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História Umbrella High School - Passando Dos Limites


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Boooom diiiia, meu povo lindo e sensacional *--*
Mais um capítulo fresquinho que passou o recorde de palavras, mas normal, certo?
Hoje os meninões que dominam ^^
Espero que gostem!
Boa leitura...

Obs.: Meus amores, eu não posso parar de agradecer pelo carinho e apoio que têm me dado, obrigada por cada favorito e pela confiança que depositaram em mim! Mas desta vez, meus agradecimentos especiais vão para turminha linda e maravilhosa que vem comentando os capítulos sem falta: @mayerchie @catgreen @Izum1_Ch4n @Piersnivans e @Tali-san pois o apoio e carinho de vocês está sendo essencial para a continuação dessa fanfic ^^ OBRIGADA!!!

Capítulo 17 - Passando Dos Limites


Fanfic / Fanfiction Umbrella High School - Passando Dos Limites

* * * Chris * * *

 

Quando chegamos na sala do diretor, ele nos encarou feio, mas apenas fez um gesto para eu e o Albert sentarmos na frente dele. Obedeci e sentei ainda tentando me acalmar, mas só de ter a presença do lixo do Albert já me dava vontade de voar para cima dele mais uma vez.

IMBECIL!!!

QUEM ELE PENSA QUE É PARA AGARRAR A JILL???

QUEM PENSA QUE É PARA BEIJÁ-LA A FORÇA???

IDIOTA, ESTÚPIDO, COVARDE!!!

-- E então, senhores...

O diretor pareceu impaciente ao nos olhar fixamente e senti a tensão do time todo que estava em pé, atrás de mim.

-- É muito simples... Três perguntas para vocês: Quem começou a briga? Por que começou a briga? E o que vocês pensam QUE É A MINHA ESCOLA, HEIN!?

Com ele terminando aos berros, até desviei para não ficar surdo, mas o Albert riu e me indicou.

-- Ele começou.

Reviro os olhos e vejo que o diretor me encara feio.

-- É verdade, Sr. Redfield?

-- Ah... Sim.

-- E por que começou a briga?

-- Porque ele é um idiota! – Albert ri.

-- RESPEITO NA MINHA SALA, WESKER!!!

O diretor berrou mais uma vez para o imbecil do meu lado e me encarou.

-- Por que começou a briga?

-- Porque esse imbecil é um animal sem respeito algum!

Quando vejo que o diretor respira fundo provavelmente pelo meu jeito de me referir ao Albert, me encolho esperando os gritos, mas não acontece nada.

-- Explique melhor, por favor.

Droga...

Será que falo da Jill?

Não sei se ela vai gostar de saber que contei isso!

-- Ele agarrou DE NOVO uma garota a força e eu não deixaria isso barato...

-- É MENTIRA!!!

-- NÃO É MENTIRA, VOCÊ É UM FILHO DA MÃE COVARDE!!!

-- JÁ CHEGA!!!!!!

O diretor berrou e bateu com a mão na mesa para nos fazer parar e desvio dele tentando me acalmar, então vejo a Jill encolhida no canto da sala.

O que está fazendo aqui?

-- Redfield... Explique a situação.

Respiro fundo sem querer mentir e também sem querer expor a Jill, então olho para ela que sorri docemente para mim e concorda com a cabeça, parecendo ler meus pensamentos.

-- Ele agarrou pela segunda vez uma aluna... Arrastou ela para debaixo da arquibancada e se não fosse alguém chegar, sabe se lá até onde poderia ter ido com ela.

O diretor me olha perplexo e encara o Albert que desvia e bufa sorrindo como se fosse piada.

-- Não foi bem assim...

-- Então como foi, Wesker?

Albert olhou para ele e riu.

-- Ela vive se jogando para cima de mim, o que posso fazer?

-- Ah, seu bast...

Quando levanto para ir na direção dele, o Leon me segura e o diretor bate na mesa mais uma vez.

-- NÃO VOU TOLERAR SUAS CRISES NA MINHA SALA, REDFIELD! SENTE-SE OU VOU CHAMAR SEUS PAIS PARA RESOLVER!!!

Meus pais?

Está maluco, meus pais piram!

Sento novamente tentando me acalmar e o Albert ri da situação, mas quando eu e o diretor o encaramos ele para e o sermão volta para mim.

-- Se comporte Redfield ou as coisas ficarão piores para você... Agora me diga quem foi a garota.

Droga...

Claro que ele ia querer saber.

Olho para Jill novamente e todos se viram para ela que parece acuada e ainda tem seus olhos marejados, então o diretor respira fundo.

-- Se aproxime, Srta. Valentine...

Ela chegou mais perto, se desviando do Albert e parando do meu lado comigo louco para abraçá-la novamente e dizer que vai ficar tudo bem.

-- Conte o que aconteceu, por favor.

-- Eu... Cheguei na escola e estava indo para a arquibancada ver se encontrava um amigo, quando o Albert chegou. – Ela parou.

Eu via o medo em seus olhos e mesmo com minha bonequinha dando uma de durona na maioria das vezes, sei que ficou assustada e com razão.

-- E...?

-- Ele me arrastou para uma parte afastada debaixo da arquibancada e me beijou a força, não me deixou sair...

Ela foi diminuindo a voz e mesmo parecendo que o diretor queria mais informações, ele se segurou em ver o estado da Jill e o medo ainda brilhando em seu olhar. Então ele vira para o Albert que finge ignorar tudo enquanto mexe nas unhas e o diretor o encara até que levanta o olhar.

-- Isso é verdade, Wesker?

-- Mais ou menos...

-- E não foi a primeira vez?

-- Não. – Respondi.

-- Por que não me disseram antes?

-- Porque não foi aqui na escola...

-- Certo, o que fazem fora daqui não me interessa, mas dentro da escola ou no campo de visão da minha janela, é responsabilidade minha.

Ele respirou fundo e olhou amigavelmente para Jill.

-- Façamos assim... Se o Wesker voltar a te incomodar aqui ou simplesmente chegar a menos de dez metros de você, você me avisa imediatamente e assino a declaração de expulsão dele.

Albert o olha assustado e eu sorrio com a atitude do diretor, mas a Jill também parece surpresa com as palavras dele, então concorda com a cabeça e o diretor suspira alto.

-- Certo... Wesker, peça desculpas a ela.

-- O quê?

-- Desculpas, agora.

-- Ela vive me dando mole!

-- AGORA!!!

Ele desvia respirando fundo e olha para Jill que o encara com raiva e nojo.

-- “Me desculpe”...

Ele ironiza a frase, mas o diretor parece notar que é caso perdido.

-- Certo... Pode sair, Srta. Valentine.

Ela concorda e mesmo prendendo o olhar em mim, sai dali e apenas escuto a porta se fechar, então o diretor levanta ainda nos encarando.

