1. Spirit Fanfics >
  2. Historias Macabras de Horror: Orfanato >
  3. Capítulo IX: Inconstante

História Historias Macabras de Horror: Orfanato - Capítulo IX: Inconstante


Escrita por: abracadabrazoroastra

Notas do Autor


Demorei, mas voltei.
Mais um capítulo pata vocês, ficou grandinho, mas eu tenho certeza que esteja bom.
Boa leitura!

Capítulo 9 - Capítulo IX: Inconstante


Historia Macabras de Horror: Orfanato

Capítulo IX: Inconstante

 

 

Pela noite

 

 

 Após aquelas palavras proclamadas por Louise, Clarice se afasta da porta completamente pasma. Os seus olhos se arregalaram e sua boca ficou entreaberta, trazendo feições assustadas em seu rosto pálido.

 Com uma delicadeza impecável, a noviça entrelaça os seus de dedos sobre a maçaneta, puxa a porta e a tranca gentilmente, se cuidando para que nenhum rangido incomodante e constrangedor chame a atenção do padre e da freira. 

 

 Andava por aqueles corredores sem rumo, com passos frágeis sobre o piso. Cabisbaixa, Clarice refletia sobre a ordem de Jane, que tinha como objetivo espionar o relacionamento de Louise e Tomas. Com aquela notícia alarmante, onde a gravidez de Louise poderia entrar em risco, a noviça se remoia pensando se iria contar ou não para Jane. 

 

 Em meio àquela indecisão mortal, Mary aparece logo no final do corredor, carregando consigo uma caixa grande em seus braços. Algo deve ter acontecido com ela, pois as suas feições espantadas e entregava trazendo uma certa insegurança até em seus melancólicos passos.

 

 As inúmeras janelas, que retratavam a escuridão aterrorizante da noite, estavam do lado esquerdo do corredor. Com aquela escuridão perpetuante, as incômodas lâmpadas de luz amarelada se encontravam logo acima, próximas ao forro de madeira, iluminando aquele cômodo sem cor e nem vida.

 

 Séria, Mary passeia pelo local, tentando evitar contato direto com os olhos massacrantes de Clarice.

 

 - O que foi, Mary? - a noviça envoca o seu nome após passar lado a lado com ela. - Está com algum problema? - fingia uma falsa preocupação. 

 

 A freira se vira para a noviça. Um olhar de menosprezo percorre o rosto de Clarice, já que Mary, antes uma mulher alegre e de bom humor, aparentava feições descontentes e de desgraça em seu flácido rosto.

 

 - Não, não estou com problema algum - diz de uma forma singela. - E você, o que está fazendo a esta hora da noite perambulando pelo orfanato? - alfineta, finalizando com um sorriso no rosto. 

 

 A noviça precisava arranjar uma desculpa válida para satisfazer a incessante curiosidade de Mary. Estava calada sem ter o que dizer, sem palavras para formular uma boa mentira, até que, de repente, ela tem a brilhante ideia de rebater o atrevimento da freira com uma indagação, já que o provável conteúdo da caixa a intrigava.

 

 - O que você está levando nesta caixa, Mary? - interroga com um timbre sedutor e agressivo. - Acredito que seja algo importante, pois uma mulher velha como você deve se deitar cedo. 

 

 Mary estava encurralada. O que iria dizer para Clarice? Ela não poderia falar falar o que havia dentro da caixa. Suava frio, extremamente aflita e preocupada. Precisava jogar aquilo fora antes que o corpo exale o odor podre de putrefação. 

 

 - São brinquedos,  sua intrometida! - se irrita a boníssima freira. 

 

  A noviça se espanta. Não pensava que Mary iria se defender daquela forma, lhe ofendendo com palavras chulas e corriqueiras. Mesmo assim, aquelas palavras lhe agradavam, mostrava que Mary praticava algum ato ilícito e ela não queria lhe dizer, se defendendo com unhas e dentes.

