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História História 14 - INCÊNDIO - Capítulo 5 - INCÔMODO


Escrita por: Tsurugaakira

Notas do Autor


Olá, Minna-san! =D

Retornei para o Spirit, finalmente! \o/\o/

Como já havia falado, me mudei para Porto Alegre! O lugar é lindo, mas frio demais para uma pobre mortal acostumada com temperaturas acima dos 37°C! =S Mas a gente se acostuma! =D

A internet finalmente foi instalada! Oh, Glória! Agora posso trabalhar e atualizar as fics! E hoje, começamos pela nossa fic de n°14 - INCÊNDIO! *-*

Capítulo 5 - Capítulo 5 - INCÔMODO


Na sala silenciosa, o capitão esperava a garota sentada à frente de sua mesa começar a se pronunciar. Pois, embora a própria morena lhe tivesse pedido para conversarem em um ambiente mais isolado, esta ainda não dissera uma só palavra desde que entraram no gabinete do bombeiro. Karin parecia procurar suas palavras.

- Kurosaki, o que quer me dizer? - Questionou ele, por fim.

A jovem o encarou brevemente em silêncio antes de finalmente responder.

- Na verdade, Toushirou, tenho algumas coisas para te perguntar e outras para te falar. Por ora, tenho um pedido para fazer. - Declarou.

O rapaz estranhou. A garota a sua frente nunca teve o menor pudor anteriormente ao lhe pedir favores, mesmo os mais egoístas. Contudo, agora parecia escolher suas palavras para falar consigo.

- Que eu me lembre, nunca foi de fazer cerimônias para me pedir algo. - Comentou ele.

A morena sentiu-se tentada em responder com seu habitual sarcasmo, mas conteve-se em apenas demonstrar seu descontentamento em sua face. Após fazer bico durante um breve instante, suspirou decidindo ser direta.

- Preciso que me faça uma promessa. - Começou. O grisalho pareceu ficar confuso. - Quero que mantenha a história do incêndio em segredo, pelo menos para o Ichi-nii. Ele não pode saber disso.

Hitsugaya franziu o cenho. Sua irmã quase morreu e era algo lógico que ele devesse ficar sabendo sobre o fato.

- Por que está me pedindo isso, Kurosaki? Seu irmão tem direito de saber! Se envolveu em uma situação perigosa e quase morreu. Não tem como esconder algo como isso! - Respondeu ele.

- Não está pensando direito, Toushirou! - Declarou ela. - Pense direito! Está colocando como fator apenas o fato de ele ser meu irmão, mas não é só isso que precisa ser considerado. Meu irmão é ciumento e protetor demais, além de ter o pavio curto. Ele é um bombeiro, assim como você. - Lembrou ela. - Acho que entende bem o que eu quero dizer. - Afirmou. - É um bombeiro e, como você, está trabalhando neste exato momento sendo responsável por centenas de vidas. Contar algo como isso para ele, vai apenas preocupá-lo e colocá-lo em risco. Ele não pensa direito de cabeça quente.

- Ainda assim, não muda o fato de que quase morreu hoje. - Declarou o bombeiro.

A morena deu um sorriso conformado.

- Mas não morri. - Declarou. - Você me salvou. Estou viva e inteira. Não há porquê fazê-lo se preocupar enquanto trabalha. Por isso, preciso que me prometa que vai manter segredo. Quando eu puder, eu mesma conto para ele, mas por ora preciso que fique em sigilo. - Karin argumentou.

Hitsugaya bufou cansado, não gostava de sua situação.

- Não acha que está pensando demais? Sempre foi demasiadamente responsável para sua idade, Kurosaki. - Desabafou ele em derrota.

A amiga sorriu.

- Você não é o tipo de pessoa que possa me dar sermão sobre isso. É ainda pior que eu. - Indicou ela. - Agora preciso da sua palavra.

O grisalho rangeu um pouco os dentes ainda estando contrariado, mas aceitou o pedido.

- Não irei dizer nada. Tem minha palavra. - Afirmou.

A jovem claramente respirou mais aliviada. Preocupava-se com a possibilidade do irmão descobrir algo.

- E então, o que mais queria confirmar? - Perguntou ele.

