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História Umbrella High School - Indecisão


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Mamãe chegou ^^
Trazendo 7 mil palavras para vocês, amores da minha vida!
Espero que gostem!
Boa leitura...

Capítulo 16 - Indecisão


Fanfic / Fanfiction Umbrella High School - Indecisão

* * * Jill * * *

 

Os lábios dele tinham o melhor gosto de tudo que eu já tinha provado e em seus braços, parecia que nada mais importava, tudo tinha parado para admirar aquele momento que finalmente aconteceu.

Sinto que ele puxa meus braços e eu o abraço como ele faz comigo, o beijando tranquilamente e me esquecendo ainda mais de tudo que existia ao nosso redor.

Afinal, para que se preocupar?

Quando me puxa mais para o seu corpo, o meu formiga por inteiro sentindo seu peito definido em conjunto de seus braços fortes e que mesmo sedutores, mostravam-se carinhosos e amorosos enquanto acariciavam minhas costas.

Eu me arrepio por completo...

Minhas pernas bambeiam...

Minhas mãos o puxam mais para mim...

Isso é loucura, não é?

JILL... ELE É O MAIOR GARANHÃO DA ESCOLA!!!

Com este pensamento, afasto meus lábios dos dele e sinto o medo me invadir, mas ele sorri enquanto me olha docemente.

-- Minha bonequinha linda...

Ele acaricia meu rosto com aquele sorriso fofo nos lábios e meu medo me domina, fazendo eu me afastar dele que me olha curioso, então desvio de seus olhos tentando parar para pensar se eu realmente queria aquilo.

Estou apaixonada...

Mas e se ele só estiver me usando?

Quando vejo que se aproxima, eu dou um passo para trás sem saber direito como agir, porque eu queria me jogar em seus braços sem pensar em mais nada, mas felizmente eu ainda posso ser racional e pensar se isso é ou não a melhor escolha.

-- O que foi, Jill?

Olho para ele que não tem mais um sorriso e analiso cada traço do seu rosto. Quando tenta novamente se aproximar, me afasto e ele para completamente parecendo esperar eu explicar.

-- O que você quer, Chris?

-- Você...

-- Por quê? Para quê?

-- Porque... Eu quero... Não sei explicar, Jill, mas você me faz sentir uma coisa diferente e gosto disso.

-- Para quantas já disse isso?

-- Só para você.

É mesmo?

Eu devo acreditar nisso?

Não sei, não sei, NÃO SEI!!!

-- Como posso saber se está falando a verdade?

-- Eu estou, eu juro!

Desvio o olhar dele...

Preciso pensar!

Mas não aqui, não assim...

Perco a razão perto dele e meu corpo age de acordo com as ordens do meu coração, é mais forte que eu!

-- Chris!?

Alguém o chamou e ele virou para trás para ver e mesmo comigo não vendo ninguém próximo, me afasto devagar dele que continua a olhar para lá.

-- Por que ligou as luzes do jardim?

Então saio dali, correndo de volta para dentro da casa quando o escuto chamar por mim.

-- JILL!?

Vou até o quarto da Claire e quando chego, as meninas me olham curiosas e apenas pego minha bolsa acenando para elas.

-- Preciso ir, até amanhã!

-- Jill, o que você...?

Saio apressada de lá e vejo que elas vêm de atrás de mim, mas corro para porta rezando para não vê-lo no meu caminho e saio correndo para fora sem olhar para trás.

Que droga!!!

Corro como se fugisse de um furacão e mesmo sabendo que minha casa era longe de lá para eu correr o caminho todo, minhas pernas continuavam sem se preocupar com minha respiração já ofegante e o corpo dolorido.

Definitivamente não nasci para ser atleta!

Mas eu corro...

Corro sentindo o gosto doce da boca dele...

Corro vendo seus olhos verdes perto dos meus...

Corro com meu corpo se arrepiando ao lembrar do seu toque...

Então sinto uma lágrima escorrer dos meus olhos, mas não ligo e continuo a correr como uma desesperada já vendo a rua da minha casa se aproximar.

Sua estúpida!!!

Ou você quer, ou não, decida-se!!!

Sinto as lágrimas vindo ao saber que eu queria, mas não devia e não PODIA... Sou uma idiota, Minha Nossa, não devia ter me deixado levar, sou uma louca!

Quando vejo minha casa aumento o passo sentindo meu corpo querer se jogar na grama e ficar ali mesmo, mas resisto a isso e entro com tudo na minha casa fechando a porta e correndo para o quarto já ouvindo minha mãe.

-- Jill, o que aconteceu?

Me fecho no quarto, jogo a bolsa na cama e coloco as mãos na cabeça sentindo o sabor doce e irresistível daquela boca dele que me levou as nuvens e me fez cair de bunda quando me afastei.

-- Jill!?

Dou um salto em ouvir minha mãe na porta e vou ao espelho tentar melhorar minha expressão de fugitiva, então abro a porta com um sorriso e ela me olha preocupada.

-- O que foi, querida?

-- Ah, eu... Estava apertada para ir no banheiro!

Desvio dela e vou ao banheiro me fechando lá e jogando água na minha cara, mas escuto minha mãe se aproximar da porta.

-- Essa é a melhor desculpa que pode inventar?

Eu ri sozinha da minha burrice, mas não a deixei ouvir.

