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História Umbrella High School - O Início Do Fim


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Boa tarde, povo!
Mais um capítulo "grandinho", não consigo conter meus dedos, então mergulhem!
Espero que gostem!
Boa leitura...

Capítulo 12 - O Início Do Fim


Fanfic / Fanfiction Umbrella High School - O Início Do Fim

* * * Carlos * * *

 

Já estávamos na última aula e meu pé não parava de bater no chão próximo ao da Jill, que eu percebi estar curiosa.

-- Você está bem mesmo, Carlos?

-- Estou bem...

-- Certo.

Eu mal olhei para ela hoje, não dava, eu não podia...

Me sinto envergonhado.

Passou apenas uma semana de aula, uma semana dela na escola... E isso foi o suficiente para ela não sair da minha cabeça pelo final de semana todo.

Que droga é essa?

Não posso me apaixonar!

De novo não...

Jill é uma garota incrível, mas infelizmente, como eu previ, ela já caiu na teia do Redfield e pela experiência do idiota, ela não vai demorar a estar aos beijos com ele em qualquer canto por aí.

Mas ela...

Ela é tão legal comigo.

Foi a única legal comigo depois de tudo que aconteceu.

Me apaixonei?

Isso é ridículo...

Não é à toa que as pessoas não querem ficar perto de você, Carlos! Uma quis ser sua amiga e você já está aí, louco para avançar para cima dela.

Mas eu não diria que é isso... É diferente.

Não é amor, ou aquela vontade de tê-la perto, é estranho... Eu quero ela perto, mas não por beijos ou carícias, isso é confuso.

Não sei explicar...

Será que eu devia conversar com ela sobre isso?

Não, não, não... Ela vai me achar um tarado! E com toda razão, afinal, me ofereceu a AMIZADE dela, a A-MI-ZA-DE e nada mais! Entenda isso, Carlos... Não vai rolar nada.

Mas como eu disse, não é que eu quero que role... É estranho... Pensei muito nela durante o final de semana e senti sua falta, queria conversar, desabafar e sei que seria a pessoa certa. E sabendo que iria naquela festa idiota do lago, tive medo por ela, eu queria estar lá se fosse o caso de algum idiota mexer com ela.

Não é desejo... É estranho.

Quando finalmente o sinal bate, arrumo minhas coisas e sinto os olhos dela me estudando e apenas olho de canto.

-- Até amanhã, Jill...

Eu saio sem resposta dela, vou ao meu armário guardar as coisas e sigo para as arquibancadas do campo de futebol, lugar perfeito para eu raciocinar sobre tudo e principalmente sobre esse sentimento mal esclarecido.

Ao chegar, largo a mochila ali e deito com o braço sobre meu rosto e respiro fundo esvaziando a mente... Mas o sorriso doce dela me invade e minha vontade de protegê-la volta com força.

Mas que diabos é isso?

Não tenho vontade de beijá-la, mas quero estar perto, quero vê-la bem e segura desses idiotas que a olham de maneira asquerosa, quero cuidar dela e não entendo o porquê desse desespero.

Será que me apaixonei?

É estranho... Não é isso... Será?

-- O que é que você tem?

Dou um salto ao ouvir a voz dela e fico sentado agora com ela deixando a mochila perto de mim, sorrindo daquele jeito de desentendida e sentando ao meu lado me fazendo querer sair correndo com medo de fazer bobagem e estragar tudo.

-- Me conta...

-- Como me encontrou aqui?

-- Você adora esse lugar mesmo sem eu entender, já que odeia o time de futebol e as líderes de torcida.

Nem sempre foi assim...

-- Só preciso pensar.

-- Eu fiz algo que te incomodou?

Você apareceu na minha vida, simples assim.

-- Não, você não fez nada...

-- Então por que mal olha para mim?

Notando que eu olhava para o mais longe possível dela, respiro fundo e prendo meus olhos naquele azul doce e puro.

Ela é linda demais...

-- O que eu fiz?

-- Nada, Jill... Mas, me conta como foi a festa de sexta-feira.

Tentei desviar de assunto, mas pelo jeito dela, não convenci... Mas ao respirar fundo, ela desviou também demonstrando que aquele não era um bom assunto.

-- Foi legal...

-- Não aconteceu nada ruim?

-- Não, foi tudo bem.

-- Está mentindo!

-- E você não está mentindo para mim?

Ela me colocou na parede...

Mas o que eu digo?

“Ah, é que não sei bem o que é, mas você despertou em mim um sentimento que até agora estou tentando entender o que é... Mas não é amor, pelo menos eu acho que não, porém mesmo assim não quero você longe ou na mira de algum idiota igual ou parecido com o Redfield!”

-- O que é isso no seu braço?

Quando sinto ela puxar meu braço, arregaça a manga e se assusta ao ver algumas marcas roxas.

Droga...

-- O que é isso?

-- Nada...

Eu puxo meu braço, mas ela segura mais forte agora olhando para mim e o contato com a mão dela me deixa mais confuso.

-- O que aconteceu?

-- Nada, Jill...

Puxo de vez meu braço e escondo as marcas... Ela não precisa saber disso, não quero assustá-la e acabar perdendo sua amizade por causa de problemas no meu lar doce lar.

E novamente se preocupa comigo, demonstra que se importa, que quer me ajudar e que realmente é uma amiga fiel.

Por que ela tem que ser assim?

Por que não é fútil, patricinha e egoísta?

