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História Histórias de um prisioneiro - Capítulo bônus - O dia em que te conheci parte 1


Escrita por: Lady_Lestrange

Notas do Autor


Hello peoples, tudo bem com vcs? Dessa vez nem demorei tanto né? Eu sei que não ashuahsua :v
Enfim, como prometido cheguei trazendo para vcs um capítulo bônus que está dividido em 2 ou 3 partes porque ficou enormeee e não tive outra opção a não ser dividir >.<

Enfim, espero que gostem!
Bora ler? 😉💜

Capítulo 14 - Capítulo bônus - O dia em que te conheci parte 1


Capítulo Bônus – O dia em que te  conheci - Parte 1

  
    Chovia forte naquela manhã em New Orleans. Um garotinho de olhos azuis e cabelos tigelinha encarava as gotículas que escorriam na janela de forma entediada. Com certeza sua mãe não o permitiria sair de casa para brincar, o que era quase inaceitável, já que com a chuva que caia provavelmente o quintal ficaria cheio de poças grandes o suficiente para que se molhasse por inteiro em suas brincadeiras.

- Matt meu filho, o almoço está na mesa – A voz suave de sua mãe soou do andar debaixo

Então com um suspiro sofrido desceu da cama e calçou os chinelos, indo em direção a pequena sala de jantar da casa simples em que morava.

- Achei que precisaria chamar novamente. – Anne disse enquanto cortava carne de cervo, que o avô do menino havia caçado a poucas semanas. – Lavou as mãos? – Perguntou com a sombraselha erguida.

- Sim mamãe... – Disse sorridente enquanto puxava a cadeira ao lado do avô e sentava-se de forma comportada

- Tem certeza? Deixa eu ver essas mãozinhas – Disse desconfiada, vendo o filho ficar vermelho e inflar as bochechas – Vamos, não temos o dia todo, você sabe que quem não lava as mãos fica sem almoço e sem sobremesa – Disse séria, porém qualquer adulto repararia que a mais velha estava brincando com o garotinho.

- Ah mãe! Assim não vale poxa... – Matthew disse levantando os braços indignado com o que sua mãe havia dito – Se eu lavar as mãos todos os dias elas vão ficar fininhas assim ó – Falou gesticulando com o dedão e o indicador, mostrando a espessura que suas mãos ficariam se as lavasse.

- Deixa de bobagens menino, levanta agora dessa cadeira e vá lavar as mãos – Anne disse autoritária. – O que está esperando, o almoço está esfriando, vai! – Disse enquanto via Matt se levantar emburrado e seguir para o banheiro resmungando baixinho – Estou ouvindo hein? – Gritou divertida

- Ele está crescendo Anne, logo não terá tanto controle sobre ele – Disse William rindo.

- Eu sei papai, mais enquanto ele viver sob este teto e comendo da minha comida, sou eu quem manda aqui – Disse orgulhosa, apesar da aparência frágil, Anne era extremamente rigorosa na educação do filho. – Espero que ele nunca se esqueça disso. – Fechou os olhos.

William riu escandaloso, sua filha herdara o gênio forte de sua falecida esposa e via que seu neto não fugiria a regra “ o que a genética não é capaz de fazer não é?” pensara divertido, enquanto via Matthew voltar com a mesma expressão emburrada e se sentar de qualquer jeito na cadeira, ganhando um olhar mortal da mãe.
“Esse almoço será longo, pode apostar” pensou divertido enquanto se servia.

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Como imaginara, Anne não havia deixado o filho brincar no quintal, já que a chuva não havia dado trégua e a neblina dominara o simplório bairro de Evergreen n ° 12.
Porém, no dia seguinte, todo o mal tempo havia ido embora e o sol brilhava com intensidade naquela manhã, indicando que seria o dia perfeito para explorar o bairro.
Desceu rapidamente as escadas, e viu a mesa do café posta e um bilhete cuidadosamente dobrado na beirada da mesa.

“ Querido, tem suco e iogurte na geladeira. Chegarei tarde hoje, você sabe o que fazer né? Não bote fogo na casa e qualquer coisa, CHAME o seu avô e ele virá correndo.
Beijos, mamãe!

