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História Umbrella High School - Zoando Com a Novata


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Boooa noooite, povo!
Mais personagens novos *--*
Um capítulo fresquinho para vocês, me inspirei um pouquinho e ficou grandinho, mas espero que mergulhem nessas tretas como eu mergulhei quando fui escrever!
Espero que gostem!
Boa leitura...

Capítulo 3 - Zoando Com a Novata


Fanfic / Fanfiction Umbrella High School - Zoando Com a Novata

* * * George * * *

 

Encarei o computador atento e desviei para a janela olhando a turma lá embaixo correr para o segundo período.

É o primeiro dia de aula depois das férias e sou o responsável pelo jornal da escola, preciso de uma notícia que arrepie ou vou entregar ainda menos jornais porque esse pessoal sem interesse não liga mais. Só quando é fofoca quente, aí correm para ler.

Brigas de garotas, jogador do time sem camisa, alguém ficando bêbado, só para isso que liguem, essa escola está precisando de mais encrencas ou o diretor banana vai fechar meu jornal.

-- E aí gracinha...

A voz mais sexy da garota mais sensual me faz dar um salto e olhá-la dos pés a cabeça com aquele uniforme lindo de líder de torcida que deixa um bom tanto dela a mostra.

-- Oi, Jéssica!

Ela se aproxima daquele jeito que sabe que me arrepia e se abaixa na minha frente cruzando os braços no meu colo e me olhando fixamente com aqueles sedutores olhos claros.

O que eu não faço por essa garota...

-- Quero te fazer um favor.

-- É mesmo?

Eu me animo todo pensando no que ela faria por mim, então ela começa a massagear meu ombro e sorri perversamente.

-- Quero te dar uma manchete para amanhã...

-- Sério?

-- Sim, uma bem quente.

-- Ótimo, o que é?

-- O que será... Viu que entrou uma novata na escola?

-- Ouvi falar, dizem que é um chuchuzinho.

Ela perdeu o sorriso no mesmo momento e desviei trocando o foco dos elogios da garota nova.

-- O que tem ela, sabe de alguma coisa?

-- Eu pensei em fazer uma brincadeirinha leve com ela e quero que cubra isso.

-- O que vai ser?

-- Por enquanto vou te deixar na curiosidade, o importante é que terá notícia quente da novata para sair amanhã.

-- Legal, onde preciso estar?

-- Ainda estou bolando os detalhes... Mas fique atento no celular e vá correndo assim que eu disser, sei que terei muitas oportunidades para hoje.

-- Ela te fez alguma coisa?

Os olhos dela do nada brilharam de raiva e eu soube que alguma coisa a novata devia ter feito para Jéssica intensificar desse jeito o olhar.

Então, a garota entrou e já foi cutucar a Jéssica com vara curta? Mancada...

-- Não importa o que ela fez... Importa o que eu vou fazer em troca. E isso é só o começo.

Ela sorriu e levantou agora sentando no meu colo fazendo aquele biquinho que eu não resisto e já sinto que eu me animo ao extremo com aquilo... Tomara que não note.

-- Faz isso para mim, não é, George?

-- Claro que sim.

-- Me garante manchete de amanhã?

-- Com certeza, sabe que sou eu quem mando aqui.

Me estufei na cadeira me achando no momento e ela sorriu dando um leve toque na ponta do meu nariz.

-- Eu sei disso.

Ela me deu um beijo leve na bochecha, bem ao canto da boca e eu navego com aqueles lábios quentes e delicados em mim. Então se afasta subitamente e levanta colocando as mãos na cintura e me encarando.

-- Olho no celular, venha assim que eu mandar!

-- Sim, senhora.

Ela piscou para mim e se virou caminhando para fora enquanto eu admirava aquele belo quadril e aquele par de coxas fantástico. Eu percebo minha animação em minha calça e desvio já ouvindo as risadas de minhas parceiras ao surgirem pela porta e me viro para tomar um gole de água e me acalmar.