-- Não pensarei duas vezes em expulsá-lo se chegar perto da menina outra vez ou de qualquer outra, me ouviu bem?

-- Sim, senhor...

-- Vai levar um aviso para seu pai e só entrará na escola com ela assinada, entendeu?

Albert azedou a expressão, mas concordou. O diretor pega uma declaração pronta, assina e entrega a ele e para os demais da sua turminha que reviram os olhos.

-- Certo, podem ir.

O quê?

Ele sorriu e saiu dali junto com a turminha negra dele e bufei indignado por ter me ferrado e nem ter levado direito o Albert comigo.

-- E então, Redfield... Espero te dar uma punição capaz de te fazer pensar duas vezes antes de sair espancando outro aluno na minha escola.

-- Ele agarrou ela a força!

-- Sim e já foi resolvido...

-- Não me arrependo do que eu fiz e farei de novo se isso se repetir!

Sinto um cutucão em meu ombro de um dos meus e vejo que o diretor me olha novamente e coça a testa antes de voltar a falar.

-- Certo... Agradeço pela sua moralidade, mas merece punição.

-- Pode falar...

De certo vai me dar algum trabalho para fazer, sempre é algo assim quando rola briga na escola.

-- Vai ficar fora do time de futebol por uma semana.

O QUÊ???

-- O quê? Eu não posso ficar fora, diretor, eu n...

-- Duas semanas.

-- Não posso ficar fora!!! Os jogos finais estão aí e sou o Capitão, o senh...

-- Três semanas!

Levo um coice na minha canela, provavelmente de alguém do time e desvio querendo voltar no Albert e espancá-lo até meu punho não aguentar mais.

-- Certo... Suspenso dos treinos por três semanas.

ÓTIMO!!!

EXCELENTE ISSO, GENIAL!!!

O CULPADO SAI COM UM PAPEL PARA ASSINAR E EU FICO FORA DO TIME NA TEMPORADA DOS JOGOS FINAIS???

SUPER JUSTO!!!

Ele pega mais uma declaração, assina e entrega para mim que levanto querendo fazer ele voar pela janela, mas me controlo.

-- Assinada pelos seus pais amanhã... E que sirva de aviso aos demais, se eu souber de qualquer tipo de briga ou provocação, não vou suspender, vou expulsar todos e começar um time de futebol novo! Agora SAIAM!!!

Com a vontade enorme de socar a cara do diretor também, saio dali sem olhar para ninguém já que sabia que meu time ia querer me comer vivo. Mas quando o último deles fecha a porta, o Leon me dá um tapa na nuca.

-- Muito bom, Redfield...

-- Chris, você ferrou todos nós! – Kevin fala.

-- Vamos perder os jogos... – Joseph se lamente.

-- E por culpa de quem, hein, Redfield?

Ignorei eles ainda com minhas mãos coçando para bater mais, mas foquei na direção da sala que quando entrei, notei os olhares curiosos.

Claro que todos querem saber o que rolou...

Vou até o Piers já sentado e ao me jogar na cadeira, ele me olha curioso e os demais parecem me indicar, porque volta com o olhar em mim.

-- O que aconteceu?

-- Fui suspenso dos treinos por três semanas...

-- O QUÊ???

-- Algum problema aí atrás?

O professor nos encarou feio com o berro exaltado do Piers e ouço os outros rirem enquanto ele faz uma expressão de pedido de desculpas, mas volta a me encarar feio.

-- O que você fez?

-- O Redfield se apaixonou e não se aguentou de ciúmes... – Kevin ri baixo de atrás de nós.

-- Certo... O que a Jill fez?

Eu revirei os olhos e encarei a minha boneca do lado do irmão do marginal, parecendo tensa e muito séria.

-- O Albert a puxou para debaixo da arquibancada e a agarrou a força outra vez... O Carlos o parou.

Ele suspirou parecendo não saber como me punir.

-- Vocês podem ir treinar na minha casa hoje a tarde, se quiserem.

Eu disse baixo sem virar para trás e mesmo rolando um minuto de silêncio, o Leon se aproxima me puxando para perto.

-- Fazer o quê, se nosso Capitão se apaixona e quase nos leva para o buraco, temos que acatar essa decisão... E mais... Ainda temos a festinha de amanhã para convidar geral e organizar!

-- Quero ver se os pais dele deixam agora... – Kevin lembra.

-- Putz, verdade... Ah não, cara, dê um jeito! Sem festa, será tipo sem garotas, sem pegação, sem curtição e assim não dá! Preciso disso! – Joseph fala.

-- Vamos te dar uma força depois da aula... Antes de treinar, falamos com seus pais!

Apenas concordo com a cabeça, mas me lembro da Jill e olho para trás ao falar.

-- Que horas vão?

-- Depois da aula...

-- Eu... Tenho um lance para fazer, preciso de pelo menos umas duas horas.

Todos tentam conter os risos, mas desvio sem paciência.

-- Preciso ver as coisas para comer na festa...

-- Aham, sei... E ver uma morena de olhos azuis também!

Agora eu rio com eles, mas fico na minha.

-- REDFIELD!!!

O professor grita lá na frente e todos nós damos um salto, mas como sempre tendo meu nome berrado, eu começo a copiar a matéria e vejo minha boneca de olho em mim. Inevitavelmente eu sorrio e pisco para ela que me dá um sorriso doce e consegue melhorar meu humor.

As aulas passaram se arrastando...

E embora eu quisesse sequestrar minha boneca no intervalo, ela grudou na minha irmã e nas outras sem me dar a menor chance. Mas tudo bem, teremos um tempo no final da aula e não existe força no Universo que não me faça raptá-la por pelo menos uma hora.

Quando o sinal toca, levanto da cadeira e olho para os demais.

-- Eu já vou... Vocês avisam o treinador?

-- O quê? Não! Nem pensar! Não vai se livrar da babada dele porque a culpa de tudo isso é sua! – Joseph me acusou.

-- Já vou escutar amanhã, relaxa... Até depois!

-- Redfield!!!

Saio dali apressado sem querer ser pego pelo treinador Burton ou sei que me matará de vez... Mas meus pais, putz, vão querer comer meu fígado quando souberem, preciso atuar bem e chegar cheio de motivos para essa festa rolar.

Quando vou ao carro, nada da Jill...

Entro e espero, mas quando a vejo sair com a Claire, me dá um gelo na barriga e me pergunto como ainda não descobriu.

É melhor eu contar...

Não acho que vá ficar feliz, mas melhor eu confessar para ela do que ouvir de outra pessoa sobre essa mentira boba e infantil. Mas eu a queria por perto e achei que não se aproximaria da minha irmã se soubesse quem ela era.