-- Estou bem, mãe... Só preciso... Ficar um pouco sozinha... Mas não se preocupe, estou bem!

-- Tudo bem... Qualquer coisa estou lá embaixo arrumando uma encomenda.

-- Certo, obrigada!

Ouço ela se afastar e suspiro aliviada por ter conseguido ficar sozinha.

Minha mãe sempre foi amorosa e compreensiva, sabe entender quando eu preciso de espaço, por isso é a melhor.

Sento no chão gelado com as mãos na cabeça e dou um salto ao ouvir meu celular tocar, então vejo uma mensagem da Claire.

 

“Jill, o que aconteceu? Você está bem? Onde está?”

(Claire)

 

Claro que ela e as meninas iam pirar...

Será que o Chris está junto com elas para saber de mim?

Vou enlouquecer.

 

“Desculpe sair daquele jeito, estou bem, estou em casa, amanhã nos falamos, fique tranquila!”

(Jill)

 

“Tudo bem... Se cuide!”

(Claire)

 

“Pode deixar ;-) ”

(Jill)

 

Largo o celular no balcão e me enfio no banho ainda me lembrando do gosto perfeito que ele tem, saio do banho ainda me lembrando dos braços fortes dele me puxando para o seu corpo e desço as escadas com um sorriso besta em me lembrar de suas palavras “você me faz sentir uma coisa diferente e gosto disso”... Será que posso acreditar?

-- Está melhor, querida?

-- Estou, sim...

-- Tome, prove um desses!

Ela me ofereceu um cupcake daqueles maravilhosos dela e o devorei lambendo os dedos e a fazendo rir de mim.

-- Sempre esfomeada!

-- Está maravilhoso, mudou alguma coisa?

-- Pouca coisa, queria ver se dava diferença...

-- Ficou mais macio!

-- Ótimo! Quer mais um?

-- Não, mãe, quero dormir...

-- Tudo bem.

-- Passou bem o dia?

-- Ah, só tonturas leves... Nada demais.

-- Está tomando seus remédios do jeito certo, não é?

-- Sim, senhora!

-- Teve consulta hoje?

-- Tive sim e acho que está ajudando!

Ela sorriu para mim e a acompanhei indo até ela e a abraçando, dando um beijo leve em seu rosto e acariciando seus cabelos.

-- Eu te amo, mãe.

-- Também te amo, querida... Agora vá para cama descansar.

-- Tudo bem, boa noite.

-- Boa noite.

Saio dali e vou para cama tentando dormir, mas aqueles olhos verdes me invadem e viro e reviro para conseguir bloquear a mente.

Até que acordo em um campo verde...

Tudo era tão bonito que me enfeitiçava e mesmo comigo andando sozinha, me sentia bem. Só que quando me aproximei de uma flor, ela pegou fogo e tudo ao meu redor começou a queimar junto e fiquei cercada por chamas que cada vez se aproximavam mais e meu coração acelerou sem saber o que fazer.

Quando vejo que o fogo me alcançou vejo minha mão derreter e grito, dando um salto na cama acordando toda suada com o despertador tocando como louco, então levanto meio zonza.

Que droga de sonho foi esse?

Ignoro completamente tudo me apressando para me arrumar já que hoje dispenso completamente minha carona porque não sei o que dizer, não sei como agir e muito menos como olhar para ele depois daquele beijo.

Que loucura!

Mas foi muito bom...

O que eu faço agora?

Devia ser proibido beijar tão bem!

Devia ser proibido ter um gosto tão bom e viciante!

O que eu faço??? O QUÊ???

SÓ NÃO SE ESQUEÇA DE QUE ELE BEIJA TÃO BEM PORQUE TEVE MUITAS PARA PRATICAR ISSO!!!

É, bem lembrado...

-- Bom dia, querida, dormiu bem?

-- Sim... E você?

-- Também! Tome, leve para seu lanche!

Me aproximo dela e vejo um pote com seis cupcakes e a olho sem entender aquele número.

-- Somos em cinco, mãe...

-- Eu sei que você e suas amigas são em cinco, mas o sexto é para o Chris, ele vai gostar!

Ah, claro...

-- Mãe, ele...

-- Ele tem te levado para escola todos os dias, precisa de um agrado!

É, ele realmente QUER uns agrados meus...

-- Tudo bem... Ele vai gostar.

-- Espero que sim, mande um abraço a ele!

-- Pode deixar, tenha um bom dia.

-- Já vai?

-- Ah... Sim!

-- Tudo bem, você também e bons estudos!

-- Obrigada, mãe.

Dou um beijo nela e saio apressada, mas quando estou do lado de fora levo um susto quase derrubando minhas coisas quando o vejo parado e encostado no pilar da varanda.

-- O que faz aqui há essa hora?

-- Imaginei que ia tentar fugir e vim mais cedo...

Muito esperto...

Quando ele se aproximou de mim eu me afastei, só que ele me olhou parecendo triste e meu coração se partiu em vários pedaços.

-- O que aconteceu ontem, Jill?

-- Eu... Chris, eu...

-- Não gostou de me beijar?

-- Não, não foi isso... É que eu...

Droga!!!

Eu amei beijar você e quero milhões de beijos mais, mas sou uma covarde que morre de medo de se magoar, é isso!

-- Fala para mim...

-- Por que eu, Chris?

-- Eu não sei... Você é diferente.

-- Sim, sou invisível e sem graça!