Por que tem que ser doce e verdadeira?

Que droga...

-- Tenho que ir... Até amanhã, Jill.

Levanto rapidamente dali, pego minha mochila e saio apressado querendo me afastar, mas ela não deixa.

-- Carlos!?

Quando puxa o meu braço, sinto uma dor leve pelos machucados, mas ignoro sabendo que ela diante de mim poderia não prestar.

Não quero perdê-la...

-- O que está acontecendo? Por que você está agindo assim?

-- É complicado...

-- Me fala o que eu fiz!

-- Você não fez nada... Só quero ficar sozinho, dá para ser?

Certo, minha voz soou mais grossa do que o necessário e vi que ela não gostou, deixando nítido em seus olhos a decepção em ouvir aquilo. Mas ao desviar, levantar os ombros e me dar as costas, me arrependo no mesmo segundo e corro parando diante dela sem saber o que falar.

-- Me desculpa...

-- Só quero te ajudar.

-- Eu sei... Mas é que eu não sei direito o que eu tenho, preciso pensar.

-- Tudo bem.

Quando ela vai sair, paro diante dela outra vez e sinto meu coração bater mais forte e meu nervosismo triplicar.

Droga...

Eu finalmente me prendo em seus olhos confusos e com desejo de ajuda sincera, mas meu sangue ferve sozinho, minhas mãos formigam e meus pés avançam sem consentimento e a puxo para mim fazendo nossos lábios se tocarem.

É doce, delicado e estranho...

Ela gela completamente, provavelmente jamais imaginando que eu faria isso, mas sinto que ela não se mexe. Mas minha boca permanece na dela, com aquele sentimento estranho pulsando dentro de mim e ao mover um pouco os lábios, me sinto mal com aquilo.

Que droga é essa?

Se eu estivesse apaixonado, não sentiria isso...

Afasto meus lábios, mas mantenho minha testa na dela enquanto pressiono os olhos sem saber como agir.

Ela é minha amiga... Só isso.

Que droga é essa que estou sentindo se não a quero para mim?

Quando abro os olhos, me deparo com os dela confusos, seu rosto vermelho e ela completamente sem saber o que dizer.

Droga...

-- Me desculpe, eu nã... Desculpa.

Eu saio dali e ela fica ainda sem se mexer e apresso meu passo para sair dali o quanto antes.

Que “maravilha”, Carlos...

Estragou tudo! Idiota!

Não é que ela não tenha um sabor ótimo e chances tremendas de ter um beijo excelente com aqueles lábios quentes e delicados...

Mas por que teve que fazer isso? Beijá-la assim?

Você é um estúpido!

Perdeu a única amiga que realmente um dia já se importou com você...

Droga.

 

* * * Jéssica * * *

 

Senti as lágrimas de ódio por aquela vagabunda e dor por aquele idiota escorrerem ao mesmo tempo pelo meu rosto...

Era isso que ela queria!

Esse tempo todo ela queria ele!

E eu e o Chris servimos como peões... Mas ela vai pagar.

O Chris sai dali voltando ao vestiário e vejo sua expressão péssima de raiva e angústia... Ele não consegue mais disfarçar, está apaixonado.

Quando volto os olhos para os dois, vejo que o Carlos se afasta e a idiota não expressa nenhuma reação além de susto...

Espere aí!

Ele que a beijou?

-- Me desculpe, eu nã... Desculpa.

Ele sai dali de cabeça baixa parecendo confuso e desentendido, mas a garota permanece ali sem reação, parecendo não ter ideia do que aconteceu. Mas quando finalmente sai, anda a passos lentos ainda com expressão de quem não entendeu nada.

Espera... Ele a beijou! IDIOTA!!!

E ela estava fazendo o típico papel de ganhar um beijo súbito do melhor amigo, talvez por isso não esboçou reação... Mas o Chris não sabe disso.

Ela vai pagar por ter feito o Carlos beijá-la... E se ela tem algum valor a ele, agora ele vai pagar também.

Saio dali em direção ao vestiário...

Tenho que ser rápida!

PRECISO pegar o Chris antes dele sair da escola, pegá-lo com raiva e decepcionado, assim que conseguirei o que eu quero!

Essa miserável vai me pagar POR TUDO!

VOCÊ VAI PAGAR JILL VALENTINE!!!

JURO QUE VAI DERRAMAR LÁGRIMAS DE SANGUE!!!

E SEU PRÍNCIPE ENCANTADO SERÁ VISTO COMO O MAIOR CULPADO...

Meu sorriso se forma por trás de minhas lágrimas sabendo exatamente o que eu tinha que fazer.

Arrumo tudo e escondo o necessário para não perder tempo e não perder minha peça fundamental do jogo. Depois de tudo no lugar, coloco a pulseira de flor e saio apressada do vestiário indo em direção ao vestiário masculino para atrair meu querido Capitão do time de futebol.

Mas com uma mão em meu braço, ele me encontra primeiro e com a expressão de raiva, tristeza e decepção... Ele me beija.

Perfeito...

Do jeitinho que eu preciso, fraco, vulnerável e facilmente manipulável... O beijo dele mostra a dor por ter visto a garota por quem está apaixonado nos braços de outro e sinto a vontade dele tirar aquilo de dentro dele, a vontade de se vingar e de se esquecer da garota.

É isso mesmo, Chris...

