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História High Hopes - "Para sempre"


Escrita por: feelsobanghim

Notas do Autor


O capítulo foi betado muito rápido então me perdoem se houver algum erro. Boa leitura <33

Capítulo 3 - "Para sempre"


Duas semanas se passaram desde que Im teve alta do hospital, tendo que ficar de repouso por esse tempo e não podendo contrariar já que sempre que tentava ir para o trabalho Jackson ou Jinyoung o impediam. Extremamente entediado sem ter algo bom para fazer dentro daquela casa, sua mente sempre acabava voltando para o assunto de sempre. Lee SunHee. No dia em que voltou para casa na companhia de seu melhor amigo, não impediu quando o mais jovem – sem nem ao menos pedir permissão – vasculhou por toda a casa e retirou qualquer resquício da mulher que houvesse ali. Fotos, perfumes, objetos, roupas, qualquer coisa. Pondo tudo em uma sacola de lixo e dizendo que colocaria os pertences da mesma no seu devido lugar, sendo assim se despediu do amigo e levou tais coisas até a lixeira do prédio, jogando-as lá. Não podia discordar do amigo quando o mesmo disse que qualquer coisa de SunHee ali o faria mal, isso porque Jaebum nem ao menos havia contado ao mais jovem o que de fato tinha acontecido consigo, mas Jackson não era mais uma criança bobinha e já tinha percebido que a mulher deixou seu amigo e o usou como um brinquedinho. Prometeu a si mesmo que se visse a figura da mulher um dia na rua ou em qualquer outro lugar, a far ia se arrepender por ter quebrado o coração de seu melhor amigo. Jackson, agora, era mais um na lista de quem mantinha rancor de Lee SunHee.

 

Fitando a parede vinho do quarto, tal que já analisou trilhões de vezes nessa semana infinita, Jaebum constatou que mais um segundo dentro daquela casa o deixaria louco. Mais louco do que já estava. O silêncio do recinto só fazia com que seus pensamentos gritassem ainda mais alto. Bufou cansado de tudo isso e se levantou da cama, vestindo um casaco cinza grande e calçando seus tênis, saindo do apartamento logo em seguida. Com as mãos nos bolsos laterais do casaco quentinho, caminhou sem um devido paradeiro por entre as ruas de Gangnam. As luzes de neon por todos os lados, pessoas andando apressadamente e sorrindo, cheiro de comida e mercadoria sendo vendida. Não esboçava sentimento algum por aquilo, não mais. Os casais que passavam ao seu lado, mesmo que discretos, roubavam-lhe a atenção e vez ou outro se questionava se o amor deles era como o dele com SunHee, ou como achava que era. Sem se prender muito a isso pois sabia que estaria se torturando – o que não era uma ideia tão ruim assim -, parou em frente a uma loja de aparelhos eletrônicos e em instantes estava dentro do estabelecimento comprando um novo aparelho já que o seu antigo fora destruído por si.

 

Ao sentir sua barriga fazer um barulho estranho e constatar que precisava se alimentar, caminhou alguns metros e subiu poucos degraus até adentrar um local onde vendia diversos tipos de alimentos. Andando lentamente entre os vários corredores, parou no que mais lhe chamou a atenção. Esticou a mão e pegou dois pacotes de biscoito salgado coberto de cheddar, umedecendo os lábios só de pensar no sabor maravilhoso que aquilo poderia ter, mas desviando sua atenção quando ambos os pacotes foram tomados de sua mão e postos de volta na prateleira.

 

- O que pensa que está fazendo? - O rapaz de feição conhecidíssima e cabelos castanhos claros em sua frente disse – Acabou de receber alta e quer voltar para o hospital?

 

- São só salgadinhos, Mark.

 

- Coma isso quando estiver recuperado por completo, por enquanto, alimente-se de modo saudável. - Ditou firme e pôs as mãos no ombro do amigo, o virando e guiando até o corredor ao lado, pegando alguns pacotes de ramen, um com tempero apimentado e outro sabor vegetais. Pagou pelo produto, assim como pelas bebidas e o preparou ali mesmo no estabelecimento que oferecia água quente para os clientes fazerem sua refeição. Indo para o lado de fora, ambos sentaram em uma mesa de metal. - Como está se sentindo?

 

- Jackson já te contou? Esse linguarudo…

 

- Yah! Não era para ter contado? Sou seu amigo, Jaebum, saberia uma hora ou outra. Também fiquei preocupado com você. - Mark ditou repreendendo o amigo que só deu de ombros e começou a comer.

 

- Já era de se esperar de qualquer modo, Jackson sempre lhe contou tudo, ainda mais depois que assumiram o namoro.