-- Você é linda e única... Puxou minha atenção assim que te vi pela primeira vez, Jill.

-- Não quero que me magoe...

-- Não vou...

Ele se aproximou mais de mim e congelei no lugar sentindo o carinho suave de seus dedos em meu rosto.

-- Prometo que não vou te magoar.

-- Como posso ter certeza?

-- Não pode... Vai ter que apenas confiar em mim.

Quando ele aproximou o rosto do meu, minha garganta queima de vontade de beijá-lo e quando sinto o calor dos seus lábios nos meus, a porta de atrás de mim se abre e damos um salto.

-- Ah, Chris, é você!

-- Sogrinha, como vai?

-- Bem... Olha, arrumei para você!

Ela entregou um pote para ele que olhou curioso e quando abriu se desmanchou em sorrisos ao ver alguns cupcakes bem decorados.

-- É sério?

-- Sim... Não sei se gosta, mas...

-- Eu adoro, obrigado, Sra. Valentine!

-- Não por isso, querido... Agora vão, não quero que se atrasem!

-- Tudo bem, até logo!

-- Tchau, mãe...

-- Até mais e se cuidem!

Saímos de lá e sigo para o carro dele sem nem olhá-lo, mas sentia que minha mãe nos observava, então aceno e ele começa a dirigir rindo sozinho.

-- Foi quase...

Eu desviei dele carrancuda comigo mesma por não ser capaz de afastá-lo de mim e ele para com o riso, agora ficando sério.

-- Não me disse que sua mãe cozinhava...

-- Ela faz de tudo, ajuda muito nas contas da casa.

-- Então ela faz esses doces e salgados para festas e coisas assim?

-- Sim...

-- Legal, ela está livre?

Eu viro para ele que sorri e apenas levanto os ombros.

-- Vai ter uma festa na minh... Na casa de um amigo e fiquei de encomendar as coisas para comer, o que acha?

-- Para quando é?

-- Essa semana.

-- Acho que minha mãe está livre, sim... Mas tem que ver bem com ela.

-- Você podia... Me dar seu número e aí falo com você quando tiver mais certeza de quanto precisa e para quando.

Eu ri pelo jeito que ele arrumou para conseguir meu número, mas concordei sem achar problemas nisso.

-- Tudo bem.

-- Legal!

Quando ele para o carro na frente da escola me apresso em sair, por isso pego um papel do meu caderno, escrevo o número, entrego para ele e abro a porta, mas ele me segura pelo braço e respiro fundo.

-- Para de fugir de mim...

-- Tenho que ir na biblioteca...

-- Não, você tem medo de ficar sozinha comigo porque gosta de mim e sabe que não consegue resistir!

Eu bufei alto.

É completamente verdade...

Mas ele não precisa ter certeza disso!

-- Certo, é... Eu e meus amigos vamos fazer uma festa para o terceirão lá na minh... Na casa da sua amiga, a Claire.

Viro para ele e vejo seu olhar doce, mas de interesse e já sei que vai insistir para eu ir nesse troço.

-- Uma festa?

-- Sim... Vai ser legal, o pessoal manda bem.

-- Só o terceirão?

-- Sim...

-- E por que na casa da Claire se ela não pode ir?

-- Porque o irmão dela é do terceirão!

-- Ok...

-- E então?

-- Não sei, tenho que pensar...

-- Pensar no quê?

-- Não gosto de festa, Chris, e já falei, não posso deixar minha mãe sozinha por muito tempo.

-- O que ela tem?

Minha mãe odeia que conte para alguém, detesta ver as pessoas sentindo pena dela, então acato este desejo.

-- Está doente...

-- É grave?

-- Não, se ela se tratar...

-- E está se tratando?

-- Sim... Mas não pode ficar sozinha muito tempo.

-- Ninguém pode ficar com ela?

-- Tem a vizinha, mas...

-- Perfeito! Anda, Jill, na festa nós podemos...

Ele parou e olhei para ele esperando que continuasse, mas seu sorriso já respondeu antes mesmo de sua boca.

-- Podia me dar uma chance de me aproximar mais de você...

-- Para mostrar aos seus amigos que conseguiu?

Com a encarada feia dele em mim, eu rio sem poder me segurar e sem saber direito o porquê, mas a cara que ele fez foi hilária.

-- Não me olhe assim!

-- E não pense isso de mim!

-- Desculpe...

Desvio dele ainda sorrindo comigo mesma.

-- Pensa tão mal assim de mim?

-- Desculpe, mas foi o que me deu a entender desde o começo...

-- Por isso fugiu de mim ontem?

-- Também...

O escuto suspirar e quando me viro para olhá-lo, vejo que está sério, mas não posso fugir sem dar uma explicação.

Desde o início ele se mostrou um galinha!

O que posso dizer além da verdade?

-- Posso ser sincero?

Quando ele levanta os olhos para mim, eu sorrio e concordo esperando que realmente me fale alguma verdade em que eu possa acreditar sem levar dúvidas depois.

-- Eu nunca fui santo, ok... Sim, eu era um garanhão, pegava sem freada e não estava nem aí para quem ficava para trás.

Eu sabia...

-- Mas não vejo tanto mal nisso já que as garotas que jogavam charme em mim só queriam um momento com o Capitão do time de futebol da escola e depois também se esqueciam de mim.

É, isso é verdade...

