História Histórias de uma Adolescência - Marilina - Faxina

Não demorou muito para sobrar apenas a minha turma dentro da escola, o resto do pessoal foi todo pra casa, e sobramos nós que eramos os mais "responsáveis" pela festa. E novidade, nem sinal da Alicia e do Paulo!

- Parece que sobrou pra gente, vamos desmontar essas luzes e ajudar o irmão do Jaime a levar o som. - Daniel.

- Eu tô muito chapado pra isso. -Adriano.

- Chapado porque sabe que não aguenta beber e insiste. - Davi.

- Cadê o Paulo? Ele tinha que estar aqui pra ajudar a gente! - Koki.

- Boatos de que foi comer a Alicia. - Jaime disse rindo e todos riram, fechei a cara.

- Carmem tambem não está aqui, uma a menos pra ajudar a gente a limpar isso aqui, injusto. - Marga disse prevendo que essa tarefa ficaria para nós, pois não deixariamos Maria Joaquina na mão.

- Ela não podia ir pra casa muito tarde, levei ela pra casa ja faz tempo e voltei. - Daniel.

- E eu também não posso aparecer em casa sem o Paulo. - Murmurei triste e irritada.

- Pode ficar na casa de uma de nós depois que formos embora, amiga. - Bibi disse doce como sempre.

- Ou na minha. - Mario disse e ganhou o olhar de todos. - Que foi? - Perguntou fingindo inoscência e eu ri.

- Camisa 10! - Jaime disse enquanto começava a desconectar os equipamentos de som, revirei os olhos.

Ascenderam as luzes e dividimos juntos os grupinhos:

Banheiros: Eu e Marga, poisé, tomamos naquele lugar...

Corredores e pátio: Laura e Maria Joaquina.

Bagunça na cantina e "Lixos no chão": Bibi e Valeria. ( Quando Maria Joaquina anunciou esse, lembrei da Carmem, entendedores entenderão... brincadeirinha.) 😂

Os garotos disseram que quando terminassem de fazer a parte deles iriam nos ajudar, detalhe que era mais ou menos 4 horas da madrugada. Por sorte assim fizeram, eu e marga já suávamos de tanto esfregar o chão do banheiro masculino, quando Daniel e Jaime resolveram nos ajudar e chegaram lá de surpresa.

- Estão bem gatinhas com essas roupas de ginástica lavando o banheiro. - Jaime disse dando risada.

- Olha o assédio sexual. - Marga disse em tom de brincadeira.

A verdade é que nenhuma das meninas queria sujar ou molhar as roupas de festa, e as únicas que tinhamos no ármario da escola eram as que usávamos em dia de ginástica obrigatória, um top branco e uma legging preta.

- Vamos ajudar. - Daniel disse entregando um esfregâo para Jaime e pegou o rodo para ajudar a jogar toda aquela água no ralo, com a ajuda deles terminamos logo, levamos apenas mais 15 minutos e saímos para lavar o feminino.

- Nunca imaginei que entraria num banheiro de mulher. - Jaime.

- Já imaginou entrar em um de homem, Marcê? - Daniel disse e apoiou o braço esquerdo em meu ombro enquanto sorria, eu sabia exatamente do que ele falava, mas os outros não, corei.

- O que quis dizer pra ela com isso? - Marga olhou curiosa assim como Jaime.

- Nada, estou brincando. - Daniel afastou-se.

Então novamente limpamos e esfregamos o banheiro até que ele ficasse impecável e saímos para descansar. Sentamos os quatro exaustos na arquibancada já limpa pelas meninas.

- Olha, o quarteto fez rápido o serviço. - Valéria zuou, enquanto colocava várias garrafas de bebida alcóolica numa caixa.

- Não vai demorar a amanhecer. - Observou Daniel em seu celular.

- Vamos agilizar isso,preciso ir pra casa dormir. - Cirilo.

- Sua casa ou a casa daquela sua amiga? - Maria Joaquina.

- Hmmmmm... - Todos, inclusive eu.

- Ta falando de quem? - Cirilo.

- Ninguem! Vamos agilizar isso aqui antes que amanheça ou o Firmino acorde! - Maria gritou.

-- Quebra de Tempo --

Terminamos tudo, a escola ficou impecável.

- Gente lá na cozinha tem uma garrafa de catuaba que não quisemos jogar fora. - Laura.

- E?

-  A maioria não pode ir embora mesmo, todos mentiram pros pais sobre dormir na casa de alguém, vamos levar pra casa abandonada e usar pra atrasar a ressaca. - Mario.

- Vocês perderam o juizo! - Eu e Maria juntas.

- E vocês duas são umas dos que não podem ir pra casa essa hora! - Valéria.

E como minha opinião não vale nunca mesmo, e olha que eu costumava nunca opinar em nada, lá estávamos nós, as 5:30 da manhã caminhando para a casa abandonada, minha cabeça doia como se dessem marteladas, também né... foi o meu first porre, e eu peguei pesado, quase perdi até a virgindade, a noite foi doida.

Mario me dar atenção? Que nada! Não entendo ele quando estamos perto da turma, ele se afasta e fica só com os amiguinhos dele, ok, a gente supera isso... Ou finge que supera.