Quando o Piers surge arrastando a Claire, me bate uma felicidade e a Jill vem para o meu carro comigo já sentindo a tensão aliviar um pouco. Ela abre e me dá aquele sorriso lindo e ligo o carro sem querer que nos vejam juntos por ali, ou minha irmã surtaria, a Jéssica acharia que estou a usando e os outros tornariam isso o assunto da semana.

É engraçado como isso ainda não aconteceu...

-- Sem treino no time hoje?

Você nem imagina...

-- Ah... Não.

-- Como você está?

Ela pergunta e eu respiro fundo sabendo que se sentiria culpada.

-- Estressado...

-- O que o diretor disse?

-- Só baboseira e como sempre o Albert saiu impune.

-- Ele tem medo dele?

-- Talvez... Mas acho que para o diretor não importava o motivo de eu ter começado a briga, só importa que fui eu quem começou.

Quando ela fica quieta, vejo que mantém a cabeça baixa e pego em sua mão dando um beijo leve.

-- Posso te levar para um lugar aqui perto?

-- Onde?

-- Surpresa...

-- Para fazer o quê?

Eu ri e vi que ela fazia o mesmo.

-- Para você não ter para onde correr...

-- Certo... Tudo bem, pode ser.

-- Legal...

Não quero pensar em problemas agora...

Quando finalmente chego até a melhor vista do lago, ela olha admirada para aquilo e sai enquanto a olho apenas com um sorriso no rosto. Vou até ela e a abraço por trás, sentindo seu perfume viciante me dominar.

-- É lindo, Chris...

-- Você que é linda, parece até um sonho.

Ela ri e se vira para mim com aqueles olhos azuis brilhantes e passo meus braços ao seu redor a puxando mais perto.

-- Qual foi seu castigo?

Droga...

-- Fui suspenso dos treinos por três semanas.

-- O quê?

Ela perdeu o sorriso parecendo muito surpresa.

-- Mas o Albert que teve a maior culpa!

-- Pois é, ele só saiu com um papel para ser assinado pelos pais...

-- Não acredito nisso... Me desculpe.

-- Você não teve culpa, bonequinha, relaxa.

-- Se tiver uma próxima, prometa para mim que tentará se controlar!

Acho isso meio impossível... Mas antes dela ter se enfiado na minha frente hoje de manhã e feito eu me acalmar, ninguém antes tinha conseguido tal proeza comigo.

Coloco minha mão em seu rosto e encaro seus olhos.

-- Ninguém NUNCA MAIS vai colocar a mão em você... E se tentar, vai se arrepender.

-- Chris...

-- Não posso, Jill, não dá... Não posso deixar que te façam mal.

-- Então só cuide de mim, não precisa cobrar por nada, podia ter se machucado!

-- Isso foi para aquele idiota ver que quando é mano a mano ele perde feio!

Eu ri, mas ela não me acompanhou agora.

-- Fica tranquila, não vai mais acontecer... Vou cuidar de você.

-- Obrigada, Chris.

Eu sorri e a puxei para mim em um abraço carinhoso e maravilhoso de um jeito que eu jamais tinha experimentado. Um carinho que parecia suficiente, um gesto que não precisava de complemento, então aproveitei cada segundo para sentir o calor do seu corpo, o jeito delicado e preocupado dela comigo, o perfume embriagante de sua pele e o batimento acelerado no meu peito.

Estou apaixonado por você, bonequinha...

Será que se eu confessasse isso claramente, ela riria de mim?

Eu tenho... Tenho... Tenho medo.

Nunca uma garota me tratou com o carinho e preocupação que ela usa comigo e tenho medo de assustá-la ou estar enganado. Melhor guardar isso para mim, pelo menos até eu entender bem o que é esse sentimento que apenas sabe crescer dentro de mim.

-- Vai falar com a minha mãe hoje?

-- Vou, sim... Mas por enquanto, quero só a filha dela.

Quando ela afasta o rosto sorrindo, eu o acaricio e coloco meus lábios nos dela em um beijo calmo e apaixonado. Mas eu paro, a puxando para mais perto do carro.

-- Vem cá...

Ela me olha desconfiada e eu rio, então sento no chão apoiando as costas na frente do meu carro e a puxo para mais perto enquanto ganhava aquele sorriso lindo dela.

-- Vai demorar muito, é?

-- Se depender de mim, a vida toda...

-- Ótimo...

Sorrimos juntos e a beijo sem interrupções agora, explorando sua boca sem nenhuma objeção. Ela me correspondia completamente e eu sentia que meu corpo flutuava com aquele sabor na minha boca.

Linda...

Maravilhosa...

Simplesmente perfeita.

Eu não queria exagerar e nem aumentar a velocidade, pelo contrário, queria ser carinhoso e poder sentir melhor o gosto viciante dos seus lábios assim como aproveitar mais a dança de nossas línguas que entraram em perfeita sincronia.

E não sei quanto tempo passou...

Eu a beijava sem preocupações e sem angústias...

Ela parecia além de meu maior desejo, minha fonte de paz e alegria, minha bonequinha linda, meiga e perfeitinha do jeito que só ela é.

Mas só que meu instinto masculino parecia ter crescido mais depois que a conheci e eu começava a sentir meu corpo queimar de vontade de avançar naquele beijo, de tentar uma aproximação maior ou simplesmente adotar uma básica e comum “mão boba”.

Só que eu sei que vou levar uma na cara se eu ousar demais...

Então me segurei. Pareceu fácil no primeiro minuto, mas minhas mãos a puxavam para mais perto e quando senti seus seios colados no meu corpo, noto como meu amigão acorda e em como minhas mãos explorando suas costas, cabelo e sua nuca parecem não estarem satisfeitas.

Minha língua quase dolorida, fica mais faminta e puxo seu corpo para mais perto do meu a colocando em meu colo com delicadeza e cuidado. Quando passa seus braços ao meu redor, sinto o meu botão de “safadeza” ligado e minha mão que segurava suas costas, veio para lateral do seu corpo parando ali enquanto meu dedão se esticava para sentir uma parte do seio dela, mas minha mão se atropela e segue para ele o apertando levemente.

-- CHRIS!!!

Ela estapeia minha mão e a solto pelo susto levantando minhas duas mãos, mas ela me encara com total desaprovação.

Apesar de eu saber que era eu quem devia falar, congelei...

Chris, seu estúpido!!!

Sai para ficar com a garota na primeira vez e já vai de mão boba?

Você NUNCA foi de desrespeitar uma garota assim e começa logo com a Jill?

Endoidou de vez???

-- Me desculpa...

Ela não sorriu mais, apenas desviou e levantou saindo do meu colo e deixando minha “animação” exposta, só que com o gelo dela, eu mal consegui me mover sem saber o que dizer.

-- Me leva para casa.

-- Ah... Ok, claro... Levo, sim.

-- Vou te esperar no carro já que parece que vai precisar de um minuto para se recompor...