Karin novamente pareceu escolher suas palavras. Algo nisso incomodava o rapaz.

- Quando entrou no banheiro, viu mais alguém no local? - Foi a primeira pergunta.

O capitão, visto a importância do assunto, tornou-se sério.

- Ninguém. Mesmo você foi difícil de achar. Te encontrei no canto direito do banheiro, bem embaixo da báscula e coberta pelo entulho formado pelo gesso e pelas portas quebradas… - Lembrou.

A garota pareceu pensar sobre o assunto.

- Algo de errado nisso? - A pergunta, na verdade, fora quase uma afirmação.

Algo realmente estava errado.

- Nada. - Respondeu ela. - De qualquer forma, o incêndio de hoje foi resultado de ações de uma quadrilha em específico. Consegui neutralizar 3 deles, contudo, o último fugiu depois de lutar comigo. Não vi quem era, me atacou pelas costas enquanto estava ajudando uma pessoa a sair pelo banheiro. Tudo que sei é que a feri na cabeça. - Após tal menção, a memória do grisalho imediatamente se lembrou das duas últimas vítimas que saíram do beco. Em especial, o homem com a cabeça ferida passara por si.

O capitão trincou o maxilar. Havia possibilidade de que esse mesmo homem fosse o criminoso que atacara Karin.

- Já relatou os detalhes para a polícia local? - Questionou ele.

- Obviamente. Fiz isso antes de vir para cá. - Respondeu. - Pelo que entendi, sua equipe também terminou seu trabalho na boate. Já possuem o levantamento de vítimas fatais? - Perguntou a garota visivelmente preocupada.

O grisalho suspirou pesado. Karin deveria preocupar-se mais consigo. Já havia ajudado todas as vítimas que pôde, não tinha qualquer responsabilidade sobre o ocorrido.

E, enquanto discutiam, a ruiva novamente retornava para a sala de Hitsugaya. Matsumoto logo reparou que os dois amigos ainda conversavam sobre o ocorrido, preferindo apenas tomar um lugar e ficar calada até que pudesse se pronunciar.

- Já sim. - Respondeu. - Três vítimas, embora todas ela já estivessem mortas antes das chamas lhe alcançarem. - Comentou. - Todos morreram baleados.

A enorme quantidade de ar expulsa dos pulmões da morena em uma única expiração, deixava claro o seu alívio. A tenente sorriu de forma gentil, a menina que conhecera parecia a mesma pessoa gentil e generosa de sempre.

- Então, todos conseguiram sair… - Comentou em uma discreta comemoração.

- Quando chegamos, apenas você continuava lá dentro. - Lembrou. - Parece que os problemas ainda te perseguem. - Disse ele de forma um tanto enfática, lembrando-se também que a amiga, no passado, sempre conseguia se envolver em algum tipo de problema.

Karin deu de ombros já conformada com a situação.

- Algo assim, mas sempre foi mais fácil quando eles se tratavam de brigas no futebol com os garotos mais velhos. - Acrescentou.

- Escolheu uma profissão difícil. - Alertou o capitão.

- Nisso sou obrigada a concordar, Karin-chan. - Declarou Matsumoto.

- Não é o tipo de pessoa que pode falar muita coisa sobre isso também, Toushirou. Seu trabalho não é nem mesmo um pouco mais fácil. O mesmo vale para você, Rangiku-san. - Indicou ela.

- Ainda assim, Karin-chan, é muito arriscado e você ainda é tão jovem! - Argumentou a mulher.

A garota achou graça das palavras da tenente.

- Tem seus risco, mas não é como se não fosse suportável. Tenho folgas frequentes, acesso à quase todas as informações normalmente omitidas da população, um bom salário… E ser jovem ou não, não faz tanta diferença para mim. A única dificuldade real seria encontrar um cara que não que meu trabalho não é para uma mulher ou que entenda que às vezes terei prioridades maiores do que sair com ele. - Opinou.

A tenente repentinamente pareceu ficar surpresa.

- Não é possível! Não me diga que está solteira? - Questionou ela quase que horrorizada.