 

 - É algo bem importante, não é? - uma risada baixa da eminente desgraça se melancoliza entre os seus lábios. - Você mente, Mary! 

 

 - Cale-se! - um grito forte assusta Clarice. - Eu não estou mentindo aqui, e sim você, ANNA! - Mary proclama a última palavra de uma forma grotesca, clara e alta. 

 

 Clarice se espanta após ouvir o seu verdadeiro nome, Anna, uma antiga órfã daquele orfanato. Se perguntava como Mary, aquela freira de uma esperteza implacável, conseguiu a reconhecer por debaixo daquele eficiente disfarce. Precisava se recompor, não podia demonstrar algum tipo de surpresa, mas sim um falso estranhamento sobre aquelas palavras. 

 

 - O que você está dizendo, Mary? - fingia perplexa, cerrando a testa em forma de contestar a sua indagação. - Quem é essa tal de Anna? 

 

  Um sorriso de canto aparece naquele rosto enrugado, marcas da longa vida que teve. Mesmo tendo uma idade avançada, a memória de Mary nunca falhava, continham incríveis e impiedosas lembranças sobre o seu passado, principalmente dos rostos delicados de cada criança que já passou pelo orfanato. 

 

 - Eu tenho uma excelente memória, Anna - Mary se aproxima, em passos cautelosos, da noviça, que se espantava com aquele atrevimento incrível vindo da freira. - Não minta para mim! Confesse logo que você é uma antiga órfã deste orfanato! - dizia baixo, entre os dentes, deixando breves gotículas de saliva se expelirem de sua boca.

 

 O que Clarice poderia fazer? Mary não havia se contestado com as suas mentiras. Não havia o que fazer além de lhe dizer a própria verdade, aliás, o que Mary faria com essa informação? 

 

 - Sim, sua piranha velha, eu sou Anna! - aquele tom ameaçador começa a apavorar Mary, que engole a seco e se desespera com aquelas poucas palavras. - E aí, vai fazer o quê com essa informação? Vai contá-la para a desgraçada da Jane? - os seus rostos se colam. A raiva notória da noviça se presenciava de uma forma grotesca e avassaladora, fazendo com que ela dissesse palavras tolas e de conteúdo ofensivo.

 

 Mary se aterroriza. Não gostava de ser ameaçada, não gostava de ser ofendida, mas não conseguia se defender daquelas palavras com k mesmo atrevimento. A sua santidade imensurável e a sua bondade delicada a impedia de criar tais atos. Era tão devota ao Sacramento que ganhara, que uma inocência impetuosa tomava conta de suas razões e sentimentos. Acreditava que os caminhos traçados por Deus não podiam ser mudados, portanto, a presença de Anna significaria algum plano do seu senhor. 

 

 - Não... - nega sem antes refletir enquanto distanciava a caixa o máximo possível da noviça. - Queria apenas saber se você é uma noviça de verdade. Por acaso você está aqui para conhecer o orfanato? 

 

 Clarice ri de uma forma sarcástica. O pavor de Mary estava impresso em seus olhos e percorria cada canto de seu corpo.

 

 - Eu não sou noviça e nem quero ser freira, Irmã - dizia entre risos, debochando daquela provável situação. - Preciso transar, transar bem gostoso. Sentir um pau grande e grosso adentrar a minha vagina e me arrombar completamente - cochicha em um tom pervertido, se tocando excessivamente, tentando se satisfazer o atual tesão que percorria as suas entranhas. 

 

 Mary se cala, pensando. Precisava se recompor daquelas imundas e libidinosas palavras proclamadas pela noviça, ou seja quem for aquela mulher "porca" e sem respeito. 

 

 - Onde está a verdadeira noviça, então? - pergunta baixo, constrangida. Não pensava em outra coisa senão na noviça que deveria estar ocupando o lugar dessa mentirosa e horrível mulher. 

