História Histórias de uma Adolescência - Marilina - Oi, posso entrar?

Ouvi o barulho do carro saindo da garagem, resolvi que iria aproveitar que ficaria sozinha com o Mário por alguns minutos para perguntar a ele porquê exatamente ele me beijou, afinal, eu entendi que a Carmem na verdade nem gosta dele e sim do Daniel, mas ainda não tinha entendido a parte dele, apesar de andar com meu irmão que não tem lá uma fama muito bom moço, nunca vi o Mário beijando qualquer garota, nem mesmo em festas onde a maioria dos garotos da sala bebiam e se tornavam uns cafajestes eu via o Mário se comportar de tal forma, se ele me beijou no mínimo tem um motivo. Mas será que estou mesmo pronta pra escutar dele esse motivo? E se ele disser alguma coisa "crua" como "Tô afim de você." Ou "Deu vontade de te beijar e eu beijei." Isso é bem a cara dos garotos. O que eu gostaria mesmo, era de ouvir um "Eu gosto de você", sei lá, eu o amo, é difícil passar anos gostando de alguém que nem se aproxima de você porquê tem medo do seu irmão achar ruím, e vê-lo tendo amizade com suas amigas e sem dar bola pra você, ainda mais por ele vir na minha casa direto e só ficar na frente da televisão jogando video-game, a única coisa que falava comigo era um "Oi Marcelina", quando eu atendia a porta, e num dia em que eu não estou nem um pouquinho preparada, ele começa a se aproximar de mim e me beija, eu estou muito confusa, muito mesmo. 

Fui até a cozinha e tomei um copo de água pra tentar ficar calma e depois fui ao banheiro e conferi no espelho se eu estava bonita. Ajeitei o cabelo e sentei no sofá, liguei a TV pra não deixar óbvio que eu estava esperando por ele, e então me lembrei da Diana, Ah a Diana, eu não posso falar com ele  sobre o beijo com a Diana ouvindo. =_=

O melhor é apenas dizer pra ele ir embora;

Não comentar sobre o beijo nunca mais;

Aquele beijo;

O melhor de todos;

- AAAAAH FOCO, MARCELINA!

A campainha tocou.

Fui correndo abrir, a ansiosidade não me deixou nem disfarçar mesmo.

- O-oi M-Mario.

- Oi Marcê, posso entrar?

- P-pode, mas o meu irmão não está aqui.

- O Paulo? Onde ele está? Ele disse pra eu vir, que não ia sair...

- Ele n-não se liga muito nos compromissos, tinha médico e esqueceu, cadê a Diana?

- A Natália acabou levando a Diana pra passear um pouco, então eu vim sozinho.

- Entendi...

- Eu aceito se convidar pra entrar denovo... - Aiiii esse sorriso de lado, meu Deus!

- E-eu não sei se d-devo...

- Eu acho que deve... Tenho que terminar o que comecei a dizer na biblioteca...