A morena olhou cética para a mais velha. Era incrível como ela conseguia se escandalizar com algo tão banal como seu estado civil. Hitsugaya, no momento, compartilhava da mesma opinião que a garota.

- Estou e qual é o problema disso? Nem tudo na vida se resume à vida amorosa, Rangiku-san. - Opinou Karin.

- Não acredito! Você pegou a mesma doença do taichou! - Anunciou a ruiva fazendo o rapaz se enervar.

- Matsumoto! - Finalmente alterou seu tom de voz. A subordinada realmente sabia como lhe estressar.

A morena olhou confusa para o amigo, mas preferiu não se envolver.

- Bem, já terminei o que tinha para hoje. Preciso descansar um pouco. - Comentou ela tentando amenizar o clima tenso. - Rangiku-san, tem o número de algum hotel? Precisarei conseguir um quarto. Não posso ir para minha casa aqui assim, ou a Yuzu vai entrar em pânico.

Foi a vez do grisalho se confundir.

- Pensei ter dito que já havia preparado tudo. - Lembrou ele.

- Na verdade, não. Menti para a Ruri-chan. Se eu dissesse que não tinha onde ficar, ela iria ficar me esperando. Além disso, ela é filha de um político influente eu não quero me envolver ou dar a entender que tenho qualquer relação com ele. Afinal, sou uma policial. - Declarou. - Amanhã passo aqui de novo. Precisarei pegar o relatório sobre o incêndio para adicionar no meu sobre o caso.

- Não acho que vá conseguir um hotel para ficar hoje. A cidade recebeu turistas demais por causa do show e os hotéis estão todos lotados, além da tempestade ter dificultado que muitos fizessem a viagem de volta. - Informou o grisalho.

- Isso é verdade, Karin-chan. Uma amiga minha também estava interessada em vir para cá ver o show, mas não conseguiu lugar em nenhum hotel aqui. E eu não pude hospedá-la lá em casa porque o Gin está comigo esse fim de semana. Se não fosse por isso, eu mesma te ofereceria abrigo. - Contou a ruiva. O sujeito à quem a ruiva se referia tratava-se de seu namorado, Ichimaru Gin, um homem de cabelos brancos e um olhar que mais lembrava uma serpente. Contudo, ainda era um homem de bom caráter. Bombeiro como a companheira amorosa, participava de outra brigada de uma cidade próxima e estava de folga no momento.

A notícia da indisponibilidade de hotéis pegou a policial de surpresa. Karakura nunca fora uma cidade de turismo, entretanto, parecia ter recebido mais clientes do que o comércio hoteleiro local surportava. Assim, deixando-a sem muitas opções.

A garota bufou. Sua noite estava ficando cada vez pior.

- Não tem hotéis e não posso sair da cidade… - Karin estalou a língua contrariada. - Realmente não queria que Yuzu ficasse sabendo do que aconteceu. Ela enlouqueceria. - Murmurou.

O grisalho suspirou pesado. Karin estava sem muitas escolhas, mas ainda assim queria evitar que o ocorrido na boate chegasse aos ouvidos da família. Mesmo em uma situação difícil, negava-se a preocupar a irmã gêmea mais nova.

- Pode usar o meu apartamento. Vou trabalhar a noite inteira aqui. - Disse ele jogando a chave para a morena.

Karin agarrou o chaveiro nas mãos por mero reflexo e, ainda confusa, observou o conjunto de finas peças metálicas.

- Claro! Assim ela não vai precisar procurar um lugar e ainda é bem perto! - Exclamou Matsumoto animada.

- Não se importa que eu fique lá? Pode acabar arrumando problemas com a sua namorada. - Disse a garota.

Karin bem se lembrava de Hinamori Momo, uma amiga de infância de Hitsugaya de quem ouvira falar algumas vezes. Sendo pouca coisa mais velha que o grisalho, a jovem se via uma garota trabalhadora, gentil, amável e prestativa, além de possuir o amor e o senso de proteção do bombeiro destinados à si.

Pouco tempo depois de entrar na polícia, a morena lembrava de ter ouvido do irmão mais velho sobre o namoro do grisalho com a garota. E, neste caso, a presença de Karin no apartamento de Hitsugaya poderia causar problemas ao dono.

