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História Hino ao Amor - Bem-vindos a final do Grand Prix!


Escrita por: makkachin

Notas do Autor


Okay, peoples, antes de ler o capítulo quero avisar duas coisas.

Primeira, a partir de agora a história vai ter ainda mais referências sobre patinação que não tem tempo pra explicar exatamente, mas só jogar no google que vocês vão entender - mas também se não entenderem não tem problema, porque dá pra captar a fic mesmo assim.

Segunda coisa, o último capítulo (45) vai sair no domingo que vem. E pronto.

Capítulo 40 - Bem-vindos a final do Grand Prix!


Montreal. A cidade já estava fria no começo de dezembro, e tinha neve pintando a rua de branco. Se bem que com o pouco de neve no chão o que se via mais era um barro gelado, horrível para se caminhar, mas Victor tinha que admitir que havia um certo conforto em estar em algum lugar que parecia a casa dele, porque São Petersburgo estava mais ou menos do mesmo jeito nesse final de ano.

Escutar várias línguas ao mesmo tempo era algo ao qual ele já estava acostumado, mas o francês era lindo de se ouvir em qualquer lugar. Algumas pessoas tiraram fotos com ele, outras pediram autógrafos e queriam saber como estava a vida de Victor Nikiforov depois da aposentadoria, e claro, era bom ver que a cidade estava respirando patinação naqueles dias. Ele tinha que confessar que nunca viu tantos outdoors e cartazes sobre o Grand Prix, com fotos de todos os atletas que iriam participar e convites para todo mundo.

Ainda bem que Victor não tinha encontrado um dos cartazes com a foto de Yuuri em um dos lugares mais movimentados, porque ele passou uns bons minutos ali apenas olhando quando o viu num dos becos. Ele teve que rir de si mesmo, porque lá dentro de seu peito havia uma certa esperança de que Yuuri iria pedir pra ficar com Victor, que eles iriam superar tudo que aconteceu.

Ele deixou o cartaz de Yuuri para trás quando Otabek e Yuri saíram de uma das lojinhas para continuar a caminhada deles, porque sim, Victor ganhou companhia na viagem, porque o Presidente não permitiu que ele fosse de chefe da delegação dessa vez, então Victor pegou do seu próprio dinheiro para assistir a competição.

“Vamos assistir o treino?” Yuri sugeriu.

Otabek ficou olhando para Victor, esperando por uma resposta dele. Não que Victor fosse dizer que não, ele queria sim ver o treinamento, mas tinha medo de ficar perto de Yuuri e descumprir a promessa dele, ainda mais agora que faltava um dia para a competição começar. Ele não podia estragar as chances de Yuuri, pelo menos não até passar a competição.

“Bom, o Victor não vai dizer nada mesmo, então eu digo pra gente ir,” mandou Yuri. E sim, eles foram. A conversa da viagem foi sobre a chance de Yuuri vencer o Grand Prix, e sim, ele tinha alguma chance, mas se JJ competisse perfeitamente seria impossível. Pelo menos Yuuri tinha que se apresentar da melhor forma, e ele teria grande parte do público o ajudando para conseguir se classificar bem.

Quando eles chegaram no Centre Bell cartazes e mais cartazes sobre os patinadores estavam espalhados. Muitos fãs iam e vinham dos portões provavelmente assistindo aos treinamentos também, e eles três foram parados por uma horda para assinar autógrafos.

Para uma pessoa que parecia bem pouco sociável, Yuri adorava assinar autógrafos, e por ele, Otabek fazia tudo, por isso os três ficaram por um tempo ali fora falando com os fãs e tirando fotos. Mas quando chegou a hora dos homens treinarem, todo mundo entrou, porque queriam ver o que iria acontecer.

Os seis homens classificados para a final já estavam patinando no gelo. Victor já zerou em Yuuri, que estava conversando com Yuuko no outro lado do rinque. Emil e JJ estavam executando os seus saltos, e Leo estava apenas patinando pelo comprimento do rinque. Phichit e Georgi ainda não tinham entrado no gelo.

Muitas pessoas estavam ali assistindo o treino, pelo menos umas quinhentas. Mas para uma arena que iria comportar vinte mil durante as finais, e com todos os ingressos esgotados, Victor esperava casa cheia para a noite seguinte.

