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História Hipnosis - Veneno


Escrita por: BtsNoona

Notas do Autor


SURPRESA! Olha como fui ligeira! <3
O bloqueio acabou, e outro capítulo de Hipnosis nasceu.
Por aqui né, porque em Incógnito está ~quase~ acabando. Mas prometo que não vou demorar nele, é que vai ficar muito grandão mesmo, então os Incógnetes serão compensados em seu devido tempo.
Sem mais delongas, quero saber logo o que vão achar desse capítulo de hoje.
Nos vemos nas notas finais,

Boa leitura!

Capítulo 19 - Veneno


Fanfic / Fanfiction Hipnosis - Veneno

Dahyun não conseguia entender Min Yoongi.

Ele tinha dito que a achava bonita. Depois, quando ficaram para arrumar as coisas no salão de eventos, Yoongi foi muito solícito e prestativo. Perguntou com o que podia ajudar e não parou quieto um segundo – ainda que Dahyun soubesse como ele preferia estar em casa dormindo. Não tinha nem mesmo ficado de mau humor com as tarefas chatas, e Dahyun pensou que tivesse uma chance de Yoongi estar interessado nela.

Mas, por Cristo, toda vez que ele se aproximava era pra falar de Taehyung e Jungkook!

Poxa, ela estava se esforçando! Estava até acordando alguns minutinhos mais cedo, para lavar os cabelos todos os dias de manhã e ficar cheirosa. Só que ele continuava a chamando de maluca para os quatro ventos ouvirem – coisa que não incomodava, e ela até achava bonitinho – e só falava daqueles dois e dos problemas que eles causavam.

Quando ia chamá-la para sair? Talvez nunca. Talvez não fosse, e Dahyun só estava confundindo as coisas. Devia ter dito que ela estava bonita só por educação. Devia ter se oferecido para ajudar na organização só para deixar Taehyung e Jungkook irem embora sozinhos.

Ele só sabia falar nisso, e dessa vez não foi diferente. Quando Yoongi contornou os dedos ao redor de seu pulso fino, Dahyun sentiu borboletas no estômago. Deixou-se ser levada pelos corredores sem reclamar, até alcançarem o elevador. Perguntou onde estavam indo, e Yoongi disse “qualquer lugar onde a gente possa ficar sozinhos”.

Não era a toa que continuava a se iludir. Sorriu feito boba, feito adolescente. O levou para o seu escritório, com esperanças de que dessa vez o assunto pudesse ser outro.

Mas assim que a porta se fechou, Yoongi a desapontou mais uma vez.

- Você falou com o Taehyung? – Perguntou, as sobrancelhas tão arqueadas que chegava a dar medo. Dahyun abaixou a cabeça, envergonhada por ter pensado bobagens, e também por não ter tido coragem de tocar no assunto com Taehyung. Não queria magoá-lo, e aquilo seria colocar o dedo na ferida. – Não se preocupe, maluca. Isso é bom. Não ia adiantar nada falar com ele, aquele teimoso!

- Mas então, a gente não vai fazer nada? – Suspirou, desistente. Que falassem do casal vinte então! Já que, pelo visto, a própria vida amorosa não ia dar em nada.

- Jungkook está mal, Dahyun. Tive que praticamente obrigar ele a sair de casa hoje, isso porque pensei que ele tivesse dormido no Taehyung. – Yoongi disse, as sobrancelhas franzidas, e Dahyun notou a preocupação em seus olhos. – Mas, claro, como sempre acontece com os dois, deu alguma merda!

Sim, por mais que se esforçassem em ajudar, Jungkook e Taehyung davam um jeito de piorar as coisas. Ainda que ficasse triste, Dahyun estava cansada de lidar com os dramas dos dois. Só queria que eles se resolvessem logo.

- O que você tem em mente?

- Você vai pensar que eu sou tão ou mais maluco que você. Mas minha paciência esgotou, e eu não aguento mais ver o Jungkook com pena de si mesmo, sem nem saber porquê. – Yoongi revirou os olhos. – E o Taehyung não ajuda! Deve ter cocô dentro daquela cabeça. Você viu o cabelo dele?

- Vi. – Dahyun mordeu os lábios, incerta. Estava do lado de Taehyung e sabia o quanto ele andava sofrendo com aquela situação toda, mas não fazia ideia do que Jungkook estava passando. Realmente, ter pintado o cabelo de castanho não parecia muito piedoso da parte de Taehyung, tinha que admitir. Sabia como o ex-namorado podia ser egocêntrico. – Você acha que isso vai afetar Jungkook?

