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História High Hopes - Coincidência ou destino?


Escrita por: feelsobanghim

Notas do Autor


Demorei, sim, eu sei, mas tive motivos para isso... Só não irei citá-los aqui pois não é necessário. De qualquer forma me desculpem.
O comentário de vocês é sempre muito importante então, por favor, comentem o que acharam!
Tenham uma boa leitura <33

Capítulo 5 - Coincidência ou destino?


Im Jaebum odiava ser posto em segundo lugar como uma opção que só era usada em momentos críticos, feito uma sobra. Odiava pois era isso que aconteceu em boa parte de sua vida, onde todos lhe usavam do modo que os agradassem e como segunda alternativa, esse foi um dos motivos que fizeram com que ele se esforçasse muito mais para que sempre estivesse em primeiro lugar para nunca mais passar por aquele tipo de situação humilhante. Pensar que enquanto esteve fora uma pessoa qualquer, tal que nem havia se apresentado formalmente para seu superior, fez seu trabalho o deixava furioso. Questionava-se mentalmente sobre quem o vice-presidente achava que era para tomar seu posto sem permissão, por ir em seu lugar em reuniões e coisas do tipo. Deveria se sentir agradecido pois sem Choi a Skyway estaria um completo caos e a culpa seria sua, mas no momento estava furioso demais para sentir algo como gratidão.

 

Logo depois de sair do banho e vestir roupas largas e confortáveis, jogou-se na cama e pegou seu celular, fitando o aparelho por alguns minutos antes de começar a digitar.

 

“Ótimo amigo que você é, Jackie” logo após enviar não fora necessário muita espera até conseguir uma resposta.

 

“Sim, sei que sou! Mas por quê relembrar isso agora?”

 

“Não estou brincando, seu idiota. Como pôde esconder que tínhamos um novo vice-presidente que estava fazendo meus deveres?”

 

“Ah, isso…” Jackson sabia o quanto JB odiava pessoas fazendo seu trabalho sem serem ordenadas e, há uns 40 minutos da casa do mais velho, em seu quarto, praguejava-se em sussurros pensando no que dizer. “Hyung, não fique chateado. Precisávamos de alguém para ordenar enquanto estava fora e resolver certas coisas. Eu ia lhe contar, só estava esperando o momento certo”

 

“E por quê você não o fez? Tem experiência, capacidade e ordem para fazer isso, por quê não fez você mesmo?” Im bufava encarando o aparelho em sua frente enquanto tinha a lombar curvada e os cotovelos apoiados nas pernas cruzadas.

 

“Só posso agir se meus superiores não estiverem em serviço, e Choi estava”

 

“Choi???”

 

“Choi Youngjae, o mais novo vice-presidente” com alguns emojis de festas e carinhas felizes, Jackson enviou a mensagem segurando a risada pois sabia como JB reagiria.

 

“Vá dormir antes que eu apareça na sua casa e te estrangule sem dó. E não tente fugir de mim amanhã, praga”

 

“Também te amo, hyung. Boa noite”

 

Ambos jogaram os aparelhos na mesinha ao lado da cama, Jackson abraçou Mark pela cintura e o puxou para mais perto em sinal de carinho, sem maldade alguma no ato; Jaebum jogou-se para trás de um modo nada sutil e sentiu seus olhos pesarem pelo cansaço. O dia havia sido longo como de costume. Remexeu os pés até fazer a coberta azul-escuro estar por cima dos mesmos, então pôde esticar as mãos e puxá-las mais para cima, cobrindo-se por completo e virando para o lado. Fitou por um mínimo momento o lugar vazio ao seu lado e, felizmente, sua mente estava cansada demais para se auto torturar lembrando de Lee SunHee. Agarrou o travesseiro branquinho, o abraçando tanto com os braços como com as pernas, relaxou a cabeça e todos os músculos de seu corpo e permitiu-se dormir facilmente.

 

Seus sonhos desde aquele dia eram estranhos e o assombravam antes de dormir e as vezes relembrava-os durante o dia, mas nessa noite por um motivo desconhecido Im dormiu feito uma pedra com feição de criança.

