História Hibrid Experiment - Ignorância sinistra

Cheguei em casa bocejando, joguei a mochila no chão assim que entrei em casa, e me joguei no sofá já começando a cochilar, mas não deu muito certo...

-Nonna!- Suga gritou pulando em cima de mim e me abraçando/esmagando.

-Ai Suga, você é pesado sabia?- falei tentando tirar ele de cima de mim, mas ele riu e continuou no mesmo lugar.

-Não sou não, Suga é magrinho.

-Haha, só nos seus sonhos, colega. Agora sai de cima!

-Aish, Nonna. Que mal humor.- reclamou se levantando e cruzando os braços fazendo bico.

-Onde você se meteu hoje de manhã?- perguntei me sentando.

-Suga foi fazer uma surpresa para a Nonna.- ele falou e saiu correndo para a cozinha e logo voltou com um buquê de flores na mão. Arregalei os olhos e abri a boca surpresa.- Pra você, Nonna.- Suga sorriu me entregando.

-Elas são lindas.- falei sorrindo, sentindo o perfume das flores.- Pra que isso?

-Pra agradecer a Nonna por ajudar o Suga ontem.- falou sorrindo corado, me levantei e o abracei.

-Não precisava agradecer, eu fiz aquilo porquê quis e... eu também gostei muito.- ele sorriu mais e me deu um beijo rápido.- Quer ver um filme?- perguntei e Suga balançou a cabeça afirmando.- Qual?

-Hum... Suga não sabe, Nonna escolhe.

-Ta bom, só não reclama depois.- ele se sentou no sofá enquanto eu escolhia, e decidi por Dumbo, eu adoro esse filme mesmo sendo infantil, é muito bonito, acho que ele vai gostar.

-Um filme de elefantes?- perguntou ao ver a capa do filme.

-Sim, é bem legal.

-Suga nunca viu um elefante, eles são grandes?

-Bastante, agora shiu, eu quero ver.- dai play no filme e ele ficou quietinho vendo, ou quase.

-O que é aquilo?

-São cegonhas.

-Elas que trazem os bebês?

-Ahn... claro.

-Vou pedir um bebêzinho pro Suga e pra Nonna.- falou sorrindo e eu o olhei.

-Por que você quer um bebê?

-Porque bebês são fofos, e se ele for filhinho da Nonna e do Suga, ele vai ser muito mais que lindo.- sorri e continuei vendo o filme. Até o próximo comentário dele.

-Nonna, por que elas estão zombando das orelhas dele? Isso é feio.

-É mas elas são chatas, não podem ver nada sem fofocar.

-Não podem falar mal do elefantinho, ele é só um bebê.- ele falou ficando emburrado, e ficou quieto até outra parte.- Não! Não podem prender a mamãe dele! Ela só tava protegendo o bebê!- suspirei me afundando no sofá, esse vai ser um longo filme.

-Por que transformaram ele em palhaço? Tadinho, ele não fez nada. E só tem o ratinho de amigo, isso não é justo.- então ele ficou quieto, pelo menos até a parte que ele vai visitar a mãe, que ele começou a chorar.

-O que foi?- perguntei me aproximando dele.

-Todo mundo tem uma mamãe, menos ele, só porquê é diferente, ninguém gosta dele, Nonna.- o abracei e ele continuou chorando. Eu não devia ter colocado esse filme, as vezes ele é sentimental demais, e pensando agora esse filme tem um pouco a ver com ele. É diferente de todo mundo, não tem uma família, foi muito maltratado por aqueles cientistas que não gostavam dele, e no fim, só pode contar comigo. Como o Dumbo com o ratinho.

-Calma, vai dar tudo certo com ele, termina de ver o filme.- ele assentiu se afastando um pouco de mim e limpando as lágrimas. Dessa vez ele ficou quieto até o final, totalmente concentrado, e perto do final ele começou a sorrir.

-EHHHHHH!- gritou me fazendo quase cair do sofá de tanto susto.- Dumbo voa!- ele se levantou e bateu palmas quando o filme finalmente terminou, depois se virou para mim.- Será que o Suga também pode voar?

-Nem pense em se jogar de um prédio, suas orelhas não são feitas para voar, isso só vai acontecer se você entrar em um avião.

-Ahh, Suga queria voar.- falou fazendo bico.

-Deixa de manha e vamos comer alguma coisa, eu to morrendo de fome.- falei indo para a cozinha.

