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História Undisclosed Desires - Drarry - Poemas infantis e alianças que não saem dos dedos


Escrita por: nyymeria

Notas do Autor


Eu tenho foguinho na bunda e não me aguento escrevendo uma fic só.

Espero que se divirtam comigo!

Boa leitura <3

Capítulo 1 - Poemas infantis e alianças que não saem dos dedos


De uma hora para a outra, todos os amigos de Harry resolveram se casar.

Como em um jogo de dominó, em que a gente derruba a primeira peça e todos as outras caem em seguida, começou com Ron e Hermione, logo após o término de Hogwarts, seguido de Luna e aquele rapaz que Harry sempre esquece o nome... Rolf! Isso! Neville também se casou com uma hippie especialista em plantas exóticas tropicais (Harry ainda sente a coceira causada pela Rosa Beônica da Colômbia, que ele roubou da mesa do buffet), Hagrid se entendeu com Madame Maxime, Victor Krum se assumiu homossexual e se casou com o goleiro da seleção Bélgica. Isso causou um alvoroço e uma Hermione encucada com a história durante dias. Até mesmo Draco Malfoy havia se casado.  

Embora, Draco não fosse seu amigo e não se enquadrasse no "Esquema Dominó" e seu casamento ter durado apenas 72 dias. Foi o casamento com duração mais rápida do mundo bruxo, segundo as revistas e o Profeta Diário.  

É, Harry havia pego o hábito de ler revistas de fofoca quando estava entediado. Não era algo para se orgulhar.  

Mais um gole da bebida vermelha em suas mãos, fez Harry pensar que apesar de todos os seus amigos estarem bem encaminhados nas relações amorosas, e ele ser o último sozinho, estava feliz daquela forma. Sem amarras, não precisava se preocupar em dar satisfações, poderia fazer o que bem entendesse.

Se ele queria alguém pra formar uma família? É claro que sim, mas por enquanto morar em seu flat minúsculo com a liberdade que tinha e de vez em quando ficar de babá de Teddy e Rose, - Sim, Ron e Hermione tiveram que ser os pioneiros em ter bebês, também. - era o suficiente para ele. Harry estava com 26 anos, a pessoa certa iria aparecer, certo?  

Certo. E Harry secou mais um copo de bebida , sua visão ficando vagamente turva, mesmo estando sob um dos feitiços de Hermione para corrigir a visão, era o álcool e ele sabia, talvez fosse melhor parar e se sentar um pouco.  

O casamento de Seamus Finnigan e Dean Thomas havia sido de longe o mais luxuoso que Harry já esteve, celebrado em um castelo exageradamente grande, um buffet que condizia com o tamanho do lugar e o número de convidados - Eles convidaram praticamente Hogwarts inteira -  e uma decoração maravilhosa, daquelas que você sente vontade de se casar quando vê, nem que seja pra se casar com você mesmo.   

No caminho até a mesa onde seus amigos estavam, Harry esbarrou em várias pessoas e andou em círculos pelo salão até finalmente encontrar Hermione sentada, tirando fiapos da manga de seu vestido. O  moreno teve certeza de que ele ainda iria se perder naquele castelo, de verdade, até o final da festa. Ainda mais na situação de embriaguez que ele se encontrava.  

- Harry bebe toda essa água. Agora. - Hermione mandou, assim que Harry sentou a bunda no estofado fofo da cadeira.  

Após o nascimento de Rose, Hermione havia se tornado mais mandona e "mãezona" do que se era aceitável. Harry não discutia porque na maioria das vezes ele realmente precisava de alguém que olhasse por ele, já que ser prudente consigo mesmo não era uma de suas melhores atividades. O de olhos verdes respirou fundo antes de ingerir todo o líquido transparente da taça e ficar observando a pista de dança se encher e esvaziar conforme as músicas que a banda tocava.  

O olhar de Harry grudou em Draco Malfoy que dançava como se a pista de dança e  toda a festa pertencesse a ele.  Era bonito de se ver a forma como ele balançava os braços e ombros com leveza, seu cabelo se despenteando mas nunca ficando de forma feia, pelo contrário, Draco ficava ainda mais charmoso todo bagunçado.

Ah não... Harry estava bêbado a ponto de  seu cérebro estar criando teorias de como Draco Malfoy fica bem na pista de dança. 

