1. Spirit Fanfics >
  2. Inexplicável >
  3. O desabafo

História Inexplicável - O desabafo


Escrita por: LuxeDragneel

Notas do Autor


hello it's me, postando de madrugada novamente! Agradeço imensamente aos comentários do ultimo capitulo e aos novos favoritos ❤
Estou morrendo de sono então falta criatividade para uma boa N/A kkkk.
Bem, esse capitulo foi um pouco tenso de escrever e ele ficou bem menor do que eu esperava, apesar disso eu coloquei partes que considero importante e que vão se desenvolver mais nos caps seguintes
Boa leitura!

Capítulo 10 - O desabafo


Fanfic / Fanfiction Inexplicável - O desabafo

O resto do final de semana passou relativamente tranquilo e como prometido, na segunda uma pasta com os dados da campanha anterior estavam na mesa de Hermione. Ela ficou embasbacada com a quantidade vendida e o tanto que Draco queria que ela superasse a margem, veja bem, quando ela aceitou o desafio sabia que seria difícil, mas não tanto assim. Olhou mais uma vez os números e o prazo que teria para bolar algo realmente bom para ganhar a aposta antes de guardar a pasta em uma gaveta em sua mesa.

Resolveu terminar seus serviços primeiro, a campanha na qual ela estava trabalhando estava quase pronta e em sua fase final de retoques antes de ir para o ar, saiu da sua sala apressadamente e foi em direção a sala onde tudo acontecia, onde pessoas especializadas faziam acontecer, sempre dando pitacos aqui e ali, para ajudar a melhorar o comercial da melhor maneira possível, depois de tudo gravado iria para a parte final de edição, da qual ela participaria minimamente. Suspirou, como seu primeiro trabalho ali estava ficando bom, não algo revolucionário, mas bom o suficiente para aquela campanha em si.

A semana pareceu se arrastar daquela maneira, ela cumpria com o máximo de zelo os seus afazeres diários e depois ia para sua sala, tentar pensar em algo e esboçando suas idéias mais relevantes, ela não possuía um prazo muito aprazente, mas incrivelmente ela se sentia feliz com aquilo, se sentia desafiada e viva, a cada nova idéia que surgia em sua mente ficava feliz por estar fazendo algo.

Conforme os dias foram passando ela foi filtrando suas idéias e deixando apenas as melhores, afinal, ela precisaria de uma medida inovadora se quisesse atingir a meta que fora entregue para ela.

Durante os dias que foram passando sua amizade com Draco foi se fortalecendo aos poucos, eles praticamente não conversam no trabalho, o loiro ainda ficava bem desconfortável com a situação, mesmo assim, sempre que se “esbarravam” no corredor, se encontravam no elevador e coisas assim se cumprimentavam e conversavam bem rapidamente sobre coisas banais. Malfoy ainda era um mistério ambulante, parecia mudar de humor a cada dia, o que assombrosamente era algo extremamente interessante. Para a mulher, ainda era complicado entendê-lo, ela não o conhecia tão bem quanto achava que conhecia, afinal, os anos que sucederam o termino da escola fizeram com que ambos mudassem muito, então todos os dias ela podia conhecer um pouco mais do novo Draco e admitir que realmente estava começando a gostar dessa pessoa que ele havia se tornado. Não que fosse falar isso a ele em voz alta, não tão cedo.

Quando o via pelo corredor Hermione não podia deixar de notar que ele ia à empresa todos os dias, contrariando totalmente aquilo que Alice Cooper, a mulher que contratara Hermione havia dito, ela sorriu quando começou a notar isso e uma voz em seu interior não pode deixar de se perguntar se a mudança repentina de hábito havia acontecido por causa dela e se sim o porquê daquilo? O.k, talvez fosse um tanto presunçoso pensar daquela maneira, mas apesar disso Hermione não conseguia evitar o pensamento.

Naquele dia ela havia tido uma idéia, não chegava a ser revolucionaria, porém era a melhor que já tivera desde que aquele desafio começou. Estava animada para esboçar e começar a colocar em prática, já que não teria muito tempo para tentar ter outra idéia que superasse essa, anotou e imprimiu, precisava falar com a Srta. Cooper, perguntar a ela com quem teria que falar para conseguir aquilo que queria e principalmente para lhe pedir ajuda. A ruiva era uma mulher gentil e fazia bem mais do que sua obrigação, ajudando Hermione aqui e ali uma vez ou outra sempre que a castanha se encontrava perdida – O que não era raro de acontecer, já que apesar de dedicada, ela ainda era nova ali –.

