História Hime - Entre o mar e as trevas

Sakura on

Abri meus olhos e como de costume, não vi nada além de uma brecha de luz entrando no quarto. Ainda me sentia dopada, Sasori provavelmente estava me drogando, sentei-me à cama e fechei os olhos, por mais que não via nada, sentia tudo girar, meu corpo estava leve até mais, meu estômago estava vazio e roncava de fome. Queria saber a quanto tempo estou nessa situação, servindo de alimento para esse ruivo idiota, além de outros problemas, minhas partes íntimas doem e eu sei o que isso significa, apesar de não estar sã na maior parte do tempo, sinto quando ele me toca e me machuca sem se preocupar e parecia que eu era estuprada todos os dias, mas não sei dizer ao certo, pois perdi noção do tempo e até mesmo de espaço.

Algumas horas se passaram e eu decidi que tinha que sair dali, o mundo estava prestes a acabar e eu estava presa numa cama servindo de alimento tanto pelo sangue quanto pelo sexo, isso é ridículo, não ganhei tanto poder, não controlei os animais do mar para estar nesse estado, isso tem que acabar e vai ser agora!

Autora on

Sakura meditou por alguns minutos até ter noção de espaço e conseguir imaginar onde cada móvel, porta ou janela coberta estavam posicionadas naquele quarto, respirou fundo e juntou o restante de suas energias para tentar transformar-se pela metade, não conseguiria fazer fora do mar, mas ao menos deixaria sua pele mais escamosa e conseguiria se livrar das correntes. Seu plano deu certo de início, sorri e começou a apalpar tudo a sua volta até pisar no chão, caminhou escorada à parede até encostar-se ao que supostamente seria um criado mudo, passou a mão por ele até se queimar levemente com um tipo de incenso, resmungou e então sua ficha caiu, o cheiro adocicado e viciante que sentia muitas vezes era aquele incenso, que deveria ser algum tipo de droga, ele imitia uma pequena e fraca luz, por estar aceso, Sakura o apagou e suspirou “Estava sendo dopada por uma porcaria de incenso”

Sakura on

Após apagar o incenso tentei caminhar um pouco sem me escorar, acabei caindo no chão bruscamente, fiquei ali por alguns minutos sem conseguir ter forças para me erguer, rastejei até alcançar onde eu imaginei ter uma porta, meus instintos estavam indo bem, aceitei a localização das coisas. Segurei na maçaneta e me ergui, a porta não estava trancada pelo jeito pensaram que eu nunca iria me livrar das correntes, quando a abri uma fonte de luz invadiu meus olhos quase me cegando, durei a abrir os olhos novamente, a minha frente havia uma escadaria que dava volta a uma pilastra, eu provavelmente estaria em uma torre, fui até a janela que iluminava o local e olhei para fora.

- E-Estou no meio do nada, ao menos tem um mar logo ali, posso escapar...

O mar cercava o lugar em que eu estava e isso facilitaria para fugir. Está claro, o sol acabou de nascer, então os vampiros devem estar dormindo, ótima hora pra me mandar dessa merda. Mas vou me manter cautelosa, aliás, eles não são tão burros assim. Desci as escadas o mais rápido que meu corpo permitia e senti meu coração acelerar quando passava em lugares mais escuros, com medo de que alguém me atacasse, cheguei a um grande salão cheio de portas, o verde fora deixava o lugar lindo, como que esses monstros conseguem se esconder aqui? É muito iluminado para um esconderijo de vampiros, mas tanto faz, o que importar é que se eu chegar ao mar, estarei salva! Corri e quando estava na metade do caminho lembrei-me de meu cajado. Um flashback rápido veio em minha memória e me lembrei de que Sasori havia entregado meu cajado para outro vampiro. O que eu faço agora? Eu tinha duas opções, ou corria e me jogava no mar para fugir e deixava a minha fonte de poder para trás, ou corria o risco de procurar o cajado e não conseguir sair daqui. Droga... Eu sinto a presença do cajado, mas não consigo localizá-lo. Dane-se o cajado, vou me mandar daqui!

- Oh, por que a pressa, Senhorita? Pretende sair sem se despedir ou até mesmo... Sem seu cajado? – A voz grossa fez meu corpo paralisar, não sei por que, mas estou com muito medo e mal consigo controlar minha respiração.