Enquanto Yuri e Otabek conversavam sobre os programas dos competidores da final, Victor só olhava para Yuuri. Ele não conseguia tirar os olhos do homem enquanto os outros conversavam.

Victor não sabia se era apenas sua impressão ou Yuuri estava mais em forma, esbelto e com uma nova confiança em seu rosto quando ele começou a patinar em volta do gelo. Ele não olhou para quem estava na arquibancada, mas assim que ele executou o primeiro salto, uma revoada de gritos soou pelo ar, torcendo por ele. Aquilo era mais do que a própria torcida do JJ. E com o tempo em que Yuuri começou a saltar ainda mais, os organizadores tiveram que pedir para os fãs se controlarem, porque estavam atrapalhando os outros competidores.

Era tudo incrível, porque nunca antes Yuuri tinha tido tantos fãs, pelo menos não que Victor soubesse, e agora ele era o mais ovacionado dentro da casa do adversário. Talvez as injustiças cometidas na Rússia tinham tornado ele um dos queridinhos.

O treino de Yuuri seguiu, mas ele ainda não tinha passado os seus programas. Cada atleta tinha um tempo para soltar a sua música e treinar com ela, e Victor estava ansioso para saber qual seria o programa de Yuuri agora, mas assim que chegou a vez de Yuuri treinar o seu programa, nada soou na arena. Ele começou a executar uma coreografia, mas mais marcando o lugar mesmo, enquanto apenas o som das lâminas no gelo era ouvido.

“Ugh,” Victor gemeu.

Otabek olhou para ele, e Yuri se largou na risada. “Você achou que ele ia mostrar o programa antes da competição?”

“Você sabe que programa ele vai patinar?” Victor pediu confuso.

“Claro que sei, eu e Otabek já vimos os vídeos do treino.”

Victor fechou a cara. Ele virou o rosto para assistir o treino, e nem disse nada, mas ele ouviu os risos de Yuri. Por um momento Victor até se sentiu traído, porque seus amigos da Rússia já sabiam o que Yuuri iria mostrar, mas Victor não sabia. Não fazia nem ideia. E ele queria saber o que iria ver na competição, mas ao mesmo tempo, ser surpreendido seria melhor ainda.

Mas será que a surpresa era para ele mesmo? Imagina se Victor ficasse esperando por uma surpresa para ele só para ver Yuuri se declarar para outra pessoa? Aquilo seria cruel demais.

Sem falar nada ele ficou vendo Yuuri executar seu treino. Sem música e sem movimentos certos da coreografia ficava difícil ter alguma ideia do que era esse programa.

Quando Yuuri finalizou sua passagem no gelo, ele cumprimentou os fãs que estavam assistindo, e por um momento, um pequeno segundo, os seus olhos se grudaram nos de Victor. E naquele segundo e meio, era como se o mundo fizesse sentido de novo, como se ele pudesse respirar, como se a vida fosse viva de novo, até Yuuri virar para o lado e seguir seu caminho.

Victor sentiu a falta dele fisicamente.

Ele seguiu Yuuri com seus olhos até o homem sair do gelo e ir para os corredores internos da arena. Victor suspirou. Seus olhos ficaram perdidos, sem saber o que olhar. Ele procurou um ponto de visão na pista, até que achou o Presidente ali. Ele já queria olhar para outro lado, mas percebeu que Vladimir não estava sozinho, junto com ele estava o Presidente da Federação Internacional, Thomas Scout, e com ele uma moça.

O Presidente da Federação Russa parecia estar explicando alguma coisa para Thomas, que fingia não estar ouvindo. Victor queria saber o que aquele homem tinha que conseguia ignorar completamente Vladimir. Deveria ser uma conversa interessante.

~*~

Shonda não aguentava mais ouvir as palavras do Presidente da Federação Russa de patinação. O homem já era chato normalmente, mas tentando explicar seus erros era estúpido demais.

Nos últimos dias o escritório de Lausanne recebeu uma ligação vinda direto do Cazaquistão, com o próprio Presidente da Federação Cazaque falando de um acordo entre ele e o Presidente da Federação Russa a respeito de um combine de notas para os atletas. Não tinha como ter provas de nada, e na visão de Thomas, agora não seria a hora de começar com sanções, especialmente num tempo de meldonium e quedas na Rússia e seus atletas, só que ele queria criar um exemplo dessa situação.