 

- Não fale isso em voz alta.

 

- Todos já sabem, hyung, não precisa se sentir constrangido. - Jaebum sorriu com a vermelhidão aparente no rosto do outro que sorriu e continuou sua refeição.

 

Em uma conversa saudável entre eles a refeição fora feita e, assim que terminada, andaram juntos pelas ruas movimentadas à noite de Gangnam. Jaebum até mesmo permitiu-se sorrir de modo sincero diversas vezes naquela noite fria, ainda mais quando escutava a risada alta do amigo ao seu lado. Mas minutos depois Mark alegou que Jackson estava o esperando ali por perto para irem ao shopping e chamou o amigo para que os acompanhasse, mas Jaebum negou dizendo que não queria atrapalhar o encontro do casal do ano. Depois de breves despedidas seguiram caminhos inversos.

 

Dava passos lentos enquanto pagava um caminho um pouco mais longo de volta para casa, ainda observando as coisas ao seu redor, enfim distraído. Sua mente fazia trabalho apenas para se concentrar em coisas aleatórias quais fitava na rua, nada de muita importância mas que acabou lhe roubando aqueles pensamentos ruins dando lugar a algo mais simples. Suspirou de leve ao sentir um arrepio proporcionado pelo vento gélido que pousou temporariamente em sua pele, mesmo boa parte dela estando coberta, o fazendo encolher-se debaixo do casaco confortável que vestia. De tanto mexer suas mãos dentro dos bolsos da vestimenta, acabou fazendo suas chaves caírem e abaixou-se para pegar o molho no chão e aproveitando para amarrar o cadarço do tênis, não se importando com as pessoas que passavam ao seu lado. Mas, por um momento, sua atenção fora roubada quando um grupo de poucas pessoas passou ao seu lado com risadas soltas e altas. Levantou a cabeça o suficiente para fitar o grupo que passou previamente por si, sentindo um sentimento estranho em seu âmago, algo similar a déjà vu. Cedeu a um bico em seus lábios e logo pegou seu pertence no chão se levantando e seguindo caminho para casa, já sedento por sua cama e suas cobertas quentinhas.

 

Youngjae que passou risonho ao lado do homem ao qual andava pensando recentemente, nem se deu conta que sua presença fora feita ao seu lado por milésimos; mesmo que por um instante sentisse um arrepio, não se deu a preocupação de olhar ao redor. Seus amigos o obrigaram a sair de casa naquela noite fria de domingo para comerem fora, tentou negar o convite pois estava amontoado de papeis da empresa para verificar e tudo mais, mas não teve escolha. Fazendo os amigos prometerem que não demorariam muito para voltarem para suas casas.

 

Ambos seguiram caminhos inversos com sensações semelhantes, o que era esquisito. Jaebum não sabia ao certo por quê queria encontrar o rapaz, talvez para lhe agradecer e não dever mais nada a ele; Youngjae queria saber como o outro estava, por mais que não o conhecesse, criou um vinculo imaginário com o mesmo. Queria saber se havia se recuperado de fato. Mas não era algo ao qual ambos correriam atrás, mesmo que o mais jovem tenha voltado ao hospital para saber do outro mas acabou não o encontrando lá. E Jaebum, desleixado com algumas coisas recentemente, não faria um mínimo esforço se quer para encontrar o rapaz ao qual não sabia nem mesmo o nome, mesmo sabendo que deveria o agradecer por salvá-lo. Agradecer? Deveria de fato fazer isso? Mesmo não se sentindo agradecido pelo ato do rapaz ainda assim achava que deveria o agradecer já que isso era questão de educação.

 

Ao chegar em casa, Im foi direto ao banho para depois vestir roupas confortáveis e que o aquecesse, jogando-se na cama em seguida. Pensou em assistir televisão para distrair-se por mais algum tempo pois não queria aqueles pensamentos demasiados ruins em sua mente por um tempo, mesmo que não o incomodasse de verdade, no fundo sentia-se mal por tê-los em si mas acabou adormecendo do mesmo jeito largado que se jogou na cama.

 

Em um quarto claro onde não conseguia avistar portas ou janelas, encontrava-se sentado de modo ereto em uma cadeira simples enquanto fitava um espelho. Objeto qual refletia sua imagem, mas não era ele de fato. Deixando um bico se formar em seus lábios, tombou um pouco a cabeça para o lado e adquiriu uma expressão confusa ao perceber que seu reflexo não refletia suas ações. Franziu o sobrolho ao notar uma pessoa se aproximando de si, posta em pé atrás da cadeira com as mãos em seu ombro fazendo-o paralisar com o toque em sua pele exposta. Sem reagir ao ato, ficou em estado de inércia ainda fitando sua figura no espelho com o reflexo da pessoa atrás de si. SunHee alisava com os dedos levemente a pele do ombro de Jaebum que se arrepiou com o ato, mas não reagiu. Seu reflexo então respirou fundo com um sorriso um tanto quanto irônico olhando em “seus” olhos de modo profundo.

