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História High Hopes - O mundo continua girando


Escrita por: feelsobanghim

Notas do Autor


Essa é a primeira vez que posto uma fanfic com 2jae como casal principal, então estou bem nervosa quanto a isso. Espero que gostem e, se assim fizerem, comentem para que eu saiba! Esse capítulo ficou meio pequeno porque é como uma introdução da história, o começo de tudo, digamos assim.
Boa leitura <3

Capítulo 1 - O mundo continua girando


Garrafas quebradas por todo o quarto de motel sujo, sentia-se um tolo por ter acreditado em tais palavras, em coisas demasiadas bobas. Mas não era tão simples assim. Jaebum lembrava de tudo e isso o levava de volta onde havia começado, onde os sorrisos eram tímidos e ainda assim sinceros, onde tomavam cuidado com suas atitudes para não agir de modo errado e estragar tudo. Ele queria a culpar; culpar SunHee por tudo isso, por toda essa merda que está acontecendo consigo e deveria o fazer pois a culpa era sim da mulher, mas não conseguia. Ele não conseguia a culpar por nada, mesmo que ainda assim sentisse ira e ódio. Jaebum culpava-se por tudo isso. Sabia que deveria sair, se libertar e começar de novo, mas não era tão fácil assim. Por mais que ainda estivesse tentando manter grades esperanças, sua mente acabava sempre voltando onde tudo havia começado e isso o deixava mais tonto. Grandes esperanças de tentar recomeçar pois sabia que mesmo quando tudo chegasse ao fim, as coisas continuariam seguindo e o mundo dando voltas. Nunca foi de se apaixonar de verdade, sempre fora rígido demais quando o assunto era amor mas, quando Lee SunHee o apareceu, tudo o que pensava fora jogado no lixo. Ele a amava, amava de verdade, sonhava em construir uma família com a mesma e envelhecer junto de si. Mas ela o deixou sem a mínima dó, o chutou como se fosse um cachorro de rua e fez pouco-caso. Jaebum foi desmerecido, assim como todo seu amor. Em seus sonhos acordados conhecia os fantasmas de todas as pessoas que vieram e se foram, como memórias, elas parecem surgir tão rápido mas o deixam muito cedo, assim como na realidade. Seu lado insano gritava em sua mente para que o fizesse, não havia nada na terra que pudesse o prender. Com uma garrafa quase vazia de whisky em mãos – uma das três que já esvaziara antes – fitava a arma posta em cima de uma mesa precária de madeira no canto do quarto; suas orbes pairavam pelo cano do objeto, desviando-se para o gatilho. Acreditava naquilo, acreditava ser sua única saída no momento. Depois que o fizesse o mundo continuaria girando, assim como continuou quando sua suposta amada noiva o deixou sem piedade, rindo em escárnio de sua feição triste, alegando que aquela não era a vida que queria. Como não poderia ser depois de afirmar milhares de vezes que Jaebum a fazia feliz como ninguém? Inevitável não imaginar como a mulher está agora já que onde e com quem estava ele já sabia. Era vergonhoso e decepcionante. Mas o mundo continua girando e girando, como se coisas ruins não estivessem acontecendo. Como que essa bosta pode continuar dando voltas assim? Apertou com força seus olhos quando escutou seu celular tocar e desviou sua atenção para o objeto, vendo Jackson posto na tela do mesmo e só ignorou a chamada mais uma vez. Logo que o outro desistira, fitou o papel de parede no aparelho. “Merda!” gritou ainda zonzo, sentindo seus olhos marejarem contragosto após ver uma foto sua e de Lee. Viu ainda que seu amigo havia o ligado mais de trinta vezes, mandado mensagens por todos os lugares possíveis. Jinyoung, outro amigo seu, havia feito o mesmo. Que se dane. Jaebum amava ambos de seus amigos mas passou a odiar sua existência na terra. Jogou o aparelho com ódio na parede bege do outro lado do cômodo, trincando o maxilar e tendo sua respiração completamente alterada. Tomou em um único gole o que restava na garrafa e a atirou no chão para fazer companhia com as outras já em cacos. Levou as mãos até os fios negros e os bagunçou, apertando-os com força, proporcionando dor. Pela primeira vez deixou com que o líquido salgado escorresse por seu rosto sem um caminho certo, atrapalhando ainda mais sua visão. Sentia-se fraco, um mero tolo. Fraco por estar naquela situação chorando daquela forma, tolo por ter acreditado nas palavras aparentemente sinceras de SunHee. “Imbecil, como você pôde?” soluçava entre as palavras “Alguém deveria ter me avisado. Eu deveria ter percebido.” apertou os olhos com força, assim como os punhos “Daria para ter evitado. Evitado tudo isso.” gritou pondo todo seu ódio acumulado para fora enquanto andava de um lado para o outro do quarto. Seu subconsciente gritava por ajuda; ajuda que a arma poderia lhe proporcionar ou ajuda vinda de qualquer outro meio. Mas sabia que precisava. Acabou por tropeçar em uma das almofadas encardidas que havia jogado no chão, caindo de costas na mesma e naquela posição permanecendo. “Odeio tudo em você, Lee SunHee, eu te odeio. Por quê ainda te amo? Ou amava. Você é podre. Fria. Insensível.” ditou de uma forma pesada pela ira, mantendo o maxilar trincado e as lágrimas em seus olhos. Soluçava feito uma criança. SunHee era definitivamente uma mulher insensível, uma pessoa ruim e por mais que Jaebum soubesse, ainda era difícil acreditar. Olhando incansavelmente para o teto embaçado do quarto, sentiu algo estranho e mesmo que tentasse levantar para tentar fazer a sensação horrível passar, não conseguiu. Não ouve tempo para ele ficar apavorado por estar fraco o suficiente para nem ao menos conseguir se mover pois logo desmaiou jogado na cama.

