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História Histórias Cruzadas - Capítulo - 5: Interligados


Escrita por: ThasHoran

Notas do Autor


Vou ficar pelo menos uns dois dias sem att essa porque tenho outras, por isso dois cap seguidos. Bjs e até a proxima.
Mil perdões qualquer erro.

Capítulo 5 - Capítulo - 5: Interligados


*Trilha sonora: Ed Sheeran - Give Me Love

Interligados

O dia amanheceu frio, o céu denso e nublado carregava as nuvens que brigavam por espaço naquela manhã cinzenta, uma melancolia sombrosa circulava no quarto em que Kyung repousa, seu corpo pequeno e ferido regozijava na macies que eram as colchas da cama de Chanyeol, seus olhos eram tão serenos enquanto dormia, parecia até que não estava sem teto, e que precisava dar um rumo para sua vida. Despreocupado! Essa era a palavra certa. Seus lábios em formato de coração titilava uma respiração leve, sem pressa, devagar, porém foi com o cheiro de hortelã que suas narinas aspiraram forte o aroma dos lençóis e acordou. Com a visão ainda turva ele levantou-se aos poucos, ele podia sentir as membranas do seu corpo lutar contra sua vontade de estar em pé e voltar a emaranhar-se nos tecidos sutis que estavam na cama, nunca tinha dormido tão em sua vida.

O moreno esticou-se, procurando despertar seus músculos ainda dormentes, ele deu uma breve olhada em volta, recobrando a consciência lembrou que estava na casa de um entranho, instintivamente foi até sua bolsa procurando por algumas mudas de roupas, estava correndo contra o tempo, tinhas menos de dois dias para decidir o que iria fazer, talvez fosse mudar de país, ou de região, ele não sabia, tudo o que tinha certeza era que não poderia continuar ali. Vestiu uma calça justa preta, uma camiseta manga longe, e seus tênis surrado, estava pronto para sair, porém não antes de ajeitar a cama que dormiu, pelo menos tentou, pois, a cama era tão grande que não conseguia imaginar como aquele ruivo fazia para deixar os elásticos dos lençóis esticados. Ele fez o que pode, e logo em seguida seguiu para a sala. Estava só, não tinha nenhum sinal do orelhudo, apenas as cobertas dobradas no sofá e um bilhete na mesinha de cetro do cômodo. Seus dedos logo alçaram o papel, e uma caligrafia redonda com traços de menina fez os beiços de Kyung sorrir, não por achar a letra do mais alto bonita, mas pela mensagem que tinha no papel.

A mensagem dizia algo a respeito dele ter preparado um café da manhã para o menor, alegando que tentara seu melhor e que se tivesse intragável que jogasse fora o liquido e a única coisa que ele sabia fazer direito era leite, afinal era amigo dos felinos, e que provavelmente iria chegar tarde por conta da faculdade. Kyung sorriu com o jeito atencioso do ruivo, e o aroma forte do requinte preto queimou seu pulmão. Automaticamente andou até a cozinha planejada do orelhudo, e em cima do batente de mármore que utilizava como mesa, pode ver uma xicara de café recém passado, e algumas panquecas, estava dando água na boca o vislumbre que era o simples prato de comida na sua frente.

– Será que o sabor estar melhor que a aparência? – Indagou o moreno pegando o primeiro pedaço da massa e levando até a boca. Chanyeol não era um péssimo cozinheiro, e a cara de satisfação que Kyung fez deixava isso bem claro, estava muito bom mesmo. Ele olhou de relance para o café, agora só precisava saber se o ruivo tinha acertado o ponto certo – E ainda ele diz que não toma café!? – Essas foram as palavras do moreno ao experimentar o sabor meio amargo cortando a garganta e aquiescendo seu peito. Um verdadeiro deleite, talvez até melhor que o Kyung fazia, pois, seus olhos brilharam quando o sabor entorpeceu sua mente de prazer.