A meninada está fogo e uns pegas com o Capitão do time deve dar um certo prestígio para algumas delas.

-- Eu nunca me amarrei a ninguém, então nunca traí e nunca pude ser considerado um cafajeste porque sempre fui sincero com todas... Eu ficava e depois saia, simples assim.

-- Simples assim...

-- Sim, porque eu sempre tive o mesmo valor para elas quanto elas tinham para mim, nenhum!

Ele respirou fundo parecendo nervoso e estudo sua expressão vendo que realmente estava sendo sincero comigo.

-- Eu não vou dizer que foram poucas... Não vou dizer que não me achava para os meus amigos, porque eu disse que seria sincero com você. – Ele suspira – Jill, eu... Nunca conheci uma garota que me prendesse e me fizesse fazer o que faço com você.

-- Por exemplo?

-- Nunca corri de atrás de ninguém... Nunca ofereci carona para escola, nunca me esforcei para falar coisa bonita para alguém, jamais me preocupei com alguma delas como me preocupo com você. E nunca apanhei por ninguém também.

É, agora ele me pegou...

Quando olho para seu rosto vejo as marcas dos socos que ele levou por minha causa e meu coração salta no peito querendo me jogar em seus braços sem pensar em mais nada.

Mas parecendo sentir isso, ele se aproxima de mim e não me afasto, apenas aproveito seu carinho suave em meu rosto.

-- Eu sei que não sou o melhor pretendente do mundo, mas... Eu prometo que farei de tudo para ser o melhor para você.

-- Por quê?

-- Porque você merece um homem digno e bom do seu lado... E eu quero ser esse homem, se você me quiser.

Não diz isso...

Seus olhos esparramam a sinceridade de suas palavras e meu coração acelera com o medo ainda dentro de mim. E então... Eu taco um dane-se e eu mesma o beijo desta vez.

Ele me puxa mais perto e me esqueço de tudo que eu pensava antes, apenas retribuindo ao beijo de maneira completa, sentindo o sabor intenso e incomparável daqueles lábios que me diziam coisas que meu coração se recusava a desacreditar.

Estou apaixonada...

E ninguém pensa quando se está apaixonado...

Eu não sei se ele vai continuar com este pensamento de querer ficar comigo, mas se disse a verdade, ele quer tentar e por mim já conseguiu mudar seu jeito antigo de ser.

Que mal a nisso?

Qualquer um pode se magoar, não é?

Talvez seja a hora de eu parar de pensar apenas em quando vou chorar por ele e sim nos sorrisos que ele pode me fazer dar.

Ele tira meu cinto e o dele e vem mais perto de mim me beijando mais intensamente, colocando a língua mais para dentro da minha boca me deixando sentir a vontade imensa dele e eu retribuo.

Jill, sua louca, você está na frente da escola!!!

Eu paro o beijo e ele me olha sem entender, então eu rio acariciando de leve seu rosto para mostrar que eu não fugiria de novo.

-- Estamos na frente da escola...

-- Não tem ninguém...

-- Não importa, alguém pode ver e não quero ficar mais mal falada!

-- Mais?

-- Sou a tarada que viu vocês de cueca, esqueceu?

-- É verdade... Quem tudo você viu de cueca mesmo, hein?

-- Muitos!

-- Ah, e me fala isso assim?

-- Por que, você é ciumento?

-- Ainda não sei...

-- Está parecendo que sim, Capitão!

Pego minha mochila, mas antes de sair ele me puxa com uma expressão de cachorro abandonado.

-- Não me deixa aqui...

-- Chris, por favor...

-- Só mais um beijinho, anda...

Ele coloca a boca na minha e eu me desmancho passando meus braços ao seu redor e retribuindo carinhosamente, me sentindo bem e aliviada mesmo sabendo de tudo que pode acontecer.

Claro que posso sofrer...

Claro que posso me acabar de chorar...

Mas e por que não pensar que também posso ser feliz?

Me afasto devagar sentindo que ele me puxa para dar vários beijos no meu rosto e sorrio sem jeito, já abrindo a porta e dando um último beijo em sua boca.

-- Boa aula!

-- Vou te sequestrar no intervalo!

-- Nem pense!

Ele riu e eu o acompanhei saindo rapidamente de lá com um sorriso de orelha a orelha me invadindo.

Minha Nossa!

Eu enlouqueci, só pode!

Mas e como evitar esse sentimento que está em meu coração?

Não sou capaz disso...

Não sei se devo dar uma chance a ele, mas meu coração quer isso, pede para eu aceitar seu carinho.

Que seja o que Deus quiser...

Caminho no corredor tentando evitar o sorriso besta e ao chegar na sala, nada do Carlos, então meu sorriso some.

Ele não apareceu ontem...

Será que está na arquibancada lendo um livro como de costume?

Saio dali e vou seguindo para fora sabendo que o papo com ele não seria fácil, mas me recuso a perder um amigo por um bobo mal entendido que deve ter acontecido na cabeça dele.

Quando chego na parte de fora, vou a caminho das arquibancadas torcendo para que estivesse lá, mas quase caio ao ser puxada bruscamente pelo meu braço e dou de cara com um rosto que me assusta.

-- E aí, gatinha, saudade?

-- Me solta, Albert!

Tentei me soltar, mas ele me pegou pelos dois braços e me puxou para perto tentando me beijar e me debato.

