História Histórias de uma Adolescência - Marilina - Amo ou Odeio

Já é quinta feira, a semana passou tão rápido, tantos acontecimentos, tantas coisas boas... Mario, Paulicia... Paulo se aproximando de mim... Levantei cedo como sempre para ir ao colégio, mas hoje não vi necessidade de tomar banho, apenas troquei de roupa, escovei os dentes, lavei o rosto, arrumei o cabelo... Entre outras coisas que faço todos os dias de manhã, desci com a mochila e fui para a cozinha comer.

- Você é louca mesmo, gelatina no café da manhã?

- Eu estou de dieta, Paulo, eu preciso emagrecer.

- Quem precisa emagrecer é a Laura.

- Ela também. - Eu disse e demos risada.

- Achei que a amiguinha politicamente correta nunca ia debochar da outra pelas costas. 

- Não estou debochando dela, ela tá bem ciente do peso dela, né, a MJ vive falando na cara dela e ela nem liga.

- Ok... Continua politicamente correta então, Anã, cada dia zelando mais por esse título...

- Tá me zoando? 

- Naaaaaaão, magina.

Terminei de comer e Ally chegou, é difícil de acreditar, mas hoje nós três não estavamos atrasados, saímos de casa consideravelmente adiantados, e quando chegamos na escola, apenas alguns alunos já haviam chegado, da nossa turma, apenas Maria Joaquina, Jorge, Daniel, Cirilo e Carmem já estavam lá. Logo foram chegando o restante dos alunos, inclusive o Mário, que piscou pra mim quando chegou, e eu pisquei devolta. Fomos para a sala, e as três primeiras aulas foram maravilhosas, sqn, mais uma vez precisei da ajuda de Jorge em Matemática, uma matéria que definitivamente não entra na minha cabeça. Já no intervalo, Marga quis falar comigo.

- Marcê, se sentiu melhor ontem... Depois daquilo?

- Só depois que eu contei pro Paulo.

- Depois que fez o que???

- Não falei nada de você, só de eu ter ficado com medo do garoto.

- Ah sim... Eu pedi pra todas as meninas que estavam lá não comentarem mais nada sobre...

- Fez certo...

- Vem, vamos almoçar! - Marga me puxou para irmos pra cantina.

- Finalmente!! Vieram no passo da tartaruga! - Ally gritou, olhando pra nós duas desconfiada.

Sentei no meio de Ally e Marga, já com meu lanche e um copo de suco.

- Meninas, bora passar o domingo no clube de campo? Eu sou sócia, posso conseguir convites pra vocês. - MJ nos chamou muito animada.

- Eu também sou sócia. - Eu, Valéria e Bibi acabamos falando juntas.

- Mais fácil ainda pra conseguir convite pro resto! - MJ completou.

- Se me derem um convite eu topo, tem comida la? - Laura perguntou com a cabeça nas nuvens, como sempre.

- Se você levar dinheiro, tem pra comprar, Laurinha, mas ainda acho que você deveria fazer uma dieta restrita a água. - MJ disse rindo, todas riram, exceto Laura, Carmem e Marga.

- Quem decide se ela tem que fazer dieta ou não é ela mesma, Maria Joaquina, cuida do seu próprio corpo, vai. - Carmem respondeu irritada.

- Eu já cuido, foi apenas uma observação... Olha pro meu corpo, eu sou totalmente fitness...

- Blablabla... - Ally fez cara de tédio.

- Parem de discutir e de dar lição de moral, vamos todas ao clube ou não? - Interferi.

- Eu vou. - Marga.

- Vou Também. - Valéria.

- Acho que vou sim. - Carmem.

- Me too. - Bibi.

- Contem comigo. - Laura animou-se, admiro a capacidade dela de nunca guardar râncor, sempre perdoa todo mundo no mesmo minuto.

- Não tem nada pra fazer mesmo. - Ally falou, ainda com cara de tédio.

- Então pronto. - MJ disse. - Marcê consegue convite pra Alicia, eu consigo pra Carmem, Val pra Margarida e Bibi pra Laura.

Depois que o intervalo acabou, voltamos pra sala e tivemos aula com a professora Helena, que estava muito feliz por a maioria dos pais terem dado permissão para a viagem. Ela passou exercícios para fazermos, e depois tivemos aula de Química, com uma professora totalmente maluca que não decoramos o nome. Enfim hora de ir pra casa, Ally voltou junto com a gente, e aproveitei pra contar pra ela sobre o que aconteceu, e sobre o Gabriel.

- Se precisar de mim, eu ajudo o Paulo a quebrar a cara desse menino, e se ele fizer mais cara feia, apanha mais! - Ally disse séria e eu ri e a abracei de lado.

- Já te falei que te amo hoje, amiga?

- Não, mas não precisa, eu sei e também te amo. - Ela respondeu e rimos.

- E pra mim que é bom, nada! - Paulo disse revirando o olho.

- Mais tarde, querido! - Ally mandou um beijinho pra ele e deu risada... Hmmmmm.

Chegamos em casa e nos despedimos da Ally, comi apenas arroz e salada, Paulo devorou dois pedações de carne com batatas, quando terminei de comer fui escovar os dentes e trocar de roupa, depois deitei no sofá e Paulo ligou a TV, conectei o celular ao Wi-Fi e havia uma mensagem do Daniel, além das muitas do grupo.