PS: Não pense que só porque estou fora que poderá sair das imediações do nosso quintal, pois apesar de não estar ai, estarei sempre de olho em você, então se cuida!"

- Droga! – Disse enquanto terminava de ler o bilhete, sua mãe nunca dava ponto sem nó, pensou contrariado enquanto comia uma torrada.

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Depois do café, Matthew decidiu brincar com o aviãozinho de madeira que ganhara de seu avô na parte da frente de sua casa. Quando de repente, ouviu uma movimentação do outro lado da rua.
Andou até a calçada, onde pode ver um pequeno caminhão parado em frente à humilde casa do outro lado da rua e uma família descer do veículo e começar a descarregar os poucos móveis que estavam na carroceria. Ficou observando o vai e vem de pessoas, até seu estômago dar sinal de vida e perceber que já estava passava do hora do almoço, saiu em disparada de volta para casa, onde esquentou a comida rapidamente e sentou-se nos três únicos degraus que havia na entrada, levando consigo seu o almoço.
Estava tão distraído, que não percebeu alguém se aproximando devagar.

- Hey, meu nome é Jonathan, seu novo vizinho – Disse um garotinho ruivo, de pele sardenta e sorriso travesso – Qual o seu nome? – Perguntou colocando os braços atrás da cabeça.

O castanho parou de comer a coxa de frango que estava em sua mão e olhou para cima, encarando o pequeno ruivo a sua frente.

- Matthew. Mais todos me chamam de Matt – Estendeu a mão  limpa para o outro sendo prontamente atendida – Você não é americano, acertei? – Perguntou astuto

- Como sabe? Sempre achei meu inglês tão bom... – Disse o ruivinho ofendido – Aliás, vai comer isso? – Perguntou esticando o pescoço e sentindo seu estômago roncar alto.

- Você tem um sotaque engraçado – Matthew disse rindo baixinho – Hey, eu ainda to com fome – Falou bravo, mas ao ver o olhar pidão do outro, bufou e estendeu o prato – Pode comer, mais não se acostuma não – Viu o menino começar a comer com vontade.

- O-obrigado – Agradeceu sem ao menos olhar o outro – Nossa, ta muito gostoso – Disse de boca cheia – Tem mais? – Perguntou mordendo a coxa de frango.

- Pra onde vai tudo isso hein? – Perguntou assustado, não fazia nem 10 minutos que estavam conversando e Jonathan já havia comido mais da metade, e ainda pedia por mais – Você é estranho... – Disse enojado com a falta de modos do menino.

                   =\\=

Amanhecera um dia anormalmente quente na pequena cidade de New Orleans, para o eterno desgosto de certo castanho de olhos azuis. Nunca gostara de dias quentes, o sol forte e o clima seco sempre lhe deixava indisposto e saia somente quando era estritamente necessário, ou quando sua mãe lhe obrigava a sair um pouco de casa para “Tomar ar fresco, já que estava se tornando parte da mobília de casa” lembrou-se das palavras de Anne.
Olhou as horas no pequeno relógio infantil com estampas do gato Félix, que ganhara de Jonathan em seu aniversário de 10 anos e viu que não passava das 8:00 da manhã “droga, ainda está de madrugada” pensou mal humorado e decidiu que dormiria mais um pouco. Porém, quando se preparou para fechar os olhos, ouviu a porta ser praticamente derrubada por um furacão ruivo que entrava com tudo em seu quarto.

- Meu Deus, ainda não acredito que meu vampirinho preferido ainda está no caixão – Disse Jonathan abrindo as cortinas escuras do quarto do amigo, fazendo a claridade invadir todo o cômodo.

- Não enche Johnny, ainda é cedo e quero dormir mais um pouco, sai daqui – Disse virando pro canto e cobrindo o rosto com o travesseiro.

- E perder esse dia maravilhoso? Nem pensar – Disse o ruivo indignado – É sábado Matt, dia de ir à praia, dar um mergulho, pegar um bronze você está precisando acredite – Falou baixinho, enquanto o mais novo revirava os olhos – E melhor ainda, ver muitas gatinhas – Disse sonhador – Já pensou?  Aqueles brotinhos vestidos naquelas roupas de banho cavadinhas e apertadas e...

