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História Hino ao Amor - Uma foto


Escrita por: makkachin

Capítulo 26 - Uma foto


Assim que Yuuri saiu pelo gelo a patinar ele sabia que tinha tudo pronto para executar seu programa com perfeição, e foi isso que ele fez. Desde seu salto quádruplo até o final, ele conseguiu fazer exatamente tudo que tinha feito nos treinos. Inclusive Yuuri sentiu que trouxe para fora a força que precisava para tornar seu programa atraente aos olhos dos juízes e do público.

Ele recebeu uma grande ovação da torcida, e saiu do gelo bastante feliz. Ele sabia como era difícil assistir a um competidor conseguir executar todos os seus saltos em competição e finalizar um programa sem grandes problemas, e Yuuri estava mais do que realizado que ele tinha sido aquele a fazer tudo que sabia.

Yuuko recebeu-o com um abraço forte ao lado do rinque, e eles caminharam até o kiss and cry enquanto as meninas das flores traziam os presentes de Yuuri. Ontem ele não tinha ganho nada dos fãs, mas hoje já podia ver algumas flores e dois pequenos ursinhos, que elas vieram trazer para ele. Yuuri não conseguia nem acreditar que ele tinha presentes em mãos.

“Obrigado, meninas,” ele falou. As duas sorriram, envergonhadas, e foram para o lado.

Yuuko deu dois tapinhas na perna dele.

“Seu programa foi ótimo, Yuuri. Acho que todos os seus saltos vão sair com grau de execução positivo, sem falar nos elementos que saíram com nível máximo. Acho que você vai ganhar uma boa nota,” falou Yuuko, confiante no trabalho dos dois.

Era bom ele conseguir competir e fazer todo mundo feliz, não só ele e Yuuko, mas Victor, todos os fãs e a sua família em casa. Já fazia tanto tempo desde aquele Grand Prix em que ele destruiu todas as suas chances no pódio que competir assim tão bem fazia ele quase flutuar.

“A pontuação de Katsuki Yuuri é 172.23, e ele assume a liderança no programa livre pelo momento,” o anúncio veio pelo alto-falante da arena, e Yuuri assentiu para sua pontuação. Ele não iria dizer que esperava muito mais, afinal de contas ele sabia de suas limitações, só que ele competiu o máximo que podia.

Yuuri fez uma pequena reverência para as câmeras e então se levantou para ir esperar pelo resto dos competidores. Kenjirou, Georgi e Otabek ainda iriam patinar, e Yuuri precisava que pelo menos um deles ficasse atrás da pontuação de Yuuri para ele poder subir ao pódio e começar o seu caminho até a final do Grand Prix.

Como ele já tinha competido, agora não tinha muito mais o que ele fazer a não ser ir para a sala de espera e assistir aos outros. Yuuko estava ao seu lado acompanhando através das TVs nas paredes a competição, e junto com eles estavam outros técnicos e patinadores que já tinham passado pelo gelo.

Alguns cumprimentaram Yuuri, inclusive seu antigo técnico, Celestino, que tinha vindo junto com algumas patinadores da Tailândia e da Malásia.

“Phichit queria ter vindo para assistir você, mas eu mandei ele continuar seus treinos,” disse Celestino.

“Ah, eu vou conversar com ele mais tarde, quando puder sair aqui da arena.”

Celestino sorriu para ele antes de ir procurar suas patinadoras. Ele não comentou nada sobre o passado dos dois, mas também, já era tanto tempo passado disso que não tinha nem mais o que comentar.

O primeiro que competiu daqueles três que poderia vencer Yuuri foi Kenjirou, que era o patinador de mais nome entre os japoneses. Yuuri ficou genuinamente nervoso por ele enquanto competia, e não porque ele queria que Kenjirou fosse mal para Yuuri poder chegar ao pódio, pelo contrário, o garoto era o presente do esporte no Japão por ainda alguns anos, e ele teria que dar o seu máximo pelo esporte. E pelo jeito como ele se saiu no gelo, ele deu o seu melhor.

Até os patinadores na sala de espera aplaudiram o esforço de Kenjirou, que tirou acima de duzentos pontos por sua apresentação, lançando ele acima dos trezentos pontos no total, e levantando o público da arena. Ele certamente já tinha seu ouro garantido, porque nenhum dos dois que restava competir conseguiria pontos o bastante para superar ele.