 

Sonhos não foram necessários já que sua mente estava apavorada o suficiente com tudo o que lhe ocorria, sendo assim, dormiu feito uma pedra. Irônico, era assim que se sentia, uma pedra. Fria e insensível. Im mesmo antes de abrir os olhos o apertou com força devido a claridade que já incomodava e passou a incomodar ainda mais suas retinas quando os abriu. Levou suas mãos a cabeça assim que se sentou sentido a mesma latejar de dor, passando a língua sobre seus lábios extremamente secos. Lentamente passou a correr suas íris negras por todo o lugar; fitou primeiro a cama onde estava, vendo o lençol tão encardido quando os panos dos travesseiros; as paredes em um tom bege não opcional pôs o lugar aparentava ser antigo e malcuidado; o teto caindo aos pedaços por infiltração; o chão imundo, com inúmeros cacos e garrafas de vidros por todo o lugar. O cheiro de mofo mesclou com a quantidade de álcool que ingerira anteriormente e o fato de não comer nada há dias fazendo seu estômago revirar-se em contestação, curvou-se na beirada da cama apoiando as mãos em suas coxas e vomitando. Olhar o vômito no chão o fez vomitar ainda mais e isso ficou se repetindo por longos quinze minutos. Respirou fundo e fez uma enorme força para se levantar, apoiando na parede para não cair. Seus olhos instantaneamente pararam sobre o revolver 38 posto sobre a mesa, caminhou até a mesma e constatou depois de mexer na mesma que estava carregada, assustando-se e jogando o objeto para longe com os olhos arregalados. Não era uma má ideia, mas era loucura. Percorreu seus olhos por todo o local e encontrou seu celular quebrado no canto do quarto perto de uma das infiltrações. Tombou a cabeça para trás com o sobrolho franzido.

 

- O que eu ia fazer, meu Deus? - Questionou incrédulo e lembrou-se por parte do ocorrido, acarretando logo após segundos tudo de fato. Lee SunHee, a traição, o abandono. Ele andando sozinho por dias na rua sem nem ao menos saber onde estava indo, bêbado, encontrando essa espelunca de motel na beira de uma estrada desconhecida e distante de tudo. Lembrou do suicídio que poderia ter cometido. Tarde demais, já estava consciente para o fazer, mesmo ponderando não ser uma ideia tão ruim assim. Sua respiração descompassada o deixou ainda mais apavorado quando notou o sangue escorrendo de muitas parte de seu corpo. Braços, tórax, pernas. Cacos de vidros em seus pés e mãos, cortes rasos em seu abdome, sua camiseta social branca estava quase que manchada por completo. Em pânico, saiu tropeçando em seus próprios pés do local, andando pela estrada sem nem ao menos conhecê-la.