Fique com raiva e te ajudarei nisso... Assim como me ajudará a detonar a novata quando se convencer de que está apaixonado para valer e ela também.

Você acha que o que passou até agora foi ruim, novata?

Você nem imagina do que eu sou capaz...

Me aguarde.

 

* * * Chris * * *

 

Eu acordei com um sorriso idiota no rosto mesmo levando várias broncas durante o final de semana por ter me metido em briga... E por isso, meus pais me trancaram em casa e não pude ir para lugar nenhum.

Que ótimo!

Sou o herói da festa e fico de castigo...

Pensei em sair pela janela no sábado depois que a garotada disse que ia para o bar, mas resolvi ficar de molho mesmo já que eu estava ocupado demais pensando naqueles olhos azuis tentadores.

Minha bonequinha linda... Minha Jill... Dá para resistir?

Nããããoooooooo!!!

Linda!

Simplesmente LINDA!

E hoje vou levá-la para escola, realmente este tiro foi certeiro!

Só falta eu me livrar do Piers e da minha irmã, mas darei um jeito nisso quando chegar a hora.

-- VAMOS NOS ATRASAR, CHRIS!

Claire bate irritada no meu quarto e reviro os olhos, dando mais uma espirrada do meu perfume irresistível e vendo que ainda faltava muito para sairmos, porém, preciso pedir para o Piers sumir com a Claire do estacionamento para ela não me ver com a Jill ou ela vai me encher eternamente e talvez convencer a Jill de ficar longe de mim.

E isso não pode acontecer!

Saio do quarto e ela me encara surpresa.

-- Não queria ir?

-- Sempre demora mais meia hora...

-- Pois é, mas hoje tenho algo importante para fazer!

-- Quem é a coitada?

-- O quê?

-- Só se arruma assim e chega mais cedo quando vai se amassar com alguém debaixo da arquibancada.

-- E o que tem de mau nisso?

-- Nada... Não é problema meu as coitadas que se deixam levar pelo seu papo!

-- Então não me enche, maninha...

-- Fofo! – Ela ironizou.

Eu saí dali e ouvi ela me seguir, mas minha mãe foi outra que me olhou desconfiada e meu pai ignorou.

-- Que cheiroso, filho...

-- Obrigado, mãe, já estamos indo!

-- É cedo, come alguma coisa.

-- Não dá, precisamos ir... Tchau, pai!

-- Até mais, filhão!

Claire se despede e saio com um sorriso idiota no rosto, mas noto que ela me analisa o caminho todo até a casa do Piers. Quando chegamos, ele está como de costume sentado na varanda e saio do carro fazendo sinal para Claire.

-- Sai do carro.

-- O quê?

-- Anda, saia logo...

Vou de encontro ao Piers que me olha desconfiado e o puxo para longe da Claire.

-- E aí, amigão...

-- O que você quer, Chris?

-- Preciso de um super favor...

Ele respirou fundo e olho para Claire que nos encara parecendo nervosa e impaciente, então a indico.

-- Será que não pode emprestar o carro do seu pai para ir para escola essa semana e levar a Claire com você?

O olhar de surpresa dele o fez desviar e rir para mim.

-- Por que quer se livrar da sua irmã?

-- Quero me livrar de vocês dois...

-- Por quê?

-- Vou dar carona para Jill...

-- O quê?

-- Prometi a mãe dela que daria carona depois do que aconteceu.

-- Ah, que bom coração...

Eu ri com a ironia dele e fiquei com um sorriso besta na cara.

-- Piers, com esse tempo extra com ela... Vai rolar.

-- Você já sacou que está apaixonado, não é mesmo?

-- Não me apaixono!

-- Se apaixonou...

-- Não enche!

-- Só digo o que eu vejo...

-- Vai me ajudar ou não?

Ele desviou sorrindo, mas eu já sabia sua resposta e quando concorda, comemoro e bato nas costas dele.

-- Você é o cara!

-- Seu pai surta se souber que deixou sua irmã sozinha comigo...

-- Ele não precisa saber de nada!

-- Aham, sei...

-- Ah, e não se esqueça, a Claire não pode saber de nada!

-- Acha que ela não vai sacar?

-- Desde que não saque que é a Jill, tudo bem!

-- Legal...

-- Vou te dever essa!

-- É, já me deve muito...

-- Pode cobrar!

-- Eu vou mesmo!

Eu ri e saí dali indo até a Claire que me olhava desconfiada e tentando camuflar um nervosismo bem evidente.

-- O que falou com ele?

-- Você vai para escola com ele essa semana...

-- O quê?

Ela riu como uma boba e quando a encarei, ela parou.

-- Por quê?

-- Porque tenho algo importante esta semana...

-- Mais uma coitada...

-- Não me amola, você vai com o Piers e nossos pais não precisam saber disso, entendeu?

-- Vai me dever essa, seu galinhão!

-- Cobre o que quiser, mas fique calada! Se nossos pais souberem que te deixei sozinha com um amigo meu, arrancam meu fígado!

-- Ah, isso porque vocês três acham que eu me agarro com qualquer um...

-- Eu não, eu espero que você não se agarre com ninguém, principalmente com o meu melhor amigo.

Ela riu e desviou, então fui para o carro e vi que ambos me olharam de um jeito estranho.

-- Vão com cuidado!

Entro no carro e saio dali com um sorriso ainda maior no rosto, indo em direção a casa da minha bonequinha linda.