-Eu também.- ele foi me seguindo mas antes eu parei e olhei para ele inclinando a cabeça.- O que foi, Nonna?

-Por que tem hora que você fala em terceira pessoa e hora que você fala normal?- só essa pergunta pareceu o deixar triste e ele abaixou a cabeça.

-Porque quando o Suga falava assim no laboratório, as pessoas batiam nele e falavam pra mim falar normal, mas o Suga não conseguia ficar falando daquele jeito, ai hoje eu falo dos dois jeitos.

-Você pode falar como quiser, ninguém mais vai te bater por você falar do seu jeito.- ele sorriu e me abraçou.

-Quando o Suga ainda estava no laboratório e ficava sozinho, ele sempre sonhava com alguém que cuidasse dele como a Nonna, que amasse ele do jeito que a Nonna ama, sem se importar com oque ele é.

-E hoje você tem a mim e aos meus amigos, eles não se importam por você ser assim.- falei acariciando seu cabelo.

-Menos o bochechudo, ele não é meu amigo.- falou emburrado.

-Eu queria que vocês fossem amigos, não gosto de ver os dois brigando.

-Mas o Suga não quer ser amigo dele, ele quer tirar a Nonna do Suga. Suga não vai deixar ninguém levar a Nonna embora.

-Eu já disse para você que nunca vou te deixar, ninguém vai me separar de você.- ele sorriu junto comigo e me beijou.

(~)

Eu estava na escola, já tinham se passado três dias e Hoseok simplesmente desapareceu, ele não veio para a escola e não atende mais o celular.

-Gente, eu estou preocupado.- Jimin falou.- Será que aconteceu alguma coisa com ele?

-Vira essa boca pra lá que notícia ruim chega rápido.- disse Tae.

-Podemos ir na casa dele hoje, ver oque aconteceu.- Jungkook sugeriu.

-E se não tiver ninguém lá?- perguntei.

-Ai começamos a preparar o funeral.- falou Namjoon e logo levou um tapa do Jin.

-Para de falar essas coisas, é claro que ele não morreu.

-Como você tem certeza disso?

-Por que teriam avisado na escola, e o nome dele continua na chamada, então ele só não está vindo.

-É, faz sentido.- falou ele pensando. Eu realmente espero que ele esteja bem, não quero nem pensar que pode ter acontecido alguma coisa ruim com ele.

Depois da aula, fomos todos juntos no carro do Nam para a casa dele, dava para sentir a tensão no ar, estávamos muito preocupados com ele.

Assim que chegamos descemos do carro andamos até a porta da frente. Todas as janelas da casa estavam fechadas, e o rádio que Hobi costumava ouvir alto, já que quase nunca tinha alguém em casa, estava desligado. Aquilo estava muito estranho, oque aumentava meus pensamentos que algo teria acontecido.

Toquei a campainha e esperamos por alguns minutos, e nada, nenhum barulho sequer. Nos entreolhamos estranhando ainda mais tudo aquilo. Toquei denovo e ouvimos o barulho de alguma coisa caindo no andar de cima, e logo a porta se abriu um pouco revelando o rosto de Hoseok, que estava praticamente acabado.

Seu cabelo estava bagunçado, os olhos cheios de olheiras, a pele com um pálido meio doentio e ele parecia muito mais magro.

-O que fazem aqui?- perguntou com a voz rouca.

-Estávamos preocupados, você não apareceu na escola nem atendeu o celular.- falou Jin.

-Idai?

-Viemos ver se você estava bem.- falou Jungkook.

-Já viram, agora tchau.- ele já ia fechando a porta, quando Namjoon segurou ela, a impedindo de se fechar.

-O que aconteceu com você?

-Nada, eu estou bem.

-Já viu sua cara? Você não está nada bem!

-Dá pra vocês irem embora logo?

-Não vamos enquanto você não contar oque está acontecendo!

-Não é da conta de vocês oque eu faço ou deixo de fazer!- Namjoon estava quase dando um soco nele, nós só queríamos ajudar, por que ele está agindo assim?

-Nam, calma.- Jin falou o puxando de leve para longe da porta.

-Hobi, cara, o que foi?- perguntou Jimin.

-Nada! Eu só quero ficar sozinho!- ele falou e bateu a porta. Suspirei e abaixei a cabeça.

O que aconteceu com ele?