Eu poderia jurar que ela tinha um sorriso escondido ao indicar minha calça, mas saiu da minha vista antes de eu ter certeza.

Quando abaixo o olhar e vejo meu amigão, sinto meu rosto se avermelhar a tal ponto que quis ir na direção do lago e me jogar de cabeça nele... Com a debaixo. Para ver se eu aprendia.

Cara, que idiotice!

Na primeira oportunidade eu parto para mão boba em nível alto!

Não sou santo, claro que eu passava a mão na perna das garotas e algumas até me davam acesso livre para a bunda, mas eu sempre mantive o respeito para não passar disso.

Não que eu não quisesse, mas...

Cara, o que foi isso?

Um fogo dentro de mim quase incontrolável... Não deu para evitar!

Mas espero que depois desse gelo da minha bonequinha, eu me acalme... Isso é, se ela ainda quiser algo comigo depois de eu ter prometido ser um garoto e agora me revelei um pouco de outro jeito.

Idiota!

Mas, puxa... Foi muito bom.

Só que com ela no meu colo, imagino que tenha sentido meu amigão preparado para o que fosse do nosso interesse, putz... Que vacilo.

Com que cara vou olhar para ela?

Bom, vou ter que olhar...

Reparo que minha calça já parece cobrir melhor minha “animação” e levanto esfregando as mãos na perna para me limpar, mas apenas para tentar me distrair já que eu sentia os olhos da minha bonequinha em mim.

Será que vai me chutar?

Teria razão para isso...

Não! Não!!!

Vou me desculpar e pronto, não vai mais acontecer... Não é?

Sigo para o carro e abro a porta, mas com um olhar de canto, vejo que ela olha para o outro lado e reviro os olhos para mim mesmo.

Parabéns, Redfield...

Ligo o carro e sigo para casa dela me punindo mentalmente por ter conseguido estragar o momento... Demorei tanto para conseguir ficar sossegado com ela, com acesso livre aos seus lábios e o que eu faço? Quero acesso para outras partes que obviamente ela ia bloquear e acabo passando dos limites na minha safadeza também...

Ainda mais que é a primeira vez que ficam direito, seu bocó!

Ok, ok, ok...

Sou um idiota, já sei.

Mas agora já era, já tentei e fui cortado, tudo bem.

Só espero que isso não nos influencie... Eu espero.

Quando estaciono, antes que eu fale alguma coisa, ela sai do carro sem me olhar e suspiro alto mais uma vez revirando os olhos para minha estupidez. Saio dali e vou em direção a casa dela que deixa de porta aberta para mim. Quando sua mãe me vê, ela se aproxima sorridente.

-- Querido, como vai?

-- Bem, sogrinha, e a senhora?

-- Muito bem!

Quando procuro a Jill com o olhar, a vejo na cozinha beliscando um salgado, mas quando minha sogra acompanha meu olhar, eu desvio como se tivesse tudo bem.

-- Precisa de alguma coisa, Chris?

-- Na verdade sim... A Jill me disse que a senhora faz essas coisas para festa e eu queria ver se tem como preparar algo para amanhã a noite.

-- Amanhã?

-- Sim...

-- De quanto vai precisar?

-- Ah...

Não tenho ideia.

Mas com ela começando a rir, me puxa para cozinha e oferece um salgado que pego de bom grado enquanto ela puxa um caderno com uma caneta.

-- Quantas pessoas são?

-- Acho que só umas noventa ou... Por aí.

-- Aham, “só”...

Ela riu e eu a acompanhei enquanto anotava algo.

-- Tem preferência de salgados e doces?

-- Não, confio na senhora...

-- Ótimo, acho que dará tempo.

-- Legal!

Quando olho para Jill, vejo que ela desvia de mim e minha consciência me pune mais uma vez, mas agora parecendo que a mãe dela pega o momento, deixa o caderno de lado e indica a sala.

-- Eu vou... Ali.

Ela sai piscando para mim e sorrio enquanto me aproximo da Jill que insistia em não me olhar, mas pego em sua mão e ela congela.

-- Me desculpe, não quis te ofender.

-- Você é muito ousado na minha opinião, Capitão... É sempre assim?

-- Não!

-- Ah, então eu que pareci fácil demais?

Quando ela olha para mim, posso jurar novamente que ela escondia um certo humor por de trás de sua expressão super séria, mas meu coração estava espremido no peito com essa incerteza dela.

-- Me desculpe... Foi meio que... Inevitável, sabe.

-- “Inevitável”?

-- Sim, mas... Não vai mais acontecer, eu prometo.

-- Não mesmo.

Com as palavras dela, ela desvia e a mãe dela chega me fazendo sentir uma amargura terrível.

Agora mais do que nunca preciso dela na festa...

Mostrar que posso ser romântico e cavalheiro.

É isso!

-- Sogrinha...

-- Sim?

-- Essa festa de amanhã é na casa de um amigo e... A Jill pode ir, não é?

Ela sorri ao olhar para Jill.

-- Ela quem decide, querido, não fico a prendendo... Só não queria que ela fosse sozinha, andando a noite na rua.

-- Convida a Sherry...

Eu digo olhando para Jill que levanta os ombros.

-- Vou pensar...

Com a indiferença dela comigo, me afasto notando que ainda estava com a minha mão na dela e finjo não notar que a mãe dela vê.

-- Certo... Eu já vou, então.

-- Não quer um café?

-- Não, melhor não... E tenho um compromisso agora.

O pessoal do time deve estar querendo comer o meu fígado pela demora.

-- Tudo bem... Amanhã estará tudo pronto!

-- Obrigado, Sra. Valentine.

-- Sem “sogrinha”?

A pergunta dela fez eu e a Jill a olharmos com curiosidade enquanto ela riu.

-- Bom... Acho que não.

Finalmente com o olhar da Jill em mim pela minha resposta, eu desvio e me afasto dela olhando para sua mãe.

-- Até amanhã.

-- Até...

Eu saio dali e vou para porta respirando fundo na varanda tentando conter a vontade de me jogar de cabeça no chão. Mas quando escuto a porta sendo fechada de atrás de mim, dou um salto ao virar e ver a Jill me encarado agora com um sorriso.

-- Já vai?

-- Sim...

-- Hum.

Ela tinha um sorriso que me perturbava, porque eu não sabia o que queria dizer e nem sabia o que eu devia dizer além de desculpas.

-- Desculpa...

-- Já disse isso, Chris.

-- Mas pelo jeito não adiantou.

Ela riu agora e a encarei sem acreditar no que meus pensamentos concluíram... Ela não está brava comigo.

-- Você não está brava, está?

-- Ah, estou sim e muito.

-- O suficiente para me chutar?

-- Hum... Não.

Eu a encarei feio agora e ela gargalhou.

-- E me deixou ficar pensando que não ia mais me dar chance?

-- Sim, tinha que ter visto sua cara!

Não acredito...