-- Vi você com o Redfield... E acho um pecado continuar com um gosto tão ruim nessa boquinha deliciosa.

-- Me solta!

-- Não se faça de difícil, vem cá...

-- ME SOLTA, SOCORR...

Ele tampa minha boca e me arrasta para parte mais escura da arquibancada e mesmo comigo tentando me debater e me soltar, não consigo. Tento acertá-lo com as mãos, mas ele me segura de um jeito que não deixa eu me mexer e quando me imprensa na parede, enfia a língua dele na minha boca e quando tento mordê-la, ele segura minha boca me impedindo de fechá-la e sinto o pânico me invadir.

Minhas lágrimas escorrem e não sei como fazê-lo parar, não consigo me soltar e sua língua me causa um nojo inexplicável.

-- Sei que você gosta...

-- Albert, por favor...

Ele ri e volta a me beijar de maneira bruta e asquerosa, então fecho os olhos chorando e pedindo para que alguém apareça.

 

* * * Carlos * * *

 

A brisa suave daquela manhã servia para me acalmar e a me ajudar a não pensar em nada e ali, na arquibancada ainda livre de jogadores do time metidos e líderes de torcida asquerosas, eu tinha a paz de que eu precisava.

Fecho o livro que eu estava lendo e deito tentando me livrar dos pensamentos ruins, mas meu pulso agora enfaixado dói e faço uma careta por isso. Puxo um pouco a faixa e vejo como está roxo e inchado, então reviro os olhos voltando a deitar até que ouço um barulho atrás da arquibancada.

Eu não sei explicar, mas meu coração se aperta e acelera me deixando automaticamente nervoso por algo.

Ignoro aquilo e escuto um choro baixo vindo da mesma direção e levanto tentando olhar pelas frestas, mas não consegui ver nada.

Será que alguém se machucou?

Será que vai querer ajuda do “esquisito” da escola?

Respiro fundo e guardo o livro na mochila contornando devagar a arquibancada para ver se encontrava alguém, mas meu corpo estremece com a cena que vejo.

Albert?

Ele pressionava a Jill contra a parede obviamente a obrigando a ficar com ele ignorando enquanto ela se debatia e tentava afastá-lo, mas ele mantinha seu corpo grudado no dela sem deixar ela se afastar.

Ele é um lixo...

Mas se eu for lá impedir... Droga.

É a Jill, caramba!

Solto a mochila no chão e corro para lá o puxando pelo pescoço e acertando um soco na cara dele o fazendo cambalear e cair no chão. Viro para ver a Jill e ela está caída no chão com a mão na boca e chorando muito, mas quando me aproximo dela, ele vem e me coloca contra a parede com a boca suja de sangue.

-- Vai se arrepender por isso, idiota!

-- Não me importo...

Eu sabia do que ele estava falando, mas realmente eu não ligava pagar por isso no lugar da Jill. Ela não merece um lixo desses perto dela muito menos a obrigando a fazer algo que não queira.

-- Deixa ela em paz!

-- E quem é você para me dizer isso?

-- Alguém que vai quebrar a sua cara se te ver próximo dela outra vez!

Ele riu de mim, mas seus olhos ferviam de raiva, então me soltou e olhou para Jill ainda no chão, sorrindo cinicamente para ela.

-- Nos vemos por aí, gatinha...

-- Nem tente!

Ele riu de mim novamente e saiu assoviando na maior tranquilidade. Vou até a Jill e a ajudo a levantar vendo seus olhos encharcados de lágrimas, sua boca vermelha e seu rosto em pânico. Suas mãos tremiam e as lágrimas pareciam não ter fim, então levanto seu rosto para mim.

-- Jill... Me desculpe...

-- Carlos...

-- Me desculpe, meu irmão é um lixo.

-- Por que ele não me deixa em paz?

-- Não sei...

E agora vai piorar...

Agora que o impedi de fazer coisa pior com ela e viu que ela tem algum valor para mim... Vai cair em cima ainda mais.

Mas o que eu deveria fazer?

Ignorar para poupá-la mais tarde?

Não, não poderia...

-- Vem, vamos sair daqui...

Eu passo meus braços ao redor dela e pego sua mochila junto com a minha indo para arquibancada e a ajudando a se sentar nela, mas suas mãos ainda tremiam e as lágrimas escorriam.

Só que desta vez ela as limpou com raiva e olhou para mim me causando um frio no estômago pelo que poderia falar ou me acusar.

-- Detesto me sentir fraca!

-- Você não é...

-- Não tive como fugir, não o vi chegar e me prendeu de um jeito que não pude me soltar, não pude fazer nada!

-- Eu sei...

-- Obrigada, Carlos... Obrigada.

-- Não por isso...

Quando ela abaixa seu rosto ainda em lágrimas meu coração se aperta e a puxo para mim com a ideia de que talvez um abraço a faria se sentir mais acolhida e protegida.

-- Vai ficar tudo bem...

Ela me abraçou também e pude ouvir seu choro baixo e mesmo sabendo que ela era durona o suficiente para encarar o Albert, eu sabia que ser pega e arrastada para o escuro por um brutamontes era um bom motivo para entrar em pânico.

-- Você vai ficar bem...

Eu acaricio seus cabelos de maneira carinhosa e ao levantar os olhos vejo alguém me encarando perto dali com seus fieis discípulos... Sr. Redfield.