Por que diabos, Malfoy sempre invadia seu pensamentos dessa forma tão obsessiva? O fazendo criar teorias sobre ele ou sobre o que ele estava fazendo. Invadindo suas revistas de fofocas com seu casamento relâmpago e segredos sobre a sua sexualidade.

Harry pensou tanto tempo sobre isso que quando se deu por si, Draco já não estava mais ao alcance dos seus olhos. 

- Vou ao banheiro. - Anunciou, sem deixar que Hermione te impedisse de alguma forma.  

Harry não se perdeu no caminho até o banheiro, o que foi um milagre, mas demorou mais que o habitual para abrir as calças e urinar sem se sujar inteiro. Arrumou as suas vestes e molhou o rosto se sentindo exausto de toda aquela festa, ele não poderia beber mais, ou então não conseguiria aparatar até o flat e por Merlin, ele nem sabia em que parte do continente estava, então não poderia usar outras formas de voltar para casa. O rapaz abriu a porta do banheiro para se dar conta que agora sim ele estava perdido.  

Se sentiu burro por um momento por não ter percebido o óbvio, era um castelo, provavelmente mágico e com certeza tinha as suas "armadilhas" e uma delas seria confundir os convidados. O corredor não era nada parecido com o que Harry estava antes de entrar no banheiro, e também não tinha tantas portas nas paredes. Ele tentou uma das maçanetas mas estava trancada, assim como a da esquerda, assim como as duas a frente. Nenhuma abria, e a sua frente só havia um espelho enorme. Harry estava sem saída e o ambiente era meio claustrofóbico. Então, em uma segunda tentativa, a última maçaneta próxima ao tal espelho se abriu.  

Era uma biblioteca.  

Harry não pensou duas vezes antes de entrar, saindo daquele corredor que parecia querer prendê-lo no papel de parede florido. Respirou fundo não sabendo que tinha tanto ar preso nos seus pulmões, só para segurar novamente ao ver a pessoa sentada em uma das poltronas de couro próximo as estantes cheias de livros, com a mão no rosto como se estivesse tirando um cochilo 

Draco Malfoy.  

Ele pensou em sair dali como se nada tivesse acontecido, até porque Draco parecia estar mesmo dormindo, sua cabeça caindo para o lado ás vezes, logo, não perceberia sua presença. Seus calcanhares giraram para a porta.  

- Você não vai encontrar a saída. Eu já tentei. - A voz de Draco soou até Harry, seus ombros tencionando com o tom.  

Harry se virou para Draco, o loiro ainda estava com os olhos cobertos pela mão, como o havia encontrado. A mão de Harry ficou segurando a maçaneta por um tempo enquanto pensava que merda era aquela que estava acontecendo. Se sentia tonto por causa da bebida e por ter andado de uma porta para outra tentando encontrar a saída. A presença de Draco também não estava deixando a situação mais confortável.  

- Sente-se Potter, está me deixando tonto andando desse jeito. - O tom de Draco repercutiu a sala novamente. 

Mas ele não estava andando, Harry quis dizer. Mas ao invés disso, o moreno se sentou na poltrona na frente de Draco, provavelmente o rapaz estaria tão alcoolizado quanto ele e estaria enxergando as coisas e pessoas rodarem em seus olhos. Os dedos finos deixaram o seu rosto e os olhos cinzas um pouco caídos encararam Harry.  

- O que foi? - Perguntou. 

- Estou te olhando, por acaso existe uma lei que não se pode encarar O Herói? - Revidou com grosseria.  

Harry se levantou da poltrona, respirando alto, ele não iria nem morto ficar no mesmo cômodo que Draco Malfoy o tratando daquela forma.  

- Você não vai achar a saída. O castelo é encantado, vamos precisar esperar que ele mesmo resolva nos deixar sair. - Respondeu fazendo Harry suspirar.  

- Como você sabe? - Perguntou. 

- Eu organizei esse casamento. Tudo o que você viu, sentiu e pôs os pés, foi eu mesmo que sugeri e graças ao meu bom gosto foi aprovado. - Disse se levantando da poltrona.  

Então era assim que Draco havia sido convidado pro casamento. Por mais que, quase toda Hogwarts estivesse no evento, ainda assim era pouco provável que o casal de amigos tivesse convidado alguém da Sonserina.  