-- O que essa garota queria aqui, George?

-- Me dar a manchete de amanhã!

-- E qual é?

-- Não sei direito, mas tem a ver com a novata.

-- Aquela sem sal? – Ingrid dá uma gargalhada.

-- Ela já chegou se jogando nos braços daquele deus grego do Redfield... Olha, devia ser proibido garoto com tanto charme, ui ui.

Com as abanadas da Sheva em sua própria direção, eu e Ingrid rimos já fartos de saber da tremenda queda dela pelo Capitão do time.

-- Amiga, deixa disso... Ele nunca vai cair na sua, ele só gama em garota popular e você não é uma delas.

-- Ah, porque o Leon certamente vai se apaixonar por você a qualquer instante! – Sheva riu.

-- Não estrague meus sonhos!

As duas continuam ali discutindo pelos dois caras mais cobiçados e mais sem noção da escola e olho pela janela que dava acesso ao corredor e vejo a novata caminhando com aquele cara estranho.

É garota, é bom você se cuidar...

 

* * * Ada * * *

 

Terceiro período

 

-- Entendeu? Rápido e simples...

Aquele olhar da Jéssica não me deixava dúvida no ódio que ela criou pela garota nova, aumentando minha curiosidade.

-- Quer mesmo fazer isso?

-- Sim!

-- O professor Burton vai pirar... Ela vai se meter em encrencas.

-- Exatamente!

-- Por que essa raiva toda dela? Não foi só pela resposta que te deu na primeira aula, não é?

-- Não importa... Vai me ajudar ou não?

-- Sim, mas... Esqueceu que meu namorado também vai estar lá?

-- Ah, fala para ele ficar mais no canto, o que importa é o professor pegar ela na hora certa!

-- E ele vai pegar...

-- Vai, sim! E na sorte ela leva uma suspensão ou até expulsão hoje mesmo...

-- Que raiva, hein.

-- Você não imagina quanta!

-- Só queria saber o porquê.

-- Já disse que não importa, anda, as duas, se mexam!

Antes apenas sentada observando, a Ashley nos olha receosas e se desvia do olhar da Jéssica que a fuzila.

-- Não sei, não... Não acho uma boa ideia.

-- Deixa de ser medrosa, vai ser engraçado!

-- Sim, mas...

-- Sem “mas” sua frouxa, anda que estou mandando!

Como sempre a Ashley meio capacho levantou e se aproximou, as outras meninas estavam mais distantes e foram excluídas da conversa devido a confiança extrema da Jéssica em mim e do medo da Ashley por ela.

-- E sou filha do diretor! O que ele vai dizer se me pegar lá?

-- Ninguém vai nos pegar! É muito simples fazer isso...

-- Mas e se ela contar de nós?

-- Vocês ficam escondidas esperando meu sinal, o que importa é ela ver a mim, pronto. Agora deixe disso! Andem!

Ashley correu para fora assustada e a Jéssica piscou para mim me fazendo rir dos planos malucos dela.

Saí com elas e na saída do vestiário sou subitamente puxada e ganho um beijo daquele infeliz com quem briguei mais cedo.

-- Vamos sair hoje, gatinha?

-- Não, ainda estou brava!

-- Ah, Ada, qual é!

-- Já disse que não!

-- Você se estressa demais...

-- É você que se estressa de menos, ia gostar se eu ficasse só de risinhos com outro garoto?

-- Ele ia perder os dentes para aprender a não sorrir mais para MINHA garota.

-- E eu faço o quê?

-- Brigar comigo não é a resposta!

-- Para você, nunca é!

-- Para de birra, anda, faltam só uns minutos para acabar a aula... O que acha de irmos nos acertar depois atrás do auditório, hein?

Ele passa os braços ao meu redor e eu reviro os olhos cruzando os braços entre nós e Leon faz careta.

-- Anda, amor... Sabe que o que rola entre nós é único. Não vamos estragar isso por bobagens sem sentido.

-- Sem sentido para você.