O próximo a vir era Otabek que não tinha se dado bem no programa curto, ficando apenas no sexto lugar. Porém, assim que ele entrou no gelo, Yuuri sabia que veria um programa muito difícil, como era o costume com Otabek, que tinha quatro quádruplos em seu programa. Todos ali na sala de espera já estavam se preparando para o show.

E sim, um show foi exatamente o que eles viram no gelo. A cada novo salto Yuuri sentia o seu próprio corpo se lançando pelo ar, porque Otabek era incrível. Seria impossível ultrapassar ele se Otabek tivesse uma competição perfeita, porém aquilo raramente acontecia. Nesse caso, o seu programa livre foi incrível. Todos os saltos foram executados com perfeição, e o grau de execução foi sempre alto, aumentando ainda mais a pontuação de Otabek.

Talvez o seu ponto fraco fosse os componentes, pois ainda que ele tivesse velocidade, Otabek era um patinador sem tanta expressão em seu rosto, sem tanta facilidade de se conectar ao público, mas claro, patinando daquela forma era fácil de conseguir impressionar os juízes.

E impressionar foi o que ele fez, porque Otabek conseguiu se colocar no ranking três pontos acima de Yuuri, que aplaudiu seu adversário, mas sentiu seu coração ficando um pouco apertado no peito. Conseguir o bronze era importante para ele poder se colocar em um bom lugar para a classificação a final do Grand Prix, e não que Yuuri fosse desejar o mal para alguém, especialmente se fosse um dos atletas que Victor tinha alguma influência nos treinos, só que se Georgi fosse bem, e passasse Yuuri, a situação dele para conseguir a classificação ficaria complicada.

Ainda bem que Georgi sofreu também. E Yuuri não ficou feliz, claro, mas ele ficou mais aliviado ao ver que Georgi iria terminar no quarto lugar, logo atrás de Yuuri, deixando ele em terceiro. E Yuuri estava tão concentrado ao fazer as contas para ver como ele iria conseguir sua classificação para a final que ele nem se tocou que havia ganho uma medalha, foi apenas quando Yuuko começou a abraçar ele e gritar no ouvido que Yuuri se lembrou que iria para o pódio.

“Eu estou no pódio,” ele disse para si mesmo. E foi aí que Yuuri sentiu seu coração se apertar, e algumas lágrimas caíram.

 

~*~

 

Foi um tanto amargo para Victor ver um de seus patinadores, e um amigo, falhar e cair para fora do pódio. Afinal de contas ele estava ali para ajudar aos atletas russos conseguirem os melhores resultados na competição, então sempre acabava um pouco ruim quando um deles não chegava ao seu melhor. Ele teve que ir conversar com Georgi e o técnico dele enquanto eles se organizavam para a continuação da competição, mas na verdade Victor queria sair pulando de alegria.

Ele se controlou, claro, mas só de saber que Yuuri tinha acabado de ganhar uma medalha de bronze, depois de tantos anos longe das pistas, Victor já se sentia nas nuvens. Como se todo o trabalho que eles fizeram no verão tinha finalmente dado frutos. Óbvio que Victor não esperava menos dessa relação entre eles dois, pois ele sabia de todo o potencial de Yuuri, mas ter o seu trabalho recompensado era bom.

No meio da confusão toda entre as competições, Victor não teve como sair a procura de Yuuri, pois ele tinha que acompanhar mais atletas nas suas provas, e Yuuri teria a coletiva de imprensa dos vencedores, então Victor adoraria poder acompanhar seu homem respondendo perguntas, mas ele teria que esperar para ver aquilo depois.

Ainda bem que à noite eles poderiam ficar juntos na mesma cama outra vez. Pelo menos assim teria como fazer uma comemoração só pra eles dois - e Victor já tinha ideias.

 

~*~

 

“Então, Yuuri, agora que você está oficialmente de volta às competições internacionais, como foi estar em casa e ir tão bem?” Um dos repórteres pediu. Kenjirou e Otabek já tinham respondido às suas perguntas, então agora era a vez de Yuuri. Claro que ele tinha ficado nervoso antes mesmo de falar, mas ele respirou fundo e pensou com calma antes de responder. Se ele queria chegar até a final do Grand Prix, agora era a hora de se acostumar com os repórteres.

“O apoio da torcida foi especial para eu poder chegar aqui e dar o meu melhor. Confesso que não estava tão confiante nas minhas notas, mas o trabalho foi feito com qualidade, e eu cheguei aqui bem treinado.”