 

A fraqueza ajudava sua visão a ficar falha e o atrapalhar, sendo assim caminhou boa parte do percurso desconhecido apoiando-se nos muros, seguindo a direção dos carros. Não havia nada que pudesse lhe indicar as horas mas constatou ser por volta das três da tarde. Caminhou incansavelmente por um lugar desconhecido até que, enfim, avistou uma placa que fitou com dificuldade conseguindo ler “Seocho-Gu Center” e questionou-se como havia chegado ali. Não era tão distante de Gangnam, onde vivia e trabalhava, mas fora andando e por isso era consideravelmente longe. Poucas pessoas passavam por lá no momento e agradeceu por isso pois talvez seu estado fosse assustar todos ao seu redor. Pôs as mãos em seu abdome sentido uma forte dor e pousou suas íris negras sobre sua mão, vendo sangue na mesma e assustando-se com a quantidade do líquido. Seu estômago doía e só então parou para reparar o quão mal e cansado estava; sua atenção foi retirada de si quando escutou risadas altas e divertidas por perto, fitando por ora um grupo de amigos não tão distantes de si. Apoiou-se em uma das pilastras gigantescas redondas e cinzas ao seu lado e apertou com força seus olhos, sentindo suas pernas fraquejarem.

 

- Senhor, está tudo bem? - Uma voz desconhecida surgiu ao longe assim que as risadas foram cessadas, não obtendo respostas, o rapaz de cabelo castanho aproximou-se cautelosamente do outro – Meu Deus, ele está sangrando!

 

Jaebum não obtinha mais forças para manter seus olhos abertos, muito menos permanecer em pé. Pôde escutar passos rápidos em sua direção e constatou que o grupo de amigos poderia estar indo até ele, o que o assustou, fazendo assim se arrastar para trás, o que fora em vão já que poucos centímetros foram necessários até bater com as costas na pilastra. Sua mente já não tão consciente rodava o fazendo engolir a seco, era chato admitir para si mesmo mas estava vulnerável naquele momento e isso lhe assustava. Aquele grupo de pessoas poderiam fazer qualquer coisa consigo e esse pensamento só serviu para o apavorar ainda mais, fazendo seus batimentos ficarem irregular e o sangue sair com mais precisão.

 

- Merda, ele está sangrando muito, liguem para a emergência agora! - Youngjae, o rapaz posto agora ao seu lado, apoiou o corpo do homem em seu tórax não se importante em ser sujo com o sangue e tudo mais. Retirou cuidadosamente a mão do mesmo de seu ferimento e viu que era muito pior do que imaginava. Um de seus amigos ligava desesperadamente para a emergência que prometeu não demorar muito para chegar. - Senhor, não feche os olhos, olhe para mim! Não durma, por favor! - Gritava apavorado com a figura fraca e com os lábios roxos perto de si.

 

Im escutou aquelas palavras de um modo superficial, mas, mesmo assim, fazia o máximo possível para manter-se acordado. Pensou o quão imbecil era; poderia ter cometido suicídio noite passada, daria menos trabalho para si e para essas pessoas ao seu redor, seria até mesmo mais rápido e menos sofrido. Morrer nos braços de um desconhecido, que ótimo, tudo o que uma pessoa quer. “Escute minha voz, senhor, não durma, a ambulância está bem próxima!” o tom desesperado de Youngjae fora escutado com clareza por Jaebum que, com uma força que surgiu misteriosamente, abriu um pouco seus olhos dando de cara com um rapaz de cabelos castanhos e uma armação de óculos redonda, dourada e sem lente, seu rosto denunciava sua juventude mas naquele momento sua expressão mostrava desespero e preocupação com alguém desconhecido. Jaebum, então, fechou os olhos e escutou o tom alto de desespero posto na voz da pessoa que o segurava e de mais algumas ao seu redor, para depois não escutar mais nada.


Notas Finais


Então é isso! O que acharam? Ficou bem curtinho, mas é o que eu disse antes, é como uma introdução. Vejo vocês logo mais.


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