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História Hipnosis - Terapia


Escrita por: BtsNoona

Notas do Autor


Olá leitores-amores!
Se vocês leem Incógnito, já sabem o motivo do meu sumiço/hiatus-forçado. Caso não, eu conto lá nas notas finais.
Eu estava morreeeendo de saudades! Muito mesmo.
Sem mais delongas, né? Porque está todo mundo ansioso pro capítulo novo de Hipnosis <3

Boa leitura!

Capítulo 5 - Terapia


Fanfic / Fanfiction Hipnosis - Terapia

Taehyung estava muito diferente do que Jungkook se lembrava.

Principalmente depois do fim da faculdade, quando foram morar juntos, ele só costumava usar blusas largas com a gola cortada, calças de tecido e papetes. Céus, era um inferno para convencê-lo a usar tênis! Seus cabelos castanhos viviam caindo em frente aos olhos, porque ele nunca se lembrava de cortar. Sempre atolado no trabalho, Taehyung. Continuava vaidoso – e lindo, claro – mas já não se importava tanto com o que vestia, tinha um ar mais despojado.

Mas agora? Parecia saído de uma revista.

Os cabelos loiros tão bem pintados que não dava para ver a raiz, os sapatos sociais lustrados e um terno caro engomado, como se tivesse acabado de sair da alfaiataria. Seu semblante era bem mais sério e rígido do que se lembrava, daquele Taehyung irritadinho e falastrão.

Parecia ter bem pouco do Taehyung com quem teve um relacionamento por mais de cinco anos.

Mais do que ninguém, Jungkook sabia que – por mais que a pessoa pudesse parecer mudada – não tinha como se transformar completamente. Já sentira isso na pele uma vez e agora não parecia diferente. Lá estavam elas, as duas esferas castanhas e intensas que tanto já lhe apaixonaram como assombraram. Os olhos amendoados de Taehyung, que costumavam soltar faíscas em sua direção, agora pareciam mais frios do que se lembrava. Mas aquele brilho continuava lá, intacto.

De que isso importa agora?

Capítulo 4 – Terapia

Namjoon passou a reunião toda olhando para mim. Senti como se ele estivesse me medindo, me analisando, mas não soube se ele estava preocupado com o meu bem estar ou apenas receoso de que eu fosse matá-lo assim que puséssemos os pés para fora da sala de reunião.

Talvez fosse um pouquinho dos dois.

Ao contrário do que eu imaginava, Dahyunie tinha razão e eu não era um ator tão mau assim. Na verdade, achei que fui muito bem, obrigado. Consegui ignorar meus sentimentos e falei um monte, tratando aquela reunião de negócios como se fosse qualquer outra. Discutimos os pormenores do contrato e Yoongi concordou em trazer a menina para que eu pudesse conhecê-la no dia seguinte e já tirar algumas fotos de teste. Foi bem mais tranquilo do que eu esperava e grande parte disso se deve a Jungkook.

O caso é que ele ficou calado a maior parte do tempo. Não falou quase nada e mal olhou para mim, parecia mesmo uma planta ali, meio de enfeite enquanto nós conversávamos. Pensei que ele deveria estar realmente bravo comigo, apesar de achar a possibilidade estranha. Tudo bem, nós terminamos mal e tivemos uma briga horrível. Eu sei que falei um bando de merdas, mas não sei se foi o suficiente para que ele ainda guardasse rancor, dois anos depois! Pareceu exagerado.

Mas eu fingi que nem liguei e não pensei mais sobre o assunto. Depois que terminamos a reunião apertamos as mãos mais uma vez, e meu coração bateu exaltado na garganta, mas eu disfarcei-o com um sorriso seco e um “Até mais ver”, só que por dentro eu torcia para que não fosse necessário vê-lo tão cedo!

Mentira, na verdade queria vê-lo sim, mas estava em negação. Pelo menos foi o que a minha terapeuta me disse.

