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História Hino ao Amor - Do Japão para o mundo


Escrita por: makkachin

Capítulo 39 - Do Japão para o mundo


Victor havia trabalhado o máximo que podia no último mês com seus atletas, mas principalmente com Georgi, que também tinha ganho uma ajuda para chegar a final do Grand Prix depois que Yuri e Otabek desistiram. E bem, aqueles foram momentos tensos em São Petersburgo, porque o Presidente da Federação Russa de Patinação voou para lá logo depois que soube da desistência deles, e as coisas não foram bonitas.

Em todos os lugares que foi, Victor tentou desviar do homem, porque ele realmente não queria estar na frente dele e receber ainda mais da sua ira, mas os gritos dele eram possíveis de se ouvir no ginásio inteiro. Yakov ficou ao lado de Vladimir por um dia, explicando os motivos da desistência, mas nada conseguia apaziguar o homem.

Pelo menos nada até que Yuri mesmo entrou na briga e gritou bem alto pra todo mundo ouvir.

“O momento em que você parar de ser um velhote boboca que só pensa em ganhar pisando em cima dos outros, quem sabe eu te escute mais. E nem faça essa cara porque você sabe muito bem que não existe outro patinador russo melhor do que eu, então se você quer continuar exibindo as medalhas que eu ganho, é muito bom você parar com isso agora.”

E, senhoras e senhores, foi aquele momento em que todos acharam que Yuri ia levar um grande de um chute na bunda, mas o Presidente percebeu o seu erro bem rápido e parou com todo o escândalo. Era a pura verdade aquilo que Yuri disse. Depois da aposentadoria de Victor, nenhum patinador russo chegava aos pés dele, e sim, Georgi era um patinador que treinava um monte, mas ainda assim, ele estava longe de chegar ao talento de Yuri.

O Presidente não demorou muito para ir embora, esbravejando por todos os lados, mas pelo menos ele não incomodou mais ninguém por ali. Contudo, Victor ficou sabendo de rumores sobre uma suposta discussão entre o Presidente da Federação Russa e o do Cazaquistão, por causa da desistência de Otabek, o que colocou uma certa tensão nas relações entre os dois.

Pelo menos nenhum escândalo com as notas aconteceu depois daquilo, especialmente porque foi anunciado pela Federação Internacional que a partir da final do Grand Prix novas medidas de segurança para garantir a veracidade das notas seriam tomadas, então tinha o comentário de que alguns árbitros estavam com medo do que isso poderia ser. Contudo, Victor duvidava muito de que alguma coisa pudesse mudar mesmo, afinal de contas quem mandava ali era o dinheiro, e nesse caso a Rússia ainda tinha muito.

Ele tinha que fazer a sua parte e ficar longe de Yuuri, porque agora que o seu homem- bom, em termos - estava pronto para a final do Grand Prix, Victor não queria fazer nada para tirar as chances que ele tinha em vencer, especialmente agora sem dois dos fortes candidatos. Victor procurou por todos os lados por informações de Yuuri, mas ele não falou para ninguém que estava pesquisando por ele. Vez ou outra ele se pegava olhando as fotos de Yuuri, ou relembrando as conversas dos dois, pensando nas coisas que eles tinham vivido juntos.

Talvez fosse bobagem da cabeça dele ficar pensando em Yuuri quando eles não podiam ficar juntos, mas Victor viva como podia. E nesse momento, o pouco de alegria que ele sentia era ao saber como que Yuuri estava.

Passeando pelas páginas de notícias de patinação, uma delas anunciava uma entrevista com Yuuri, algo que Victor não estava esperando, então ele clicou bem rápido para ler ela. Logo no alto da matéria Yuuri estava sorrindo para a câmera, e o coração de Victor deu um salto no peito. Porém, aquela não foi a única vez em que ele saltou, porque quando Victor leu o título o coração pulou ainda mais alto.