 

///

 

Youngjae acordou duas horas adiantado naquela manhã de terça-feira e não conseguia adormecer por mais um segundo sequer, então levantou-se e fez suas higienes matinais para depois ir ainda sonolento para a cozinha. Pondo uma xícara quase que transbordando de café e pegando um pequeno envelope com bolinhos de arroz, jogou-se no sofá e pôs os pés sobre a mesinha de centro depois de ligar a televisão. Nunca acordava atrasado mas também não costumava acordar duas horas mais cedo, aliás, o que um ser humano faria às 04:30 da manhã em pleno dia útil? Um programa de variedade roubou sua atenção e ficou durante quarenta e sete minutos assistindo-o. Se alguém pudesse vê-lo agora diria que tem, no máximo, 18 anos, mas não estava muito longo disso já que tinha 23 anos. Choi sabia ser sério quando precisava mas não era algo de sua índole já que na maior parte do tempo está sorrindo, rindo escandalosamente e sendo amigável. Era jovem demais e, mesmo assim, muito experiente em diversas coisas. Boas e ruins.

 

Uma notificação chegou em seu celular e, depois de lê-la, sentiu um certo desconforto. Um grupo onde estavam diversos amigos em um aplicativo de conversa havia recebido uma mensagem de um dos integrantes e depois que leu e releu para ver se havia entendido certo, Youngjae relembrou diversas coisas que o deixavam desconfortável.

 

“Um jovem, nessa madrugada de segunda para terça-feira, foi encontrado morto dentro de casa após ser espancado por seus pais. Os responsáveis pela barbárie foram presos assim que a polícia, alertada por um vizinho pelos barulhos estranhos, entrou na casa no norte de Busan e os pegou em flagrante. O jovem de 17 anos já estava morto quando fora encontrado no chão de seu próprio quarto e seu estado era deplorável. No depoimento os pais contaram que preferiam ter um filho morto a um filho homossexual e o espancaram até a morte depois do mais jovem contar a eles sua verdadeira orientação sexual. O caso, mesmo sendo muito recente, chocou toda a Coreia do Sul e outros países ao redor do mundo, alguns estão até protestando nas ruas e na internet. Hoje, terça-feira, terá um protesto/vigília/passeata em Seul às 20hrs, perto do Parque Olímpico. Sendo você apoiador a comunidade LGBT ou somente um humano que achou esse crime algo fora dos limites e proporções humanas, venha nos apoiar e lembrar da morte de mais uma pessoa por culpa de preconceito.”

 

Jogando a cabeça para trás e sentindo seus olhos arderem, Choi permitiu-se chorar mesmo tentando se manter forte. Por quê as pessoas ainda fazem coisas do tipo? Ninguém nunca será obrigado a apoiar nada e ninguém, mas respeito sempre será fundamental. A humanidade estava bem longe de ser algo compreensível e, pessoas que matavam por motivos tão chulos, também. Infelizmente, ainda em pleno século 21, todos que são assumidamente ou não da comunidade LGBT acabam passando por situações horríveis todos os dias. O governo e algumas pessoas, de países de todo o mundo, dizem estarem tomando proporções para quem cometer injurias raciais/preconceito por raça e orientação sexual, mas na verdade eles não estão. “Eles nem se importam com a gente” Youngjae pensou e, infelizmente, estava correto. Ele sabia o que era não ser aceito, sabia o que era sofrer por isso e odiava pensar que milhares de pessoas passavam por isso respectivamente. Como um ciclo imbecil vicioso. Choi iria a esse protesto com imensa comoção, sentia-se na obrigação.

 

Depois de respirar fundo e passar as costas da mão no rosto secando o líquido salgado que escorria pelo mesmo, levantou-se e foi se arrumar para o trabalho. Pôs uma calça jeans escura e uma camiseta social branca, coberta por um blazer preto para depois se perfumar e sair de casa. Não pegou tanto trânsito como de costume pôs saiu antes do horário normal, mas algo que nunca mudaria era sua mania de cantar ou cantarolar quase todo o tempo; pois bem, isso não era um problema, a voz de Youngjae era uma das coisas mais belas do mundo. E por mais que ele não tivesse noção disso, Choi Youngjae possuía uma voz com poderes inimagináveis.

 

Assim que saiu do elevador em seu andar percebeu uma quietude ainda maior do que o normal no ambiente de trabalho. Poderia ser por ter chegado mais cedo e todos ainda estavam “tentando acordar” mas, no fundo, sabia que tinha algo a mais. Andando em direção a sua sala, fora interrompido por uma voz o chamando e então a figura correndo até si.

 

- Bom dia, Choi. - Jackson disse e o rapaz respondeu. Alguns dias depois de chegar a empresa, Youngjae percebeu que o padrão de idade ali era bem novo comparado a outras empresas e isso o agradou. Descobriu que Jackson tinha a mesma idade que ele e então deu a liberdade de chamá-lo normalmente. - Eu só queria lhe dar uma notícia.

 

- Algo bom ou ruim?