Quando chego, me olho no espelho, ajeito a camisa e a jaqueta, assopro na mão para sentir meu bom hálito e dou uma ajeitada no cabelo. Mas quando a vejo vir em minha direção, endireito tudo e finjo estar numa boa.

Ao entrar, ela parece nervosa e constrangida, mas eu sorrio.

-- Bom dia, Chris...

-- Bom dia, dormiu bem?

-- Bastante... Como você está?

-- Bem, quase não sinto mais dor.

Ela me olhou preocupada, mas ainda nervosa e prendo meus olhos nos dela que estudam o meu rosto.

-- Ainda está feio...

-- Obrigado!

Ela riu sem jeito e apontou para o meu rosto.

-- Os machucados.

-- Ah, certo... Menos mal!

-- O que seus pais disseram?

-- Surtaram, me deram uma bronca por me meter em briga e não me deixaram sair para lugar nenhum no final de semana.

-- Sinto muito.

-- Foi por uma ótima causa!

-- Obrigada, Chris... De novo, muito obrigada.

-- Podia agradecer de outro jeito...

Ela riu de novo e desviou afastando o cabelo do rosto e olhando para o outro lado do lugar.

-- Você tem o dom de estragar qualquer momento.

-- Não foi o que pareceu na sexta-feira antes da sua mãe nos interromper... Eu tive a leve impressão de que ia me beijar.

-- Sua impressão estava errada...

-- Não acho isso!

-- Já podemos ir?

Ela ia me beijar... Se minha sogrinha não tivesse interrompido, eu teria passado o final de semana com o gostinho delicioso que a boca dela deve ter.

-- Tudo bem... Vamos, antes que minha sogrinha pense mal de mim.

-- Pare com isso, ela não é sua sogra.

-- Pode ser um dia...

-- Você disse que não namora.

-- Vai que mudo de ideia!

-- Duvido muito.

Eu ri e vi que ela conteve um sorriso, então saímos de lá a caminho da escola, mas quando chegamos, não vi o carro do pai do Piers em lugar nenhum.

Onde estão?

Já deviam ter chegado...

-- O que foi?

-- Ah... Nada, deixa para lá.

-- Tudo bem, obrigada pela carona!

Quando ela ia sair do carro, puxo seu braço e ela me olha mais nervosa do que antes, provavelmente reparando que tinham poucos carros no estacionamento e ninguém ali perto.

-- Espera um pouco...

-- Nem vem, Chris!

-- Mas será possível que não dá nem para conversar um pouco comigo?

-- Você não quer conversar!

-- Por favor...

Ela é muito complicada, adora se fazer de difícil...

Mas isso é só até provar o meu beijo uma vez, porque depois ficará louquinha por mais, sei disso... Ninguém resiste aos meus beijos.

-- Chris, agradeço por ter me ajudado, mas não vai acontecer nada entre nós dois e ponto final.

-- Você não quer?

-- Não quero me iludir.

-- Me dá uma chance...

-- Não!

Ela desvia para sair, mas a puxo de novo ao mesmo tempo que fico mais perto dela e dessa vez prende seus olhos nos meus e sinto meu coração vibrar no peito. Passo minha mão em seu rosto e deito a cabeça no encosto do banco enquanto suspiro ao admirá-la.

-- Não seja ruim comigo...

-- Apenas sou realista.

-- Não, você é uma carrasca...

-- Quero ser sua amiga... SÓ sua amiga.

-- Mas não é o que seus olhos dizem para mim.

Agora ela para de falar e enrolo uma mecha do seu cabelo em meus dedos, sem tirar meus olhos dos dela.

Que coisa doida... Isso... Essa coisa que sinto por ela... É loucura.

-- Seu coração acelera perto de mim também?

-- Por quê?

-- Porque o meu acelera com você...

-- Está mentindo.

Eu pego sua mão e encosto no meu peito onde sei que pode sentir as batidas desenfreadas dele e vejo aqueles olhos azuis brilharem ao cruzarem com os meus.

-- Estou?

-- Você só está agitado...

-- Deixa de ser chata, fico que nem bobo de atrás de você e só sabe me tacar pedra!

Ela desvia, mas puxo seu rosto para mim ainda com minha mão na dela e sinto o seu nervosismo e a vontade de se afastar, mas sei que só está com medo do que sente por mim.

-- Será que eu não mereço nenhum carinho?

-- Para com isso...

-- Então olha nos meus olhos e diga que não sente nada por mim que te deixo em paz para sempre!

Os olhos dela não mentem, porque desviam e ela fica calada, então chego mais perto e ela me olha sem se afastar dessa vez.

-- Você está apaixonada por mim...

-- Você é muito convencido!

-- Então nega.

Ela bufou e desviou, mas puxei seu rosto para mim de novo e o acariciei gentilmente vendo através daqueles olhos que ela queria ceder, mas a vontade dela de se fazer de difícil era maior.

Eu fiquei ali acariciando o rosto dela que tinha um nervosismo enorme no olhar e que quando me aproximei, senti sua respiração ficar mais tensa e dou um beijo leve na bochecha rosada dela sentindo o perfume doce que sua pele tinha.

Esfreguei gentilmente meu rosto na lateral do dela sentindo que sua mão apertou a minha involuntariamente e deslizei com calma para perto dos seus lábios, beijando de leve o canto da sua boca e ao vê-la de olhos fechados, completamente rendida por mim, eu sorrio.

Não um sorriso de conquista, mas um sorriso por... Eu não sei.