Quando ele terminou de falar o seu coração deu uma acalmada, contente de ter dado uma boa resposta.

“E como foi essa volta por cima, depois de tantos anos longe da competição?” Outro jornalista pediu.

“Eu nunca parei de competir, para dizer bem a verdade. Não consegui alcançar tanto sucesso depois da primeira vez em que participei da final, tantos anos atrás, mas eu sempre estive na ativa. Eu voltei ao Japão, procurei meus antigos técnicos e o rinque onde eu comecei a patinar, e a partir dali eu praticamente comecei do zero, porque eu queria reforçar a minha técnica de saltos. Eu comecei a treinar eles dos simples, até os triplos e quádruplos.”

Ele ficou esperando por um momento, torcendo para que ninguém mais pedisse nada, mas outra repórter levantou a mão e Yuuri olhou para ela. A moça era loura e bonita, e certamente não tinha cara de japonesa.

“Como foi trabalhar com Victor Nikiforov na montagem dos programas?”

Só da menção do nome de Victor, Yuuri ficou pensando nele por um segundo, mas logo lembrou que tinha que responder a pergunta.

“Foi uma surpresa grande ter ele para me auxiliar durante o verão. E ainda que tenha sido difícil me acostumar com o fato de que ele é um dos meus ídolos e estava ali do meu lado, eu tentei dar o meu melhor para conseguir trabalhar com Victor, que me ajudou muito nos dois programas.”

“E qual seu relacionamento com ele?” Pediu a moça.

Yuuri sentiu o tremor em sua perna, mas sorriu mesmo assim, envergonhado. “Nós somos amigos. Estamos conversando sempre, mesmo morando um longe do outro, e ele ainda me ajuda muito no que preciso melhorar.”

“E o que você tem a dizer dessa foto aqui,” disse ela ao levantar seu telefone para mostrar uma foto que fez metade dos repórteres ficar sem ar. Era uma foto de Yuuri e Victor se beijando nas portas do rinque em Hasetsu.

Yuuri não fazia ideia de como ela teve acesso àquela foto. Ele travou por um momento, e não fazia ideia alguma do que dizer. Ainda bem que Otabek estava do outro lado e abriu sua boca.

“Eu acho que é de pouco gosto perguntar sobre a vida pessoal dos patinadores quando eles não querem responder às perguntas. Aliás, acho que aqui nós só temos que falar da competição e nada mais.” Dizendo aquilo ele se levantou da sua cadeira e saiu, dando a abertura para Yuuri fazer o mesmo.

Logo que eles saíram foi possível ouvir uma pequena confusão de vozes na outra sala, mas Yuuri nem se ligou àquilo, ele só conseguia imaginar o que iria acontecer entre ele e Victor agora que aquela mulher tinha uma foto deles e todos os outros repórteres também.

“Ei, Yuuri?” Alguém chamou por ele. Era Otabek.

Os dois pararam no corredor e Yuuri conseguia apenas olhar para o chão. Seu coração disparou no peito, e até respirar parecia difícil.

“Yuuri, tudo bem?” Otabek pediu.

Ele apenas assentiu em resposta.

“Ela não tinha o direito de pedir sobre você e Victor, mas não se preocupe, ouviu? Eu e Yuri estamos do lado de vocês.”

Quando ele falou aquilo, Yuuri levantou seus olhos. “Sério?” Sua voz parecia pequena comparada a tudo que acontecia no momento.

“Claro. Nós somos amigos de Victor, e seus amigos também. Não tem porque você ter medo de nada, porque nós estamos aí para o que precisar, certo?” Yuuri assentiu outra vez para ele. “Agora eu acho que você poderia escapar e ir para o hotel, pois a cerimônia de premiação é só amanhã, então não tem porque você ficar aqui. Vá, descanse e espere por Victor ir te ver. Eu falo com ele antes de sair.”

Yuuri olhou com surpresa para Otabek, e o homem apenas colocou uma de suas mãos nos ombros de Yuuri e apertou, assegurando ele da forma como sabia. Ao mesmo tempo em que Yuuri não fazia ideia do que iria acontecer, pelo menos ele tinha a companhia de mais pessoas do lado dele.

Só que agora que o segredo deles dois iria deixar de ser um segredo, sem sombra de dúvidas, ele precisava se preparar para o que iria acontecer.

 

 



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