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História Hills - Chapter II - No easy way out


Escrita por: TheJuliett

Notas do Autor


Voltei :) Sejam super bem-vindas novas leitoras, muito obrigada pela presença de vocês aqui! Fiquei radiante com os comentários do capítulo passado, estou cada vez mais animada com esta história! Espero que vocês continuem gostando e me fazendo companhia por aqui, amo todinhas do fundo de meu coração <3 Sem mais delongas um capítulo fresquinho e cheinho de reviravoltas para vocês! Boa leitura *3*

Capítulo 3 - Chapter II - No easy way out


Fanfic / Fanfiction Hills - Chapter II - No easy way out

—Hills Capítulo dois 

"Era uma história de amor proibido.
            E por mais que nas sombras tenha sofrido 
           Nem dele era ela, nem nunca tinha sido".
- Jacqueline. 

 

Mamãe pensou ter me ensinado todas as boas maneiras de que uma dama necessita dispor para ser considerada um exemplo invejável para muitas mulheres. Agora ambas sabemos que ela estava completamente equivocada, de fato ainda tenho muito que aprender. Lucille, a irmã do barão, desfruta de sua refeição com pompa e classe e não parece fazer esforço algum, ao contrário de minha pessoa que sofre apenas para encontrar o talher apropriado a fim de cortar adequadamente o peixe. Não vejo necessidade em utilizar milhares de artefatos que realizam praticamente a mesma função. Mas não sou rica, e nem nunca fui, creio que isso não passa de uma mania um tanto quanto esnobe da alta classe aquisitiva. Tento não ficar com raiva, muito embora esteja a beira da desistência, não sou uma pessoa habitualmente paciente e não estou em um bom dia, portanto essa situação mexe com minha sanidade de um jeito bizarro. O silêncio que paira entre nós é digno de um funeral, sou capaz até mesmo de ouvir o som de minha própria respiração, e preciso confessar que se comparada a de Lucille a minha mais se assemelha a uma baforada deselegante. Meus olhos vagam pela mesa de jantar como dois espirais alucinados, não sei bem o que procuro, ainda assim não pareço encontrar algo que capture de fato a minha atenção. Estou cansada de reparar minhas próprias falhas, e o olhar maldoso que mamãe ousa lançar em minha direção de cinco em cinco minutos faz com que eu me sinta extremamente desconfortável. O barão é calmo como a brisa da manhã e não parece incomodado com o fato de ter que se sentar em meio a tantos olhos investigativos. Minha irmã praticamente devora-o com o olhar, as mãos agarrando avidamente o garfo, ela não parece se importar com a estranheza evidente do ato. Meu pai parece tentar compreendê-lo, pois volta e meia faz-lhe perguntas sobre sua vida na Inglaterra ou sobre os negócios que administra. Por mais incomum que pareça mamãe não parece interessada no barão, ela tem seus sentidos totalmente voltados para a mulher galante posicionada ao meu lado. Lucille esbanja sofisticação em qualquer coisa que faça, em qualquer palavra que enuncie, embora ela não fale muito. Talvez não queira gastar sua preciosa saliva com plebeus inúteis como nós, de qualquer forma eu não a culpo, também não gostaria de estar aqui neste exato momento. Internamente estou apenas rezando com ávida fé para que tudo acabe e que eu possa por fim me refugiar em meu quarto escuro, onde ninguém há de me julgar ou sequer calcular e medir todos os movimentos que ameaço fazer. 

“O senhor é dono de terras em Cumberland ouvi dizer. Se me permite indagar, que tipo de negócio seria possível administrar em terras tão inférteis?”. Papai ergue sua voz falha colocando um fim aos longos minutos de silêncio arrebatador. Ainda que sua pergunta seja um pouco indelicada e que eu possa interceptar um olhar mal intencionado que mamãe lhe lança é melhor do que permanecer neste eterno martírio. 