- Eu tenho certeza. – Bufou. – Só tem um jeito de acabar com isso logo e cortar o mal pela raíz. Mas preciso da sua ajuda.

E, seja lá no que fosse, Dahyun não poderia negar um pedido de ajuda de Yoongi.

 

Capítulo 18 – Veneno

Quando eu finalmente criei coragem pra pegar o elevador e descer para a sala de reuniões, Yoongi e Dahyun ainda não tinham chegado. Na mesa, Namjoon, Jungkook, Dongsun e Jaebum. Muita testosterona pra uma sala pequena demais, na minha humilde opinião.

Juntei toda minha audácia e – com um esforço maior do que eu gostaria de admitir – fiquei olhando para Jungkook, esperando por sua reação à minha nova cor de cabelo. Ele levantou a cabeça por um milésimo de segundo e foi como se tivesse visto um fantasma. Na verdade, era meio que isso mesmo, o Taehyung de cabelos castanhos voltando para o assombrar. Durou menos de um segundo e ele desviou os olhos para o tampo de madeira da mesa. Me senti mal, meu estômago começou a reclamar. No princípio eu não entendi o motivo daquele desprezo por mim mesmo – era pra eu estar me sentindo bem, não era? Era isso o que eu queria: assombrar Jungkook. Mas não foi o que aconteceu, e eu só me senti o ser humano mais imbecil do universo por ter deliberadamente deixado meu coelhinho triste. Tipo, não que ele tenha ficado com uma cara de choro nem nada disso – seu semblante continuava tão sério quanto das outras vezes. Mas foi quase como se eu pudesse sentir o mesmo que  ele. Eu sabia que Jungkook estava triste, e desejei poder voltar no tempo e continuar loiro.

Engoli o coração que batia aflito na minha garganta e me sentei à mesa com eles. Não demorou para Yoongi e Dahyun se juntarem à nós, e discutimos uma locação para filmar a parte externa do teaser, além de uma data em que todos ali estivessem disponíveis pra dar assistência. Eu e Jungkook tínhamos o lugar perfeito para as filmagens, é claro, aquele nosso lugar secreto onde ele me dera as alianças, seis anos antes. Mas nós nem abrimos a boca. Não sei o que ele devia estar pensando, só que pra mim aquele lugar era quase sagrado. Eu não ia manchar nossas lembranças lá com uma porcaria de teaser publicitário, com aquela situação desconfortável e constrangedora entre eu e Jungkook. Todas as vezes em que estivemos lá, éramos apenas nós. Éramos um.

Por fim, arrumaram algum outro lugar onde as flores de cerejeira ficavam bonitas e eu não tinha nenhuma memória romântica do meu ex – ainda bem.

Eu e Jungkook ficamos calados a reunião inteira, e Dongsun me pareceu todo felizinho e tagarela. Isso foi uma merda, confesso. Tinha achado a melhor coisa do mundo a cara dele quando viu o esporro que Namjoon nos deu, por termos saído amassados de dentro do camarim. Só que o bastardo deve logo ter notado que as coisas entre nós não andavam nada bem – até porque a gente não tinha nem tentado disfarçar – e me pareceu irritantemente satisfeito.

Felizmente a reunião não durou muito. Acho que estava todo mundo de saco cheio e nós  fomos apenas práticos, decidindo as coisas logo e bolando um cronograma. Todo mundo se levantou pra irmos embora, e eu estava feliz por poder me afastar de Jungkook. Estava claro que a minha presença não fazia nada bem a ele, mas a Dahyun arruinou meus planos de deixar o coelhinho em paz.

- Oppa, Jungkook… Vocês podem ficar só mais uns minutinhos? – Perguntou, e o sorriso amarelo na cara dela já era um pedido de desculpas. – Juro que não demora. É pra falar do fanservice.

- Quero falar disso também. – Jaebum entrou no meio. – Coletei os resultados da visibilidade nas redes sociais e queria mostrar pra vocês que-

Yoongi hyung o interrompeu no meio da frase, praticamente empurrando Jaebum porta a fora pelo ombro.

- Você vai ter que deixar isso pra depois, temos umas coisinhas a discutir. – Ele disse, e Jaebum olhou com cara de quem não fazia a menor ideia do que ele estava falando, mas foi forçado a acompanhar Yoongi hyung para fora. Yoongi geralmente é bem preguiçoso, mas quando quer alguma coisa pode ser terrivelmente determinado. – Vai levar um minuto, daqui a pouco você volta.

Jungkook nem se moveu da cadeira, e continuou encarando a droga da mesa. Por fim, restaram só nós três na sala de reuniões: eu, Dahyun e Jungkook.