Aproximo meus lábios dos dela sentindo sua respiração quente no meu rosto e ao pegar gentilmente seu lábio inferior com os meus, sinto que ela se arrepia, então coloco meus lábios nos dela e meu coração dispara no peito... Mas isso durante meio segundo, já que ela abre a porta do carro e sai.

-- JILL!!!

Abro a minha porta para ir de atrás dela, mas não adianta, ela correu em direção ao colégio e sumiu da minha vista.

-- Droga...

Mesmo dando um tapa na lataria do carro por ela conseguir escapar de mim mais uma vez, o sorriso em meus lábios é inevitável...

Que boca é aquela?

Quente, macia e delicada...

Não deu para sentir o sabor já que só encostei, mas senti minha vontade triplicar para tê-la nos meus braços e beijá-la sem mais parada.

Vai ser minha, Jill...

PRECISA ser minha...

Fiquei por ali tentando prolongar aquele quase-beijo em minha mente até que meus amigos chegaram, mas nada do Piers e minha irmã.

Será que aconteceu alguma coisa?

Meus pais me matam...

O sinal bateu e nada deles, então mandei uma mensagem a caminho da sala de aula enquanto os outros discutiam entre duas garotas para deduzir quem tinha a coxa mais grossa.

 

“Onde vocês estão????”

(Chris)

 

Comecei a ficar nervoso e me irritei em parar de pensar na Jill para ter que me preocupar com aqueles dois.

Será que o carro estragou?

Será que pegaram trânsito?

Será que bateram com o carro?

-- NIVANS! Atrasado!

Professor fez o Piers dar um salto na entrada.

-- Me desculpe, professor... Não vai mais acontecer.

-- É bom! Sente-se!

Ele apressou o passo até o meu lado e mesmo parecendo nervoso, não tinha expressão de quem tinha batido com o carro ou arrumado ele no meio do caminho.

-- O que aconteceu?

-- Nada...

-- Onde está a Claire?

-- Na sala provavelmente...

-- Por que demoraram?

-- Problemas no caminho...

-- Quês problemas?

-- DÁ PARA PARAR AÍ ATRÁS???

A voz do professor ecoou e desviei do Piers mesmo ainda ficando intrigado, mas se ambos estão bem, posso voltar a pensar na minha bonequinha.

Olho para ela ali na frente que desvia rapidamente e um sorriso imenso se forma em meu rosto.

Não vai fugir...

Não se esqueça que voltará para casa comigo...

Linda! Simplesmente linda e tentadora!

 

...

 

As aulas passaram e nada mais de eu receber um olhar dela e fiquei feliz em ver que o Carlos mal falou com ela a manhã toda.

Isso aí, fica longe da MINHA garota, seu irmão de marginal...

Como ela pode ficar do lado dele?

Ainda mais depois do que o Albert tentou fazer...

Garotas, quem entende?

-- O treinador quer falar com você depois da aula, herói!

Leon disse quando o sinal tocou e o encaro feio.

-- E só me diz isso agora?

-- Ele comentou no corredor quando eu vinha para essa aula, então...

Droga...

-- Beleza, eu já vou, até amanhã!

Com o Piers saindo, pego no ombro dele que me olha meio tenso.

-- Deixa a Claire na sua casa até eu chegar, beleza?

-- Sem problema...

-- Legal, valeu, irmão!

Ele desviou de mim e saiu e mesmo comigo estranhando sua atitude, ignoro indo até o vestiário para encontrar o professor e treinador Burton. Ao chegar, ele me indica a cadeira na sua frente.

Espero que não demore, tenho uma gatinha para laçar...

-- Chris, nosso time vai muito bem!

-- Fico feliz com isso, treinador.

-- Mas logo teremos um jogo e preciso que me ajude a manter a cabeça dos jogadores concentrada nos treinos.

-- Todos querem vencer, não será difícil mantê-los concentrados...

-- E você também, Capitão!

-- Como assim?

-- Ouvi rumores de que está se preocupando mais em caçar uma novata por aí do que montar estratégias de jogo...

Droga... Aqueles idiotas fofoqueiros!

-- Eu sempre monto estratégias, treinador... Nunca deixo minha vida pessoal interferir nisso.

-- Acho bom... Confiarei em você.

-- Obrigado.

-- Mas Chris...

Ele se apoiou nos cotovelos agora e me olhou com um sorriso amigável, já que mesmo sendo professor e treinador, sempre foi um amigo do time.

-- Posso me meter em sua vida pessoal por um momento?

-- Ah... Pode.

-- A Jill...

Desviei já imaginando o que ele ia dizer, mas ele não parou por isso.

-- Ela é uma boa menina... Não acho que deva se meter com ela.

-- E por que é uma “boa menina” não é para mim?

-- Sejamos sinceros em dizer que você nunca foi um garoto sério em relação com as garotas, Chris... Você está apaixonado por ela?

-- Eu sei que não sou santo, mas a Jill é diferente...

-- Sei disso.

-- Não estou apaixonado, mas também não é como as outras, ela me atrai de uma maneira diferente... É mais forte.

-- Notei... Mas não acho que a Jill seja alguém para você ir de atrás descobrir o que quer, devia ir de atrás já com a certeza.

-- Como vou ter certeza?

-- Isso é só você... Vá para um lugar tranquilo e pense nela, no que sente quando está perto e no que sente ao imaginá-la com outro.