“É exatamente neste quesito que estamos trabalhando, senhor Ashcott. As terras são inférteis, pois lhes faltam um mineral denominado calcário. É difícil de ser obtido em quantidades ideais, portanto estamos desenvolvendo-o naturalmente. Supõe-se que levarão ainda alguns anos para se obter o resultado perfeito, mas estamos nos esforçando para isso. Tão logo seremos grandes distribuidores de calcário e isto honrará meu falecido pai que desde sempre desejou reverter a pobreza de nosso solo infame”. O barão sorri nostálgico, levando a mão esquerda ao rosto para capturar uma gota de suor que faz menção de escorrer em breve manchando sua pele alva. Faz extremo calor aqui dentro e muito embora provavelmente esteja desconfortável ele é cordial e certamente gentil o suficiente para não se permitir demonstrar de maneira óbvia. 

“Oh, de fato soa como um projeto rentável e bastante promissor. Agora que Jane estará ao seu lado tenho plena certeza de que as coisas hão de melhorar. Minha filha traz sorte e bonança para nossa família, é uma garota de ouro”. Papai deu um longo gole em seu suco de laranja e sorriu com restos de comida em seus dentes. Por ser um homem simples ele nunca se importou com aparência, principalmente depois que adoeceu, ainda assim eu conseguia identificar o esforço que o pobre homem fazia em prol de que tudo corresse bem naquela noite. O barão pareceu notar o deslize de papai, mas novamente foi gentil o suficiente e forçou um sorriso que a meu ver soou convincente. 

“Posso imaginar, senhor. Ela é de fato uma garota encantadora, muito embora não tenha tido a chance de conhecê-la plenamente em seu interior obviamente pela noção relativamente escassa de tempo que passamos juntos até então. Mas espero ansiosamente por fazê-lo, e se Jane permitir eu o farei com todo o prazer do mundo pelo resto de nossas vidas”. O Barão Hiddleston meneou sua cabeça em minha direção, suas intensas íris verde-azuladas fixando-se em minha silhueta miúda e encolhida na gasta cadeira de mármore já bastante esfolado. A intensidade dos sentimentos perturbadores que pairavam entre nós fazendo-me estremecer. Não era justo que o odiasse, ele tinha planos de me oferecer o melhor si mesmo que para mim não fosse o suficiente. Apenas por um segundo consegui fechar os olhos e me imaginar feliz ao seu lado, mas este pequeno devaneio abstrato extinguiu-se quando me dei conta do quão absurdamente estúpida estava sendo. Eu não poderia me dar ao luxo de me iludir com fatos incertos. Ele poderia estar fingindo e eu jamais saberia, afinal de contas como ele próprio fez questão de esclarecer nós mal nos conhecemos. 

“Não foi exatamente isso o que disse para aquela garota de Illinois, Thomas?”. A voz de Lucille se fez presente pela primeira vez em questão de minutos. Imediatamente todos os olhos se voltaram para ela como se fosse a musa de algum espetáculo glamouroso. Embora estivesse sendo cordial era palpável o tom de acidez e ironia que se impregnava em sua curta frase. Sua expressão também não mentia, ela não fazia exatamente questão de esconder certo tipo de aversão à tudo aquilo. Um tanto quanto envergonhados ou surpresos eu arriscaria dizer meus pais se entreolharam tirando suas próprias conclusões silenciosas a respeito da cena. Sally encontrou meus olhos castanhos de relance e com demasiado esforço observei-a prendendo o riso. Minha irmã sempre levou as coisas de maneira descontraída, prova viva disso é que não parecia nem um pouco abalada com a revelação. Já eu tentava entender o que isso deveria de fato significar. 

“Ah, Lucille. Pare de falar asneiras. Dê-me aqui sua taça, acho que já chega de vinho por hoje, está começando a afetar sua mente. Perdoem-me, minha irmã não sabe quando por fim à seu vício desenfreado, então desata a falar as coisas mais absurdas existentes no planeta. Novamente peço perdão por nós dois, não sei onde estava com a cabeça para trazê-la junto sabendo que mal sabe se comportar”. O rosto do barão quase perdera o restante da cor. Se antes já se mostrava pálido como a neve, agora eu arriscaria dizer que nem sangue corria por seus vasos capilares. Lucille não se abalou, simplesmente deu de ombros como se tudo aquilo a divertisse. Um bizarro meio de diversão em minha opinião mais sincera. Sem saber como reagir mamãe apenas propulsionou para fora de seu corpo uma risada um tanto quanto mecânica que ribombou pela sala agora inquieta. Papai engoliu a contragosto mais um pedaço de seu assado, e eu desviei o olhar para meus próprios pés evitando encarar a situação desconfortavelmente fraternal que se desencadeava logo a minha frente. 