- Então, é rapidinho mesmo. – Dahyun disse, num tom de desculpas. Ela fechou as persianas antes de continuar a falar, e eu me senti como um rato preso numa ratoeira. – O resultado foi ótimo, de verdade. Não se falava de outra coisa no Twitter. Só que o pessoal estranhou um pouco a forma como vocês agiram, depois de ficarem longe por tanto tempo, e começaram a perguntar o porquê de terem terminado.

Fechei os olhos e rezei dentro da minha cabeça para que ela parasse. Nem tive coragem de olhar para Jungkook, mas sabia que ele ainda devia estar na exata mesma posição de antes, encarando a mesa como se sua vida dependesse disso. Nós dois ficamos em silêncio, e pouco depois a Dahyun continuou a falar.

- É que quando vocês terminaram não deu tanta repercussão, e não teve necessidade de explicar pra mídia. Mas agora, depois do fanservice… – Ela respirou fundo, e eu notei que estava quase tão incomodada com aquele assunto quanto eu. – As pessoas querem saber. Pensei em soltar uma nota oficial para a imprensa, só pra amenizar a curiosidade do público. Vai ser qualquer coisa dizendo que vocês terminaram por causa da turnê e continuaram amigos. Anotei algumas sugestões pra servir como referência, e… – Ela pausou. Espiei Dahyun pelo canto do olho e ela estava olhando para os lados, como quem procura alguma coisa. – Droga, está na outra pasta. Na azul. Vou ter que ir no escritório buscar, juro que vou correndo, vou de escada! Não se movam, preciso da aprovação dos dois pra publicar.

Levantei a cabeça de uma vez e olhei pra ela. Minha ex, Kim ‘maluca’ Dahyun, tinha surtado de vez. Não saiu nenhum som da minha boca, mas eu olhei pra ela num pedido desesperado para que não fosse embora. Não é possível que ela ia mesmo me deixar ali sozinho com Jungkook, não depois do que tinha acontecido na noite anterior. Ela me encarou com as sobrancelhas franzidas, numa carinha de dó que me deu vontade de estapear. Sem falar mais nada, saiu andando antes que eu fosse capaz de impedir e fechou a porta atrás de si. Olhei pra porta fechada e depois pra Jungkook – que ainda encarava a mesa – mas agora estava fazendo pressão com a língua por dentro da bochecha – coisa que nunca era bom sinal. Resolvi que precisava sair dali. Podia dar uma desculpa qualquer: que ia ao banheiro, beber água, ou sei lá. Mas, quando eu estava prestes a me levantar da cadeira, um barulho fez com que eu congelasse no lugar e meu estômago pulou tão alto na garganta que eu pensei que fosse vomitar ali mesmo.

A chave. O barulho foi a chave girando na tranca.

Estávamos presos lá dentro.

Jungkook finalmente olhou pra mim, o rosto mais branco do que papel, os olhos negros arregalados numa expressão de puro pavor. Ficar sozinho comigo naquela sala pareceu seu pior pesadelo, e eu senti vontade de chorar.

Demorei alguns segundos pra me recompor depois disso, tempo suficiente pro Jungkook se mover e ir até a porta, forçando a maçaneta. Estávamos mesmo trancados. Jungkook bufou alto e começou a bater na porta – praticamente esmurrar, na verdade – gritando num tom de raiva que eu tinha ouvido pouquíssimas vezes na vida, e não gostava nem um pouco.

- Dahyun, tira a gente daqui agora!

- Não foi a Dahyun. – A voz do outro lado respondeu, áspera e inconfundível. Era Yoongi hyung. – Fui eu. Foi ideia minha, e se quiserem brigar que briguem comigo, mas depois. Agora, vocês vão fazer o favor de se resolver, ou pelo menos chegar a um acordo pra que consigam conviver em sociedade feito dois adultos. Jungkook, eu não aguento mais ver essa sua cara de adolescente deprimido, então trate de enfrentar a droga dos seus traumas. A mesma coisa vale pra você, Taehyung, seu garoto mimado! Você está sendo cruel, e sabe disso. Nem que precisem ficar presos aí dentro por horas, eu não ligo. Então, se querem sair logo, é melhor que comecem a conversar, ou eu juro que não vou abrir essa merda de porta!

Sairíamos, sim, os dois mortos. Pensei que a gente ia se matar ali dentro, ou então ficaríamos calados por tanto tempo que Yoongi hyung ia deixar a gente morrer de fome. De qualquer jeito, eu e Jungkook íamos sair daquela sala dentro de sacos plásticos.