HINO AO AMOR: YUURI KATSUKI PATINANDO PARA A GLÓRIA

O que significava aquilo? Será que… Será que Yuuri tinha encontrado outra pessoa e já estava pensando em amor? Victor não podia nem acreditar, porque ele tinha acompanhado a vida de Yuuri, mas não ouviu comentário algum sobre ele namorando alguém novo. Aquilo sim seria uma surpresa para Victor, e uma surpresa ruim. Mas foi daquele jeito que ele tinha feito as coisas, então não tinha porque se desesperar agora.

Se bem que ele podia ler a reportagem antes de ficar pirando.

~*~

Desde sua ascensão para o topo da patinação japonesa, que durou pouco tempo, Yuuri Katsuki teve uma carreira de altos e baixos (mais baixos do que altos, ele mesmo disse), mas o amor pela patinação permitiu que ele continuasse a sua carreira até hoje. Aos vinte e sete anos, Yuuri não é mais um dos proeminentes patinadores, e nem uma das esperanças do Japão para conseguir medalhas, o cargo agora é de Kenjirou Minami, mas desde que reapareceu na cena mundial nesta temporada, Yuuri conseguiu atrair a atenção de muita gente. De uma pequena cidade no sul do Japão para a final do Grand Prix de Patinação Artística em Montreal.

Nos últimos anos você esteve competindo, não é Yuuri?

Sim, eu competi em vários pequenos torneios internacionais, sempre indo naquelas competições que a Federação proporciona para os competidores que não estão no topo, e eu consegui vencer alguns desses torneios, mas claro, sem nunca atrair a atenção do público.

Mas algo mudou nessa temporada, não?

Com certeza. Eu já estava me preparando para competir no Grand Prix outra vez, graças aos bons resultados que tive no campeonato japonês no ano passado, e eu me preparei forte pra essa temporada. Eu estive trabalhando em garantir os meus saltos, já que eu não sou mais tão jovem para poder tentar coisas assim tão diferentes. E também trabalhei com novos coreógrafos para me ajudar.

Você trabalhou com Victor Nikiforov.

Sim. Estivemos juntos por uma semana durante o verão, e ele me ajudou a montar os dois programas para minha temporada, pelo menos os que eu usei até agora. Além disso, ele me auxiliou em outros elementos da patinação, não só na parte coreográfica. Nós viramos amigos, conversamos por um bom tempo, discutimos bastante sobre a patinação mundial, e muito mais.

E vocês tiveram um relacionamento. O que você pode nos dizer sobre isso.

Acho que a maior parte do que aconteceu entre Victor e eu é algo particular. E nós tentamos muitas coisas, acho que havia uma sintonia muito boa entre nós, infelizmente não deu muito certo, mas cada um segue o seu caminho. Acho que eu não tenho muito tempo para dedicar a uma pessoa agora, e nós moramos em lugares diferentes. Agora eu estou pensando especialmente na minha carreira.

Mas então o que quer dizer essa frase “Hino ao Amor” que você disse que tem a ver com seus programas. Seriam novos programas?

Sim. Logo após o Grand Prix da Rússia eu tive alguns problemas pessoais a serem resolvidos, e eu tive que descontar esses problemas em alguma coisa, e no meu caso foi a patinação. Eu queria algo novo, queria alguma coisa especial, por isso eu decidi fazer novos programas junto com a minha técnica e minha coreógrafa. É algo que eu trabalhei muito pesado no último mês e que vai ser apresentado na final do Grand Prix.

Você pode nos contar um pouco mais sobre isso? Porque você acabou de falar que não tinha tempo para o amor e agora você vem com programas baseados nesse sentimento?

(risos) Pode parecer estranho sim, mas não é só porque eu não tenho tanto tempo para o amor, que eu não gostaria de viver um. Eu realmente não quero dar muitos detalhes sobre isso, mas esses dois programas que eu venho preparando são algo especial para mim, pois eles falam do que eu sou. Mas ao mesmo tempo também são para alguém. Não que seja alguém que eu tenha que nomear agora, mas eles são para alguém. Porém, esses programas também podem ser sobre você, e mais alguma pessoa. Quando eu pensei em fazer algo inspirado em um hino ao amor, eu pensei em algo que poderia servir para qualquer um, que fosse um hino de amor de alguém para outro alguém, independente de quem seja. E não precisa ser só o amor romântico. Talvez seja de uma mãe para um filho, de uma neta para o avô, da tia pro sobrinho, todo mundo tem seu próprio amor, e alguma pessoa para o presentear.