Outro?

Eu o encarei agora e ele riu levantando os ombros.

-- Se não está apaixonado, significa que não vai durar e ela ficará com outro depois.

-- Por quê?

-- Porque vocês jovens são assim...

Ela não vai ficar com outro.

-- Tudo bem, obrigado, treinador.

-- Não por isso... Mas pense bem em tudo, ela é uma boa menina e te ajudaria a amadurecer se você desse a chance.

Não sei o porquê de todos insistirem que sou imaturo...

-- Mas não faça com ela o que faz com as outras, pode se arrepender mais tarde se notar que gosta dela de verdade.

-- Eu sei, vou pensar nisso.

-- Ótimo! Então pode ir e juízo, rapaz!

-- Obrigado treinador, até amanhã!

-- Treino amanhã a tarde, avise aos outros!

-- Pode deixar.

Eu saí apressado dali e respirei fundo pensando um pouco no que ele disse sobre minha bonequinha e em “se arrepender mais tarde”.

Ela é linda e eu quero... Ponto final.

Sorrio novamente e saio do vestiário animado em vê-la outra vez, mas sou subitamente atacado por alguém que me puxa e me beija.

Eu a puxo para mais perto sentindo aquela boca que sempre me matou de desejo, mas eu paro do nada.

Droga...

Com um instante de pensamento, me sinto péssimo por aquilo e noto que aquele fogo todo apagou subitamente e ela me olhou desconfiada.

-- Então salvou a novata?

-- Alguém precisava acudir a moça...

Eu sorri e os olhos da Jéssica brilharam de raiva... Ela está mortinha de ciúmes, mas viu só, tanto insiste em me desprezar que agora acha que vou me amarrar de vez na novata.

Com as mãos dela agora deslizando pelo meu abdômen onde sempre me causava um arrepio delirante, não sinto nada... Aquela atitude dela me deixa desconfortável e tiro as mãos dela de mim.

Que droga está acontecendo comigo?

É melhor eu sair daqui antes que eu faça uma bobagem e me arrependa depois, já que a Jill deve estar me esperando e no momento é ela quem eu quero, a Jéssica fica para depois.

Para depois...

Isso é sério?

É SÉRIO que quer deixar a gostosa da Jéssica para depois?

Tento afastar os pensamentos desconhecidos para mim já que sempre quis a garota da minha frente e tento sair.

-- Tenho que ir, Jéssica... Nos falamos mais tarde.

-- Então é verdade?

Ela me impede de sair.

-- O quê?

-- Que está apaixonado pela sem sal...

Mas quanta insistência de todos quanto a isso!

-- Não estou apaixonado por ninguém.

-- Então prove...

Ela se aproximou e me beijou... Eu correspondi, mas toda aquela vontade, aquele desejo e fogo descontrolado que eu sentia com o beijo dela simplesmente pareciam ter se apagado.

Meu desespero em ficar com ela em algum canto aos beijos descontrolados não existia mais e isso foi estranho para mim... A gostosa que sempre me fez perder a cabeça já não tem mais esse efeito sobre mim.

Então olhos azuis doces e sinceros surgem em minha mente e meu estômago embrulha em saber que eu beijava outra, então paro e desvio da Jéssica sem saber direito como explicar minha atitude ou falta de atitude.

Preciso sair daqui...

Como vou provar para Jill que o que sinto por ela é diferente se me pegar aos beijos com a Jéssica?

Se ela pega isso, perco qualquer chance com minha boneca...

-- Preciso ir...

Eu me desfaço de suas mãos e saio apressado dali sem entender o que se passava em minha mente, mas sinto que ela agarra meu braço sorrindo e caminhando comigo.

Que droga...

Se a Jill pega isso, estou frito.

-- Acha que ela é a santinha que parece ser?

Cara, como ela é chata...

Espera, o quê?

Está achando a Jéssica chata?

É sério isso?

-- Ninguém é santa...

-- Então por que tanto interesse? – Ela riu.

-- Ela é diferente.

Minha boca diz isso sozinha, mas ignoro sabendo que é verdade...

A Jill é doce, pura e ingênua... Seus olhos entregam todo o brilho que sua alma carrega e meu coração dispara em saber que ela gosta para valer de mim e não é como as outras que só me veem como o “Capitão gostosão do time”, acho que ela gosta para valer de mim.

E eu nunca tinha me sentido especial para alguém antes...

Isso é muito bom.

-- Sei...

-- Você se importa?

Eu ri vendo o ciúmes dela.

-- Não, pelo contrário, acho até engraçado você estar tão caidinho por uma garota tão sem sal como ela...

-- Ela não é sem sal, ela é doce, especial, única e...

Meus pés param subitamente ao dar de cara com a cena em minha frente.

Jill...

É a minha bonequinha?

Eu não queria acreditar, mas meus olhos não mentiam para mim enquanto eu encarava minha bonequinha linda beijando o irmão do maior marginal que já conheci.

Não pode ser...

Ela não se afastava dele e nem demonstrava vontade disso.

Então é isso...

É ELE QUEM ELA QUER?

É DELE QUE ELA GOSTA PARA VALER?

E O IDIOTA AQUI PENSANDO EM UM JEITO DE CONQUISTAR A “BOA MENINA”???

Sou um estúpido...

E pensar que eu achei que sentia algo diferente por ela...

PENSAR QUE EU ACHEI QUE ELA SENTIA ALGO A MAIS POR MIM!!!