-- Certo, prometo que não converso mais com nenhuma amiga sem você por perto, tudo bem agora?

-- Amiga? Chama aquilo de amiga?

-- Amiga, colega, que seja.

-- Ela só faltava arrancar a camisa para você!

-- Tudo bem, tudo bem... Não falamos mais disso, certo?

-- Não sei, não.

-- Me dá um beijo...

-- Você não merece.

-- Anda, só um beijinho...

Ele veio e colocou a boca na minha me fazendo passar os braços ao redor do seu pescoço, mas dou um salto com um grito dado em minha direção.

-- Ada!

Eu reviro os olhos para o sinal da Jéssica e olho para o Leon que estranha o jeito dela comigo.

-- Eu já vou, preciso ajudar a Jéssica em uma coisa...

-- Certo... Mas depois atrás do auditório?

Eu ri e concordei, mas antes de saí lembrei do plano da Jéssica e voltei a olhá-lo ali parado me encarando com um sorriso safado.

-- Quando for para o vestiário, fique longe da sala que vocês guardam os materiais, ok?

-- Tudo bem.

Ele concordou mesmo estranhando meu pedido, então fui de atrás das meninas com a Jéssica me fuzilando com o olhar e seguimos em direção ao vestiário masculino antes dos rapazes chegarem lá.

A novata que prepare os ouvidos, porque o professor Burton não vai gostar nada do que “ela vai fazer”.

 

* * * Jill * * *

 

Segundo período

 

Apesar de simpático, o Carlos tinha olhos tristes e abatidos. Parecia infeliz com alguma coisa já há muito tempo para marcar tanto em sua expressão. Ele era bonito, mas triste. Um belo sorriso faria muitas garotas suspirarem.

-- É aqui.

Ele indicou a sala e entrei vendo alguns já sentados, mas meus olhos se prendem lá no fundo quando vejo novamente o garoto com quem esbarrei de manhã. Aqueles olhos verdes e o sorriso brilhante fazem meu coração disparar e quando ele piscou para mim ao sair da outra sala, quase cuspi meu coração na frente dele.

Droga, tenho que desviar esse pensamento... Só durante a aula eu vi que ele está com a jaqueta do time e segundo o Carlos e toda a realidade do Universo, nenhum garoto do time de futebol leva uma garota a sério. E não quero ser uma das que passará na mão dele para pegar e jogar fora. Tenho que disfarçar melhor minha reação quando o vejo.

Vejo o Carlos sentar bem na frente e paro ao lado observando se posso sentar com ele, porque se já tiver dupla, não quero me intrometer, mas o sorriso dele em ler minha mente se sobressaiu.

-- Senta aí.

Eu sorri e fui para o lado dele com meus olhos me traindo e olhando lá para trás onde o garoto de olhos verdes sonhadores acerta outro do time com uma bola de papel e o outro joga na garota da frente dele a fazendo jogar nele de novo.

-- Se toca, Kevin!

-- Foi mal...

Eles voltaram a jogar as bolas e desviei sentando na cadeira olhando para os mapas grudados na parede e as maquetes decorando a sala.

Olho para o Carlos e o vejo desenhar na folha do caderno uns traços que ainda não descobri o que formavam, mas eu ri.

-- Não gosta de geografia?

-- Não é isso, é só que o professor não é muito de dar aula...

-- Como assim?

-- Você vai ver... E se prepare.

-- Por quê?

Um cara entra subitamente na porta já a fechando e ao ver uma bolinha de papel voar nele já me preparo para ouvir um berro como o professor de química, mas me assusto ainda mais com o que vejo agora... Ele encara o fundão resmungando e faz a bolinha voar para lá junto com uma porção de giz de quadro fazendo toda a turma rir.

-- Bom dia, galera? Animados para mais um semestre?

-- Não!

Um garoto lá de trás resmunga e todos riem fazendo o professor levantar os ombros num sorriso.