-- Você é má, Jill.

-- E você é um safado!

-- Não vai mais acontecer, eu prometo.

-- Não mesmo?

Essa é uma promessa complicada...

-- Bom... Prometo que não me precipitarei novamente.

-- Isso é bom!

Eu me aproximei dela agora notando como adorei ver esse lado sapeca dela e que pareceu amar me torturar, mas quando passo meu braço na sua cintura, ela prende os olhos nos meus.

-- Você sempre foi malandra assim?

-- E você sempre foi sem vergonha assim?

-- Hum... Touché.

Ela riu comigo e quando me aproximei de sua boca, ela enfiou o dedo dela entre nós e se afastou.

-- Chega de Jill para você hoje!

-- O quê? Por quê?

-- Primeiro, minha mãe está aqui dentro e segundo, você não merece!

-- Não?

-- Não!

-- Você é má...

-- Você já abusou de mim hoje, agora vá!

-- Vai na festa de amanhã, não é?

-- Acho que sim... Mas verei com a Sherry antes.

-- Legal!

Ela pegou no trinco da porta e ao girá-lo, me aproximo e a puxo para um beijo roubado, mas ela me empurra rindo e me afasto a vendo acenar para mim enquanto volto para o carro como um bobo.

Cara... Estou salvo.

Achei que minha estupidez tinha acabado com tudo!

Ela me fez achar que eu não tinha mais chances só para me punir, que boneca travessa!

Rio sozinho voltando para casa e ao me lembrar do momento com ela, noto que me arrepio sozinha pensando no fogo que gerou dentro de mim... Mas isso tudo esfriou quando entrei na minha casa e vi meus amigos sentados e meus pais de cara feia para eles.

Ferrou...

Quando minha mãe me vê, aponta a cadeira diante deles e vou para lá sem discutir, já preparando os ouvidos e minhas desculpas.

-- O diretor da sua escola ligou...

Minha espinha arrepiou até que meu pai se aproximou.

-- QUEM TE ENSINOU A DAR INÍCIO A UMA PANCADARIA??? E EM FRENTE A SUA ESCOLA???

Os berros dele ecoaram pela casa até que minha irmã chegou.

-- Mãe? Pai?

-- O QUE FOI???

Meu pai virou exaltado para ela a assustando e ao vê-la, se acalmou.

-- Desculpe, querida, diga o que quer.

-- Vou visitar uma amiga... Só volto a noite.

-- Tem dinheiro para o táxi? Não quero que ande sozinha na rua!

-- Tenho sim, obrigada.

-- Celular ligado! Se cuide, pode ir...

-- Tudo bem, tchau.

Ela nem se aproximou parecendo saber que poderia ser arriscado, mas foi difícil não reparar em como ela estava arrumada para visitar essa “amiga”.

Tem coisa aí...

E não é de hoje.

-- DÁ PARA VOCÊ COMEÇAR A EXPLICAR, CHRIS???

Dou um salto na cadeira e vejo que todos os meus amigos estão encolhidos parecendo já terem ouvido um longo sermão deles, mas prontos para me dar auxílio se eu precisasse... E acho que preciso.

-- O garoto agarrou uma menina a força e...

-- E O QUE VOCÊ TINHA A VER COM ISSO???

-- Tenho a ver que eu não podia deixar barato! Ele é um covarde, vai saber o que podia ter feito com ela e merecia uma lição por isso!

-- E AÍ VOCÊ O ESPANCA NA FRENTE DA SUA ESCOLA CORRENDO O RISCO DE SER EXPULSO??? POR CAUSA DE MAIS UMA MENINA COM QUEM VOCÊ SAI APENAS POR UM DIA???

Desvio deles e respiro fundo.

-- Se acalme, amor... O Chris agiu muito mal, mas com boas razões.

-- Filho meu não vai sair por aí espancando um garoto qualquer na escola! – Ele trincou os dentes.

-- Filho, conte melhor essa história...

Com minha mãe tentando amenizar tudo, eu suspiro.

-- Mãe, eu não podia deixar ele sair de boa... Foi a segunda vez que o covarde a pega a força, eu não podia aguentar! E foi ele quem me deixou preso e bateu em mim na festa do lago!

-- ENTÃO ISSO FOI SÓ UM JOGUINHO DE VINGANÇA??? PARA VER QUAL GALO DE BRIGA ERA MELHOR???

Meu pai voltou aos berros e desviei.

-- Na verdade, Sr. E Sra. Redfield... – Leon disse – Ele está omitindo um detalhe que o fez partir para essa briga.

Eu olho para ele sem entender e meus pais o encaram.

-- Qual motivo?

-- O amor... – Kevin cantarolou.

Eu revirei os olhos e meus pais olharam para mim.

-- O filho de vocês finalmente se apaixonou e foi essa garota que o idiota que ele espancou agarrou... Me desculpem pela intromissão, mas acho que quando alguém mexe assim com a pessoa que gostamos, não paramos muito para pensar e medir consequências.

-- Maturidade, Leon... Já ouviu falar disso?

-- Sim, senhor... Mas e o senhor já ouviu falar de “amor irracional”?

-- Maturidade! Com maturidade, aprendemos a raciocinar e não partir para atitudes impensadas e dignas de um belo corretivo e castigo!

Meu pai se segurava para não gritar com ele, mas minha mãe parecia pensativa ao me olhar e desvio.

-- Quem é a garota, filho?

Fico calado, mas quando vejo o Leon abrir a boca, o encaro feio e ele para.

-- Façam o que quiser, mas não me arrependo do que eu fiz e farei de novo se ele chegar perto dela outra vez.

Me preparei para mais berros, só que eles não vieram.

Olho para os meus pais e noto que estão tendo aquela conversa com apenas o olhar onde os filhos nunca sabem traduzir. Volto meus olhos no Leon e ele fala sem som a palavra “festa”, então reviro os olhos já sabendo que a ideia tinha ido ralo abaixo.

-- Filho...

Com a voz doce da minha mãe, viro para ela já vendo meu pai contrariado.

-- Não quero que repita essa atitude.

-- Mãe, eu...

-- Não interessa! – Ela me interrompeu – Se acontecer de novo desse menino agarrar a moça, chame alguém para ele ser devidamente punido, entendeu?

-- Vou tentar...

-- Fico feliz que esteja gostando de alguém e espero que continue assim, mas isso não se torna justificativa para o que fez.

-- Ele a agarrou a força, mãe...

-- Eu e seu pai te daremos um voto de confiança por essa ser a primeira vez, mas que fique claro, diante de seus amigos, que se essa atitude se repetir, vamos tirá-lo do time de futebol da escola.

Eu viro para ela assustado, mas não parece piada.

-- Fui clara?

Eu desvio apenas concordando e vejo os demais assustados com isso.