“Eu já lhe disse que todos os especialistas russos estão excluídos de competições internacionais nesta temporada, assim como os especialistas do Canadá, Estados Unidos, Japão, China, Itália e França. Todas as competições vão ser organizadas internamente por cada país, mas os especialistas e árbitros vão ser de todas as federações, menos dessas,” disse o chefe de Shonda.

“Mas e como nós vamos ter nossos atletas sem representante nas bancadas?” Perguntou o Vladimir.

“Da mesma forma que todas as outras nações fortes não vão ter, sem conflitos de interesse.”

“Mas e a Espanha, que tem seu campeão mundial competindo ainda?”

“Você realmente acha que um homem com seus trinta e três anos e sem nenhum salto quádruplo tem alguma chance de ganhar nesse circuito? E ele certamente não exerceu nenhum atividade ilícita no último ano, e muito menos foi denunciado pelos próprios comparsas. Você fique feliz que eu não estou tirando os patinadores russos das competições, mas que fique bem claro que isso só está sendo resolvido internamente porque eu quero terminar o meu mandato sem escândalos. E porque eu quero ver a sua cara amanhã durante o programa curto masculino,” disse o homem, olhando para a cara do Presidente da Federação Russa e sorrindo. “Eu vou me recolher para o hotel e descansar antes de amanhã. Por favor, faça o favor de não criar motivos para eu expulsar você do Canadá.”

Para aquilo o homem não respondeu nada. A secretária teve que controlar o suspiro que quase se soltou de sua boca.  O chefe assim, todo mandão, fazia ela sentir coisas por dentro.

~*~

“Eu vi o Victor,” Yuuri falou para Phichit enquanto os dois estavam na hidromassagem.

“E?”

“E eu quase saí correndo para os braços dele,” revelou Yuuri. Phichit soltou uma gargalhada.

“Você tem que esperar até amanhã, ou melhor, até o programa longo para correr pro seu homem, porque eu acho que vai ser mais dramático, não?” Phichit riu de novo, e Yuuri sacudiu a cabeça.

Oh, Victor. Ele parecia tão triste lá nas arquibancadas, sozinho, mesmo com Yuri e Otabek. Parecia que ele sentia a distância entre os dois muito mais do que Yuuri, e bem, Victor não fazia ideia dos planos de Yuuri.

Ainda bem que ele se lembrou de pedir para não tocarem a música, senão o segredo ia ser descoberto.

“Amanhã já é uma parte da surpresa, e acho que é até a maior parte, pra falar bem a verdade. É que eu não queria que fosse só sobre eu e Victor, porque as pessoas vão achar que eu estou exagerando ou jogando o nosso relacionamento na cara delas…”

“E porque não pode ser só sobre você e Victor? Vocês são lindos juntos, é um amor bonito de se ver, não vejo problema em ser só sobre vocês,” Phichit falou. E Yuuri tinha que concordar.

Os dois juntos era uma coisa linda, e já tinha passado da hora de eles ficarem juntos de verdade. Chega de separações, chega de drama, chega de um monte de gente no meio da vida deles, se Yuuri e Victor queriam ficar juntos eles iriam ficar, acontecesse o que acontecer. Yuuri já tinha vivido uma vida com a patinação, se ele tivesse que perder essa parte por causa de Victor, que seja. Mas antes ele ia surpreender o mundo com o que iria fazer.

“E lá vai você de novo se perdendo nos pensamentos,” comentou Phichit. Yuuri sorriu para si mesmo.

“Será que ele vai gostar? Será que vai dizer que sim?” Yuuri se perguntou, e perguntou para seu amigo ao mesmo tempo. Óbvio que ele tinha dúvidas, e quem não teria. Só que ele sabia que existia algo forte entre os dois, algo importante, que merecia ser aproveitado, que merecia ser vivido.

“Eu acho que Victor vai pirar quando ver você no gelo. Eu sei que iria pirar se fosse ele. E acho que todo mundo vai ficar com o coração apertado, olhos vermelhos, e gritar até ficar sem voz, porque você, meu amigo, você é um romântico.”

Yuuri sorriu para Phichit, ele queria que seu amigo tivesse razão, porque tudo dependia do que iria acontecer agora.



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