Desvio deles, mas vejo que o grande Capitão vem na nossa direção e mesmo com a Jill tendo parado de chorar, ela não parece notar ele se aproximar e não me importo em continuar abraçado com ela.

-- Atrapalho?

Jill dá um salto no meu peito e se afasta um pouco, só que ainda permanece de rosto baixo parecendo não querer que ele veja suas lágrimas, mas com a expressão que ele faz e sua rapidez ao sentar no lado dela, foi evidente que viu seu estado.

-- Jill, o que aconteceu?

Ele coloca a mão em seu rosto e o puxa para ele parecendo realmente preocupado com ela.

-- Jill, fala para mim o que aconteceu, por favor...

Quando vejo os demais do time se aproximar de nós, já sinto um nó na garganta que me pede para sair dali, mas não posso... É a Jill. Ela é mais importante do que meu ódio por esse bando.

-- O que você fez com ela?

Ele virou bravo para mim e eu ri desviando, sem querer gastar saliva para responder um panaca como ele.

-- Me fala!

-- Chris...

Com ele falando como um típico zé mané esquentadinho, a Jill puxa seu braço e ele volta a olhá-la preocupado.

-- Ele me ajudou...

-- Ajudou com o quê?

Se ela falar vai dar briga...

Mas e como ela pode dizer alguma outra coisa que justifique seu estado?

-- Albert...

-- O que aquele escroto fez com você?

-- Ele me puxou para trás da arquibancada... E se não fosse o Carlos...

Ela choramingou e ele a abraçou com uma expressão péssima, típica de alguém que está prestes a explodir, então ele se afasta dando um beijo em seus cabelos e vejo que os demais se olham preocupados.

Redfield sempre esquentadinho...

Mas acho que o Albert merece apanhar feio...

-- Fica aqui, ok?

Ele levanta deixando a mochila de lado e sai dali apressado, mas ela levanta o olhar e segue de atrás dele com os demais junto e eu suspiro pensando se eu devia ou não ir... Mas acho que ver o Albert levar na cara será bem satisfatório, ainda mais pelo que provavelmente vou enfrentar em casa depois.

Levanto de lá, pego minha bolsa e a da Jill sem ligar para as demais e vou seguindo de atrás deles vendo o Albert rindo com os amiguinhos dele do outro lado da rua da escola.

Chris vai para lá decidido e vejo que os amigos dele apertam o passo para impedi-lo, mas tudo é muito rápido, Albert o encara e quando percebe já levou um soco na cara ficando caído no chão e o Capitão vai para cima dele batendo sem piedade com uma raiva estampada no olhar e com os demais da gangue negra partindo para cima dele, os outros jogadores impediram fazendo com que todos entrassem numa tremenda briga fazendo a escola toda correr para ver e torcer.

-- BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA!

Eles riam e indicavam os “lutadores” enquanto a Jill se desesperava correndo na minha direção, mas meu riso foi inevitável já que meu irmão e todo o grupinho dele estavam apanhando feio, com exceção do Krauser que já era um lutador e estava socando o Joseph.

-- Carlos... Eles não podem continuar com isso!

-- Meu irmão que pediu...

-- O Chris pode ser expulso!

-- Sim, ele que começou a bater...

-- Carlos!

Eu ri e levantei os ombros para ela que me olhou tão brava que me fez perder o sorriso e revirar os olhos, então me aproximei do sonho de consumo dela que mesmo sendo frangão como é, ela não consegue evitar de suspirar por ele... Então, chego e o puxo pelos braços o afastando do meu irmão que até me assusto em ver o estado em que ficou.

-- Se acalma!

Chris se debateu nos meus braços e me empurrou para longe quase me fazendo cair e quando novamente deu um passo na direção do Albert, a Jill se enfiou na frente dele o fazendo parar.

-- Já chega, por favor...

Ele a encarou ainda bravo e com os olhos ardendo em chamas, mas quando ela se aproximou e colocou as mãos em seu rosto com uma lágrima escorrendo de seus olhos, ele suavizou a expressão.

-- Por favor... Você já fez o suficiente... Por favor.

Eu fiquei apenas observando os dois...

Então com um suspiro alto, Chris deu um beijo na testa dela e encarou o Albert com o rosto todo sujo de sangue.

-- Se chegar perto dela de novo... Eu juro que mato você!

-- Não se eu te achar primeiro, Capitão... Já acabou? Você bate como uma menina!

Quando o Chris dá um passo na direção dele, a Jill o segura e ele para, desviando o olhar e observando os outros ao redor enquanto limpa as mãos na calça.

-- Já chega!

Os demais jogadores batem e são batidos pela última vez parecendo exaustos até que o povo todo ao redor fica em silêncio e quando viro para olhar...

Uhul, se ferraram! Aplausos!

-- Sim, Redfield, já chega.

Todos viram para olhar o inspetor do colégio com sua típica expressão de “eu não acredito nisso” e escondo um sorriso, mas a turminha maneira desvia já sabendo da bronca certa e Albert se finge de morto.

-- Me deem a honra de me acompanhar, nossos queridos jogadores e o grupinho “curto uma briga”, por favor.

-- Por que nós?

Albert ressuscitou e o inspetor apenas fez um sinal a ele.

-- Não se faça de inocente e não me faça falar de novo!

-- Eles que vieram de atrás de nós! – Krauser bufou.

