História Hi, my lifeless best friend. - Dia 24

Olá, meu melhor amigo sem vida.

Apesar do tempo de ausência, ainda posso dizer estamos juntos a bastante tempo, não é?

Mais de uma dúzia de folhas viraram pasta em uma garrafa, umas oito ou dez viraram cinzas antes de ir pra água.

Então acho que posso fazer um pequeno relato, não é? É meio bobo, mas é alguma coisa.

Ok, Sra. Folha, tem um tempinho bom já.

Era aniversário de quinze anos da minha irmã.

Foi legal de dia. Passeamos pelo centro e compramos umas coisas.

Mas eu quero falar aqui da noite.

Sabe, eu, em minha ignorância, acreditei que seria apenas uma celebração mais organizada entre família. Resultado: eu rezei por um desmaio quando vi o lugar cheio.

Não me entenda mal, não é que eu não goste que minha mana tenha um grupo grande. O problema é que, como já deve saber (ou eu posso não ter escrito sobre isso antes, mas foda-se, você é só um papel, posso falar como se soubesse do que se trata), a Mayzinha aqui tem um pequeno problema com ver gente ao redor sem algo pra me distrair, e havia prometido que não ia usar o celular lá.

Resultado: eu fui no banheiro uma três vezes pra não ficar chorando no momento feliz. O que, na verdade, não adiantou de nada, já que meus pais me viram cabisbaixa e foram falar comigo exatamente no momento que eu pretendia me acalmar no banheiro de novo. Eu segurei alguns segundos e comecei a chorar que nem uma criança, e ter um monte de gente ao redor só serviu para aumentar, por causa da vergonha.

Acabou que, graças ao bom Deus, o lugar que tínhamos ido era perto da casa dos meus tios. Acabei ficando uns bons minutos chorando numa almofada, e mais meia hora assistindo tv e comendo uns pratinhos que ficaram lá até ficar calma.

Isso já faz um tempo considerável, mas não sai da minha mente. Tem adolescente que tem vergonha de dançar com o pai no fim de ano no colégio, eu não teria problema algum se aquele choro fosse apagado da história.

Por que eu não deixei pra lá e usei o celular?