- Chega! Eu já entendi o seus “motivos” para ir pra lá  – Matt interrompeu o irlandês – Eu odeio praia e você sabe disso, portanto se quiser ir sozinho fique a vontade porque eu vou ficar aqui, curtindo o conforto da minha casa lendo um livro – Disse com desdém  - Por favor, feche a porta e as cortinas na hora que sair – Falou colocando o travesseiro na cabeça. – Passar bem.

O ruivo suspirou derrotado ao ouvir a voz abafada do amigo o enxotando de sua casa. Mas, não se daria por vencido tão facilmente.

- Poxa Matt, não faz isso – Disse Jonathan se aproximando da cama e deitando ao lado do castanho – Estamos de férias. FÉRIAS! Não é justo você passar o mês inteiro preso dentro de casa, enquanto está fazendo um dia maravilhoso lá fora – Disse passando o braço na cintura do outro – Vamos lá Matthew, eu sempre faço as suas vontades, acho que ao menos uma vez na vida você pode fazer as minhas não acha? – Perguntou fazendo carinho nos cabelos agora longos.

Depois de todos esses anos, Jonathan ainda conseguia dobra-lo direitinho e não ia ser daquela vez que seria diferente.

- Okay, você venceu – Matthew disse bufando em desistência – Mais já vou logo avisando que não irei entrar na água – Disse virando-se para o ruivo com o dedo em riste

O ruivo, ao ouvir o amigo dizer aquilo abrira um sorriso tão grande que Matt achava que rasgaria a pele do rosto.

- Você definitivamente é o melhor amigo de toda a vida – Disse dando um selinho rápido nos lábios do castanho, deixando-o vermelho de vergonha – Vamos, não temos o dia todo – Falou levantando-se rapidamente e abrindo a porta do armário, tirando uma mochila cheia de roupas.

- Espera... são as minhas roupas que estão ai dentro? – Perguntou assustado, esquecendo do episódio anterioe – C-como...m-mais....Johnny! – Falou em choque.

- Bom...digamos que eu já sabia que você aceitaria de qualquer maneira, então... – Disse coçando a cabeça -Só quis adiantar as coisas – Falou rindo sem graça, recebendo um olhar mortal do amigo – Ahn... te espero lá embaixo – Disse saindo apressado.

“Até que não foi má ideia vir pra cá” pensou enquanto sentia a brisa fresca bater em seu rosto, bagunçar os seus cabelos. Estendeu a toalha branca na areia fofa enquanto Jonathan arrumava o guarda sol ao seu lado.

- Uma mãozinha agora até que não seria má ideia, não acha? – Perguntou Johnny tentando fazer o objeto ficar parado.

- Você quem me chamou para vir, então se vire – Matthew disse enquanto folheava uma revista – Quando eu vir por vontade própria, eu lhe ajudo – Piscou maroto para o ruivo que bufou irritado murmurando impropérios a seu respeito.

- Vou dar um mergulho, tem certeza de que não quer vir? – Perguntou enquanto tirava a camisa vermelha que usava, revelando o peitoral definido do mesmo.

- Claro que sim, até porque alguém tem que ficar de olho em nossas coisas – Disse colocando os óculos de sol de armação branca em formato redondo – Pode ir, eu sei que está doido pra cair na água, eu vou ficar bem – Disse olhando o ruivo que deu de ombros.

- Qualquer coisa, grite. – Disse tirando a bermuda azul royal, revelando a sunga da mesma cor. “Uma tentação” pensou Matthew enquanto o observava discreto por entre os óculos.

- Tudo bem papai – Respondeu debochado, vendo o ruivo rir e sair correndo pro mar. 

Enquanto Jonathan mergulhava, o castanho ficara o tempo todo admirando a bela obra de arte que Jonathan havia se tornado.
No auge dos 18 anos, o ruivo possuía uma beleza e porte de dar inveja a qualquer rapaz de sua idade. Os ombros largos e musculosos, faziam conjunto com o restante do corpo atlético e bem definido que possuía, fruto das aulas de canoagem que fazia no colegial.
Os olhos azuis, e a expressão carismática do outro sempre foram considerados um charme entre a mulherada, e o ruivo fazia bom proveito desses atributos, já que poderia ter a garota que quisesse, na hora que bem entendesse.
Suspirou entristecido diante tal pensamento. Nunca passou por sua cabeça que um dia estaria caindo de amores pelo melhor amigo, mais simplesmente aconteceu. Desde que descobrira sua homossexualidade aos 12 anos que vinha tendo pensamentos (e até mesmo sonhos) nada castos envolvendo o melhor amigo, porém sabia que não poderia sair contando para o mesmo sem ter alguma preparação física e mental para aguentar uma suposta rejeição por parte de Johnny. Então restava apenas esperar o momento certo para abrir o jogo.