O professor de geografia era meio estranho... Usava umas roupas extremamente coloridas e bizarras. Tinha um cabelo mais comprido, muito escuro e olhos claros montando um rosto de homem bem sem vergonha.

-- Vamos dar uma olhada no livro hoje, quero uma resenha da introdução do capítulo catorze!

Os alunos fizeram sons de tédio e ele riu de novo ao encarar todo mundo.

-- Não banquem os preguiçosos, eu sei que são, mas se fizerem um esforço, vão ver que serão produtivos!

-- Corta essa, professor!

-- Kevin, me auxilia aqui rapaz!

-- Não auxilia não...

A última voz que identifiquei ser dos olhos sonhadores me fez virar agora e vê-lo sentado sobre o encosto da cadeira e com os pés no assento, bem tranquilo e folgado enquanto falava algo com o rapaz do lado... Kevin? Mas e ele, qual será seu nome? O professor gritou “Redfield”, será que era ele mesmo? Mas e o primeiro nome, qual é?

Balancei a cabeça desviando o pensamento e volto meus olhos ao desenho do Carlos que aumenta os riscos e quadrados ainda não me deixando entender. Mas ele agia rápido com o lápis e não parecia querer conversar agora, então desviei.

O professor pegou algumas folhas e começou a distribuir primeiro do outro lado da sala e reparei que foi fofocar algo com os meninos do time lá atrás os fazendo rir e bater nas costas do professor enquanto ele voltava para frente. Pelo jeito esse professor adora puxar o saco dos alunos, principalmente os que não fazem nada, porque mesmo com olhos e um sorriso paralisante, o tal Redfield não parece gostar muito de estudar.

Quando o professor entregou a folha para o Carlos ele parou bem em minha frente sem me entregar nada e olho para cima para encará-lo. Mas ele me olha curioso e cruza os braços ainda me encarando e ouço o Carlos rir baixo ao meu lado já me deixando receosa com o significa do aviso “se prepare” dele há poucos minutos atrás.

-- Por que eu não me lembro de você, meu bem?

-- Ah, eu... Sou nova.

-- O QUÊ?

Ele dá um berro escandalizando todos ao redor e larga as folhas em cima de nossa mesa batendo palmas para chamar a atenção de todos.

-- ALUNA NOVA?

Ai, Minha Nossa...

-- Como assim entra uma aluna nova e eu não sabia disso? Vocês já sabiam que tinha uma aluna nova?

Todos riem, é claro... Eu desvio o olhar, mas ele vem em minha direção estendendo a mão para mim e me torturo mentalmente quando a pego e ele me puxa para levantar.

-- Parem tudo o que estão fazendo e olhem para esse espetáculo de aluna nova!

O quê?

Todos viram para mim e desvio sentindo meu rosto chamuscar de vergonha, mas ele não para ainda levantando minha mão para o alto e apontando para mim com um sorriso.

-- Uma beleza, hein, rapaziada?

Ah, eu mereço...

Vários risinhos baixos rolaram pela sala e ouvi Carlos rir ainda preso ao desenho, então o professor me puxa para fora dali e me faz parar diante da turma puxando a cadeira ao meu lado e me observando.

Todos olham para mim e desvio pensando o que aconteceria se eu saísse correndo pela porta, mas o professor interrompeu meu devaneio.

-- Então, meu bem... Por que não se apresenta para nós?

-- Ah, não tem nada para falar de mim.

-- Tímida... Fica mais irresistível.

Todos riram, principalmente os meninos porque vi que alguns olhares femininos não gostaram de eu estar chamando tanta atenção... Ótimo, como se eu precisasse de ajuda para atiçar o ódio feminino nessa escola.

-- Certo, por que não nos diz seu nome?

-- É Jill... Valentine.

-- Jill, certo... Me diga, esses seus belos olhos azuis são de verdade mesmo?

Todos riram e agora eu acompanhei concordando com a cabeça e ele continua me olhando e eu me encolhendo de vergonha desejando que aquilo acabasse logo.