 

 - Aquela ali? - e ela responde soltando uma risada alta. - Depois que ela saiu na procura de um carro para levá-la, a obriguei a ir para um beco solitário, a despi por inteiro, arrancando estas lindíssimas roupas que estou vestida, atirei no meio de sua testa, e despedacei cada parte daquele corpo com uma faca de açougueiro, logo dando a sua carne imunda para um canil próximo onde eu estava - vagarosamente, a noviça dizia cada palavra com um entonação diferente, criando um pavor deprimente sobre a pele de Mary. - Agora saia de minha frente, ou eu irei fazer a mesma coisa que fiz com ela com você. 

 

 E Mary sai correndo com a sua caixa nas mão, apressada e completamente aterrorizada com a ameaça dr Clarice.

 A noviça se dirige sem rumo, novamente, pelos corredores do orfanato, agora aliviada por ter despejado aquela doce verdade para os ouvidos da carismática freira.

 

 

 Pela tarde

 

 

 Naquele chão frio, estirada, desacordada, estava Alice, circundada por outras três crianças, que se perguntavam o porquê daquela menina estar ali.

 Estavam dentro de um quarto escuro, apenas iluminado pela luz solar que adentrava pela janela próxima ao teto, tornando praticamente impossível o seu alcance. Era muito úmido, deixando as madeiras que forravam as paredes com um forte cheiro de morfo. Existiam duas beliches, com colchões confortáveis e lençóis limpos, quentinhos, e duas cômodas onde haveriam, provavelmente, as roupas das crianças daquele lugar. 

 

 Alice começa a acordar. Ouviu, primeiramente, um murmúrio de indagação, feminino e infantil, vindo do seu lado direito, que pergunta quem seria a sua pessoa. Logo outras vozes, masculinas e levemente robustas, afirmavam que ela poderia ser perigosa, mesmo aparentando ser tão nova. 

 O chão gélido começa a irritar a sua pele, fazendo com que o sono, que persistia em tomar o seu corpo, se dissipasse ligeiramente, a despertando em espanto.

 Alice ergue o seu corpo, de tal forma, que fica sentada. Não percebeu os olhares impiedosos e curiosos, principalmente a presença daquelas três crianças, pois uma dor de cabeça intrigante percorria o seu crânio, a deixando perturbada e focada neste atual problema. 

 

 - Onde... - ela respira tranquilamente, se virando para os lados, tentando reconhecer o local. - Onde estou? 

 

 - NO INFERNO! - gritou uma voz feminina prosseguida por uma risada contagiante e diabólica, vinda das entranhas de sua garganta. 

 

 Alice se vira em direção àquela voz, já que acreditava estar sozinha naquele lugar, meramente assustada com aquela resposta brusca seguida de uma gargalhada tão retumbante. Ela avista algo negro agachado sem proporção alguma, mas que logo começa a ganhar forma e nitidez de acordo com o ampliação de suas pupilas, revelando uma jovem adolescente de pele clara e frágil, de curtos cabelos escuros e de lábios pequenos e avermelhados.

 Ela a fita com certa estranheza. Não pensava que aquele timbre tão forte, leve, certeiro e avantajado viria de uma garota aparentemente delicada, doce e gentil como aquela, principalmente uma palavra daquela espécie. 

 

 - Que foi, menina? - uma feição de indignação, por causa da insistente observação de Alice, aparece no rosto daquela misteriosa garota. - Por acaso está gostando do que está vendo? - um sorriso malicioso finaliza e encerra a sua interrogação. 

 

 - Deixe a garota em paz, Mary Bell! - uma voz logo atrás de Alice dizia. - Pare de perturbar a menina! 

 

 Alice procura o dono daquela voz e acaba encontrando dois jovens meninos bastante semelhantes, ambos a olhando agachados: um de cabelos cortados, ligeiramente mais alto que o outro, branco e de bochechas avermelhadas, enquanto que o outro, mais belo que o primeiro, tinha um bagunçado, liso e escuro cabelo para a diferenciação. 