Chanyeol por mais que não gostasse de dias nublados achava graça quando as nuvens choramingavam, e aquilo não iria impedir que fosse trabalhar, faça chuva ou faça sol, ele nunca faltava com seus compromissos, não até um certo moreno de lábios carnudos e olhos grandes entrar em seu caminho. Não ia mentir que passou a noite inteira pensado a respeito sobre a história dura e sofrida de Kyung, ele tentou de diversas formas não divagar no quanto queria cuidar do moreno. Era precipitado? Definitivamente. Porém, Soo estava tão machucado que ele pensou na hipótese de acolher o menor em sua casa, como um velho amigo, entretanto havia virgulas faltando, pontos sem parágrafos, ele sabia disso, poderia ter o coração grande, mas não era ingênuo, tinha plena certeza que daquele pequeno baú que era a vida alheia de Kyung havia muita areia enterrando assuntos inacabados, e ele não sabia se estava disposto a ser parte dos tesouros cravados do moreno

– Está com a cabeça longe hoje Yeol – Disse um jovem rapaz de cabelos castanhos, olhos escuros, pele de porcelana, bonito e magro – Não veio trabalhar ontem, fiquei espantando, você nunca falta, nem se tiver a beira da morte!

– Sehun, ontem aconteceu uma coisa louca – Sehun era amigo de Park, o jovem de aproximadamente vinte e três anos trabalhava no mesmo local que o amigo, ambos além de fazerem faculdades juntos, passava meio período em uma livraria dentro do shopping center da movimentada Seul, se conheciam a muitos anos, desde da época do colegial, e como a família dos dois eram próximas decidiram seguir a carreira juntos, como se fossem irmão, ou coisa ligado do tipo – Sabe o garoto que cometei com você sobre aquela noite – Sehun concordou com a cabeça lembrando por alto do amigo ter comentando a respeito do assunto, mesmo tendo uma memória um pouco limitada as vezes – Ele veio passar uns dias lá em casa.

– Como assim ele foi passar uns dias na sua casa? Você nem conhece o garoto e já vai colocando gente desconhecida dentro de casa? – Sehun despejou um monte de perguntas advertentes sobre o ruivo. Onde ele estava com a cabeça? Park definitivamente era um coração mole.

– Não é bem assim.... Ele estava sem ter para onde ir, e é apenas por dois dias – Park tentou se explicar, mas os sermões que foram seguidos pelo menor fizeram o mais velho ponderar e constatar que realmente ele era um palerma, mas não era como se pudesse evitar, tinha herdado o grande coração da mãe, e Kyung não era esse mostro que Sehun pensava, não poderia ser, só de lembrar da figura frágil que era o moreno seus lábios delinearam um leve sorriso, ele gostava de coisas que pudesse proteger, que depositasse sua atenção e afeto, e muitas das vezes essas características davam uma impressão de que Chanyeol não tinha autonomia suficiente para administrar sua própria vida, quem dera de outra pessoa.

– Agora que a merda foi feita, trate de limpar a bagunça depois – Inquiriu Sehun terminando de dar seu último conselho para o grandão, porém estava curioso para saber quem era o garoto que fizera Park Chanyeol faltar uma vez na vida no trabalho – Mas vem cá.... Como ele é?

– Ele? – O ruivo pensou, analisou, e tentou procurar uma maneira de descrever o moreno dos lábios fartos e do corpo tão sinuoso. Porém a imagem que ele tinha capturado do moreno era de um pássaro com as asas quebradas querendo sobrevoar os limites do céu, conseguia enxergar a amargura alojada nos olhos obscuros de Kyung, porém ele sabia que lá no fundo, nas profundezas daquela orbe sem estrelas, tinha um garoto fragilizado, pedindo atenção e amor. Quanto mais ele tentava decifrar o livro que era o baixinho, mais ele sentia-se atraído pelas páginas borradas de lagrimas que escreviam as linhas da vida do menor, ele tinha vontade de conhece-lo, de todas as pessoas que Park conheceu em sua vida, aquele homem em forma de garoto foi o ser mais instigante que trombou. Na sua memória, as fitas retrocederam um pouco mais, o levaram até o dia em que encontrou o menor caído no beco ensanguentado, e como foi duro vê-lo naquela situação, porém digamos que aquele não tenha sido o primeiro encontro de ambos, antes do ocorrido infeliz que levaram os dois homens solitários se encontrarem, no céu o universo traçava um novo rumo para os dois, que ligaria suas vidas para sempre.