-- Me diga o que te fez entrar em uma escola no meio do ano com centenas de alunos desconhecidos.

-- Eu me mudei para cidade e precisava de uma escola.

-- Certo... Mais uma pergunta extremamente importante. É solteira?

Novamente todos riram e eu concordei o fazendo levantar os braços e apontar para os meninos que me olhavam como se eu fosse um pedaço de carne.

-- Viu só rapaziada, se mexam! Ela é linda, não é?

-- Uma boneca!

Uma voz lá no fundo chama minha atenção e mesmo comigo tentando desviar antes, vejo aquele sorriso do garoto com olhos sonhadores me encarar ao dizer aquilo.

-- Não me diga que ela já atiçou seus instintos, Redfield?

-- Ah, isso é papo meu e dela...

Vários “hum” surgiram ao mesmo tempo em que fiquei mais vermelha e recebi mais olhares de raiva da parte feminina da sala.

-- E qual seus principais interesses nessa escola?

-- Estudar para entrar na faculdade.

-- Ouviu isso, Redfield?

Todos riram e o sorriso dele se destacou entre aqueles meros seres humanos ao redor daquele garoto que era um sonho.

-- Então muito prazer, Jill, eu sou o professor Luis Sera. Que bom que veio para cá... Te desejo muita sorte e seja bem-vinda.

-- Obrigada.

-- Pode sentar.

Eu fui rapidamente ao meu lugar e ao sentar respiro fundo e ouço o Carlos rir para mim e me entregar a folha de papel com o desenho, mas o professor chega com a folha e o livro.

-- Esse é o livro, sempre o traga para as aulas, certo?

-- Sim, senhor.

Ele saiu e foi lá para trás conversar com os garotos do time e volto meu foco ao desenho que o Carlos me entregou e sorrio ao ver o que era... Várias linhas e quadrados que eu tinha visto era para construir um mapa da escola com todas as salas escritas nele, o caminho até o ginásio, os vestiários, o refeitório e até o prédio com um “X” que era proibido.

-- Espero que não se perca mais.

-- Obrigada, vai me ajudar muito!

Ele sorriu amigavelmente e abriu o livro enquanto eu tentava decorar os caminhos. Peguei meu horário e encarei a próxima aula... Ué, como assim? “Educação Física”? Quando me matriculei não escolhi pegar essa porcaria.

-- O que foi?

Carlos pareceu perceber minha cara e apontei o horário para ele, que deu de ombros.

-- Eu não escolhi fazer essa matéria...

-- Aqui você não pode eliminar, é obrigatório.

-- O quê?

Falei mais alto do que o normal e vi alguns me encararem, então desviei.

Como é que é? Sou obrigada a fazer essa matéria? Ninguém pode me obrigar a isso! Droga...

-- Qual é o problema com Educação Física?

-- Eu detesto.

-- Por quê?

-- Porque sou péssima!

-- Como você consegue ser péssima nisso, é só jogar uma bola para o alto e pronto.

-- Justamente, sou incapacitada disso.

Ele começa a rir da minha cara e o encaro feio fazendo ele tentar se conter enquanto me dá um leve empurrão.

-- Vai se dar bem.

-- Nunca me dei bem nessa matéria... Sou boa em todas as outras, menos nessa.

-- Vai ter que aprender.

-- Se não aprendi até agora, acho difícil alcançar essa proeza.

-- Fale com o professor, ele é gente boa... Vai que te dá um auxílio.

-- Que tipo de auxílio?

-- Sei lá, mas... Fale com ele.

-- O que você tem depois?

-- História.

Me desanimei em saber que eu perderia minha companhia e novamente ficaria sozinha abandonada as traças.

Até agora conheci uma pessoa podre e uma pessoa adorável... Não sei que conclusão tirar desse lugar, só sei que estou com receosa de esbarrar com mais pessoas podres.