Enfim, Jungkook e Yoongi hyung saíram porta a fora e eu pude respirar aliviado. Me joguei de qualquer jeito na poltrona mais próxima e desabotoei o colarinho da camisa. Ainda podia sentir o suor gelado escorrendo pela minha nuca. Fiquei num estado meio de transe, como se ainda não tivesse assimilado o que tinha acabado de acontecer. Eu reencontrei Jungkook, falei com ele, e o veria novamente bem em breve. Mas ele não parecia o mesmo de antes. Estava diferente.

Não fisicamente. Sua aparência continuava igualzinha, o que só serviu para me deixar mais agoniado. Jungkook não envelhecera um dia sequer!

Namjoon tentou se aproveitar do meu estado aéreo e já ia saindo também atrás dos outros dois, provavelmente para voltar ao seu escritório.

Mas que grande cara de pau!

- Não se mova. – Avisei. Ele se virou para mim com um sorriso amarelo e apologético. – Que bonito, hein?

Escutei uma risadinha disfarçada de Dahyun, que organizava os documentos em sua pastinha verde limão, fingindo que não era com ela.

- Taehyungie... – Namjoon começou com uma voz manhosa, e eu revirei os olhos – Eles ainda são nossos amigos e eu pensei que-

- Que poderia me dar uma facada pelas costas? – Interrompi – Aham, muito obrigado por não me avisar nada!

- Você não ia concordar se eu te contasse!

Ele arregalou os olhos e levantou as mãos como se não tivesse culpa de nada. Fez uma cara ridícula de falso-inocente.

- Não ia mesmo.

- Olha, Tae, vocês dois já são bem grandinhos e eu sabia que poderiam lidar com isso. – Ele retomou a postura de liderança que encarnava com tanta naturalidade – Agora se me dá licença, eu tenho trabalho a fazer. Preciso decidir quais conjuntos vou usar no ensaio amanhã.

E saiu. Estava mais do que claro que Namjoon só estava arrumando uma desculpa pra fugir de mim, e eu cruzei os braços e bufei feito uma criança malcriada.

- E aí, como se sente? – Dahyun me perguntou.

Pensei por um segundo antes de respondê-la. Meu estômago se revirava feito louco e meu coração ainda ressoava alto nos meus ouvidos. Não conseguia de jeito nenhum tirar da cabeça aquela visão que tive furtivamente pela janela, de Jungkook sorrindo ao lado de Namjoon e Yoongi hyungs. Mas logo em seguida minha mente era invadida pela sua mão forte e clara, sem nem sinal de que ali já houvera uma aliança. Não estava me sentindo muito bem.

- Menos pior do que eu esperava. – Respondi, e fui sincero.

Pensei que fosse começar a chorar ou vomitar, mas não aconteceu.

- Que ótimo. Você vai acabar se acostumando. – Tentou me encorajar – E quais os planos para o resto do dia?

Depois daquela montanha russa? Eu que não ia voltar para o escritório. Sem chance.

- Preciso ver minha terapeuta. Urgente!

----

A Dra. Lana Evans era bem mais do que apenas uma médica respeitável no ramo. Além do currículo quilométrico com trabalho e pesquisas em vários países, ela também era muito descolada e sincera, podendo às vezes até ser sincera demais. Depois de perder a memória eu passei por incontáveis terapeutas, mas foi só após perder Jungkook e encontrar a Dra. Evans que eu finalmente me aquietei com uma.

A agenda dela estava sempre lotada, mas assim que eu mandei uma mensagem dizendo que reencontrei Jungkook, ela me pediu para ir imediatamente ao seu consultório nem que tivéssemos que nos encontrar durante o horário de almoço. Nós dois tínhamos uma relação tão boa e amigável que eu até mesmo passei a chamá-la de noona, já que ela não era assim tão mais velha do que eu.

Infelizmente, nem mesmo ela fora capaz de trazer minhas memórias de volta. E até ali, tudo bem, eu já tinha me conformado que jamais me lembraria daqueles quase três anos perdidos, apesar de querer muito. Mas não se pode ter tudo, não é mesmo?