 

- Depende do ponto de vista e do humor dele hoje…

 

- Dele quem? - Questionou e o viu morder os lábios um tanto quanto incomodado – Diga logo!

 

- O presidente voltou. Im hyung está de volta.

 

Jackson parecia preocupado com isso e sua preocupação fora absorvida pelo outro. Trocaram alguns olhares indecifráveis e depois de Choi responder um “ok” carregado de insegurança, dirigiu-se a sua sala. Toda a sua confiança em seus trabalhos e nas coisas que havia feito até hoje esvaíram pelo ar e sumiram em questões de milésimos. Iria enfim conhecer seu superior e poder conversar com ele sobre coisas urgentes e necessárias, esse era o lado bom da coisa mas não se sentia de fato confortável com isso. Seu interior se revirava diversas vezes e daquele momento em diante, em seu horário de expediente, a ansiedade tomou conta de si esperando a hora que seria convocado à sala do lado.

 

Enquanto o mais jovem se remoía por dentro a todo instante, Jaebum estava em sua sala pensando de qual maneira o mataria. Na realidade não faria isso, diferente de sua mente que já o havia matado diversas vezes desde que descobrira sua existência. Imaginou uma pessoa aleatória e a nomeou de Choi sabe-se lá o que, era divertido matá-lo. Não que realmente quisesse fazer isso ou que fosse um assassino frio, só estava furioso, quem nunca pensou em enforcar uma pessoa até a morte que atire a primeira pedra!

 

///

 

O dia passou depressa para uns mas, para duas pessoas dentro daquela empresa movimentada, havia passado de modo tão lento e torturante que ambas tinham vontade de gritar. No horário de almoço JB não saiu de seu escritório e nem deixou que seus amigos trouxessem comida para si, estava ocupado demais, enquanto Youngjae assim que deu o horário saiu em disparada para pegar o elevador e ir almoçar com dois amigos seus no restaurante enfrente a empresa. O engraçado era que Im ainda achava que os novos estagiários foram enviados a mando do ex-vice-presidente mas, na realidade, foram enviado por Choi Youngjae. Isso não fazia tanta importância, não mudaria em nada a vida deles. O rapaz mais jovem voltou correndo para seu escritório depois do almoço em uma tentativa não falha de não encontrar seu superior. Medo não era a palavra correta mas estava bem perto disso.

 

Às 18hrs, quando os estagiários já haviam ido embora e haviam funcionários em uma quantidade reduzida no local, o telefone do escritório do mais jovem tocou. “Venha ao meu escritório, por favor. Agora, de preferência.” a voz soou firme e séria, sem contar pelo tom nada convidativo. Era a primeira vez que escutava a voz dele e sentiu-se incomodado. Levantou e ajeitou seu blazer preto, passando as mãos pelos fios castanhos já não tão arrumados como antes e então saiu de seu escritório e pôs-se na postura correta enfrente a porta do lado, pedindo permissão para entrar e fora concebido. Por mais que estivesse nervoso, em momento algum tentou demonstrar isso e manteve sempre seu olhar erguido e, no momento, um tanto quando arregalado ao fitar aquela figura em sua frente. “Senhor Im não está vindo por problemas pessoais”, “O presidente está fora por alguns dias para resolver problemas pessoais, nada de muito grave pelo que escutamos”, “Senhor Im deve estar tirando uma folga, ele trabalha demais, deve estar com sua noiva em algum lugar refrescante”. Sua mente dava voltas e voltas, piscou os olhos diversas vezes após essas frases se repetirem em sua mente, ele sabia, mais ou menos, o que havia com o presidente e nem se deu conta disso. Como poderia imaginar algo assim também. Engoliu a seco e reverenciou, seguindo até a mesa do mais velho e tendo permissão para sentar-se e assim fez. Ainda o fitava com o sobrolho franzido de leve, isso só podia ser uma miragem.

 

Youngjae aproveitava os poucos minutos de silêncio para questionar-se se era aquilo mesmo que estava acontecendo enquanto lutava internamente com seus pensamentos. Era coincidência demais, estranho demais. Jaebum o encarava de modo insignificante, como passou a olhar para a maioria das pessoas depois de tudo. Im não se lembrava do rapaz a sua frente? Mesmo?!

 

- É um prazer o conhecer, Senhor Im. - Choi ditou, preferindo não tocar naquele assunto. O homem a sua frente parecia completamente diferente de antes.

 

- O prazer é meu, Senhor Choi. - Contragosto ele disse, tendo uma de suas sobrancelhas erguida. - Apresente-se por favor.