Pego meu livro agora e começo a fazer o que o professor mandou mesmo vendo que quase ninguém estava fazendo aquilo. Carlos escrevia rapidamente e eu era lerda para escrever, por isso ele acabou e continuei fazendo até tocar o sinal.

Pronto, se não morri até agora, nessa aula morrerei...

Mas pense pelo lado bom, no refeitório será pior porque todos estarão lá e você não conhece ninguém... Ou...

Olhei para o Carlos que guardava as coisas. Será que vou parecer meio oferecida se eu pedir para sentar com ele?

-- Carlos?

-- Fala...

-- Com quem você fica no refeitório?

Ele perdeu o rosto sereno e me arrependi de ter perguntado, achando que me daria um fora tipo “te ajudei e já está se jogando para cima de mim” ou “com minha namorada, sai fora”. Mas ele respirou fundo olhando para mim agora.

-- Com meus irmãos... E não me leve a mal, Jill, mas não chegue perto de mim lá dentro.

-- Por quê?

-- Por causa do meu irmão mais velho... Ele é um idiota, se ver você perto de mim pode se interessar.

-- Como assim?

-- Bom, provavelmente quando você sentar com alguém no refeitório já vão falar mal de mim para você por causa do que meu irmão faz e amanhã talvez não me olhe mais na cara... Ele é desse tipo, apodrece tudo por perto.

-- É tão ruim?

-- Nem queira saber, apenas se mantenha longe.

-- O que vão falar de você para mim?

-- Você com certeza vai descobrir... Adeus, Jill.

Ele levantou e saiu me deixando ali sem entender nada... Duvido que tenha algo de ruim para ouvir dele, ele parece um ótimo amigo.

Levanto para não me atrasar e deixo a resenha na mesa do professor que pisca para mim com as pernas esticadas sobre a mesa. Não parecia ligar para maioria que saia sem deixar a resenha para ele.

Ótimo, ele só dá atividade para dizer que dá aula... Ele pode ser legal, mas pelo jeito só gastei papel e lápis.

Saí dali me lembrando do caminho do ginásio conforme o mapa da escola que Carlos fez para mim e já vejo cinco garotas com o uniforme de líder de torcida junto com aquela idiota e reviro os olhos. Mas levo um susto ao ver o garoto de olhos sonhadores ali também...

Três aulas seguidas com ele já na segunda-feira? Um carma ou um presente?

Sigo com algumas garotas normais para o vestiário e deixo minha bolsa lá pensando em me esconder ali, mas sigo para o ginásio e depois para o campo enorme lá fora onde havia um homem mais velho, ruivo, de aparência simpática.

-- Bem-vindos de volta das férias, caros alunos! Espero que nosso Capitão e nossa líder de torcida tenham trabalhado muito, para nos fazer conquistar o troféu e ter a melhor animação.

O time e as líderes sorriem e fico ali, afastada dos demais já que todos tinham seus grupos e eu era a intrusa... Isso está sendo pior do que pensei.

-- Formem duplas e peguem uma bola, vamos treinar meia hora e depois as meninas da torcida e os meninos do time podem treinar separados.

Ouvi alguns resmungos e me afastei mais ainda quando formaram as duplas e percebi que fui a última que sobrei enquanto correram pegar as bolas para arremessar para os outros.

Eu fiquei feliz por isso, mas os olhos do professor se prenderam em mim e desviei com um sorriso. Ele se aproximou de mim e desejei ardentemente que não me puxasse para o meio dos alunos também.

-- Você é a garota nova?

-- Sim, senhor.

-- Qual é o seu nome?

-- Jill.

-- Sou o professor Barry Burton.

Pelo menos ele sabe que existe uma aluna nova na escola.

-- Não se preocupe, podemos revezar com as meninas para voc...

-- Não!

Eu respondi rapidamente e ele sorriu com meu jeito, então sorri constrangida enquanto me analisava com um sorriso amigável.

-- Algum problema, Jill?

-- Ah, é... Sou péssima em Educação Física.