Enfim, eu saí correndo covardemente para encontra-la. Digo covardemente porque nunca fez muito sentido na minha cabeça isso, de que qualquer coisinha ruim que acontecesse no meu dia eu precisasse sair a galope ao encontro da minha terapeuta. Achei que esse tipo de coisa nunca fosse acontecer comigo, apesar de eu ter frequentado consultórios de psicólogos durante toda a minha vida, quase. Pensava que eu era seguro o suficiente para enfrentar meus problemas sozinho.

Bom, estava enganado.

Só de chegar à sala de espera do consultório eu já me senti mais tranquilo, juro. Ainda tinha um nó imenso em minha garganta e minha boca parecia mais seca do que as areias do deserto do Saara. A secretária simpática – a velhinha Sra. Cheon – me recebeu com aquele sorriso costumeiro e perguntou como eu estava. Eu respondi que bem, claro, apesar de não estar nada bem mesmo, mas é o tipo de mentira inocente que fazemos todos os dias para o benefício da convivência e boa educação. De qualquer forma, aquilo me aliviou o peito, e por alguns minutos – antes que a Dra. Evans me chamasse para entrar – eu me senti mesmo bem.

Infelizmente, não durou muito. Quando a Sra. Cheon me desejou uma “boa sessão”, logo antes de entrar no consultório, eu já estava me sentindo um caco de novo.

A imagem de Lana Evans foi ao mesmo tempo reconfortante e incômoda. Isso porque eu precisava muito vê-la, mas sabia que ela ia me julgar. Nossa, ela com certeza ia jogar um montão de verdades na minha cara pelas próximas uma hora e meia. Ou quem sabe duas, devido à gravidade da situação.

Se eu pontuar aqui cada característica da Dra. Evans separadamente, talvez não consiga exemplificar o quão bonita ela realmente é. Digo isso porque acho que é preciso vê-la para entender como os traços caem-lhe tão bem.

Ela é baixinha – bem baixinha, deve ter pouco mais de um metro e meio, e é bem engraçado ficar parado ao lado dela. Ainda bem que geralmente estamos os dois sentados. Tem cabelos muito loiros e bem curtos, num desses cortes da moda, acima dos ombros. Seu nariz é um pouco grande e fino, o que não é algo ruim de forma alguma, e combina muito com ela. Os lábios também são um pouco finos e ela tem um sorriso enorme de dentes perfeitos, além de olhos verdes de uma cor muito viva e rara. Ela é bonita de um jeito jovial e desencanado, mas um pouco fora dos padrões – principalmente da Coréia do Sul.

Mas no momento ela não tinha aquele sorriso bonito que lhe dava ruguinhas ao redor dos olhos. Não. Ela estava com os lábios finos e crispados, o que só confirmou minha teoria de que ela ia abrir a porcaria da minha caixa de Pandora – de novo – e jogar todos os meus traumas bem na minha cara.

Eu me sentei na poltrona, conformado. Que pelo menos fosse rápido.

- Então você encontrou Jungkook. – Ela ergueu as sobrancelhas loiras e eu fiz uma careta – Anda, me conta.

Aí eu contei tudinho, em todos os detalhes. Como Namjoon hyung era um traidor, como eu amei reencontrar Yoongi hyung, como a minha vida de agora parecia completamente oposta a tudo o que acontecera antes, como se tivesse acontecido com alguém que não sou eu. Contei como Jungkook continua tão lindo quanto eu me lembrava, com os cabelos negros e o sorriso fácil – que eu só pude ver furtivamente. Contei como ele quase não disse nada e ficou me olhando de forma severa, o que me deu a impressão de que ele continuava rancoroso por causa do nosso término. Contei que ele parecia me odiar, como se aquela sala de reuniões fosse o último lugar que ele iria querer estar na face terrestre. Contei como eu me senti, todos os sintomas incontroláveis que a presença dele me causava e que eu já não sentia há anos. As malditas borboletas no estômago.

- Noona, eu sei que você sempre me diz que eu preciso superar isso e eu acho que tenho ido muito bem, mesmo. – Depois de todo o monologo, ainda tinha uma coisa que eu queria falar, só que não consegui. Tinham certas coisas que eu preferia deixar a Lana falar por mim. – Mas depois de ver meu coelhinho rindo longe de mim, e aquele olhar frio na minha direção, eu...