- Surpreso? - Perguntou, Harry provavelmente deveria estar olhando pateticamente enquanto pensava, porque Draco tinha uma das sobrancelhas levantadas e um cálice de vinho a meio centímetro dos lábios.  

Em que momento ele pegou uma bebida? As coisas estavam acontecendo sem Harry perceber com muita frequência naquela noite. Ele balançou a cabeça negativamente e esticou a mão para roubar o cálice das mãos de Draco, tomando um gole longo.  

- Educado como sempre. - Provocou, sorrindo levemente. Harry quis sorrir de volta, mas preferiu terminar o seu vinho. 

-x- 

A garrafa de vinho se secou, assim como as outras duas que apareceram magicamente sobre o pequeno bar da biblioteca. Harry e Draco a essa altura estavam jogados no tapete felpudo, rindo, por incrível que pareça, das histórias que o loiro contava despretensiosamente.  

- Eu não acredito que você subiu em cima daquela árvore e me provocou daquela forma, só para chamar a minha atenção. Eu realmente fiquei irritado com você. - Disse Harry depois de se acalmar de uma crise de risos, as coisas pareciam cem vezes mais engraçadas. Ele limpou os canto dos olhos, seu corpo vibrando levemente com as risadas restantes.  

- Você não enxerga nada mesmo, não é? Aquela não foi a primeira vez. - Respondeu, segurando a garrafa vazia em suas mãos, ele se virou para saber se apareceria outra sobre o mogno do barzinho, mas nada aconteceu.  

Harry pensou por um momento, ele não conseguia lembrar de todas as vezes em que Draco fez da sua vida um inferno com as brincadeirinhas, musiquinhas e provocações. Ele não conseguia pensar em nada, mas tudo parecia muito engraçado. Sua garganta fez um soluço curto, droga, ele ia vomitar a qualquer minuto.  

 - Por que você queria chamar a minha atenção? - Perguntou para se distrair do enjoo.  

Draco não respondeu, se levantando do tapete e cambaleando até as estantes de livros. Claramente ele não iria expressar seus sentimentos adolescentes para Harry, que nem tinha sua mente sóbria para se lembrar no dia seguinte tudo o que ele iria dizer. E era muita coisa, eram muitos sentimentos guardados em todos aqueles anos. Seus dedos percorreram os livros e um grosso de capa rosa se enrolou neles.  

Voltando para o tapete em que Harry estava esparramado, o loiro abriu o livro e riu na primeira página, fazendo os grandes olhos verdes se esticarem até ele a fim de ver o que estava fazendo o jovem Malfoy rir.  

- O que é isso? - Sua voz mole disse.  

- Não sei, acho que é um livro infantil de promessas românticas. - Respondeu, rindo com o outro versinho que encontrou. 

- Crianças não se apaixonam. - Rebateu com um sorriso e Draco pensou em dizer que ele era a prova viva de que isso era uma grande mentira. Crianças se apaixonavam sim, paixões que duravam anos.  

- De qualquer forma, é um livro de juras de amor muito brega. - Disse. 

Harry tomou o livro das mãos de Draco, rindo com conforme passava as páginas. A obra parecia que havia sido escrita por um adolescente apaixonado que sonhava em se casar com o seu primeiro amor.  

- Olha isso aqui, é um voto de casamento. - Ele apontou o livro para o rosto de Draco, que sorriu com a mão na boca. Era muito brega.  

- Vamos fazer. - Disse, arrancando uma reação inesperada de Harry.  

Que foi abrir um sorriso maior que o próprio rosto como se Draco tivesse dito a cura para todo os problemas do mundo. O loiro sabia que aquilo era só efeito de três garrafas de vinho, mas não impediu que aquele se tornasse o seu tipo de sorriso favorito.  

O ritual pedia alianças, Draco conjurou dois anéis dourados. Também pedia que houvesse uma noiva, que usasse uma coroa de flores silvestres na cabeça, o Malfoy conjurou uma perfeita coroa florida e pousou em seus fios loiros. Porque se alguém ia ser noiva naquele casamento falso, essa pessoa seria ele.  

Harry ria o tempo todo e precisou respirar fundo várias vezes até conseguir por o anel no dedo correto de Draco e dizer as palavras ridículas descritas no papel.  

- Como as estrelas são do céu e as ondas são do mar... 

- Seu coração me pertence e a minha alma eu vou te entregar.  