“Do que tem medo irmão? Por que não diz a ela de uma vez por todas? Diga a ela que seus relacionamentos não tem futuro, que nenhuma de suas mulheres foram capazes de suportá-lo. Diga que partiram logo após os primeiros dias, diga que detestam seu ofício e o cheiro de barro lodoso que se impregna em suas roupas. Roupas cuja as quais eu lavo todos os dias desde que éramos crianças! Diga e ela que mora em um fim de mundo e que seu negócio é um fracasso! Diga que só tem a mim nessa vida e que já perdeu suas esperanças! Conte a ela a verdade sobre tudo, ela merece saber se vai mesmo casar-se com você. Conte que você me ama e…”. Lucille não pôde terminar sua frase, logo em seguida o Barão Hiddleston lhe atingira um bem dado tapa na face. O estalo fez com que Sally soltasse um gritinho afeminado e papai estremecesse em sua cadeira de rodas. Mamãe permitiu que o copo escorregasse de sua mão e o mesmo se chocou contra a superfície de madeira sólida estilhaçando-se em milhões de cacos. O estardalhaço chamou a atenção do barão que ergueu-se com brutalidade da cadeira, agarrando com demasiada rudeza o braço da irmã e a arrastando-a consigo. Lucille não protestou, pelo contrário, ela nada disse, apenas acompanhou o irmão com sua boca fechada até demais em comparação à alguns segundos atrás. 

“Sinto muito por isto, senhor e senhora Ashcott. Perdoem-me, mas preciso ir agora. Agradeço verdadeiramente pelo jantar maravilhoso”. Sem mais muita cerimônia o barão deixou nossos aposentos extremamente apressado com Lucille a tiracolo batendo a porta logo atrás de si com muita força o que provocou um estrondo quase ensurdecedor. Nenhum de nós ousou comentar algo. Papai soprou a chama que fornecia luz ao lampião estrategicamente posicionado acima da mesa, mamãe começou a retirar os pratos, Sally se aprontou para começar a ajudá-la antes que sofresse as consequências de sua amargura. Eu apenas permaneci encarando a porta em completo estado de choque, as mãos bambas ao lado do corpo, as pernas moles feito gelatina, a expressão congelada como de um fantasma. 

[…]

Já em meu quarto as lágrimas não queriam fluir, portanto restava-me apenas aquela dor excruciante dentro do peito, tirando-me o fôlego, roubando-me o sono. A cena do jantar repetia-se em meus pensamentos conturbados inúmeras vezes, o temperamento repentinamente explosivo do barão, a expressão sombria e os sorrisos tenebrosos de Lucille. O que seria de mim ao me casar com aquele homem? Estaria eu correndo algum tipo de risco iminente? De qualquer forma era tarde demais, meus pais já haviam dado sinais claros mesmo após o fiasco desta noite de que não voltariam atrás de sua decisão, portanto eu continuava sem escolha alguma e atada a um destino absurdamente cruel. Ainda assim o que mais surpreendia era meu orgulho. Mesmo sozinha eu não me permitia derramar sequer uma lágrima que fosse, meu peito inflamado de dor, minhas mãos retorcidas no lençol, as pernas estiradas pelo colchão, a cabeça jogada displicentemente no travesseiro eram a combinação perfeita para que eu pudesse relaxar e deixar fluir tudo aquilo que agora vivia aprisionado em meu coração. Porém eu não parecia ser capaz por algum motivo que desconhecia, eu estava prestes a descobrir um lado muito mais forte de mim que jamais estivera presente antes. Sempre fui uma garota chorona, extremamente sensível e demasiadamente fácil de ser magoada pelas pessoas, mas algo dentro de mim mudara e agora o choro não me soava mais como consolo. Cansada de fitar o teto durante horas ergui-me da cama a fim de buscar um copo de água, o que me impediu de prosseguir foi um barulho já familiar. Um leve farfalhar de folhas na janela e em seguida um tilintar do vidro. Uma pedra. Meu cérebro podia estar dormente, mas meu coração conhecia tão bem aquele som, tanto que murchou dentro de meu peito, causando-me uma pontada aguda de dor. Mórbida caminhei até a janela e afastei a cortina de renda barata revelando a imagem de meu amado Kilorn aguardando-me conceder-lhe permissão para adentrar o quarto. As lágrimas que antes não queriam vir acumularam-se imediatamente na base de meus olhos, formando uma poça grande e espessa que a qualquer momento ameaçava se esvaziar. Um nó formou-se em minha garganta e lutei contra o ímpeto de desatar a chorar ali mesmo. Posicionei a mão sobre a tranca da janela pronta para abrir-lhe caminho, porém contive-me assim que me dei conta do que aquilo significava. Eu não podia dar-lhe esperanças, pior ainda, não podia dar-me esperanças. Porém mesmo sabendo a importância implicada naquele ato não fui capaz de conter minhas ágeis mãos que insistiram em me trair da maneira mais sorrateira. Kilorn deslizou para dentro do cômodo e antes que eu pudesse me manifestar uniu nossos lábios com desespero e ardor palpáveis. Suas rudes e feridas mãos de lenhador moldaram-se à minha cintura como já era de hábito, e ele posicionou-me logo acima de de seus pés para que eu pudesse ganhar alguns centímetros. Seus longos cabelos acastanhados formaram uma larga cortina entre nossos rostos e fizeram cócegas em meu nariz arrebitado. Embora minha mente mandasse alertas o tempo todo meu coração berrava mais alto, e por este motivo eu não era capaz de afastá-lo. O beijo durou até que perdêssemos o fôlego e começássemos a emitir sons ofegantes que certamente poderiam acordar alguém. 