Ele me olhou surpreso e riu da minha cara me fazendo desviar constrangida mais uma vez, mas ele não parecia bravo com minha confissão.

-- Incrível... Então não gosta da minha matéria?

-- Não... Desculpe.

-- Incrível!

-- Eu não sei fazer nada assim do tipo esporte... Ou algo com bola, corda, trave ou qualquer outra coisa.

-- Em alguma coisa deve ser boa.

-- Xadrez.

Ele gargalhou agora e vi que alguns olharam para nossa direção pelo jeito dele que parecia mais uma vez rir da minha cara.

-- Excelente... Pena que não gosto de dar isso aos alunos.

Legal...

-- Mas podemos dar um jeito nisso, não quero te torturar nas minhas aulas se não gosta mesmo... Só que não posso simplesmente te deixar não fazer nada e te dar nota, Jill.

-- Posso fazer trabalhos escritos...

-- É uma boa ideia, mas não é o suficiente.

-- Faço qualquer coisa professor, mas por favor, não me coloca para jogar, sou um perigo para humanidade quando estou segurando uma bola.

Meu pedido desesperado o fez me olhar e suspirar parecendo pensar em alguma coisa e cruzei os dedos para que não me empurrasse com os demais para me virar sozinha.

-- Tem uma coisa... Mas não é legal. Só que alguém precisa fazer faz tempo e não tenho tempo.

-- Eu faço.

-- É que vai demorar um bom tempo.

-- Perfeito, posso fazer.

Ele sorriu e me fez um sinal com a cabeça para segui-lo e fui mais feliz sabendo que tenho a chance de fugir das aulas... Qualquer coisa que ele me dê, não será tão ruim quanto eu me humilhar em público na matéria dele.

Pelo que eu vi, me guiou para o vestiário dos meninos, onde havia vários armários e camisas e tênis e muita bagunça. Ele notou meu olhar e sorriu.

-- Hoje está arrumado, viu... Como acabaram de chegar das férias não badernaram tanto ainda! Mas logo tem que desviar de montanhas de roupas sujas e uniformes.

Ele riu amigavelmente para mim que retribuí e continuou a caminhar até me levar a uma sala em frente aquela bagunça... E falando em bagunça... Era horrível. Uma sala com tudo que se usava em Educação Física e até umas coisas que nunca vi na vida. Uma tremenda bagunça, mal dava para distinguir a cor do chão ou das paredes com tudo jogado ou pendurado do jeito que dava.

-- Uau...

-- Pois é, uma bagunça! Alguém tem que arrumar...

Eu olhei para ele que parecia esperar por minha resposta e sorri adorando a ideia de que demoraria uma vida para arrumar tudo e assim me daria bem na matéria.

-- E será arrumado, professor!

-- Mesmo? Tudo bem se não quiser...

-- Me desculpe, mas mil vezes isso do que o ginásio ou o campo.

-- Nossa, quanto ódio...

Ele gargalhou de novo e sorri sem jeito com ele concordando.

-- Certo... Que bom que nos entendemos. Mas tem duas coisas que precisa saber antes de começar.

Ele apontou para o relógio e puxou a porta meio quebrada e sem maçaneta na parte de dentro.

-- A porta não abre por dentro, então não a feche.

-- Certo.

-- E saia antes das dez porque a essa hora os meninos vem e pelo seu jeito acho que não vai se sentir muito a vontade com um bando de marmanjo pelado.

-- Entendi, dez horas e sem porta fechada.

-- Então tudo bem... Boa sorte aí, demore o tempo que precisar!

-- Obrigada professor, de verdade!

-- Eu que agradeço... Se quiser desistir, me avise.

-- Tudo bem.

Ele sai tranquilo e fico feliz com minha tarefa quase eterna, porque vou demorar aulas e aulas arrumando e organizando tudo ainda mais se vierem bagunçar toda vez... Ótimo! Um milhão de vezes isso do que me colocar para jogar alguma coisa.