Draco finalizou, colocando a segunda aliança na mão de Harry, que era menor que a sua, os dedos mais grossos, a palma mais quentinha que a sua sempre gélida. Ele riu ao perceber que ele havia se casado de mentirinha com a pessoa que ele mais brigou durante a vida toda.  

- E agora? - Perguntou Harry, procurando o livro.  

- Não é óbvio? Agora você beija a sua noiva. - Draco disse balançando a mão no ar e balançando os ombros.  

Realmente não parecia que Harry iria beijá-lo tão fácil, mas ele o fez. Colou seus lábios no dele por um tempo, a respiração do herói batendo sem seu rosto, sua mão segurando a sua em seguida até ter seus lábios se abrindo vagarosamente, para sentir o gosto de vinho forte em seu hálito. Sua mão foram para a sua nuca, se enroscando nos cabelos grossos ali.  

- E agora? - Harry perguntou entre o beijo, seus lábios eram quentes. Tudo em Harry era aquecido.  

- Agora a gente faz a consumação do matrimônio. - Respondeu sem nem pensar no que estava realmente dizendo.  

Nas horas seguintes tudo que Draco e Harry se lembram é do peso dos corpos um do outro e do tapete felpudo servindo de apoio.  

-x- 

Sua cabeça iria explodir essa era uma certeza. Seu fígado estava enviando mensagens pelo seu estomago até a sua garganta, dizendo que ele precisava vomitar todos os seus órgãos e os engolir de volta se quisesse se sentir bem novamente, esse era a segunda certeza. A terceira certeza era que Draco não iria conseguir se sentar ou andar direito por uns dias. Essa última certeza não era tão ruim em vista do que suas lembranças o informaram.  

Ele tentou esticar o corpo dolorido e a cabeça do homem deitado em sua coxa resmungou sonoramente, Harry dormia profundamente no colo de Draco. O loiro riu baixo, fazendo sua cabeça vibrar, sua visão captou o livro rosa largado no chão em seguida levantando a mão esquerda para olhar a aliança dourada que havia conjurado para aquela brincadeira. Era só uma ilusão no final das contas, as reais pessoas casadas na noite passada deveriam estar há milhares de quilômetros, aproveitando cada segundo um do outro.  

Draco não conseguiu evitar de sentir um pouco triste e rodou a aliança no dedo. Harry roncou baixinho, segurando o tecido da calça do loiro como se ele fosse fugir. Ele segurou a aliança e puxou para que saísse.

Quanto antes parassem de brincar, melhor.  

Mas a aliança não se soltou do dedo. Ela rodava na carne, e se movia, mas quando a puxava para fora, a maldita não se soltava. E pior, quando voltava para o seu lugar, um nome brilhava.  

Harry James Potter.

Mas Draco não se lembrava de ter feito algum feitiço de não-remoção ou de ter gravado o nome de Potter no metal. Ele tentou mais uma vez e como se estivesse debochando da sua cara, o anel brilhou o nome de Harry de novo.  

A aliança anunciava algo que não parecia ser brincadeira e o coração de Draco tocou uma fanfarra dentro do peito. Ele não poderia ter sido tão idiota.  

Merlin, era um livrinho brega de poemas infantis! Ele tentou tirar a aliança mais uma vez. Nada. 

NãoNãoNãoNão. 

Empurrou Harry de seu colo que rolou no tapete, acordando assustado. Suas mãos agarram a mão do moreno e tentou tirar a aliança de seu dedo. Nada feito. E ela também brilhou forte o nome de Draco no metal.  

- Draco! Pode me dizer o que você está tentando fazer arrancando os meus dedos? E porque essa aliança não sai? - Harry gritava para Draco. 

- Para de gritar, Potter! Eu estou tentando pensar!  

Aquilo era uma patifaria do destino. Só podia ser.  

Encarou Harry que estava tentando inutilmente tirar a aliança de seu dedo. O rosto vermelho de frustração. Ele não ia conseguir. Eles estavam presos um ao outro, num casamento que era pra ser brincadeira mas agora era mais real que a luz do sol que adentrava as janelas de vitral.  

O pior de tudo, era que Draco não tinha a menor ideia de como sair daquela loucura.  


Notas Finais


O de sempre: Eu adoro escutar os pensamentos de vocês. (no caso ler, mesmo)


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