-- Com certeza alguma coisa vocês aprontaram! Andem! TODOS ME ACOMPANHEM, AGORA!!!

Com os berros finais dele, eles andam em direção a escola e a Jill parece sem saber o que fazer, até que o inspetor a indica também.

-- Você também, mocinha.

Ela desvia parecendo saber que viria encrenca, mas se ela estava enfiada ali no meio, o inspetor deve ter achado que ela tinha algo a ver, o que não era mentira de certa forma... Talvez achou que era uma briga de cachorro grande para ver quem ficava com o osso, mas desta vez tenho que aplaudir o Capitão do time já que nunca o vi agir assim por uma garota.

Só que também aplaudo sua esperteza porque assim é bem mais fácil da Jill cair na rede dele... O que parece que não está muito longe. Mas vou torcer para que ela não se magoe. Pelo menos não muito. Porque se envolver com o Redfield e o resto do bando dele, são lágrimas de decepção e tristeza garantidas.

Com a maioria do pessoal se dispersando, volto para a arquibancada bem longe de onde ficaram as mochilas dos jogadores e puxo meu livro novamente deixando a minha mala e a dela próximas de mim.

Quando termino mais um capítulo, vejo que falta pouco para aula começar e nada de nenhum deles. E quando deito no banco, olho para o campo e vejo as líderes de torcida treinando com sorrisos deslumbrantes no rosto, mas parecendo já se prepararem para sair.

Só que meus olhos traiçoeiros encaram apenas uma morena de olhos claros e minha mente vaga por um minuto em lembranças que me recuso a recordar... Mas ela olha para mim. E quando nossos olhares se cruzam, depois de tanto tempo, ela congela como eu e mesmo comigo querendo desviar, eu não conseguia.

-- Carlos!?

Desvio rapidamente vendo que finalmente a Jill chegou e aponto a mochila dela, só que ela senta do meu lado parecendo abatida. Eu olho mais uma vez de canto para aquela garota que agora encara a Jill com ódio e amargura evidentes, então desvio.

-- Como foi lá?

-- Péssimo...

Olho para as outras mochilas jogadas longe e nada dos jogadores.

-- E os outros?

-- Estão lá levando uma baita bronca...

-- Mereceram.

-- Tenho medo que alguém seja expulso!

-- Tem medo de que o Chris seja expulso... – Corrigi ela.

-- Também...

-- O diretor JAMAIS vai expulsar o Capitão do time do futebol na reta final dos jogos, ele quer que ganhem o troféu para ele se gabar.

-- Você acha?

-- Tenho certeza, relaxa...

Guardo meu livro na mochila e sinto meu pulso reclamar, mas quando vejo os olhos dela observarem as faixas que o cobriam, eu tento desviar.

-- Vamos?

-- O que aconteceu com o seu pulso?

-- Eu caí...

-- Onde?

-- Em casa...

-- Como foi?

-- Eu estava... Andando... E caí...

Quando ela levanta os olhos para mim, fica claro de que não acreditou, mas ela já tem problema demais para ainda ter de se preocupar com os meus. Não tem porque saber de nada.

-- Deixa eu ver...

-- Não.

Eu afasto meu pulso dela que tinha se aproximado e levanto querendo fugir dali. E ao ouvir o sino, indico o colégio com um sorriso amigável para ela não ficar chateada.

-- Tudo bem. – Ela concorda.

Quando caminhamos, me lembro do beijo que dei nela ao passarmos pela parte que fiz aquilo e eu paro constrangido com o olhar curioso dela.

-- O que foi?

-- Eu... Me desculpe... Pelo último dia...

Ela riu e me admirei por estar tão desligada disso.

-- Eu pirei... Te tratei mal e depois te agarrei... Isso não foi legal, espero que possa me desculpar, mas se não, vou entender se quiser ficar longe de mim.

-- Não seja bobo, Carlos, está tudo bem... Só não faça mais isso.

-- Beleza, desculpe...

-- O que deu em você naquele dia?

-- Sei lá...

Eu estava achando que talvez estivesse apaixonado por você, mas acho que não é isso, é diferente... Mas sei lá. Melhor eu esperar para ver o que acontece e aí tomo providências se for o caso.

-- Está melhor?

-- Muito...

-- E o que eram aqueles machucados daquele dia?

Droga...

Ela precisava lembrar?

-- Você caiu também?

-- Pode ser...

-- Aham, sei.

Ela me olhou com desaprovação e eu desviei voltando para sala e pensando em algo para desviar o assunto, então eu ri e ela me olhou estranhando.

-- Você tem um gosto bom...

Ela riu do meu jeito e a acompanhei, mas mesmo ficando vermelha, eu sabia que ela estava levando na piada.

-- Você me assustou aquele dia, Carlos.

-- Qual é, não beijo tão mal assim...

-- Não falei isso!

Nós rimos de novo e eu a empurro de leve antes de entrarmos na sala para nossa querida aula de Química, só que vi seus olhos irem ao lugar do Redfield e assim como ela, vi que não tinha ninguém.

Ele com certeza está enrascado...

Mas NUNCA será expulso, o diretor preza seu cargo.

Volto a olhar para Jill e ela parece pensativa, então olho para seu exercício de Química todo resolvido e tenho uma ideia.

-- Está se sentindo melhor?

-- Sim... O diretor mandou o Albert ficar longe de mim ou seria expulso.