“Vá embora, Kilorn! Eu não o quero aqui!”. Sussurrei sentindo as lágrimas derramando-se sem o meu consentimento. Um soluço urgente escapou por entre meus lábios pálidos e meu amado posicionou seu polegar esquerdo capturando a água que escorria por minhas bochechas. 

“Mentirosa. Eu vi em seus olhos que não estava falando a verdade, Jane. Você me ama. E eu a amo mais do que tudo. Eu fiquei sabendo hoje, no bar do Wally. Fui até lá afogar minha mágoa em cerveja quando ouvi Lady Margareth comentar com sua criada Insley que você foi prometida em casamento ao Barão Hiddleston. Mal pude me conter, sai em um rompante, disparei até sua casa imediatamente. Sua mãe me deteve na porta, proferiu os mesmos insultos de sempre, desgovernado eu ameacei arrombar, mas não quis causar mais baderna, as pessoas já estavam olhando desconfiadas. Bando de abutres. Não sabe como foi difícil esperar até a noite para vê-la, Jane. As coisas que me disse no riacho de Caldon deixaram-me a deriva, completamente sem chão. Eu não conseguia acreditar. Você não seria capaz, não! A minha doce Jane jamais me diria palavras tão cruéis. E de fato não foi sua intenção, você foi obrigada a fazê-lo. Oh, Jane!”. Kilorn abrigou meu rosto em seu peito sólido e calejado pelo ofício. Suas mãos afagaram meus longos cabelos dourados e eu me senti segura, completamente segura. Minhas pernas fraquejaram e desabei ao chão, afundando-me em um mar do choro e amargura. Meu amado se posicionou ao meu lado sentando-se no chão esburacado, novamente puxou-me para si e seus lábios capturaram os meus mais uma vez, abafando meus soluços. 

“Perdão. Perdão, Kilorn”. Murmurei com a voz embargada. Não sabia bem pelo que pedia perdão. Se por ser obrigada a deixá-lo ou por tê-lo ofendido de tantas maneiras distintas. Porém não estava em plenas condições de raciocinar, tudo o que queria era permanecer daquele jeito até que o mundo acabasse, rompendo-se em infinitas camadas. Eu só ansiava por me aninhar para sempre em seus braços, sentir seu cheiro amadeirado e inebriante, embarcando em um sonho efêmero de felicidade. 