Eu fiquei tão surpreso com o discurso do Yoongi que simplesmente paralisei no lugar com a boca aberta, feito um otário. Ele tinha mesmo me chamado de mimado, e estava certo. Ele disse que eu estava sendo cruel, e isso doeu. Não era a minha intenção machucar o Jungkook. Eu só queria ele de volta, desde o início. Só isso.

Mas meu tiro saiu pela culatra, e a gente acabou ainda mais afastado e incomodado com a presença um do outro do que no começo. Parabéns, Taehyung, fazendo merda há 29 anos consecutivos.

Jungkook voltou a se sentar na cadeira e deu um baita soco na mesa, que me fez encolher os ombros. Se a gente fosse entrar no braço eu estava em terrível desvantagem.

- Taehyung, eu quero muito sair daqui o mais rápido possível. – Disse, com a voz já mais moderada do que antes. Mesmo assim, me deu um aperto doloroso no coração ver ele falando desse jeito. – Nem era pra eu ter vindo hoje, mas Yoongi hyung me obrigou e agora eu entendi o motivo… – Bufou, e eu covardemente continuei em silêncio, segurando o choro. – Então vamos acabar logo com isso: você não me toca mais. Acho melhor nem olhar pra mim. A gente não dá certo no mesmo lugar, e devíamos nos evitar sempre que possível. Em menos de um mês as promoções acabam e a gente não vai precisar se ver nunca mais.

Inspirei fundo, expirei. Fiquei encarando as minhas mãos trêmulas. Me esforcei pra manter os olhos bem abertos, porque eu sabia que se piscasse as lágrimas iam cair, e eu não queria chorar feito um idiota. Amaldiçoei o meu bloqueio – aquele que não me deixa chorar na frente dos outros ou em lugares públicos – por não funcionar com o Jungkook. Meu corpo achava que era seguro chorar na frente dele, mas meu orgulho sabia que não era. Há muito tempo já não era.

- E o fanservice? – Perguntei, com o último fiapo de coragem que me restava. Mas antes tivesse ficado calado, porque minha voz soou baixa e fraca, e eu me senti ridículo.

- Não vai ter mais fanservice. – Ele disse, firme. Eu precisei piscar os olhos e duas lágrimas bobas caíram em cima das minhas mãos. – Uma vez, e olha só no que deu. A gente vai acabar se enfiando em outro camarim e piorando ainda mais as coisas. Yoongi está certo: precisamos agir como adultos, Taehyung. Nós somos veneno um para o outro.

Começaram de novo, os sintomas que eu já conhecia, o prenúncio de um ataque de pânico. Eu me senti tão comprimido contra a cadeira que era como se estivesse colado com cola permanente. Minha cabeça ficou à mil, as palavras maldosas dele se repetindo num looping infinito. Veneno? E depois Yoongi tinha coragem de dizer que eu era cruel.

Apertei os olhos bem fechados com força. Estava vindo, outra vez, aquela sensação horrível de que eu estava prestes a morrer. Pensei que fosse ter um ataque cardíaco e ironicamente sairia mesmo dali dentro de um saco plástico.

Só tem uma parte boa em se achar que está prestes a morrer: o dane-se.

Pensar antes de falar deixa de ser uma opção durante um ataque de pânico. O orgulho some e só volta depois – duas vezes mais opressor – mas por alguns minutos ele vai embora e me deixa em paz. Dane-se chorar na frente de Jungkook e fazer papel de idiota: eu ia morrer de qualquer jeito.

- Por quê? – Perguntei, e dessa vez minha voz saiu firme e ávida, como se aquela pergunta estivesse presa dentro de mim por anos. Abri os olhos e o encarei, sem me preocupar com merda de orgulho nem em provocar ou afetar, mas queria olhar dentro dos olhos dele enquanto falava aquilo que tinha me engasgado durante tanto tempo. – Você me chama de veneno, Jungkook, mas eu quero saber por que é tão amargo assim. Eu sei que falei um bando de bobagens no dia em que fui embora, mas pensei que você me conhecesse melhor do que isso! Merda, eu estava bêbado e puto. Eu fui um babaca cruel, como Yoongi disse que sou, e fui embora pra te castigar. Eu pensei que você fosse atrás de mim, droga. Esperei que você fosse, esperei por dias e dias quando tudo o que eu queria era voltar pra casa. Pra nossa casa. E eu achei que você fosse me buscar, mas quando percebi que estava errado e finalmente engoli meu orgulho idiota pra ir atrás de você, já era tarde demais! E você sumiu sem dizer nada, e me deixou sozinho. Eu não fui o único cruel, Jungkook.

- Taehyung-

- Não. – Interrompi antes que ele tivesse a chance de falar. – Agora você vai ter que me escutar.