Ah, isso foi lindo Yuuri. Parece que vai ser algo bem emocionante.

Eu espero que seja. Eu estive lendo muito das regras para poder fazer algo que seja permitido (risos), mas eu acho que vai surpreender muita gente. Depois do que aconteceu em Moscou, eu não tenho nada a perder. Aliás, nunca tive. Acho que é um dos motivos de eu ter chegado onde cheguei, que eu patinei como se não tivesse nada a perder, porque se a gente pensa em apenas tentar algo confortável, mais simples, não vamos avançar, por isso eu vou com tudo pra final do Grand Prix.

E nós estamos ansiosos para poder ver você, Yuuri!

~*~

Ao ler o que ele tinha falado naquela reportagem, Yuuri se sentiu um pouco envergonhado de ter dito tantas coisas. Não que elas fossem mentira, e ele também falou sobre Victor, sobre o que era a verdade, e ainda bem a repórter era super gente boa e nem pediu muitas coisas, porque ele não queria falar sobre aquilo.

Mas pelo menos ele tinha dado um jeito de criar uma expectativa sobre o que iria mostrar. E sim, no último mês Yuuri tinha trabalhado muito pesado para conseguir fazer o sonho de criar o hino de amor no gelo se realizar. Tinha tido tanto planejamento, tantas negociações, combines, ensaios, que por um momento Yuuri quase acreditou que estava fazendo um show para o público, mas não, ele iria competir, e ele iria dar o seu melhor para chegar ao lugar mais alto do pódio.

“As suas roupas chegaram, Yuuri,” disse a mãe dele quando entrou na cozinha. Ele largou o telefone de lado e se levantou para ir provar as roupas. Duas costureiras tinham participado da confecção dos modelitos que o próprio Yuuri idealizou, mas como ele não sabia costurar pra salvar uma escola de samba, ele teve que procurar ajuda de fora.

Por um momento enquanto ele provou as novas roupas Yuuri se sentiu diferente ao vestir algo que não era o traje de Victor, mas isso só mostrava que ele estava crescendo para caminhar com as próprias pernas. E essas novas roupas eram lindas, e combinavam perfeitamente com o que ele tinha em mente.

Na verdade, não era só ele que iria participar desse momento, mas muitas outras pessoas. Yuuri esteve junto com alguns dos fãs-clubes que apareceram na internet, e entrou em contato com os fãs, conversando com eles sobre o que ele iria aprontar para a final do Grand Prix.

Ele iria precisar da ajuda de todos os que iam assistir a competição, mas ele também queria segredo, porque o combinado deles não poderia aparecer em nenhum lugar antes da competição. Havia simplesmente tanta coisa a ser pensada, que Yuuri tinha até medo de chegar na hora da competição e se perder no meio da coreografia, ou errar alguma coisa só porque ele estava pensando em tudo ao mesmo tempo. Mas aquilo não iria acontecer. Yuuri tinha pensado e planejado tudo isso com Victor em mente, e ele queria que seu homem, sim, o seu homem, estivesse lá para ver e se apaixonar.

Dane-se o mundo da corrupção da patinação, danem-se os chefões, e dane-se o resto da carreira de Yuuri. Se eles quisessem destruir suas notas, se quisessem impedir que ele chegasse ao pódio, problema deles. Yuuri apenas queria competir e dar o melhor de si, os resultados iriam vir de um jeito ou de outro, e se ele nunca subisse no pódio, só de saber que tinha feito as pessoas se emocionarem, que tinha feito elas rirem, chorarem e se apaixonarem com ele, aquilo já estava bom.

O mais importante agora era conseguir convencer Victor a amar Yuuri outra vez. E ele tinha plena convicção de que iria conseguir aquilo.



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