Virei-me lentamente para encará-lo, ele possuía traços que me lembravam a Sasuke e Itachi, aparentava ser um pouco mais alto que ambos e também mais velho, porém o rosto, olhos e cabelo eram semelhantes.

- Quem é você? – Me repreendi mentalmente pela voz trêmula. Merda! Ele girava meu cajado lentamente. – Como conseguiu transformar o cajado? Ele não deveria passar de um colar de pérolas na sua mão. S-Só eu tenho o poder de transformá-lo e...

- E usá-lo? – Ele movimentou o cajado e pude ver quando uma determinada quantia da água do mar invadiu o salão e começou a rodea-lo sem tocar no mesmo, ele estava controlando a água com meu cajado.

- Você sugou meu poder? Como consegue controlar?

O céu começou a ficar escuro, nuvens cobriam a luz solar e os trovões anunciavam uma forte tempestade a caminho, as águas do mar agitadas se chocavam contra o monumento de pedra cujo qual estávamos emitindo alto barulho. Ele começou a caminhar em minha direção, não vou ficar aqui esperando o que vai acontecer, com ou sem aquele cajado, vou sair daqui!

Virei-me e corri, quando pisei para fora meu corpo ficou leve e fui erguida no ar e em seguida jogada no chão com brutalidade, o impacto forte fez um pequeno estrago, protegi meu rosto com os braços e, se eu fosse uma humana qualquer, estaria totalmente quebrada. Me virei e deitei de costa, senti a chuva cair sobre meu corpo enquanto sangue escorria pelo canto de minha boca. Não tenho força alguma para sair daqui. Senti a presença de outras pessoas a minha volta.

- Chefe... D-Desculpe-nos por ela ter escapado, e-ela estava presa à cama, não sei como escapou.

- Vocês são uns inúteis. Mesmo Sasori dopando e controlando ela, esvaziando suas veias ela ainda consegue fugir, admiro-a por ser forte, mas nem se usasse todo seu poder de guardiã conseguiria ir muito longe nesse estado, muito menos sem seu cajado.

- Vocês são imundos... – Disse e tossi em seguida – Me enfraquecem para me manter sob seus domínios, sempre andando em bando, parecem uma alcateia de lobos fracos e inúteis, que não fazem nada sozinho... Patéticos... – Tossi novamente e esforcei-me até me sentar no chão. – N-Não vão me vencer tão facilmente... Sou guardiã desses mares e de todo o meu povo. – Ergui minha mão e o cajado veio a mim, assim que o segurei senti parte de meus poderes e forças renovados, não era o meu 100% mas serviria para algo, apoiei o no chão e com ajuda desde me pus em pé. Meu cajado brilhou e boa quantidade de água invadiu o locar e empurrou vários vampiros engolindo-os em seguida e levando-os ao mar. Só que como qualquer coisa ruim, eles se multiplicam e vem do inferno, só pode! Tcs!

Ao poucos e com ajudas das marés consegui derrubar alguns deles, mas eu tava esgotada. Eu tinha que acabar logo com o desgraçado à minha frente, que até agora só assistia como se estivesse vendo um programa de domingo na TV. Girei meu cajado e quando fui mirar para atacá-lo, ele estava a minha frente, segurando meus braços, meu cajado transformou-se em um colar de pérolas novamente sem meus comandos. Ele olhou para o colar e depois para mim com um sorriso vitorioso nos lábios, os olhos vermelhos me intrigavam e me confundiam, se ele era um vampiro, por que possuía poderes como aqueles?

Senti uma forte pontada em minha espinha e em todo meu corpo, sendo mais forte na minha coluna e nas pernas, não segurei gritos e gemidos de dor, caindo no chão e me debatendo.

- Ah, faz isso parar... – Disse me debatendo ainda mais, aos poucos senti meu corpo mudar, estava me transformando em sereia, mas eu estava longe do mar, isso seria impossível, ou era o que eu pensava.

Depois de 6 dolorosos minutos meu corpo estava totalmente transformado e eu comecei a sofrer as consequência de uma transformação fora do mar.

- Você está há tanto tempo sem mergulhar em águas salgadas, não é, minha cara?