Ela é só mais uma...

Apenas conseguiu se fazer de inocente por mais tempo.

Desvio deles sentindo meu corpo todo tremer e me enfio no vestiário outra vez fazendo tudo na minha frente voar em qualquer direção e soco o armário com força fechando meus olhos e sentindo como se algo me sufocasse.

Mentiu para mim...

Como?

Os olhos dela me diziam que estava apaixonada...

Que era EU quem ela queria...

MAS VOCÊ VIU ERRADO!!!

É AQUELE MARGINAL QUEM ELA QUER E NÃO VOCÊ, SEU IDIOTA!!!

E ELA SE FAZENDO DE SANTA O TEMPO TODO E VOCÊ ACREDITANDO EM TUDO COMO UM BOCÓ!!!

Idiota...

Estúpido...

Ingênuo...

E eu achando que ela era “meiga, pura e verdadeira”???

Isso é sério???

Eu dispensando a Jéssica por ela, sendo que no final a de pior caráter se tornou a menos pior, porque a Jéssica nunca fingiu estar apaixonada por mim e nunca se fez de difícil.

Sinto uma dor tremenda no meu peito, um ódio incomparável e uma dor desesperadora.

Fecho meus olhos e aperto os punhos...

Minha bonequinha...

Eu... Não... Acredito nisso.

Não posso acreditar nisso.

Ela era diferente...

Ou me enganei tanto assim?

Minha mente traz de volta a imagem dela nos braços dele sem reação alguma e eu soco novamente o armário espumando de raiva.

É disso que ela quer brincar?

De quem machuca mais?

Vamos ver...

Meu ódio queima minha alma quando abro os olhos outra vez e saio dali já vendo a Jéssica e a puxo em um beijo intenso e desesperado, tentando dar consolo a dor que sinto em meu peito, mas só aumenta...

Ela me corresponde completamente e me puxa para algum lugar que vou sem hesitar, cansei disso, eu sempre a quis e não é uma menina boba que se finge de inocente que poderá me controlar.

Quando ela me empurra eu caio sentado em uma cadeira em meio ao vestiário feminino e olho ao redor, mas ela senta no meu colo com as pernas abertas e meu corpo enlouquece.

Não tenho razão para não ir em frente...

Eu a puxo pelas coxas a encostando mais em mim e ela geme, mas eu puxo seu rosto e a beijo desesperado enquanto liberto minhas mãos para explorar o corpo dela sem pensar em mais nada.

Ela mentiu para mim... Minha bonequinha.

Desde o início ela mentiu para mim, fui um fantoche... Ela é igual a todas as outras, não vale nada.

Mas me tirando de meus pensamentos, a Jéssica afasta a boca da minha e ri escandalosamente parecendo contente, mas reparei que parecia ter chorado minutos antes.

-- Viu só, eu disse que ela não era a santa que você acreditava!

Eu desvio sentindo meu ódio ressaltar, mas ela puxa meu rosto dando um beijo leve e quando avanço, me para mesmo comigo a puxando mais pelas coxas.

-- Não me puxa assim que eu não resisto...

-- Então não resista!

Eu a beijo novamente e meu corpo se acende outra vez com aquele beijo querendo arriscar tudo sem pensar em mais nada, mas ela se afasta rindo outra vez.

-- Tudo bem, vamos conversar...

-- Não quero conversar.

-- Você me quer, Chris?

Agora? Sim...

Não quero mais me prender a uma mentirosa que não vale a pena.

-- Eu quero...

-- Ótimo, então podíamos marcar uma noite dessas.

-- É sério?

-- Sim...

-- E por que não agora?

-- Porque eu não quero em um vestiário...

Desvio dela sentindo meu ódio multiplicar em me lembrar da novata que soube exatamente como me manipular.

Mas ao ver uma pulseira extravagante de flor no pulso dela eu estranho.

-- O que é isso?

-- Nada, vamos focar no que é importante, gato...

-- Certo, fala quando.

-- Com calma, antes quero um favor...

-- Diga, faço o que quiser!

O sorriso dela foi imenso e senti que ela tinha uma parte do ódio que eu carregava também.

-- A novata...

-- O que tem ela?

-- Quero que sofra...

-- Difícil já que está apaixonada por um marginal... Ou se bem que, só deve ser o cara da vez.

-- Pois é, mas eu quero uma coisa.

-- Fala, o que quiser...

-- Quero que saia com ela e finja estar completamente apaixonado...

O quê?

-- Por quê?

-- Porque quero que ela sofra...

-- Ela não sente nada por mim.

-- Pode ser, mas quero que ache que você sinta...

-- E depois?

-- Depois nada, só quero que saia com ela fingindo estar perdidamente apaixonado por ela.

Como?

Por que isso?

No que isso a ajuda?

Mas não importa, eu não ligo...

-- O que mais?

-- Quero que me conte os detalhes e pronto.

-- Só isso?

-- Sim...

Os olhos dela deixavam claro que me escondia muita coisa, mas não estou nem aí, a única coisa que eu quero é a Jéssica.

-- E depois que eu sair?

Ela se aproxima do meu rosto com um sorriso, pega minha mão e coloca um dos meus dedos em sua boca me fazendo ter que me conter para não avançar nela de uma vez.

-- Podíamos marcar mais presença debaixo da arquibancada... E no baile, você podia alugar um hotel bacana para nós dois.

-- O baile está longe...