 

- Ah, ok. - Após respirar fundo e conter toda sua insegurança e nervosismo, ditou – Sou Choi Youngjae, 23 anos. Fiz faculdade de Relações Públicas e fiz estágio na filial da Skyway em Mokpo, onde nasci e vivi até pouco tempo atrás. Consegui uma vaga de emprego na empresa por bom desempenho e depois de terminar a faculdade fui promovido até chegar a vice-presidência. Foi quando recebi a proposta de vir ser vice-presidente da Skyway principal, aqui em Seul.

 

Jaebum escutou tudo com atenção e surpreendeu-se com uma coisa, Youngjae era jovem. Não tão jovem quanto ele quando começou, mas jovem. Hoje com 27 anos era presidente da empresa que seu pai deixou como herança, trabalhava desde seus 16 anos. Ambos jovens e bem-sucedidos rápido demais, uma coisa boa pelo menos.

 

- Conseguiu esse cargo tão rápido, é impressionante. - Disse fitando o rapaz nos olhos.

 

- É o que dizem. - Sussurrou – Sempre me empenhei muito nas coisas, talvez seja por isso.

 

- Confia em seu trabalho, Choi Youngjae? Confia no que faz e em seu desempenho?

 

- Sim, confio. Por quê?

 

- Porque é isso que me interessa na realidade. - Respondeu diretamente, parecendo um tanto quando desinteressado – Se confia nele e foi promovido de modo rápido, parece ser bom. Tem que ser bom. - Jaebum não era tão ranzinza assim mas hoje, em especial com o rapaz posto em sua frente, havia batido o recorde. - Temos assuntos a discutir sobre a empresa e outras coisas, mas isso não será feito hoje. O expediente já acabou mas saiba que não será sempre que eu e você, em especial, sairemos no mesmo horário que os outros funcionários. Só não estou com cabeça para ficar aqui hoje, então pode ir se terminou seu trabalho. E amanhã quando chegar venha direto aqui para discutirmos algumas coisas, certo?

 

- Certo.

 

Após responder no mesmo tom que o mais velho, Youngjae levantou-se e permitiu a si mesmo puxar a manga de seu blazer para cima, junto com a camisa social e parou de pé enfrente a mesa de Im que se pôs em pé e fitou o braço do rapaz.

 

- Esconda isso, a maquiagem que passou saiu no blazer. Não seria bom para os funcionários verem.

 

O interior de Choi gelou com as palavras e em questão de segundos abaixou as mangas da roupa, havia esquecido por alguns segundos dos hematomas em seus braços e começou a passar as mãos sobre o blazer preto que estava com maquiagem. Acalmou-se depois de limpar e fitou Im ainda parado assistindo a cena sem entender nada, e nem queria entender já que não se importava. Reverenciou e o mais velho vez o mesmo, depois saiu da sala e seguiu para a sua. Apertou os olhos com força e pensou no que havia acontecido, era coisa demais para processar em tão pouco tempo e faria isso depois. Bem depois, só quando chegasse em casa depois da passeata.

 

Pegou sua bolsa e tirou o blazer pendurando-o na mesma, esticou as mangas da camiseta social branca certificando-se de esconder os hematomas pelo braço. Antes de sair da sala, já perto da porta, fitou a pequena bandeira LGBT posta em sua mesa e deu um leve sorriso. Um tanto quanto sofrido, mas sincero.

 

Jaebum, assim que o outro saiu de sua sala franziu ainda mais o cenho. Poderia ter fingido muito bem, mas era impossível não lembrar daquela feição; ele poderia estar fraco, desorientado e quase desmaiando mas aquele rosto daquele rapaz não saia de sua mente. Não era como se pensasse ou lembrasse dele todo tempo, longe disso, era só uma imagem de alguém que agiu de uma forma boa. Apoiou ambas as mãos na mesa depositando todo o peso nelas, recordando-se daquele dia, especificamente daquele momento quando estava jogado no colo dele – que agora tinha nome – e quase adormecido, recordava-se exatamente do momento em que fitou o rosto de Youngjae pedindo para que ele não dormisse e então, perdeu a consciência. Coçou a nuca e questionou-se se aquilo era coincidência demais e, se não fosse, o que era de fato? Por quê fingiu não se lembrar do outro quando percebeu que Choi havia recordado? Estava confuso demais. O pior de tudo era que sua mente só sabia voltar naquele momento em que fitou com clareza a feição preocupada do rapaz sobre si e pedia com todas as forças para que Youngjae não contasse a ninguém sobre aquilo. Era vergonhoso demais até para si.


Notas Finais


E ai, o que acharam? Vejo vocês nos comentários e no próximo cap <33


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