“Ei, está tudo bem. Eu não tenho raiva de você, Jane. Jamais poderia odiá-la e sabes disso melhor do que eu mesmo. Não chore, estou aqui, nunca irei deixá-la. Vou pensar em algo, vou usar todos os meus recursos para impedir que tal tragédia dilacere nosso amor. O barão não irá triunfar e nem muito menos os anseios gananciosos de sua família. Somos mais fortes do que isso, Jane”. Kilorn depositou um beijo demorado sobre minha têmpora e me permiti fechar os olhos sentindo em todas as minhas células a intensidade de seu toque e a necessidade extrema que aquilo provocava em mim.

 Com delicadeza o humilde lenhador deitou-me no chão, minhas costas tocando a madeira já gasta. Suas mãos passearam por minha camisola que ele gentilmente retirou, tomando cuidado para que não se enroscasse em meus cabelos rebeldes. Kilorn posicionou-se logo acima de mim, distribuindo uma trilha de beijos por meu pescoço exposto, arrancando de meus lábios um protesto manhoso. Seus lábios experientes levando-me a loucura, privando-me da sanidade mental. Apressado o jovem rapaz fez certo esforço para livrar-se das calças apertadas, eis que minhas ágeis mãos lhe auxiliariam com o trabalho, puxando-lhe a peça, liberando seu ardor. Completamente tomado pelo êxtase ele se enterrou dentro de mim, com seus movimentos suaves e entorpecentes. Nossos corpos movendo-se em sincronia, os quadris se chocando em um ritmo já estabelecido. Cada parte fundindo-se, tornando-se um só pedaço de carne mais uma vez. Suas mãos envolvendo as minhas mãos conforme meus gemidos escapavam descontrolados. Fazendo um amor proibido, ainda assim apaixonado pela última vez até atingirmos o ápice em conjunto. Kilorn tombando ao meu lado, envolvendo-me em seu aperto, meus olhos se fechando e eu tentando apenas não pensar no amanhã. 

[…]

“Você precisa ir”. Apresso Kilorn enquanto ele veste suas calças novamente sem tirar os olhos de meu corpo desnudo. A camisola da noite anterior atirada em um canto qualquer, completamente irreconhecível. Ele sorri para mim e eu tento não pensar nas consequências do ato somente na beleza por trás do gesto. Sei que foi um erro tremendo, mas não vi jeito de evitar. Também sei que não escaparei do barão com facilidade, porém agora tenho esperanças de que as coisas possam tomar outro rumo. Kilorn irá lutar por mim, ele não desistirá, e talvez no fim possamos ficar juntos para sempre como eu sempre sonhei. Uma centelha de esperança brilha no fundo de minha alma e é por este motivo que me permito sorrir de volta, para meu amado. 

“Voltarei esta noite”. Ele toma meus lábios com avidez e em seguida salta pela janela, atingindo o solo com um baque surdo. Quando ouço o farfalhar das folhas sei que já está longe o suficiente para que eu possa me permitir um suspiro aliviado. Trato logo de me vestir, pois tão logo o sol há de raiar. Posso ouvir o ronco pneumático de meu pai proveniente do quarto ao lado, e a respiração sonora e pesada de mamãe. E com apenas esta música de fundo preparo-me para mais um árduo dia de minha existência. 

[…]

 Mamãe invade meu quarto as seis horas em ponto. Ela traz consigo malas enormes que seriam o suficiente para carregar todo o conteúdo de meu guarda-roupa. Sally a acompanha ainda com seu café preto em mãos, sonolenta e bocejante. A cadeira de rodas de papai estaciona logo em frente a porta de meu quarto, ele carrega uma expressão um tanto quanto abatida, eu arriscaria dizer abalada quase como se fosse uma despedida. Mamãe abre as portas de meu armário e começa a despejar minhas roupas já dobradas dentro da mala com a ajuda de Sally que apanha meus pertences no banheiro. De início estou surpresa e chocada até demais para compreender a situação, porém o estado de confusão mental não dura muito mais tempo. Logo tudo faz sentido e sou acometida pela pior sensação de traição. 

Esperançosa lanço a papai um olhar afetivo, esperando que ele me diga o contrário, mas ele não o faz. 

“O barão esteve aqui esta manhã. Vocês partirão para Cumberland ao meio dia para se casar ainda hoje”. Anuncia solene. 

Novamente perco o ar. 


Notas Finais


Então? Espero que tenham gostado :) Se você leu até aqui muito obrigada <3 Beijocas e até o próximo capítulo!


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