 

 - Cala a boca, Robert! - agressiva, Mary jorra a sua ira sobre aquelas palavras. - Eu falo com essa menina do jeito que eu quiser! - dizia se referindo ao garoto de ralos cabelos. 

 

 - As duas crianças vão parar de brigar? - diz o belo garoto de cabelos lisos. - Não estão vendo que estão deixando a garota assustada? 

 

 Robert e Mary Bell se calam, obedecendo a ordem daquele garoto. Um sile incrível se presencia naquele local, deixando que apenas alguns ruídos, vindos de insetos misteriosos da escuridão, tomassem conta do quarto.

 

 - Obrigada... - respondia com gentileza e naturalidade. - Quais são os seus nomes?

 

 - Verdade! Onde estão os meus modos! - o garoto se aproxima em uma extrema rapidez de seu corpo, logo segurando a sua mão. - Meu nome é Jon Venables, Milady - ele toca os seus lábios rente a pele macia de Alice.

 

 Ela olha para aquele ato com uma extrema estranheza e se dirige a garota, falando: - E você, qual é o seu nome?

 

 - O meu nome? - diz meio espantada. - Me chamo Mary, mas para me diferenciar daquela vagabunda, você pode me chamar de Mary Bell! - e ela grita de uma forma descontrolada, expressando um sorriso longínquo no rosto.

 

 Alice fita aquela garota com um certo olhar medonho, percebia que aquela menina não era uma boa compania para estar perto, graças a sua loucura frenética.

 

 - Você é o último - Alice diz para o menino mais alto. - Qual é o seu nome?

 

 - Eu me chamo Robert! - e um sorriso brota de seu rosto. - Robert Thompson.

 

 Jon olha para garota meio em dúvida, a fitando de cima para baixo. - Você fez algum teste para estar aqui, minha querida? - ele pergunta de um jeito reluzente, olhando no fundo dos olhos da garota.

 

 - Ou um majestoso desenho? - propôs Mary Bell, colocando a sua energia contagiante em vada letra de sua frase.

 

 - Vocês já fizeram um teste? - indaga meramente perplexa, olhando para as poses inescrupulosas que faziam. - Eu já fiz um sim, por quê? 

 

 - Tá explicado... Ela passou no teste escrito, Jon, como a gente - fala Robert exaltando o seu vocativo, que logo se vira com um esplêndido sorriso em sua face.

 

 Alice refletia sobre o teste que fez naquele dia."Este seria o destino das pessoas que passassem nele?", pergunta em dúvida. Aliás, aquele teste, pensara ela, não tinha sentido algum, como tudo isso que estava acontecendo.

 

 - Como assim? Eu passei no teste? - incrédula, Alice olhava para cada rosto em busca de uma resposta, alguma ajuda para lhe libertar deste sufocante presságio. - Gente, me expliquem direito isso tudo, porque eu não estou entendendo nada! - complementa, tentando demonstrar ao máximo o seu desespero, mas apenas recebe olhares de menosprezo em devaneio, principalmente da Mary Bell, já que não suportara a presença daquela nova garota. 

 

 - Acredito que as crianças que passam nos testes, tanto no escrito quanto no desenho, venham para cá - diz Mary em deboche, massacrando com o olhar. - Acho que é uma tentativa de separar as crianças "sadias" das loucas - e uma gargalhada forçada se procede após o que ela havia dito.

 

 - Mas eu não sou louca! - respondia estarrecida, estando assustada após ouvir a palavra "loucas" na voz de Mary Bell.

 

 - E por que está aqui? - responde/pergunta Robert a altura, criando uma insegurança amedrontadora no corpo de Alice.

 

 A garota se levanta com raiva, percebendo que aquelas crianças não a ajudariam em nada, absolutamente nada. Pareciam estar acostumadas com aquela prisão escura e sem vida.