Com a pasta grudada ao peito ela desceu para o andar onde sabia que a Srta. Cooper estaria exercendo uma de suas muitas funções, bateu o pé impacientemente enquanto descia e quando finalmente chegou ao andar indicado foi praticamente saltitando em direção a sala da outra.

O corredor no qual a sala da mulher se encontrava era pequeno, a dela era a única sala ali, ou seja, raramente estava lotada de pessoas e para Hermione aquilo era algo bom, ela estava preparada para chegar lá e bater a porta da mulher, porém ao chegar ao local se deparou com uma porta semi aberta e vozes vindas de dentro da sala. Podia ser qualquer um falando com a Srta. Cooper naquele momento, mas o senso de jornalista de Hermione apitou, havia algo errado ali, a mulher nunca deixava a porta aberta, havia confessado para Hermione que sentia agonia com tal ato e ela concordava.

Ela se aproximou devagar da porta da sala, tentando não fazer barulho com seu salto de cinco centímetros, controlou sua respiração em expectativa. Olhou dentro da sala de modo discreto, tendo a certeza que as pessoas que estavam ali não conseguiriam vê-la.

Dentro da sala se encontravam duas figuras, elas se encaravam e pareciam discutir algo. A primeira era a ruiva, ela parecia ter chorado recentemente, sua maquiagem que sempre estava impecável agora se encontrava borrada e seus cabelos sempre tão bem penteados estavam bagunçados, como se ele houvesse passado as mãos por ele distraidamente durante a discussão. A mulher estava totalmente alheia a porta aberta e se concentrava única e exclusivamente na pessoa a sua frente.

A segunda pessoa estava de costas, impossibilitando que Hermione visualizasse seu rosto, porém ela conhecia a pessoa, pela postura: mãos nos bolsos, cabelo de um loiro tão claro que eram quase brancos, o estilo de roupa. Ninguém menos que seu mais novo amigo e chefe, Draco Malfoy.

Hermione sabia que não deveria estar ali, a cena que acontecia não lhe diz respeito e além do mais, parecia ser um momento extremamente pessoal. Ela tinha bom senso, quer dizer, deveria ter, mas novamente seu senso de jornalista e sua curiosidade falaram mais alto e ela pegou a si mesma se esforçando para prestar atenção na conversa alheia.

–... Pela terceira vez, você pode me explicar o por que de estar chorando? –Indaga Draco parecendo controlar a voz para que essa não saísse muito alta.

–Você sabe o porquê! – Ela retruca ferozmente.

Ele se mexeu, passando a mão no cabelo conseguindo bagunçá-lo, provavelmente nervoso.

– Eu realmente não estaria perguntando se soubesse o motivo, não gosto de ver você chorar, então se puder me falar o motivo do choro talvez eu possa ajudar.

–Você é a pior pessoa do mundo! Como pode se fingir de desentendido tão facilmente? Quer que eu te fale com todas as letras e aumente minha humilhação mesmo? Pois bem, irei falar. – Hermione ficou assustada com a agressividade das palavras da ruiva, logo ela que sempre parecia achar tudo que Draco fazia perfeito e nunca se mostrava estressada, pelo menos, não diante dele. –Eu estou apaixonada por você! Fiz de tudo, tudo para que você me notasse, fui uma das únicas pessoas aqui nessa empresa que realmente se esforçou em conhecê-lo antes de te julgar, me tornei sua amiga e te apoiei em tudo... Eu realmente achei que você estava começando a gostar de mim, sempre me chamando para almoçar com você, parecendo se importar comigo, me dando presentes, atenção e sendo super atencioso, mas eu estou verdadeiramente enganada, não é? Você apenas me enganou e me iludiu como se eu fosse qualquer uma em sua vida, como consegue ser tão cínico a ponto de não ligar para os sentimentos alheios?

–Alice eu nunca quis te enganar! Eu apenas te considerava uma amiga, não brinquei com seus sentimentos e nem nada assim, eu não faria isso com ninguém, sei o quanto dói.

–Não brincou? Não brincou? Então porque fingiu que se importava comigo? Com meus problemas? Eu realmente estava dando duro para que você notasse, mas não como uma amiga e sim como uma possível companheira e você sempre me dava esperanças!

–Eu nunca te dei esperanças!– Agora ele parecia irritado.