Naquele mesmo dia, à tarde, Kyung estava indo a caminho da empresa que trabalhava, era operador de vendas online, vendia produtos de TV a cabo e outras coisas que o pacote incluía como oferta, nada muito importante, tinha sido despejado, iria acertar as contas e detalhes de pagamentos, e enquanto caminhava numa rua pavimentada cercado de pessoas alienadas em seus smartphone, outro ser vinha em sua direção, esbanjando sua cabeleira ruiva e seu perfume hortelã emaranhado em sua pele límpida, dois desconhecidos, e um simples esbarrar foi o suficiente para a faísca começar a pegar fogo.

– Sinto muito – Pediu o ruivo olhando atencioso para o moreno que caminhava de cabeça baixa seguindo o lado oposto. Kyung apenas murmurou apenas um "tudo bem" sem olhar para os olhos simplórios que lhe olhava com curiosidade. Park seguiu o seu caminho sem dá muita importância se ambos se trombaram, ou se havia machucado o menor, afinal o mesmo seguiu adiante sem nem olhar para trás, porém aquele pequeno bater de ombros foi o necessário para os ventos da vida do moreno entrar em um tornado espiral sem volta, e no olho daquele furacão, Park já tinha entrado e ele nem sabia disso.

A vida nem sempre é o que realmente aparenta ser, ela parece ser escrita por alguém muito maior que possamos imaginar, e as estrofes dessas palavras eram carregadas de mistérios, sim, a vida deles iriam começar ali, talvez mais de Kyung do que de Park, pois o autor desse enredo sabe o quão profundo tem estado o coração do menor, e quem sabe o café amargo que banhavam os lábios roliços de Soo precisa-se apenas de leite?! Eram perguntas sem respostas, apenas frases jogadas ao vento sem procedentes, porém o tempo trariam para ambos as lacunas necessárias para definir que tipo de relacionamento teriam.

– Não tem como eu descreve-lo, você precisa conhece-lo, ele é encantador – Disse Chanyeol após longos minutos tentando codificar inúmeros advérbios para descrever Kyung.

– Não vai me dizer que está apaixonado pelo garoto? –

– Não, não estou apaixonado – Não, ele não estava apaixonado. Sehun como sempre vinham com suas interpretações sem nexo – Mas que ele é encantador ele é!

– Sei.... É só uma questão de tempo para você vim correndo me dizer que está afim do cara e que está de coração partido por ele ter ido embora – Chanyeol tinha que admitir que o amigo tinha uns miolos fora da cachola. Que ideia era aquela? Não conseguia enxergar esse futuro para ambos, no máximo tudo o que iria querer do menor era amizade, afim de ajuda-lo no que fosse preciso. 

– Esqueceu seu comprimido para demência hoje foi Sehun? E quando vai admitir que é bissexual e que está afim do farmacêutico chinês do piso quatro? – Park indagou fazendo o amigo lhe olhar espantado, estava na cara que ele também tinha seus desejos por aí, e ao invés de julgar tanto os outros, ele deveria tomar coragem e assumir de uma vez que estava apaixonado por uma pessoa do mesmo sexo, aquilo não era um crime, mesmo que para muitos fosse visto como tal – Acha mesmo que não sei que você só sai tarde para poder ver ele fechar a loja? Por isso que anda chegando tarde nas aulas, melhor criar coragem e ir falar logo com ele, ou suas notas vão pro saco de lixo como essa sua cara deslavada.

– Não sei do que está falando – Pigarrou o menor saindo de fininho.

– Fica ai, mentindo para si mesmo, uma hora ele acha alguém que tome coragem e assuma ele de vez, ai sim, eu que vou ter que ouvir sua choradeira de covarde.

– Nossa Yeol, pensei que fosse meu amigo, e não meu inimigo – Disse o magrelo fingindo estar ofendido.

– Por falar nisso.... Onde está o Kim?

– Jongin pediu umas férias, disse que precisava resolver alguns assuntos com seu pai, e não tem previsão para volta.

– Kim e seus lances, melhor ficarmos de fora.

– Também acho, aquele antro de perdição é só problema. 


Notas Finais


Chansoo é e sempre será minha religião, e mesmo que eu sonhe em ser casado com Park, eu aceito que Kyung tome meu lugar.


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