-- Ótimo!

-- Sim, muito bom, espero que funcione.

-- Eu também... – Eu sorri – Você gosta de Química, não é?

-- Muito!

-- O professor Birkin tem um grupo de estudo onde ele seleciona os melhores alunos... Você podia entrar.

Ela virou para mim com um sorriso.

-- Como eu faço?

-- Chame a atenção dele...

-- Como?

-- Tire a nota máxima nas provas... Ele vai gostar e te chamar.

-- Seria ótimo para faculdade!

-- Sim, é ótimo... Se esforce e vai conseguir.

-- Obrigada pela dica!

-- De nada... E mais... Você está livre da Educação Física quando entra no grupo, porque o professor Birkin exige presença no laboratório.

Quando os olhos dela brilharam, eu ri.

-- Isso é sério?

-- Sim...

-- Nunca mais Educação Física?

-- Nunca mais...

-- Preciso entrar nesse grupo!

-- Vai conseguir, acredito em você...

-- Obrigada!

Ela riu comigo, mas parou ao ver o Chris e os demais entrarem de cabeça baixa na sala com expressão de poucos amigos.

O que será que aconteceu?

Bom, não me interessa, não ligo para nenhum deles...

Volto o foco na aula vendo que o sorriso que consegui tirar da Jill há um minuto atrás, tinha sumido.

Droga...

Enfim, espero que ela tome cuidado porque não quero vê-la sofrer... Só que se decidir ficar perto do Capitão bonzão da escola, ela vai chorar e MUITO e eu já avisei isso para ela.

Que ela tome muito cuidado para não se apaixonar... Ou vai acabar chorando mais ainda quando se decepcionar.

 

* * * Ingrid * * *

 

Eu estava tremendo...

Mas isso tem que ser feito!

Ando rapidamente pelo vestiário procurando a mochila do meu gato, mas nenhum sinal de ninguém. Respiro fundo já entediada e saio de lá olhando ao redor, mas apenas aquelas putas da torcida estão no campo. E com um olhar rápido ao redor, vejo várias mochilas jogadas perto da arquibancada e suspeito que vejo a dele entre elas, então vou até lá de olho ao redor.

Ninguém pode me pegar!

Ainda não...

Leon, meu amor, logo seremos um só!

Vai descobrir que me ama incondicionalmente e seremos felizes para sempre, bem longe daquela cretina da Ada Wong, ela vai ver só!

Chegando lá, vejo que realmente é a mochila dele e sento na arquibancada, próxima dela, disfarçando enquanto tiro a carta de dentro da minha camiseta. Olho mais uma vez ao redor, vejo o Carlos longe distraído com um livro e as putas pulando e rindo como prostitutas escandalosas.

Então abro a mochila dele e dou de cara com o caderno, já enfiando a carta dentro, fechando a mala e levantando com um sorriso no rosto.

Eu queria ver a cara da Ada quando achar isso!

E o Leon...

Fique tranquilo, logo ficaremos juntos para sempre, gato!

Saio dali feliz com minha grande missão até eu dar um salto com alguém pulando nas minhas costas.

-- Ingrid!?

-- Que susto, Sheva!

-- Corre, garota, deu um baita fervo na frente da escola!

-- Que fervo?

-- Os meninos do time avançaram para cima da turminha negra do Albert, foi tanta testosterona junta, que quase desmaiei de emoção!

-- Minha Nossa, o Leon se machucou?

-- Não, nem ele e nem meu deus grego Chris Redfield... Puxa, você tinha que ver como ele é forte e valente, puxa, quase me joguei nos braços dele ali mesmo, vai que ele fazia respiração boca a boca!

-- Não seja estúpida!

-- Não enche!

-- Ah, por favor...

-- Anda, temos que arrecadar informações para o jornal, vamos!

Quando ela me puxa, a novata esbarra conosco e quando vai desviar, a Sheva se mete na frente dela a olhando de cima abaixo.

-- E aí novata... Sabe nos dizer a razão da briga dos meninos?

-- Sei, sim.

-- O que foi?

Sheva se aproximou e a novata levantou as sobrancelhas, rindo dela.

-- Não te interessa, sua abelhuda!

Ela saiu dali e a Sheva a encarou furiosa, então eu ri, mas minha amiga continuou brava.

-- Algo me diz que tem algo a ver com essa aí...

-- Quem começou a briga?

-- O Chris...

-- Então com certeza ela está metida... Seu príncipe está rastejando pela novata!

-- Cale a boca!

-- Mas é verdade! Você tem que se mexer logo se não quer que ele se apaixone por ela, porque aí já era...

-- Ele ama a MIM!!! Só precisa descobrir isso...

Eu ri e enganchei em seu braço voltando para escola.

-- Vamos dar um jeito nisso... Agora que fiz minha jogada com o Leon, veremos algo para você com o Chris!

Esses gatos já estão no papo!

Leon e Chris, se preparem, porque serão nossos!


Notas Finais


Momento Valenfield *--* ai meu coração ^^
E o Albert... Não desiste!
O que será que rolou na bronca do diretor no time de futebol?
Encrenca para o Chris?
E que tipo de "carta" a Ingrid colocou nas coisas do Leon?
Como? Sentindo cheiro de tretas?
Eu também ^^
Espero que tenham gostado!
Até a próxima *--*
Bjooon :-)


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