- Vai Carmem! - Valéria.
Mário olhou pra mim como se dissesse pra eu ficar calma.
- O que eu amo no Mário é essa dedicação e amor que ele tem com os animais... E como ele é uma pessoa maravilhosa comigo... Eu não odeio nada nele, e o melhor momento... Eu acho que foi quando estávamos no acampamento... - Nessa hora eu já estava quase explodindo de raiva, mas me contive. - ... Eu estava com frio, ele me cedeu seu moletom e ficou mexendo no meu cabelo enquanto conversávamos, foi um amor. - 1 2 3 Calma Marcelina... Se preciso, conte até dez, mas não arranca os cabelos dessa lambisgóia!!! - O momento que eu " menos gostei " foi quando eu o conheci, ele era um pouco grosseiro, né, ainda bem que mudou. - 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10, eu odiei essa brincadeira! Quem essa menina pensa que é?
- Hmmmmmmmmmmmmmmm, Mário camisa 10, hein quem diria. - Davi.
Esse é atacante! - Jaime.
Gira logo essa garrafa, vai Mário! - Maria Joaquina gritou, agradeci ela mentalmente.
Mário girou a garrafa e ela apontou para Jorge, imagino que eu estava visivelmente emburrada ainda, apesar de tentar disfarçar.
- O que eu mais amo no Jorge é quando ele fica em silêncio, parado e de boca bem fechada. - Mário começou e todos riram, exceto eu e o próprio Jorge. - Ele também tem um pai bem legal. - Todos riram de novo, bocós. - O que eu mais odeio é quando ele fica se achando superior aos outros, e trata alguem mal.
- Eu não tenho culpa se eu tenho mais classe. - Jorge.
- Tá bom Jorge, fica quieto e escuta. - Maria Joaquina está me representando hoje mesmo.
- O momento que o Jorge foi menos irritante comigo foi quando ensinei ele a empinar pipa, mas durou bem pouco, e o que eu mais odiei, foi hoje de manhã, ele se achando o inteligentinho pra cima das meninas, foi ridículo.
- Você quer dizer ele se achando o inteligentinho pra cima da minha irmã, né. - Tinha que ser o Paulo. 😑
- Hmmmmm, depois que eu falo que é camisa 10, vocês acham ruim. - Davi disse e fez um high five com Jaime.
- Vocês enrolam demais, gira isso Jorge! - Maria Joaquina e sua enorme paciência denovo.
Jorge girou e... Pronto, tinha que apontar pra mim, essa garrafa só pode estar de brincadeira!
- Pra mostrar que não sou lerdo igual a vocês vou falar de uma vez, o que eu " Amo" na Marcelina é que ela é legal e não é escandalosa igual ao resto de vocês meninas, além de ser bonita e simpática. - Mário fechou a cara. - É difícil dizer uma coisa que não gosto na Marcelina, mas acho que uma delas é que ela é irmã do Paulo.
- QUEEEEEEE? QUER FICAR SEM OS DENTES? - Paulo.
- Estamos ainda na minha vez, quando chegar na sua, você fala sem precisar interromper alguém, Paulo. - Jorge. Paulo queria dizer mais alguma coisa mas Alicia disse pra ele ignorar e ele concordou. - Um momento que foi legal com a Marcelina foi justamente o que o Mário odiou hoje, ajudei ela em matemática, ela foi muito simpática, nem parece irmã de quem é. - Notei que Mário estava ficando com mais raiva. - Acho que não tem um momento com ela que eu não tenha gostado. - Jorge deu um sorriso, aquele sorriso de esperto dele, logo em seguida o Mário saiu da sala sem dizer nada, e é claro que eu fui atrás.
- Mário!!! Espera!!! - gritei seguindo-o na calçada, Mário parou e virou-se.
- Eu tive que sair pra não levantar e dar uns socos naquele engomadinho!
- Mas o que ele fez? Ele só me elogiou!
- Ele estava me provocando, Baixinha, você não viu? Quem ele tá achando que é pra dar em cima de você?
- Ah claro, quem ele tá achando? E quanto a "Eu estava com frio, ele me cedeu seu moletom e ficou mexendo no meu cabelo enquanto conversávamos, foi um amor" Imitei Carmem com uma voz fininha e ridícula.
- Mas você já sabe o que aconteceu. Que culpa eu tenho de ELA ter falado isso?
- E eu tenho culpa por ganhar um elogio?
- Não, Baixinha me desculpa. Tô sendo injusto, né?
- Está.
- Por favor, não fica seca comigo...
- Por quê essa garota continua dando em cima de você, hein? Nós não estamos mais no acampamento!
- Ela não sabe que estamos juntos, ainda deve estar querendo fazer ciúmes no Daniel, você deveria conversar com ela e contar.
- Eu não tenho nada pra falar com ela!
- Então o que você sugere? - Ele cruzou os braços.
- Vou falar com o Daniel.
- Por que com o Daniel?
- Vou falar o que ela tá tentando fazer pra conquistar ele.
- Você não pode dar essa mancada com a menina, Marcelina!
- Ata, ela pode dar mancada comigo, mas eu não posso nem pensar em dar mancada com ela, se for pra defender a nerdzinha, acho melhor eu ir embora pra não cansar minha beleza!
- Não, Baixinha, não vai!! Deixa que EU falo com o Daniel então.
- Não, ele vai pensar que você quer saber se ele ainda gosta dela, porquê VOCÊ está afim dela.
- E se você perguntar, ele vai pensar que VOCÊ está afim dele!
- Mas é claro que não!
- E se ele não estiver afim dela?
- Então eu jogo na cara dela de uma vez por todas que te usar pra fazer ciúmes nele NUNCA vai funcionar e ela pode tratar de parar.
- E se ele estiver?
- Então eu mando ele parar de ser lerdo, porquê ela também está!
- Baixinha, você me promete que não vai mais dar bola pro Jorge?
- Quando foi que eu dei bola pro Jorge?
- Quando pediu pra ele ser teu professorzinho de matemática.
- Foi ele que ofereceu ajuda!
- Baixinha, por favor, vamos parar com isso e ficar bem.
Eu não queria ceder, fiquei muito irritada, mas era o Mário, eu amo esse menino, como terminaria assim uma coisa que mal começou e que eu esperei durante anos? :(
- Vamos. - Sorri e nos beijamos, não foi um beijo como os outros, foi calmo, intenso e romântico, só consegui pensar no quanto ele é importante pra mim e eu pra ele, e quando estamos juntos, não tem Carmem, não tem Jorge, não tem Gabriel que nos prove o contrário foi nosso primeiro beijo de reconciliação.
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