–E os presentes que me deu? Jóias puras, que pagariam bem mais que meu salário aqui. Não são presentes que você dá para alguém que considera apenas uma amiga! Eu fiz de tudo por você e para que? Assim que a novata chegou você se apegou a ela e esta fazendo exatamente a mesma coisa que fez comigo, tentando seduzi-la para que ela fique apaixonada por você e depois você trocá-la pela primeira pessoa que ver, até ela descobrir que era apenas uma diversãozinha de fim de tarde e que você estava apenas brincando com os sentimentos dela! Como adora fazer, não é?

A discução continuou por um tempo, porém Hermione havia saído do ar ao ser citada pela ruiva, uma pequena pontada de dúvida se passou pela cabeça de Hermione... E se?

Ele não faria isso – Ela pensou, preferindo não acreditar, afinal ela sabia que uma mulher magoada podia falar coisas sem sentido algum.

 Quando voltou a olhar a discução Alice tentava dar tapas em Draco, ele provavelmente havia respondido algo muito indelicado e ela voltou a chorar, ele segurou os pulsos da mulher e falou algo baixinho, a expressão dela pareceu suavizar e ele a envolveu em um abraço.

Ao ver aquilo Hermione decidiu sair dali, o projeto que tinha em mente poderia esperar mais um dia, talvez naquele momento um casal novo estivesse sendo formado e ela não queria atrapalhar, se lembrava do dia que passou na casa do loiro, ele pareceu tão sozinho, talvez fosse bom ter alguém, embora ela se sentisse um pouco incomodada com aquilo, sem saber necessariamente o motivo.

Ela subiu novamente o elevador com a intenção de voltar para sua sala e terminar e verificar se seu serviço diário havia sido terminado. Dois andares antes do andar no qual a castanha pretendia parar o elevador se abre e um jovem entra, ele carregava uma pilha de papeis, o jovem cumprimentou Hermione com a cabeça e ela fez o mesmo, se lembrava vagamente dele, era o secretário de Draco, um garoto de uns dezenove anos, várias espinhas no rosto, pele morena, cabelos negros e cacheados e olhos escuros, era bonito de um jeito jovial e tinha um olhar sonhador. Conforme Hermione observava a pilha de papeis, um dos papeis caiu do bolso dele, Hermione o pegou, não sem antes notar um desenho muito bem trabalhado de um provável modelo de eletrônico, com suas configurações anotadas do lado, em uma letra fina e elegante.

–Esse desenho é seu?–Ela indagou.

O garoto pareceu assustado pelo fato de Hermione ter falado com ele, mas logo que viu o papel nas mãos dela, pareceu ainda mais acanhado do que de costume.

–Quer ajuda com os papeis?–Fala pegando uma porção da pilha antes dele responder. –Eu não trabalho nessa área, porém sou consumidora, se o desenho for seu é um bom desenho. Eu usaria! – Tentou animá-lo.

–Obrigado. –Respondeu. ­– Eu faço faculdade no ramo, estou tentando criar coragem para mostrar meus desenhos ao Sr. Malfoy.

–Boa sorte com isso. –Respondeu.

O elevador apita e os dois saem no mesmo andar, depois de deixar a pilha que havia carregado no escritório com o secretário de Draco e devolver o desenho ela se encaminhou a sua respectiva sala e tentou no mínimo preparar o seu discurso para apresentar sua proposta, sem sucesso, terminou o dia extremamente frustrada e irritada com tudo.

Quando deu o seu horário de saída ele se levantou ainda excessivamente irritada por não ter conseguido planejar um bom discurso, desceu e estava chegando à parada, que não ficava muito longe da empresa quando percebeu que um carro a seguia.

Parou e ficou encarando o carro se aproximar, tinha que ser ele, é claro. Se Draco Malfoy tinha um poder era de aparecer em qualquer lugar quando Hermione menos esperava, estava começando a não gostar disso.

Ele abaixou o vidro da janela quando parou ao seu lado.

–Posso falar com você? – Ele parecia triste, o que fez a raiva de Hermione sumir quase imediatamente.

–Aconteceu alguma coisa?– Ela pergunta se fazendo de desentendida.

Ele assentiu.

–Posso desabafar com você?

Ela concorda com a cabeça, como se dissesse “É para isso que servem os amigos.”

–Entre no carro então, eu te deixo em casa.