- Matt, você não sabe o que ‘ta’ perdendo amigo – Disse Jonathan se aproximando rapidamente do castanho chacoalhando os curtos cabelos cor de fogo, espirrando água para todos os lados o tirando de seus pensamentos.

- Essa parte eu dispenso, obrigado – Disse rindo sutil

- Acho que está na hora de você perder esse seu medo de água Matt – Disse pegando uma maçã e mordendo com vontade – Não pode se tornar refém de seu próprio medo – Continuou olhando para o amigo que ficara quieto diante a lembrança ruim de quando fazia aulas de natação.

Recordava-se de como fora difícil a temporada que passou quando sua mãe lhe matriculara nas aulas de natação da piscina comunitária do bairro. Tinha 7 anos na época, quando alguns garotos mais velhos caçoavam de si por ser pequeno demais para a idade e agir feito uma garotinha. E certo dia, quando estava a espera do início das aulas, eles o pegaram pelo braço e o jogaram na piscina e saíram correndo.
A memória de estar se debatendo  na água fria, estava fresca em sua memória e a sensação de sufocamento ainda era sentida por si nos dias atuais.
Se não fosse por seu professor, provavelmente não estaria ali ao lado do amigo, e seria eternamente grato ao homem que salvara sua vida.

- Pra você é fácil falar, já que nunca teve que passar por isso – Disse ressentido. – Pra falar a verdade eu nem sei como aprendi a nadar depois desse episódio. – Disse entediado 

- Por quê foi eu quem insistiu em te ensinar oras – Respondeu o ruivo convencido – Caso contrário, estaria nadando igual machado sem cabo – Disse gargalhando escandaloso, chamando a atenção de alguns banhistas.

- Cale a boca sr. Ferrugem – Rebateu de forma infantil.

- Sr. Ferrugem é? Quero ver o sr. Ferrugem agora – Disse Jonathan divertido, enquanto pegava o castanho no colo e saia correndo em direção ao mar e jogando o castanho de roupa e tudo na água fria.

- Seu...seu idiota, imbecil, porque fez isso hein? – Disse se levantando com dificuldade enquanto cuspia a água salobra

- Se você não perder o medo agora, não o fará nunca – Disse Jonathan rindo ainda mais da cara do amigo – Vai Matt, se solta, eu estou aqui, nada vai te acontecer – Disse espirrando água no outro

- Eu vou soltar é a minha mão na sua cara, seu cretino – Disse revidando, iniciando uma guerra de água entre eles, passando o resto da tarde entre brincadeiras e risos.

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Chegou em casa já era tarde da noite, e todas as luzes da casa estavam apagadas, com exceção da sala, onde pode ver sua mãe sentada na poltrona com um copo de conhaque em sua mão.

- Onde esteve? – Perguntou olhando para o filho, tentando em vão segurar as lágrimas.

- Estava na praia, com Jonathan – Respondeu simples – Aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupado, vendo a mãe se levantar e lhe abraçar com força.

- Oh meu filho, vamos ter que ser fortes agora – Disse chorando inconsolável no ombro do mais novo

- O que você quer dizer com isso? Dá pra me falar o que está acontecendo aqui pelo amor de Deus – Disse entrando em pânico – Cadê o vovô? Por quê ele não está aqui? 

Anne ao ouvir o filho perguntar sobre o avô, respirou fundo e decidiu contar de uma vez.

- Matthew... o seu avô... – Disse sutil – Ele morreu. – Falou sentindo o filho paralisar em seu lugar.

- Como é? – Perguntou, antes de sentir a vista escurecer e desmaiar nos braços da mãe.

Continua...


Notas Finais


E é isso gente, mais tarde tem mais!
Até a próxima! o(^▽^)o❤


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