-- Sem segunda chance e sem piedade, simplesmente falaremos com o diretor e se for necessário te mudamos de escola.

Como é que é?

-- Entendeu?

Concordo com a cabeça e ela respira fundo.

-- E Leon, não se preocupe com sua festa, porque a casa estará liberada para vocês amanhã.

Eu a olho surpresa e os demais comemoram, mas minha mãe volta a falar séria e eles a ouvem.

-- Mas com a condição de que fiquem de olho para o Chris não fazer bobagem e que vocês não se metam e nem apoiem atos como o de hoje.

-- Sim, senhora, tem nossa palavra!

-- Ótimo... Agora, Chris, me prometa que vai controlar seu temperamento.

-- Vou tentar, mãe.

-- Ele vai controlar e o ajudaremos nisso, Sra. Redfield!

Joseph fala animado e ela sorri para eles, vindo me fazer uma carícia no ombro comigo agradecido por ter controlado a situação.

-- Estamos entendidos...

Ela me dá um beijo na testa e sai com meu pai pisando firme e mesmo com a galera comemorando, fico intrigado. Minha mãe costuma ser mais relevante, só que sei que falou a verdade em me tirar do time se acontecer de novo. E isso seria um dos piores castigos para mim, então tentarei ao máximo me conter e pedirei a Jill para me ajudar nisso já que foi a única que me fez parar para pensar.

-- É festa, Redfield!

-- Só gatinhas!

-- Pura curtição, galera!

Eu ri com eles, mas meu olhar em busca do Piers foi e voltou sem resultado nenhum.

Onde ele está?

-- Cadê o Piers?

-- Ah, ele já foi faz tempo... Disse que tinha um compromisso hoje à noite.

-- Compromisso?

Joseph balança a cabeça concordando e começam a planejar os detalhes parecendo terem se esquecido de me cobrar pelo atraso e até mesmo esquecido do treino que tínhamos planejado.

Mas minha mente vai para o Pers...

Ele anda estranho.

E agora isso?

Não que não possa ter um compromisso, mas é que isso de alguma forma me incomoda, não sei explicar a razão... Só sei que algo me diz que tem coisa errada nisso.

Preciso descobrir o que está rolando...

 

* * * Piers * * *

 

Eu estava mais nervoso do que o necessário...

E na verdade nem precisava estar!

Hoje a Claire vem para o meu pai conhecê-la e o sorriso dele está grandioso, parece todo animado para recebê-la. E como ele tem um super dom culinário para comida caseira comum, a casa toda já estava com um cheiro delicioso parecendo que fazia nossa barriga roncar ainda mais de fome.

-- Está bom assim?

Meu pai surge bem vestido, cabelo arrumado e sapato me fazendo rir até que me olha preocupado.

-- O que foi?

-- Pai, não é para tanto...

-- Ah, você disse que ela é de família rica, não quero te envergonhar!

-- Tudo bem, mas ela não é de reparar, fica tranquilo.

-- E a comida! Será que vai gostar?

-- Ela adora comida caseira, tenho certeza de que vai gostar.

-- O nome é Claire, não é mesmo?

-- Isso, Claire...

Minha linda ruivinha...

Quando ouço alguém bater na porta, meu pai salta de susto e eu levanto rindo dele enquanto corre para cozinha.

-- Vou arrumar a mesa para o jantar!

-- Tudo bem, pai.

Ele pirou...

Quando soube que eu estava namorando, deu pulos de alegria e sempre me atormentou para conhecê-la, só que como é irmã do Chris que vem nos visitar com regularidade, decidimos manter isso em sigilo dele também. Mas hoje vamos contar e sei que meu pai é confiável, saberá ser discreto com isso quando o irmão dela aparecer.

Droga, Chris...

Vai ficar transtornado comigo quando souber.

Mas desvio o pensamento e abro a porta tendo a imagem mais linda que já vi em minha vida, minha ruivinha toda linda e arrumada, parecendo nervosa também, então dou espaço para ela entrar e fecho a porta já a puxando em um abraço.

-- Eu estava com saudade...

-- Eu também, amor.

Ela me aperta parecendo tensa e quando se afasta, beijo carinhosamente seus lábios rindo em como parece nervosa.

-- Você está bem?

-- Sim, mas... E se o seu pai não gostar de mim?

-- Impossível!

-- Tenho medo...

-- Não precisa, estou aqui com você.

Eu a abraço novamente e acaricio seus cabelos enquanto ela respira fundo.

Quando me afasto, ajeita seu vestido verde florido e passa a mão nos cabelos enquanto aperta forte a minha mão.

-- Você está linda, amor, se acalma.

-- Tudo bem...

Eu a puxo para cozinha e quando meu pai a vê, ele para de arrumar tudo e a olha curioso dando um sorriso amigável. Seguro minha vontade de rir em não saber definir qual estava mais nervoso, então indico meu pai.

-- Esse é meu pai e pai, essa é a Claire, minha namorada.

-- É um prazer imenso conhecê-la!

Meu pai se aproximou limpando as mãos no pano de louça e a estendeu para a Claire que o olhou toda tímida ao retribuir.

-- O prazer é meu, Sr. Nivans.

-- Só Peter está ótimo!

-- Tudo bem, Peter...

-- Venha, sente, sente, está tudo pronto!

Ele puxou uma cadeira para ela que sentou e ele a ajudou empurrando novamente para ficar confortável. Então sentei ao lado dela e ele do outro, todo cheio de sorrisos parecendo muito animado.

-- Que bom que veio, há tempos eu queria te conhecer!

-- Ah, eu também... Só que era complicado.

Sinto que ela aperta minha mão debaixo da mesa ainda tensa e acaricio seus dedos para mostrar que estava tudo bem.

-- Tome, prove isto!

Meu pai oferece a tigela com sua especialidade e apenas observo a Claire pegar e comer curiosa, fazendo uma expressão de muito agrado.

-- Está ótimo!

-- Meu pai é quase um chef na cozinha...

-- Concordo, eu devia ter vindo antes!

Nós rimos e ela parece mais descontraída, então começamos a nos servir e meu pai não parava de empanturrá-la com tudo que parecia aos poucos ficando mais relaxada.

-- O Piers me disse que queria falar com seus pais sobre vocês.

-- Sim, mas a Claire acha melhor esperarmos...

Ela desvia perdendo o sorriso e meu pai olha para ela curioso.

-- Por quê?

-- Meus pais iam enlouquecer se soubessem do meu namoro...

-- É mesmo?

-- Sim, meu pai não quer saber que eu namore antes de ir para faculdade, acha que pode me prejudicar.

E de certa forma ele tem razão já que eu não tenho planos de ir para faculdade, ou seja, ficarei por aqui enquanto a Claire poderá ir para qualquer lugar do mundo para estudar.

Mas este é um assunto que não quero pensar agora...

