que não somos bons o suficiente para você? –perguntei me levantando. _O que a gente te fez?!

_Eu sinto muito. –ela disse e eu vi algumas lagrimas brotando em seus olhos. _Eu sinto muito mesmo Maya. Eu estava nervosa, eu estava com medo. Eu fiquei grávida quando eu tinha 17. Eu não sabia o que eu estava fazendo, e cuidar de um bebe sozinha...

_Eu estava do seu lado o tempo todo! –meu pai gritou se alterando fazendo nós duas nos assustarmos. _Não venha com essa desculpa de que não sabia o que estava fazendo. Nós decidimos juntos ter a Maya!

_VOCÊ quis ter ela! –ela gritou. _Meus pais me colocariam para fora de casa. Eles me colocaram.

_O que? –perguntei. _Você nunca me quis? É isso?

_Maya espera. –ela disse. _Eu confesso que eu não queria te ter no começo, mas seu pai me convenceu e quando você nasceu, eu sabia que eu tinha feito a coisa certa..

_Então por que foi embora? –perguntei e ela e meu pai se entreolharam. _O que? Você arranjou uma nova família é isso? Você nos trocou por uma família nova? –ela fechou os olhos e respirou fundo.

_Eu conheci um cara no hospital, um dia depois que você nasceu. –ela disse e eu percebi minhas vistas ficando embaçadas. _ Eu tentei me afastar mas eu não consegui. Foi mais forte que eu e...

_Você ainda esta com ele? –perguntei a olhando com raiva. Ela assentiu com a cabeça e as lagrimas escorreram no rosto dela.

_Nós nos casamos. E temos uma filha juntos. O nome dela é Molly. –eu olhei para o meu pai e vi ele chorando.

_Era por isso que você nunca falou dela. –eu disse. _Para me poupar de ouvir essa droga toda. Mas ai ela chega, e estraga tudo.

_Eu vim para conversar com você. E tentar te explicar tudo. –ela falou.

_Já que estamos em uma reunião de família destruída, eu e o Chandler estamos namorando. –falei mudando de assunto e meu pai me olhou assustado.

_Peraí, que? –ele perguntou.

_E não se preocupe se ele me magoar Kate, em matéria de ferir as pessoas, você só tira nota dez. –falei pegando minha bolsa e passando com ela. _O premio de melhor mãe, vai para você. –eu subi as escadas e fui para o meu quarto. Retirei o troféu da bolsa e o coloquei em cima da mesa de estudos. Me deitei na cama enquanto eu ouvia os dois discutindo no andar debaixo. Revirei os olhos e enfiei os fones de ouvido aumentando a musica no máximo.

**

Eu arrumei minhas coisas para ir para a escola e desci as escadas indo para o carro. Meu pai já me esperava dentro dele e eu ouvi sua conversa no celular.

_Quem era? –perguntei.

_Meu advogado. Ele vai arrumar as coisas do divórcio. –ele disse e eu assenti.

_Eu vou continuar morando com você não vou? –perguntei o olhando.

_Claro que vai. Nenhum juiz seria louco de dar sua guarda para ela. Temos muitas testemunhas.  –eu assenti e sorri de lado.

_Que bom. –eu respondi colocando o cinto. Ele deu a ré com o carro e me olhou.

_Então você e o Chandler... –ele começou.

_É.

_Nossa, muita coisa mudou esse ano. –ele disse e eu ri.

_Tudo esta se resolvendo. –eu falei e olhei pela janela. Vi um casal passeando com a filha e sorri. _Porque não convida a Lauren para morar com a gente?

_Tem certeza? –eu assenti e sorri o olhando.

_Tenho. Eu gosto da Lauren. –ele sorriu e assentiu com a cabeça.

Eu cheguei na escola e desci do carro. Eu fechei a porta e caminhei ate a entrada procurando a chave do meu armário na minha bolsa. Algo se chocou contra o meu corpo e eu cai no chão com alguém em cima de mim.

_Ô seu idiota! –gritei e olhei para Chandler que sorriu.

_Bom dia bravinha. –ele falou e eu sorri. Ele me beijou e eu retribui enquanto algumas pessoas nos olhavam e comentavam coisas. Ele se levantou do chão e me puxou pelas mãos.

_Bom dia. –eu disse. _Para de me chamar de bravinha. Eu odeio. –eu continuei e ele sorriu.

_Vou te chamar mesmo assim.

_Ô Chandelier, não me enche o saco, que essa noite não foi nada fácil com a doida da minha mãe. –eu disse.

_Ah é, foi mal. E então? Como foi? –ele perguntou pegando minha bolsa no chão e me entregando.

_Espera ai, eu perdi alguma coisa? –Brooke perguntou se aproximando de nós. _Por que vocês dois estão conversando como se fossem  amigos?

_Na verdade a gente esta namorando. Eu pedi ela ontem. –Chandler falou.Eu sorri para ela e ela arregalou os olhos.

 _Mentira! –ela gritou e correu ate mim ainda gritando. Ela me abraçou e meus ouvidos doeram. _Casal na área galera! –eu e Chandler rimos enquanto ela me soltava e abraçava ele.  _Esse assunto vai bombar no canal. Tem idéia da quantidade de pessoas que falava que isso iria acabar acontecendo?

_Não. Não temos. –falei e o olhei. Ele sorriu para mim e eu retribui. O sinal bateu e nós entramos para a escola. Fomos para a aula de história e nos sentamos enquanto Cory e Hana faziam uma cara engraçada.

