História Histórias de uma Adolescência - Marilina - Para, pelo amor de Deus!

Mário não disse uma palavra sequer enquanto entrávamos na casa dele. Eu estava ficando nervosa ao ponto de que minha lingua estava travada e eu não conseguia sequer perguntar o que estava acontecendo ali. Por que ele estava me levando pra casa dele a essa hora? Qual era a grande surpresa nisso?

- Feche os olhos.

Fiz o que ele pediu e desci da biscicleta com sua ajuda, após alguns passos estavamos dentro da casa dele.

- Surpresa!

Abri os olhos e na minha frente estava a mesa da cozinha com todos os tipos de coisas que eu nao queria comer, não que fossem coisas que eu não gostasse, é justamente o contrário. Queria morrer por dentro.

- A surpresa pra mim são 30 quilos a mais? - Tentei sorrir simpática, mas acho que falhei.

- Fui eu quem fiz tudo, você não gostou?

- Está tudo lindo, muito lindo mesmo, mas eu jantei na casa da Alicia.

- Eu sei, mas amanhã vai ter que tomar café, não vai?

- O que quer dizer com isso? Cadê a sua familia?

- A Natalia e a Diana estão na cidade da familia da Natalia e meu pai está trabalhando. Come pelo menos alguma coisa.

Sentei em uma das cadeiras e cortei um pedaço de pizza, parecia tão gostosa que desconfiei se era mesmo ele quem tinha feito aquilo tudo.

- A pizza foi a única coisa que eu tive de pedir. - Ele olhou pra baixo envergonhado. - Pela sua cara, você não está muito a vontade, né?

- É um pouco inconveniente atrair uma garota pra sua casa quando seus pais viajam, certo?

- Mas você está comigo, não confia em mim?

- Confio... - Disse receosa e levei a primeira garfada de pizza a boca.

- Vai me levar embora depois?

- Talvez.

- Se não me levar eu vou chamar um taxi.

- Poxa Marcelina, por que você está assim?

- Qual é, Mario? Olha as coisas que aconteceram recentimente, eu fiquei mal com você! E amanhã temos aula.

- Eu te expliquei as coisas...

- Eu sei, mas eu preciso de um bom tempo pra pensar. - Me levantei e comecei a ir em direção a porta, mas ele segurou meu braço esquerdo.

- Ei! - Ele me atirou no sofá, de um jeito bruto, ainda que tomasse cuidado pra que eu não me machucasse. - O  que ta dando em você????!!!

- Eu te amo, Marcelina!

Ele veio pra cima de mim e começou a me beijar, fiquei confusa e assustada, era um beijo que despertava "vontades", mas com certeza despertava mais medo. Acho até que correspondi por algum momento, mas não estava gostando da situação. As tentativas de fazer com que ele me soltasse eram falhas e inúteis. Ele começou a descer a mão pelo meu corpo e não parava de me beijar. A sensação de medo que eu tinha me paralisava. Era isso mesmo que estava acontecendo? O cara que eu amo teria mesmo coragem de abusar de mim?!

- Mário! Para pelo amor de Deus!

- Me desculpa, não sei o que deu em mim. - Ele me soltou e se afastou rapidamente. - Me perdoa, Marce!

Peguei meu celular sem tirar os olhos dos olhos dele e chamei um taxi.

- Eu tenho muito o que refletir dobre o que você fez hoje, vai ser bem difícil de engolir. - Falei com lágrimas nos olhos e saí pela porta que felizmente estava aberta.