-- Meu pai é muito ciumento e protetor comigo, tenho medo de que se souber do Piers, queira que eu me afaste e não farei isso.

-- Será que se eu falasse com ele, não ajudaria?

Eu e ela sorrimos pela vontade do meu pai de ajudar, mas ela discordou.

-- Infelizmente não...

-- Bom, mas... Até quando vão manter em segredo?

Ótima pergunta.

-- Não que eu queira me meter entre vocês, longe disso, mas... Claire, seu pai vai pensar mal do meu filho se descobrir sozinho.

-- Eu sei, mas... Ainda vamos pensar em um jeito.

Ela olhou para mim e eu concordei, então puxei sua cadeira para mais perto de mim e a abracei carinhosamente.

-- Sabe, você não me parece estranha...

Ele a analisou bem e rimos já que ela tinha muita semelhança com o Chris, exceto pela beleza e delicadeza que ela esbanjava.

-- Se lembra do Chris, pai?

-- Sim, claro, vocês vivem grudados...

-- Pois é, a Claire é a irmã mais nova dele.

-- Puxa, que legal! E ele aceita bem esse namoro?

A Claire desvia meio que contento um sorriso e meu pai nos encara.

-- Ele também não sabe.

Com a conclusão dele, dou um beijo nos cabelos dela e concordo.

-- Ainda não, mas eu vou contar... Eu meio que convenci a Claire disso e sei que não será fácil, mas ele vai entender e poderá nos ajudar.

-- Sim, poderá... Mas mais alguém sabe além de mim?

-- Não.

-- Nossa, me sinto lisonjeado pela confiança!

Nós sorrimos e a Claire virou para mim agora.

-- Quando vai dizer?

-- Eu queria ter dito hoje, mas não deu...

Ela não conseguiu esconder o susto, mas fingi não notar.

-- E agora?

-- Amanhã na festa terá bastante tempo... E muitas testemunhas.

-- Vai contar lá?

-- Acho que sim, o que acha?

-- Sabe o que eu acho...

Mesmo com ela séria, eu sorri sendo o teimoso agora.

-- Eu vou contar, ruivinha, não vou abandonar a ideia.

-- Não acha melhor que eu esteja junto?

-- Acho que não, melhor eu me entender sozinho com ele já que fui eu quem começou tudo... Eu que te chamei para sair, se lembra?

-- Como esquecer...

Ela sorriu fazendo aqueles olhos azuis brilharem e dou um beijo rápido em seus lábios vendo que meu pai nos olha com um sorriso nos lábios, até que levanta animado.

-- Hora da sobremesa!

Nós rimos quando ele traz o sorvete caseiro e começamos a comer, comigo mais contente em ver que a Claire e meu pai conversavam mais normais agora, sem nenhum parecer tão nervoso quanto estavam antes de se encontrar.

Eu não me envolvia muito, queria deixar que se conhecessem e criassem um laço de nora e sogro, o que não pareceu nada difícil para ambos. Mas ao terminarmos empanturrados, olho no relógio e levanto puxando a Claire que me olha curiosa.

-- Vem, quero te mostrar uma coisa...

-- Tudo bem.

Ela sorri e vem comigo enquanto meu pai vai tirando da mesa e liga a televisão para ver o jornal que tanto gosta. Quando chegamos no meu quarto, ela olha curiosa por todo o canto, mas vou até a cômoda pegando um presente que eu havia feito para ela.

-- Seu quarto tem sua cara...

-- Como assim?

-- Organizado e tranquilo...

Ela se aproximou de mim me dando um beijo leve.

-- Lindo e perfeito...

Eu ri com ela e me afastei segurando meu presente atrás de mim.

-- Tenho uma coisa para você...

-- Um presente?

-- Sim, tipo isso.

-- Me dá!

Como sempre ansiosa e curiosa, eu ri e puxei minha pequena obra de arte para frente mostrando para ela. Mas sua expressão se desmanchou, agora parecendo maravilhada ao se aproximar e tocar em tudo.

Meu pai é carpinteiro.

Cresci vendo ele trabalhar a elaborar coisas muitas vezes detalhadas de madeira que gostava de dar para minha mãe, então pedi a ele alguns materiais e fiz uma cesta preenchida com rosas delicadas de madeira.

Sim, demorei um tempão para fazer...

Mas ver esses olhos azuis brilhando na minha direção, é minha maior recompensa e tudo se mostra ter valido a pena.

-- É lindo, Piers... Maravilhoso!

-- Fiz para você, ruivinha...

-- Você fez?

-- Sim.

-- Eu amei, obrigada, meu amor!

Ela me abraçou e eu aproveitei cada segundo do seu carinho, mas quando se afastou, olhou tudo mais de perto com um sorriso lindo e indiquei as flores.

-- Se você pintar tudo, acho que ficaria mais bonito...

-- Já está perfeito! Eu amei assim!

-- Que bom, princesa.

Ela sorriu e acariciou meu rosto me dando um beijo doce, mas tiro a cesta do meio de nós e coloco em minha cama, assim podendo abraçá-la e continuar com um beijo mais comprido e molhado.

Seus lábios...

Era o mar dos meus desejos mais bonitos e perigosamente tentadores.

-- Eu te amo, Claire...

Sussurro entre nossos lábios e mesmo a sentindo sorrir, continuamos o beijo e passo meus braços ao seu redor a querendo mais perto. E mesmo a sentindo ficar um pouco nervosa, ela me retribui da mesma maneira... Com carinho, mas um desejo perigoso por trás de tudo.

Eu... A quero para mim.

E não, nunca passamos uma noite juntos...

Nossos encontros sempre foram rápidos e jamais tivemos a chance de intensificar nossa intimidade e eu também sempre tentei me controlar, mas ultimamente tem sido muito difícil de manter minhas mãos quietas e meus pensamentos apenas em beijos.

Não sei se ela quer o mesmo...

Na verdade, nunca conversamos sobre isso.

Não quero que pense que sou um tarado, quero ir devagar, mas... É inevitável notar que a cada dia que passa ela fica mais linda, mais atraente e com um corpo ainda mais delineado. Eu seguro meus olhos, mas os pensamentos agem por conta própria e tenho medo que eu os deixe me guiarem em algum momento com ela, e eu ultrapasse limites.

Mas... Talvez eu devesse tentar dar mais um passo.

Seus lábios envolvem os meus completamente e suas mãos acariciam minha nuca e meu braço, mas a minha, agora em suas costas, desliza lentamente para baixo dando tempo dela me parar se preferisse, só que não aconteceu. Então massageio delicadamente seu bumbum e sinto que o corpo dela enrijece, só que minha mão ainda insatisfeita, desse devagar pela sua perna até a barra do vestido e eu vou subindo sentindo que sua pele se arrepia com meu toque e acaricio suavemente seu quadril notando que ela diminui o beijo, parecendo se concentrar apenas no meu toque.