Ela entrou no carro sem saber o que esperar, sabia que ele provavelmente queria falar da situação que viveu com a ruiva mais cedo e isso não era nada bom. Ela não queria que ele soubesse que havia ouvido atrás da porta, sabia que o que tinha feito foi errado, deixar sua curiosidade falar mais alto que seu bom senso.

–Para a casa dos seus pais? – Pergunta.

Ela nega e passa o endereço do seu apartamento e ele assente parecendo pensativo.

–E então, você não queria desabafar? – Fala, tentando incentivá-lo a começar.

–Eu não sei nem por onde começar – Fala apertando com tanta força o volante que os nós dos dedos dele ficaram mais brancos que o costume– Hoje uma mulher se declarou para mim, ela disse que eu a usei apenas por diversão, que sou uma péssima pessoa e outras coisas, nós dois discutimos e ele ficou muito magoada.

–E você? O que está sentindo em relação a isso?

–Eu? Eu me sinto culpado, não é a primeira vez que isso acontece, eu já dispensei muitas mulheres que insistiam em se apaixonar por mim, apesar de eu ter sido um canalha grosseiro com elas e dessa vez eu fiz a mesma coisa consciente e inconscientemente! Arg, eu não consigo nem me expressar direito, você deve estar me achando louco.

–Você quer dizer que realmente usou ela? –Ela fala com uma careta.

–Sim e não!  Quer dizer, eu sempre deixei claro que éramos apenas amigos, eu sabia que ela me achava bonito, muitas acham... Mas apaixonada por mim? Ela me parecia sensata de mais para isso, é claro que eu desconfiei, mas preferi ignorar e deu no que deu. Eu a chamava para almoçar comigo, lhe dei presentes, mas por gostar de sua companhia e não por querer que ela se apaixonasse e acredite, eu poderia ter feito isso se quisesse!

–Você é confuso. – Declara Hermione depois de um tempo em silêncio o observando.

Ele sorriu pela primeira vez.

–Você não é a primeira pessoa a falar isso para mim.

Ela retribuiu o sorriso, porém minimamente.

–E o que você vai fazer?

–Ela pediu demissão, eu disse que não aceitaria o pedido de demissão dela e pedi desculpas, ela pareceu mais calma, só que disse que continuaria tentando. Chegamos ao ponto principal: Eu não a amo, nunca vou poder retribuir o amor dela e ela quer continuar tentando! Isso vai me deixar louco! – ele mexeu a cabeça e seus cabelos acompanharam o movimento, livres do gel.

–Por que acha que nunca vai poder retribuir o amor dela?

–Porque eu não sei se um dia eu possa voltar a amar alguém, a última vez que amei alguém mais do que a mim mesmo acabou mal, muito mal. – Ele apertou o relógio de forma inconsciente, eles estavam parados no sinal e a respiração dele soou pesada.

Hermione achou o gesto estranho, parecia que trazia memórias dolorosas, ela também ficou embasbacada com suas palavras. Ele finalmente parou na frente do prédio dela, a viagem havia sido muito rápida e ela sentia que eles não haviam conversado metade do que deveriam. Apertou o ombro dele levemente e falou:

–Só o fato de você esta se preocupando com outra pessoa além de você já é um avanço Draco, você poderia quebrar o coração dela por livre e espontânea vontade e pediu para que ela desistisse, não foi? Se ela disse que vai continuar tentando é uma escolha dela, você não tem que se martirizar por isso, acredite.

Ele encarou Hermione por um tempo, como se estivesse incerto do que fazer a seguir, ela o encarou de volta, tentando decifrar o que se passava na mente do loiro naquele momento, ele inclinou-se para frente e abraçou Hermione, que inicialmente ficou surpresa de mais para fazer alguma coisa, mas logo depois se deixou levar pelo abraço e o retribuiu. Era um obrigado silencioso pelo apoio que ela havia dado para ele, que ela aceitou de bom grado. Draco tinha cheiro de uma mistura de produtos que juntos tinham uma fragrância única e agradável, e apesar do paletó que era uma roupa consideravelmente grossa, ela percebeu que seus braços eram mais fortes do que uma pessoa que trabalhava em escritório costumava ter. Quando ele a largou ela o encarou por um momento, antes de se despedir dele e sair do carro. Entrou em seu apartamento com a cabeça turva de pensamentos intrigantes.

 

 

 

 


Notas Finais


Bem, foi isso... O capítulo nao ficou beeem como eu esperava, mas espero que tenham gostado e vejo vocês provavelmente na quinta (já que na quarta eu tenho consulta)
Um beijão e até lá! ❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...