Comecei a arrumar espaço para começar e separei algumas caixas vazias para primeiramente juntar as coisas que mais se pareciam... Eu fiquei lá concentrada, já sentada no chão enquanto dividia coisas e arrumava tudo. Não era algo ruim, apenas monótono e cansativo, mas quando olhei no relógio faltavam menos de dez minutos para as dez, então levantei e fui empurrando as coisas para o canto para continuar na próxima aula.

-- Virou faxineira?

A voz repulsiva da minha péssima guia daquela manhã me fez encará-la parada na porta de braços cruzados.

-- Qual é o seu problema, garota?

Ela apenas sorri com minha pergunta dando dois passos para trás agora com um olhar de ódio e uma risada perversa.

-- Você!

Então a porta se fecha num baque me deixando lá dentro.

-- O quê?

Eu vou até a porta tentando abri-la, mas nada... Não tinha maçaneta e como o professor Burton alertou, se a porta fechasse eu ficaria trancada e ela sabia disso.

Desgraçada!

Eu bati na porta desesperada e ouvi os risos de mais de uma garota.

Aquele bando de galinha está com ela, só pode, não é?

-- ABRE A PORTA! JÉSSICA, ABRE ESSA PORTA!

-- Acho que não... – Ela riu – Se divirta na faxina!

Elas se afastaram rindo e eu olhei ao redor vendo apenas uma pequena janela no alto e fui até ela, mas não conseguia alcançar. Empilho uma caixas para subir até ela e quando a alcanço, não consigo fazê-la sequer se mexer de tão enferrujada. Eu desço dali e encaro a bagunça sentando em uma bola agora.

Qual é o problema dela? O que eu fiz para ela?

Na primeira oportunidade me mandou para o outro lado da escola, por diversão idiota. Mas agora isso? Por que me ferrar assim?

Eu levanto com raiva e bato na porta com força empurrando o trinco e batendo sem parar, já começando a me desesperar... O professor vai achar que eu me fechei! Não vai mais confiar em mim, tenho que sair daqui!

Ah, eu te mato, garota! Você me paga!

Bati e empurrei com mais força a porta que parecia pesar uma tonelada, até que ela se abre e caio com tudo no colo de alguém que me segura antes que eu vá de cara para o chão.

-- Opa!

Ele ri e eu olho para ele que levanta uma sobrancelha... Eu já vi ele, estava na minha primeira aula, um garoto loiro de cabelo liso e jogado para o lado. Com uma cara indiscutível de garanhão.

-- Só não olha para baixo, ou pode se assustar.

-- O quê? Por quê?

É claro que olhei para baixo e dei um salto para trás vendo que ele só de cueca branca meio transparente e ao olhar ao redor todos riam no mesmo estado.

Droga...

Eu coloco minhas mãos na cabeça e fecho os olhos me martirizando por ter achado que meu dia poderia ser apenas “ruim”.

-- JIIIIIILLLLLL!!!!!!!!!!!!!

Dou um salto batendo de costas na porta vendo o professor Burton me encarando com os olhos semicerrados vindo em minha direção. Os meninos não pareciam se importar em eu ver eles quase pelados, só o professor mesmo.

-- O que eu tinha dito para você mesmo?

Eu olhei para o relógio que indicava cinco minutos depois das dez e olhei para ele ainda sentindo meu coração na garganta pelo susto.

-- Que era para eu sair antes das dez ou veria alguém pelado...

-- Pois é, e o que deu errado nisso?

-- Fiquei trancada.

Ele respirou fundo provavelmente achando que eu fechei propositalmente para ver eles pelados, então antes de me explicar ele me fez sinal com o dedo para eu seguir com ele em sua sala e eu murchei o acompanhando.

Agora me ferrei mesmo...


Notas Finais


Jéssica causando com a Jill... Isso é só o começo!
Será que a Jill vai mesmo se vingar? E essa manchete vai sair?
Huuuum... Cheiro de encrencas kkkk.
Espero que tenham gostado!
Até a próxima!
Bjooon :-)


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