Daniel: Reunião da turma na casa abandonada depois do almoço pra turma sair do tédio, Paulo não fica online, então avise ele aí

Marcê: Ok

- Paulo, estão chamando a gente pra ir na casa abandonada daqui a pouco.

- Por que?

- Acho que pra gente fazer alguma coisa, ninguém tem nada pra fazer hoje, todo mundo no tédio.

- Tá... Não tem mais nada pra fazer mesmo, Alicia vai?

- Deve ir...

Pouco tempo depois Ally passou na nossa casa pra irmos juntos pra casa abandonada e fomos, quando chegamos toda a turma estava lá esperando a gente.

- Sempre o trio mais atrasado. - Koki disse.

- Já experimentou ficar esperando a Marcelina se arrumar? - Paulo affff.

- Já experimentou ficar esperando o Paulo  resolver levantar da cama ou do sofá? - Claro que não ia ficar sem resposta.

Todos riram.

- A gente queria arrumar alguma coisa pra fazer, mas ninguém dá uma idéia que todos concordem.

- Vamos jogar bombinha no pé das pessoas na rua! - Paulo opinou animado.

- EU TOPO!!! - Koki mais animado ainda.

- Claro que não, pessoal, não temos mais 8 anos. - Daniel.

- Estraga prazer. - Koki.

- Verdade ou desafio? - Marga opinou.

- É bem legal, mas sempre fazemos isso, já enjoou. - Jaime disse com uma cara de tédio, ou sono, não consegui diferenciar.

- Tem uma brincadeira que fazemos na minha família, e sempre dá altas confusões e barracos.

- É o que eu sempre digo, gente rica é muito mais barraqueira que pobre. - Jaime novamente, dessa vez eu ri.

- Espera aí, a família da Maria Joaquina é a única excessão, as outras tem muita classe. - Jorge.

- O que você falou dá família da Maria Joaquina????!! - Tinha que ser o Cirilo.

- AAAAAAH CALEM A BOCA! Posso explicar a brincadeira ou não? - Maria Joaquina.

Todos concordaram.

- Se chama "Amo ou Odeio", fazemos uma roda e colocamos no meio uma garrafa, então a primeira pessoa gira, e a pessoa que cair pra ela, deve responder uma coisa que ama nessa pessoa e uma coisa que odeia, e também um momento que já teve com ela que amou e um que odiou, então a pessoa gira a garrafae aí sussessivamente.

- Parece um Verdade ou Desafio sem beijo e sem polêmica. - Paulo debochou.

- Sem polêmica? Minha tia descobriu que o marido traia ela com a empregada nessa brincadeira.

- Vamos tentar, pessoal, pode ser legal. - Daniel disse e fizemos a roda.

Maria Joaquina pegou uma garrafa qualquer que estava lá e colocou no meio, depois sentou-se entre Cirilo e Bibi.

- Quem gira primeiro? 

- Eu. - Cirilo 

Ele girou e a garrafa apontou para Maria Joaquina, não sei se é o destino ou se ele tem sorte mesmo, eu hein.

- Hmmm a Chatonilda vai ter que elogiar o Chocolate. - Paulo, obviamente.

- Vai MJ! Diz uma coisa que ama no Cirilo! - Todos falavam, eu poderia dizer que MJ estava brava por ter sido justamente o Cirilo de quem ela teria que falar, mas me pareceu mais é que ela estava com vergonha.

- AIIIIII, TA BOM!!!!! - Uma coisa que eu amo no Cirilo é essa admiração que ele tem por mim... Ele é um ótimo amigo, ótimo vizinho também, e é o garoto mais simpático e legal comigo da sala. - Ela ficou bem vermelha. E uma coisa que eu odeio é quando vocês meninos se aproveitam da bondade dele, não sabem como são infantis e ridículos. - Ainda vermelha. - O momento que eu mais amei com ele foi depois que vocês me salvaram quando fui sequestrada, e o que eu mais odiei foi quando ele me disse coisas feias... Mas foi há muitos anos... E se alguém se atrever a me zoar agora, eu mato todos.

- Hmmmmmmmmmmmmmmm. -Todos

Cirilo ficou muito feliz, dava pra ver isso nos olhos dele. O menino girou a garrafa, e ela apontou para Carmem.

- O que eu mais gosto...

- A frase tem que começar com "Eu amo", Cabeção. - Paulo o corrigiu.

- OK, OK! Uma coisa que eu amo na Carmem é a inteligência dela, eu gostaria de ser inteligente assim e uma coisa que eu odeio é que quem nasceu com essa inteligência foi ela e não eu. - preciso dizer que todo mundo deu risada? Até mesmo a Carmem? - Um momento que eu amei foi quando ela foi tomar sorvete comigo e me animar quando a Maria Joaquina foi grosseira comigo, ainda eramos crianças. E não tem nenhum momento que eu não tenha gostado, eu acho.

Carmem agradeceu e girou a garrafa.

AQUELA MALDITA GARRAFA;

APONTOU PRO MEU FUTURO MARIDO;

MAS QUE INFERNO!!!!!!!!!

TEM UM MONTE DE GENTE AQUI, POR QUE TINHA QUE APONTAR LOGO PRO MARIO?!!!!!!!