Comecei a ficar sem fôlego, não conseguia respirar oxigênio direito, me senti pela primeira vez como um peixe fora d’água e agora sei como é a sensação de estar morrendo sem ar. Coloquei minhas mãos em meu pescoço enquanto tentava puxar o ar pelas narinas. Senti o desespero tomar conta de mim e as lágrimas desciam.

- A propósito, me chamo Madara.

Ele disse se agachando ao meu lado e passando o braço pela minha costa, em seguida passou seu outro braço embaixo de minhas pernas e me ergueu.

- Madara? Mas que merda houve aqui? – Reconheci a voz, era Sasori. Madara virou-se e encarou o mesmo com cara de poucos amigos. Segundos depois segurei em sua camiseta com força e encostei minha cabeça em seu peito. Porque caralhos eu fiz isso? Nem eu mesma sei, mas estava confortável, parecia um bom jeito de morrer: inalando o perfume dele. Eu realmente devo estar muito drogada e exausta, ele é meu inimigo e eu estou me acomodando em seus braços, mas que belíssima merda hein Sakura?! Chegou ao fundo do poço, só que esse poço não tem água!

- Por que ela está fora do quarto? – Perguntou Sasori, sua voz demonstrava o quão furioso ele estava.

- Eu abri a porta, sabia que ela conseguiria fugir, dei apenas um ajudinha.

- Por que fez isso? Ela podia ter fugido, é uma guardiã, não uma humana qualquer.

- Eu sei muito bem as origens dessa garota.

Autora on

A falta de ar já afetava todo o corpo de Sakura, perdia sua consciência pouco a pouco enquanto Sasori e Madara discutiam.

- Sasori, você quer um prêmio por torturá-la? Além de dopá-la ainda a estuprou e quer realmente discutir comigo? Trouxe-a para nosso esconderijo sem me comunicar apenas para aproveitar-se dela. Isso é muito ridículo da sua parte. Quando meu sobrinho vier furioso atrás de nós, não levantarei um dedo para defender a sua miserável vida. Agora, se me der licença, tenho um peixe para salvar.

Sakura apertou um pouco mais a camiseta preta do Uchihia e foi soltando aos poucos, sua mão caiu sobre seu colo e seus olhos vão fechando aos poucos.

Madara apressou-se a sair dali, corvos surgiram e os cercaram até que só sobraram as penas.

O lugar cujo qual haviam se transportados era semelhante a um grande salão, o Uchiha caminhou de vagar, subiu algumas escadas e jogou a rosada dentro da água. Sakura sentiu-se melhor ao entrar na água, como um humano que esta prestes a morrer afogado e volta à superfície. Nadou um pouco em círculos até deitar-se no fundo sob uma pedra. Ainda perdida olhou em volta enxergando muito pouco do que havia a seu redor. Acabou adormecendo, pois estava extremamente cansada.

Horas depois a luz incomodou a rosada que abriu os olhos, despertando-se de um pesado sono, olhou em volta novamente até que olhou para cima e viu uma luz artificial.

- Que lugar é esse? – Perguntou a si mesma nadando um pouco mais enquanto encarava a luz acima dela, parou ao bater-se bruscamente em um vidro. – Quê? – Seu coração acelerou e ela começou a nadar rapidamente para todo o quanto, chocando-se sempre contra um tipo de barreira de vidro, até que se deu conta que estava em um aquário.

- Um aquário? – Ficou paralisada por alguns segundos até que nadou para cima, encontrou Madara sentado na beira do grande aquário. – Desgraçado, o que pensa que está fazendo? Tira-me dessa droga de aquário! Você estará condenando todo o meu povo se me expor!

Madara segurou o queixo da rosada forçando-a a olhá-lo nos olhos.

- Isso é apenas uma brincadeirinha, princesa. Se for esperta, conseguirá contornar essa situação, eu estou apenas me divertindo, seja uma boa garota se quiser sair daí. Ah, daqui dez minutos o parque abre, muitas crianças e fotógrafos irão ver você e os outros animais.

- Quais peixes têm nesse aquário?

- Tubarões são a atração principal desse aquário, mas relaxa, tem muitos maiores nesse parque. Mas sei que não será problema, aliás, você é a princesa dos mares, não é mesmo? Ah e você é a atração principal de hoje. Tenha um bom dia Haruno.