 

 - Foi um tremendo engano! - exclama, gritando e se virando para Robert, que se assusta com aquela entonação robusta e agressiva. - Eu preciso sair daqui! - Alice estava aos prantos, chorando fracamente.

 

  - Não tem como, já tentamos diversas vezes - fala Jon completamente conformado com aquela afirmação.

 

 Alice se dirige a porta de ferro, uma enorme porta de metal que prendiam aquelas crianças lá dentro. Ela começa a chorar, a entrar em desespero! Não queria viver solitária, não queria viver junto destes três maníacos! Precisava ver o Johnny, o seu amigo alegre e divertido, precisava olhar para o Will, aquela doce criança indefesa... Seria aquela prisão o destino de sua incompleta vida infeliz?

 

 - Eu estou com FOME! - grita desamparada, batendo na porta de ferro abruptamente, dando socos de leve intensidade, mas a porta não se romperia tão fácil quanto Alice desejava e ela sabia disso.

 

 - Refeições apenas pela madrugada, filhota! - responde Mary Bell enquanto ria daquela situação, humilhando a jovem Alice em apreciação. - Fique acordada ou desperte quando ela chegar, senão você morrerá de fome.

 

 Alice entra em um desespero descomunal, desnecessário e completamente horrível. Batia na porta fortemente tentando retirá-la dali, mesmo tendo ciência de que não conseguiria sair por tão cedo. 

 

 - Preciso sair daqui! Preciso sair daqui! Preciso sair daqui! - chorava em um ritmo desenfreado, batia violentamente na porta, gritava, fazendo alarde. - Foi um engano! EU NÃO SOU LOUCA! - berrava a garota, que logo se agacha rente a porta, estando conformada de que não fugiria dali.

 

 Chorava. Aquelas gotas salgadas caíam no chão sem nexo. O rosto da garota já estava úmido e avermelhado. Precisava ser consolada, implorava por aquilo mesmo que sem querer, mas, quem faria aquilo? Mary Bell estava rindo, gargalhando-se daquela situação, gozando de sua cara, e o Robert apenas olhava aquele alvoroço com feições de menosprezo. Estava a menina, realmente, desamparada e sem nenhum tipo de afeto. Estava só, somente ela e Deus.

 

 - Se acalme, garota! - diz Jon, correndo para Alice, tentando a consolar. - Não precisa criar esta desgraça toda, ok? - ele a acalmava, acariciando o rosto e os cabelos da pequena garota. - Qual é o seu nome? - pergunta ele, a levantando daquela poça de lágrimas e tristeza.

 

 Aquilo era uma coisa que ela havia esquecido: se auto apresentar para aquele público macabro e sem noção. - Meu nome é Alice - disse ela em um tom baixo, mas escutavél enquanto apreciava o abraço quente e aconchegante do Jon e ia para o encontro daqueles dois idiotas.

 

 - Alice? Lindo nome! Suave, leve e fácil de se lembrar - empolgava, Jon, enquanto a levava para uma das beliches, e não para as outras duas crianças, como pensava Alice.

 

 Sentara no colchão ao lado de Jon, o único garoto que aparentava não ser cruel como os outros. Mary Bell sobe encima da outra cama e joga a sua cabeça para baixo, esperando o que poderia vir dali em diante. Robert ainda estava no chão, mas, desta vez, mas próximo da nova garota, sentado naquele frio piso de madeira.

 O cheiro de mofo estava bem mais forte, irritando as narinas de Alice, já que os beliches se encontravam bem próximos das paredes.

 

 - Então, Alice, como veio parar no orfanato?  - pergunta Robert com a sua voz grosseira e tristonha. 

 

 - Os meus pais morreram - disse instantaneamente, sem pensar uma ou duas vezes antes de falar. Percebia que as atenções estavam viradas para si, pois os presentes a olhava com uma extrema soledade, esperando algo a mais. 