_Parabéns Maydler.  –Cory disse e sorriu. _Fico feliz por vocês dois.

_Valeu. –eu falei e Hana me abraçou.

_Bom dia flores do dia. –Lucas disse entrando na sala de aula. Ele pegou um giz e escreveu “Perdão” no quadro. Ah não, lá vem.  _Ao longo da história, os países vão á guerra. Isso é o que normalmente estudamos aqui. Mas hoje, vamos falar sobre a paz e o perdão e como chegamos lá. Hoje, iniciamos o projeto de perdão. Nossa historia não é apenas sobre o que temos feito. Peguem o papel debaixo da sua mesa. –eu peguei o papel branco e o coloquei em cima da minha mesa. _Isso o que vocês estão prestes a fazer será expressar os sentimentos. Estão quase perdoando uma pessoa.

_O que isso tem haver com história, Fitz? –perguntei o olhando.

_Lhe dá a chance de mudá-la. –ele respondeu.

_Eu tenho que perdoar meu irmão. –Hana falou. _Ele comeu a cabeça da minha Barbie preferida há quatro anos. Eu o culpo ate hoje. –ela começou a escrever no papel enquanto eu ficava lá parada. Todos estavam escrevendo.

_Maya, não tem ninguém na sua vida que você queira perdoar? –Lucas perguntou.

_Não. –falei negando com a cabeça.

_Não acha que agora seja uma boa hora? –Chandler perguntou.

_Você não quer perdoá-la um dia? Por que não agora? –Hana perguntou.

_hmm. –eu falei e comecei a rir. Hana riu junto e ficou toda feliz.  Destampei a caneta e comecei a escrever no papel. Quando acabei entreguei para ela que ainda sorria.

_ “Não se intrometa. Hana, sua metida, não se intrometa”. –ela leu e fechou seu sorriso voltando a me olhar. Ela encostou na minha mão e sorriu.

_Eu perdôo você Maya. –ela disse.

**

Mais tarde, encontramos Lucas no sidewalk e quando ele nos viu, ele acenou. Nós nos sentamos com ele e o olhamos.

_Eai como esta o projeto de perdoar? –ele perguntou.

_Você esta nos matando Fitz.  –Chandler falou.

_Eu tenho que dizer, Lucas, no que você estava pensando?! Você acha que o perdão conduz a paz? Isso causa mais guerras. –falei.

_Muitas guerras. –Cory disse.

_Eu perdoei meu irmão e ele não me agradeceu. –Hana falou.

_Hana, você realmente perdoou seu irmão? –Lucas perguntou á Hana.

_Não. –ela disse.

_Maya, você perdoou sua mãe? –ele perguntou.

_Não.

_Para algumas pessoas, perdão não existe. –Cory disse e meu pai entrou no sidewalk com Kate atrás dele.

_Tudo que você tem que fazer, é ouvir o lado da outra pessoa. –Lucas falou.

_Hey. –Kate falou se aproximando da mesa. _Maya, pode me dar um segundo? –eu olhei para meu pai e assenti com a cabeça para ela. Eu me levantei e nós fomos para o lado de fora e nos sentamos em uma das mesas. Olhei através do vidro e vi meu pai conversando com Chandler. Eu abri um sorriso de lado e voltei a olhá-la. _Eu queria te dizer, que não é sua culpa. Nada disso. Eu não quero que se sinta culpada.

_Você esta lá para a sua nova família não esta? –perguntei e ela assentiu. _O que eles fizeram que eu não fiz?

_Você nunca fez nada Maya. Você era apenas uma criança. Não há nada que você não tenha feito ou poderia ter feito. Eu só não estava pronta para você ou para qualquer um. Mas eu acho que eu mudei. As pessoas acreditam que eu sou capaz de algo. Eles não sabem quem eu era, eles sabem quem eu sou agora. –ela disse e eu senti algumas lagrimas brotando nos meus olhos.

_E quem é você? –perguntei.

_Eu me chamo Kate, e trabalho em  uma empresa de jornalismo. –ela falou.

_Seu trabalho era ficar. –falei a olhando. _Meu professor acha que se eu te perdoar, vai me trazer paz. Estou feliz que ouvi sobre você e agora sei da verdade. Mas, eu sei sobre você e você não sabe nada sobre mim. Você não sabe a minha cor favorita,  qual comida eu mais gosto ou o que eu amo fazer nos finais de semana. Nós somos duas completas estranhas conversando uma com a outra.  –falei me levantando e me apoiando na cadeira. _Isso me deixa feliz por saber que a culpa foi sua e não minha. –eu enxuguei o rosto e a olhei. _Eu pensei que era minha culpa, mas não é. Eu não fiz nada.

_Me desculpa. –ela disse.

_Eu não estou mais com raiva. Obrigada por ter vindo, espero que volte bem para sua casa e para a sua família.

_Maya espera.  –eu entrei no sidewalk e caminhei ate a mesa ficando de frente para Lucas que se levantou.

 _Eu sinto muito. Eu falhei na sua tarefa. Eu sei que você queria que eu perdoasse ela, mas eu não perdoei. Eu não podia. Você estava errado dessa vez Lucas.

_Eu nunca esperei isso, Maya. –ele disse. _Esse tipo de perdão não vem fácil. Mas a vida é um longo tempo. Eu espero que você chegue lá um dia. Mas, você perdoou a si mesma? –eu pensei no que ele falou e comecei a chorar. Eu o abracei soltando alguns soluços. _Sinto muito por isso Maya.

_Eu te perdôo Lucas.