 

“Todas as nossas memórias que costumavam fazer eu me sentir no inferno, ainda não sei por que elas ainda estão presas em minha mente. Eu vou lembrar dos nossos últimos dias, de quando você brincava comigo e ríamos juntos. Era bom, a sensação era de liberdade ao seu lado mas graças a você, tudo virou um fracasso para mim, não há mais aquela minha imagem do passado que costumava sorrir brilhantemente pra você ou para qualquer outra pessoa. O amor é uma piada para mim agora, meu coração está esmagado. Tentei ao máximo te esquecer, eu esperava ter me recuperado mais rápido e você se arrependeria se olhasse para mim.” As palavras soaram, no início, de modo leve mas profundo para que depois fossem tomando aquele tom de ira que já se fazia presente constantemente desde o abandono. “Eu me afogo sem esforço num pesadelo que muitas vezes é como nossas memórias mas, pelo fato de você ser a única que já amei, talvez eu nunca vá esquecer. Sim, eu me lembro, e me odeio por lembrar. Até mesmo quando fecho meus olhos, a luz que costumava brilhar sobre nós ainda está lá. Eu deveria valorizar profundamente todos os nossos momentos preciosos mesmo que algumas vezes a dor venha, mas isso é impossível. Todas as vezes em que prometemos "para sempre"... Eu nunca vou esquecer daqueles momentos, até o final eu me lembro. Queria esquecer de tudo, esquecer da sua existência repugnante, Lee SunHee.”


 

A pessoa que dizia tais palavras era o reflexo vivo de quem a mulher criou, mas a que assistia era o nato Im Jaebum de sempre. De antes. Tal que assistia tudo com os olhos marejados, levando a mão direita até o ombro esquerdo ao qual a mão da mulher estava posta em uma tentativa falha de sentir a mão alheia, já que acabou segurando o ar vendo a imagem sumir atrás de si, mesmo continuando atrás de seu reflexo. “Desse jeito desista, eu não faço mais parecidas coisas com o amor, eu não vou voltar a ser daquela forma nunca mais. Jogue tudo isso fora mais uma vez, eu não preciso de mais nada; espero agora já poder dormir sem você.”


 

A parte viva dele, a parta qual ainda existia sentimento e humanidade tremia por inteiro enquanto desejava que tudo aquilo acabasse e que pudesse não ver mais a figura da mulher junto àquela sua figura irreal. “Basicamente, não consigo acreditar na qualidade desse sonho que estou sonhando, eu fico louco nessa realidade que me atira para longe de você, mas preciso me acostumar com isso já que você não vai voltar. Eu sou um homem interessante, garotas como você me chamam pra sair e a dor que causo são elas que pedem, esse é o meu jeito de fraco viver. Nem isso eu consigo mais, SunHee. Você me destruiu por completo. O que restou de mim depois de todas essas despedidas foi que aprendi que no final não existe essa tal promessa de "para sempre". Essas palavras me fizeram ir longe demais muitas vezes, você, que me fez ir embora com as próprias mãos e que nunca nem mesmo olhou para trás uma última vez. Não consegue ver o monstro que você criou, SunHee? Olhe! Veja essa aberração que você fez, está satisfeita?” Com gritos vindo de seu reflexo Jaebum passou a fitar o chão chorando incessantemente pois seu outro lado poderia não sentir tudo aquilo mas ele estava sendo atingido. Voltando a fitar o espelho, notou que ambos não estavam mais ali e então passou a se sentir sufocado. Apertando os punhos e gritando para que pudesse sair dali enquanto sua respiração começava a se fazer ausente. Estava apavorado.


 

Acordou completamente suado ao som do despertador junto a sua respiração desconexa. Apertou os olhos ao passar as mãos por seu corpo e entre seus fios negros, constatando que estava de fato acordado, sentindo-se aliviado. Um pesadelo, somente isso. Ou quem sabe uma reflexão de sua mente tentando lhe mostrar a realidade de como ele era agora. Sentia-se assustado pelo sonho, mesmo que infelizmente tivesse que assumir tal semelhança com seu reflexo, até mesmo permitindo-se sentir uma leve falta do seu antigo eu.



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