-- Não seja tão afobado!

-- Eu quero você agora...

Eu a beijo novamente e vou ao seu pescoço o mordiscando e desço mais até o seu decote, mas ela me para me deixando mais irritado.

-- Vai sair com ela e em troca vai me ter do jeito que quiser!

-- Feito... Mas por que tenho que esperar tanto?

-- Porque quero que ela ache que se apaixonou por ela...

-- Não será difícil mentir sobre isso.

-- Só não se apaixone de verdade...

-- Eu jamais me apaixonaria por uma qualquer como Jill Valentine!

Ela sorriu e seus olhos brilharam, então acariciou meu rosto.

-- Fala mais...

-- Falar o quê? Que ela não vale nada? Que é uma mentirosa que se finge de santa para conquistar as pessoas? Ela não vale o chão que pisa!

Ela não vale nada...

Não vale nada...

-- Então nunca gostou dela para valer?

-- Nunca! Eu nunca senti nada além de tesão e não vou sentir nada a mais por uma garota como ela!

-- Então só sairá com ela por causa do nosso acordo, certo?

-- Será um custo eu ter que suportar a presença daquela garota, mas por você eu farei isso.

-- Achei que gostasse mais dela do que de mim...

Ela fez um bico lindo de reina e o mordisquei a fazendo rir.

-- Ela me enoja... E você é a garota que eu quero.

-- Então vai sair com ela por mim?

-- Eu faço o que quiser...

-- Vai fingir estar apaixonado?

-- Sim.

-- Mas nunca vai ficar, não é?

-- Por ela, jamais... Tudo será parte de um jogo.

-- Um jogo... Gostei.

-- Vai ter o que você quer porque ela merece sofrer... Embora eu ache que ela não vai ligar.

-- Talvez...

-- Por que agora não paramos de falar?

Ela riu e eu a puxei beijando mais seu pescoço e fui até sua boca sentindo seu gosto tão bom e nossas línguas deslizavam na boca um do outro com ambas sedentas por aquilo.

Mas do nada ela parou e saiu do meu colo tirando a pulseira florida e colocando no armário.

-- Agora pode ir.

-- Por que parou?

-- Porque tem que fazer o que eu pedi, depois terá passe livre...

-- Podia me dar uma prévia agora.

Ela riu e eu me aproximei a imprensando no armário e subindo a mão por debaixo da saia dela, mas ela me empurrou.

-- Eu disse que já chega! – Ela sorriu – Vá fazer o que eu mandei e depois... “Conversamos”.

-- Não está me enganando, não é?

-- Não querido, serei sua... Se fizer o que eu pedi.

-- Beleza... Quando quer que eu saia com ela?

-- Hoje, ontem, agora... O quanto antes, mal posso esperar por... – Ela parou – Por estar com você.

-- Então se tudo der certo, amanhã já te trarei notícias!

-- Acredito em seu potencial... Agora some daqui e se lembra do nosso acordo, bonitão.

-- Tudo bem... Até mais, gostosa.

Bato na bunda dela que ri e saio dali, mas quando caminho para o carro minha animação pelo momento passa e minha raiva volta.

Quando vejo o estacionamento quase vazio e minha antiga “menina boa” sentada no chão ao lado do meu carro, sinto a dor da lembrança dela beijando outro socar minha alma e respiro fundo.

Se fizer certo, terá a Jéssica para afundar essa dor...

Tenho que parecer apaixonado.

A Jill mentiu para mim, se fez de santa e não existe razão para eu ser verdadeiro com ela já que não sinto NADA.

NADA!!!

SÓ RAIVA POR TER ACREDITADO NELA...

-- Desculpe, o treinador me chamou para uma conversa...

-- Tudo bem.

Ela levantou e eu abri o carro jogando a mochila dentro e ela entra com aquela expressão de inocente como sempre... Que bobagem.

Minha vontade é de jogar na cara dela que se faz tanta de santa para mim, mas foi se agarrar com o irmão do marginal que a levou para o mato... Como fui idiota! Quem sabe ela até ia gostar de dar uns amassos com o Albert também.

-- Você está bem?

Ela perguntou e noto que estou apertando muito o volante e viro para olhá-la sentindo a dor e a raiva por ela... Mas também sentindo que meu coração não palpita mais, apenas bate entristecido.

Mas ela vai pagar por ter me enganado...

-- Estou ótimo, Jill.

Ligo o carro e saímos de lá...

Ela quer brincar de fingir ser boa moça?

Posso fazer isso também...

Veremos quem sai por cima disso tudo.


Notas Finais


E assim que a fanfic REALMENTE começa...

Conselho: NÃO FAÇA NADA QUANDO ESTIVER COM RAIVA!!!

Pois é, Chris, meu amor, pensa beeeem... Sei que pelo que viu deve estar com muita raiva, mas pedir uma explicação antes de QUALQUER ATITUDE é sempre o melhor, maaaaassss...
Será que ele vai continuar com raiva?
Será que vai MESMO pedir para sair com a Jill?
Será que a Jill vai ter chance de se explicar para acalmar essa raiva que o Chris está sentindo?
E que momento Valenfield no carro... Quase rolou beijão, mas não era o momento ;-)
E o Carlos, que sentimento é esse, cidadão?
E a Jéssica... Sem palavras para este ser desumano!
Mas o que ela está tramando?
Espero que tenham gostado!
Até a próxima *--*
Bjooon :-)


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