- Não tenho namorada e não me importo. Encare isso como uma retribuição pela vez que dormi na sua casa. - Respondeu ele. - Além disso, suas roupas estão molhadas e ainda não se recuperou dos danos do incêndio. Precisa descansar.

A jovem não entendeu muito bem sobre a resposta. Tinha certeza de que o rapaz, sem dúvidas, havia começado um compromisso algum tempo atrás. No entanto, decidiu deixar sua dúvida para outra hora.

- Já faz anos que dormiu na minha casa e, mesmo assim, foi apenas uma vez. - Lembrou ela.

A tenente, de igual forma, concordava com o superior. Ela deveria aceitar a oferta e descansar. Encontrar outro local naquela noite se via praticamente impossível.

- Karin-chan, o taichou está certo. Você precisa descansar e se recuperar. Ficar no apartamento dele é a solução mais rápida e menos trabalhosa que existe. Ele mora no prédio aqui do lado. Saindo daqui agora, em menos de 5 minutos você já vai poder tomar um banho e descansar. Aceite a proposta. - Sugeriu Matsumoto.

- Fique tranquila, vou trabalhar até de manhã. Vai poder descansar e ter um pouco de privacidade. - Insistiu o rapaz.

Karin estava exausta, com dores e ainda um pouco atordoada com a difícil situação pela qual passou no incêndio. A oferta de um chuveiro e uma cama próxima nunca lhe pareceu tão tentadora como naquele momento. E, embora sua mente até cogitasse uma possível recusa, seu corpo gritava veemente para que aceitasse.

Karin suspirou em derrota. A decisão já estava tomada.

- Obrigada. Parece que hoje não vou conseguir rejeitar uma oferta para descansar. Na verdade, estou quebrada demais para isso. - Comentou ela, conformada.

- Fique à vontade. O apartamento é seu por hoje. Matsumoto vai te acompanhar até lá e ajudar com o que precisar. Tem um telefone fixo lá e, se precisar, pode estar ligando para cá. É melhor que vá logo. - Aconselhou percebendo há tempos o estado exaurido da morena.

- Agradeço a hospitalidade, mas não acho que terei mais forças do que para tomar um banho e deitar. O mundo pode acabar hoje e provavelmente não irei acordar mesmo assim. De qualquer forma, meu celular está comigo. - Disse colocando a mão sobre o vestido na altura do coldre. - Fico te devendo essa.

- Como quiser. - Respondeu ele. - Leve-a, Matsumoto. Cuide para que ela consiga o que precisa para descansar, mas lembre que deve voltar para seu posto assim que terminar. - Alertou. - E nem pense em bisbilhotar minhas coisas.

A ruiva fez cara de vítima.

- Ai, taichou… É essa a ideia que você tem de mim? O que pensa que eu sou? - Questionou ela em atuação. - Quer saber, não quero ouvir o que pensa de mim! Vamos Karin-chan! - Empurrou a morena para a porta. - Vamos lá! Você tem que descansar e não merece ser atrasada só porque o taichou não faz bom juízo de mim! - Dizia a mulher fingindo indignação.

A garota, por sua vez, achava graça de toda a clara atuação da tenente de Hitsugaya.

- Toushirou, - Chamou a jovem. O rapaz lhe encarou. - Não se esqueça do que pedi e, por último, lembre do que falei. O último conseguiu escapar. Fique atento. - Pediu a policial com certa seriedade enquanto a ruiva lhe empurrava porta a fora.

O grisalho estranhou o pedido da amiga. Se o último havia fugido, normalmente não haveria qualquer perigo para si, pois era apenas um bombeiro. Contudo, as palavras da garota carregavam real preocupação, o fazendo pensar se ela talvez não soubesse de algo mais.

Karin poderia ter um motivo maior do que a preocupação da família para não querer que o incidente chegasse em seus ouvidos.

- Espero que eu esteja errado… - Comentou para si mesmo.

E, embora o capitão realmente quisesse que assim fosse, não era o que sua intuição dizia.

A sensação de antes não lhe abandonara. Algo ainda lhe incomodava.

Karin, talvez, realmente ocultava algo.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! =D

Até o próximo capítulo! o/

Kissus s2


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