- Não é isso! Você está tremendo até a droga dos ossos. – Disse, num tom brusco e impaciente, se levantando e vindo até mim com uma cara de má vontade. – Você está tendo outro ataque Taehyung, nunca vi um intervalo tão pequeno entre dois ataques. Desde quando isso está acontecendo?

- Desde que você reapareceu. – Respondi entredentes.

Ele se ajoelhou na minha frente, e dava pra ver que tentava ajudar, mas não foi como da outra vez. Por mais que estivesse preocupado, Jungkook continuava bravo. O rosto dele estava vermelho, as veias do pescoço saltadas, e ele segurou as minhas mãos sobre os meus joelhos. Puxei elas pra longe na mesma hora, como se tivesse levado um choque.

- A gente não vai resolver nada assim. – Ele reclamou. – Vou pedir pro Yoongi abrir a porta, não tem como a gente conversar com você desse jeito.

- Não tem como conversar sem eu estar desse jeito Jungkook. – Praticamente gritei. – Você sabe muito bem que se sairmos por aquela porta agora, nós vamos voltar ao tratamento do silêncio.

- Não dá pra te dizer o que eu preciso se você estiver assim. – Bufou contrariado. – Vou esperar que melhore, então.

Jungkook agarrou minhas mãos de novo, e dessa vez eu nem tive forças para me afastar. Ele fez menção de que ia começar a cantar, e a voz dele saiu num sussurro arrastado e melancólico.

- Nem pense em cantar, eu juro que dessa vez não vai ajudar em porcaria nenhuma.

Ele se calou, expirou, e revirou os olhos pra mim.

- O que você quer então, Taehyung?

- A verdade. – Choraminguei. – Droga, quero que me explique porque você foi embora com aquele imbecil do Go Dongsun sem me deixar nem um bilhete!

Não consegui segurar o choro e as lágrimas começaram a escorrer despreocupadas pelas minhas bochechas.

- Por quê? Você sabe porque, Tae. Não é possível que foi tão insignificante que você nem se lembre do que fez comigo. – Fiquei olhando pra ele sem entender nada. Jungkook parecia tão bravo! O rosto dele lembrava um pimentão, os olhos saltados e vermelhos. – Você me traiu. Você dormiu com outra pessoa, e eu fui sim te buscar, como o belo cachorrinho que eu era.

- Você foi…

Ignorei todo o resto da frase. Meu coração parou e as palavras ficaram presas na minha garganta. Jungkook foi mesmo atrás de mim? Comecei a fungar o nariz feito uma criança.

- Fui. – Suspirou. – E foi aí que eu descobri o que você tinha feito, mesmo sabendo que era a única coisa que eu nunca poderia perdoar. Eu posso lidar com seu ego enorme e essa mania de achar que está sempre certo. Posso até não me importar em fazer tudo o que você quer, porque por mais que todo mundo me achasse um grande baba ovo, eu gostava de te agradar. Mas você fez a única coisa que eu não consigo engolir, Taehyung. Você foi infiel, e eu não sei dividir.

- Hãn? – Fiquei olhando pra ele, os olhos transparentes e tristes, a dor daquele tempo separados refletindo nas gotas das lágrimas acumuladas nos cílios negros. Doeu em mim também. – Jungkook, eu nunca...

- Por favor, Tae, não minta pra mim. Não me deixe mais quebrado do que já estou.

Ele apoiou a testa nos meus joelhos, sobre as nossas mãos juntas, e chorou.

 


Notas Finais


ownti, meu Jungkook do céu. Fui acusada de maltratar os meus Jungkooks num comentário do capítulo passado, e fiquei pensando se eu faço mesmo isso... Ai, desculpa. Mas no início de Hipnosis o Taehyung estava bem pior - recordemos.
Bem, estou super ansiosa pra saber o que vocês vão achar desse capítulo, então por favor me deixem muitos comentários e muito amor pra eu ter inspiração e atualizar bem rapidinho <3 ~
Obrigada a todos que comentaram e mil perdões por eu não estar tendo tempo de responder um a um. Saibam que eu leio todos os comentários com muito carinho, amo demais todos eles, e que vocês fazem meu dia e me deixam muito muito feliz e satisfeita. Por mais que às vezes eu fique insegura com a minha escrita - como disse, estou sempre evoluindo - vocês me dão a certeza de que eu não posso desistir! Obrigada, de coração.

Espero ter deixado todo mundo bem soft com esse capítulo :)

Quem quiser conversar (ou me crucificar, vá lá):
twitter/curiouscat @ btsnoonafanfics

Nos vemos em breve!
Beijocas amoras,

~BtsNoona


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