-- Piers!?

Damos um salto ao ouvir meu pai próximo ao quarto, só que ele não aparece, então pego a cesta de rosas e viro para ela que ajeita o vestido e me olha parecendo esperar alguma atitude minha. Mas apenas me aproximo pegando em sua mão e dando um beijo leve, fazendo minha ruivinha voltar a sorrir.

-- Eu te amo, Piers... Muito.

-- Eu sei, meu amor.

Trocamos um beijo rápido e voltamos para cozinha com a Claire se aproximando da pia depois de olhar no relógio.

-- Vou ajudá-los na louça e depois precisarei ir embora!

-- Mas já?

-- Sim, se eu demorar mais, meus pais chamam a polícia... – Ela sorriu.

-- Tudo bem, querida, mas pode deixar a louça aí!

-- Não, de jeito nenhum, quero ajudar!

Ela prende os cabelos e começa a lavar tudo, mas meu pai me faz um sinal com a cabeça para sair e o acompanho vendo sua expressão séria.

-- Piers, não acho certo você ficar sozinho no quarto com ela.

Meu pai sempre conservador...

-- Só queria dar a cesta de rosas para ela, só isso.

Mais ou menos, não é...

-- Ah, sim, e o que ela achou?

-- Adorou!

-- Eu sabia! E filho, que moça linda e simpática, gostei muito dela!

-- Que bom, acho que ela gostou de você também.

-- Será?

-- Eu acho que sim...

-- Que bom!

-- Vou ajudá-la na louça, vá descansar.

-- Tudo bem, já volto.

Ele sai dali e vou ajudar a Claire na louça recebendo os sorrisos mais doces, meigos e lindos dela.

Preciso dela para sempre comigo...

E isso vai começar amanhã.

Amanhã a noite terá a festa e com o Chris focado na Jill, talvez esteja mais calmo e propício a ouvir que namoro a irmã dele há um tempo. E talvez a Jill possa me ajudar nisso já que parece que ele a ouve mais do que a qualquer outro e isso é muito bom para mim e para ele mesmo.

Amanhã...

Amanhã contarei tudo.

 

* * * Leon * * *

 

Meus pensamentos estavam 100% focados na festa dessa noite...

Estou precisando de curtição!

E ver várias gatinhas do terceirão vai me ajudar também, mas sim, claro, minha gata número um sempre será a mais perfeita e glamorosa... Só que olhar não mata, não é? Sei que ela olha também!

Mas ao sentir uma mão na minha coxa, me desvio do caderno e olho para minha gata ao lado mordendo a caneta e fingindo prestar atenção no quadro enquanto o professor falava. Só que quando chegou entre minhas pernas, eu me remexo na cadeira sentindo meu corpo todo se acender e enfio a mão por debaixo da mesa e agarro sua coxa, subindo sua saia e acariciando sua intimidade enquanto a via segurar um suspiro.

Eu sorrio e volto ao quadro.

Como ficávamos sentados na última mesa, essa aula era nossa brecha de atentar o outro e testar limites. Ela sempre soube me enlouquecer e eu sempre soube fazê-la delirar da maneira mais intensa e prazerosa.

Só que quando o professor pede para entregar folhas com exercícios, colocamos as mãos de volta em cima da mesa e vejo que como sempre, a queridinha Helena foi a escolhida para entregar.

Com o canto do olhar vejo que a Ada está distraída fofocando com a Jéssica que senta na nossa frente e aproveito a oportunidade para dar uma checada na garotinha querida do professor enquanto se aproxima.

Que corpão...

Não é a toa que todos gostam de ir ver as peças de teatro, afinal, com essa gostosura em um ótimo ângulo por mais de uma hora, realmente é algo que valha a pena assistir.

Mas quando a garota chega perto, ela olha para mim e esbarra no meu caderno o derrubando e fazendo alguns papeis se espalharem.

-- Me desculpe...

Ela se abaixa ajuntando tudo e coloca dentro do meu caderno depressa, já o recolocando em cima da mesa.

-- Tudo bem.

Ela entrega rapidamente a folha com o exercício com o rosto todo vermelho e sai sem me olhar mais.

Nervosa?

Ficou vermelha perto de mim?

Eu sei que namoro e levo isso a sério, mas AMO ver como as garotas se derretem perto de mim!

Sorrio sozinho, então abro o caderno e noto algo diferente...

Uma carta?

Tinha alguns corações e estava toda decorada, então volto a olhar para Helena e ela desvia de mim me fazendo rir.

Ela colocou isso nas minhas coisas?

Então... Derrubou meu caderno de propósito!

Cara, a Ada surta!

Olho para ela de canto e fico feliz por ver que ela encarava preocupada um bilhete que a Jéssica entregou para ela. Então escondo o envelope, disposto a jogá-lo fora assim que possível, porque conheço BEM a namorada que tenho e sei que ela fará um escândalo em saber que ganhei uma carta de outra garota.

Mas cara...

Que meigo, não é?

Não sabia que a Helena realmente estava na minha!

E não tinha ideia de que ela fazia o tipo de menina apaixonada que faz carta de declaração e enfia escondido no meio das coisas do cara.

Acho isso fofo!

E muito sexy...

Estou muito curioso!

Quando viro para Ada, ela ainda encara o bilhete e leio rapidamente ao passar os olhos por ele.

 

“Hoje a noite nessa festinha, a novata vai conhecer um pouquinho melhor Jéssica Sherawat... Mas será só uma brincadeirinha ‘leve’.”

 

Reviro os olhos com a insistência da Jéssica de arruinar com a novata.

Será que é dor de cotovelo por ver que o Chris parou de lamber o chão que ela pisa para seguir a novata?

Porque, cara, o Chris gamou...

É incrível!

-- O que ela vai aprontar?

Quando pergunto, a Ada esconde rápido o papel e discorda como se não quisesse falar, mas noto que não sorri mais e pareceu se esquecer das nossas carícias há poucos minutos atrás.

Ignoro a situação e volto a pensar na festa...

Gatas por todo lado, gatas apaixonadas e gatas brigando.

Sensacional!

Essa festa ficará na história!


Notas Finais


E hoje os meninões estavam mais safadinhos...
Mas pelo jeito tem MUITO rolo pela frente!
O que a Jéssica vai aprontar?
E putz, essa carta que o Leon achou... Não é da Helena não, pensa bem, garoto!
O que vai dar nisso?
Será que a Ada vai descobrir?
(acho que não, afinal, nem gosto de intriga MUAHAHA)
E o Piers vai contar do namoro para o Chris?
SINTO CHEIRO DE TERREMOTO DE TRETAS NESSA FANFIC!!
Muitooooo para rolar!
E nessa festa... Meus amores, rola encrenca, viu!?
Espero que tenham gostado, galera!!!
Até a próxima *--*
Bjooon :-)


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