- Você o quer de volta.

Suspirei aliviado por ela ter dito o que estava preso na minha garganta.

- Quero. – Era bom poder falar qualquer coisa, assim, sem me importar. – Sou muito patético?

- Ah, é sim. – Ela riu e eu revirei os olhos – Estou brincando, Tae, não é. Se você realmente quer ele de volta então engula esse teu orgulho e corra atrás dos seus objetivos. Tentei demais fazer com que você superasse o trauma desse término e acho que nisso tive sucesso, mas não consegui fazê-lo superar ele. E agora que Jungkook voltou, vai ficar impossível. Você vai ter que aprender a lidar com a situação atual de vocês dois, e com um monte de sentimentos que você vem reprimindo pelos últimos dois anos.

Hora de encarar a dura realidade. Existiam um mutirão de coisas que eu andei ignorando e elas simplesmente voltaram com força máxima pra cima de mim. Eu não queria mesmo ter que lidar com esses sentimentos reprimidos, e vivia muito bem apenas ignorando todas as minhas dúvidas e medos relacionados à Jungkook. Eu passei os dois últimos anos tentando me curar de fora para dentro, tomando pílulas imaginárias para tentar remediar as consequências que Jungkook deixou quando saiu da minha vida. Agora era hora de me curar de dentro para fora, e apesar de estar morrendo de medo, eu sabia que aquilo precisava ser feito se eu quisesse tê-lo de volta.

- Taehyung, agora não tem mais desculpa. Você precisa abrir aquele apartamento.

Ah, não. Isso não. O que tinha de errado com a droga do meu apartamento que ela ficava o tempo todo batendo nessa maldita tecla? Ele é meu! Deixasse lá, fechado. Não faz a menor diferença na minha vida e eu não entendia porque isso irritava tanto minha terapeuta ao ponto de ela sempre acabar tocando no mesmo assunto. Eu não podia entrar lá. Não estava pronto, ainda mais depois de ver Jungkook.

- Nem pensar!

- Você disse que conseguiu superar o trauma, mas eu acho que você foi melhor em ignorá-lo, exatamente como tem feito com aquele apartamento. Não é hora de ignorar, Taehyung, não agora que você vai encontrar Jungkook com frequência. Ele não vai deixar que você ignore. É hora de pegar toda essa sua culpa e ressentimento e mastigar feito chiclete. Acho que você precisa sentir um pouco do gosto amargo da dor que esteve ignorando esse tempo todo.

- Ainda não posso abrir o apartamento, noona.

Ela podia até estar certa – como costumava estar – mas não vou negar que era bem difícil de ouvir.

- Já pode ir trabalhando a ideia, Tae. – Lana deu um sorrisinho de lado, e eu soube que não era boa coisa – Eu quero aquele apartamento aberto até o dia 21 de maio.


Notas Finais


Ufa! E aí, gostaram? Valeu a longa espera?

Pra quem pensou que eu fosse abandonar a fic, VOCÊS ESTÃO FICANDO MALUCOS?! Jamais faria isso, eu posso até ter sumido, mas Hipnosis e Incógnito estavam o tempo todo na minha cabecinha, podem ficar despreocupados.
Bem, como já expliquei, estava de férias, viajei muito, não parei quieta, por vezes não tive meu computador comigo e... Enfim, não tive muita cabeça mesmo. Peço perdão. <3 Se for de algum consolo eu me diverti muito hahaha

Mas agora estou de volta a minha casa, minha rotina, e minhas fics! Então, podem esperar capítulos com frequência. O sonho era conseguir fazer dois de Hipnosis e um de Incógnito (já que os capítulos são o dobro do tamanho dos daqui) por semana. Mas acho que estou sonhando alto demais, quem sabe se vocês comentarem bastante eu não consigo? hehehe <3 <3

Comentem, tá? Nossa eu estava com muitas saudades de todos e vou tentar responder os comentários do capítulo anterior um por um. Amém!

Beijocas amoras,
~BtsNoona


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