 

 - Que novidade! - debocha Mary Bell, pulando da cama em direção ao chão com uma extrema perfeição. - Órfãos só são órfãos se, e somente se, por acaso forem abandonados pelos pais ou se eles forem mortos! - ela senta do lado direito de Alice, pois o esquerdo estava sendo ocupado por Jon. - Amor, nos diga com detalhes! Quer que eu te digue a minha história para que você siga o exemplo e fale a sua? - ela pergunta, esperando uma afirmação de Alice. 

 

 Alice percebia que Mary Bell havia razão. Deveria ter dito a sua triste vida com mais detalhes, e não apenas falar um "meus pais morreram"... Aquilo era, realmente, algo sem uma base fundamentada.

 

 - Sim, você pode... - Alice é interrompida pela empolgação contagiante da Mary Bell, que soltara um sorriso incrível em seu rosto.

 

 - OBRIGADA! - ela grita sem ter motivo algum, logo se apressando para contar a sua alegre história. - Então, deixe-me apresentar - e ela solta uma risada baixa e sem graça -, como todos vocês sabem, me chamo Mary Bell, atualmente tenho catorze anos, mas cheguei aqui aos 11 - e todos, menos Alice, começam a rir sem motivo nenhum, parecendo loucos, murmurando que amavam aquela história. - Por onde devo começar? Acho melhor falar de meu pai para que, depois, eu diga uma coisa da vagabunda da minha mãe - e novamente mais uma sessão de gargalhadas, pareciam gostar destes palavrões chulos e imorais. - O meu pai foi preso por assalto...

 

 - Eu amo seu pai, Mary Bell! - interrompe Robert, falando com uma empolgação maravilhosa. 

 

 - E quem não ama, Robert? - ela diz virando-se para ele, despachando um sorriso límpido pelo ar. - Enfim, o meu pai foi preso por assalto a mão armada aqui mesmo em Centrália. Ele se chama Billy Bell, mas infelizmente nunca o vi em toda a minha vida.

 

 - Que chato, não é, Mary Bell? Seria tão legal se você tivesse conhecido ele... - Jon diz com um timbre de arrependimento.

 

 - Também acho, ele é bem melhor que minha mãe - dizia menosprezando a sua geradora maternal. O que ela fez com a Mary Bell deveria ter sido algo realmente perturbador.

 

 - Por que você não gosta de sua mãe? O que ela fez com você? - pergunta curiosa, percebendo que a face alegre da garota se dissipa em um sentimento de ódio e raiva.

 

 - A minha mãe, a Betty?! Ela era uma piranha vagabunda que me forçava a fazer sexo desde os quatro anos de idade. Era uma prostituta irresponsável, que usava a sua filha como objeto sexual de seus clientes. - aquelas palavras haviam chocado Alice de uma forma horrível, já que o tom pausado e agressivo da Mary Bell lhe passava este tipo de impressão. - Eu era obrigada a fazer isso se eu quisesse comer, se eu quisesse me alimentar! - a menina apenas gritava, na verdade gritava porque queria, já que a vontade de mergulhar nas lágrimas de sua desgraça era imensurável, mas preferia demonstrar algum tipo de firmeza sobre este assunto tão delicado.

 

 Alice apenas pensava sobre aquelas palavras tão simples, mas de um conteúdo terrível e desmoralizante. Realmente, aquela menina sobreviveu a algo horrível com a sua mãe e ela tinha todo o direito de odiá-la profundamente.

 O silêncio absoluto é quebrado com a continuação do relato da Mary Bell, que antes, soltara uma agradável risada.

 

 - Foi quando eu enlouqueci. Entrei em um forte declínio mental só de volta... Estava ficando cada vez mais atordoada. Toda vez que era abusada por aqueles velhos pedófilos, eu sangrava bastante, me machucava... E a cada gota do meu precioso sangue, mais eu enlouquecia - ela se cala, possivelmente pensando naqueles péssimos anos que viveu com sua mãe, por um longo tempo. Aquilo tudo já havia aterrorizado Alice de uma forma brutal e grotesca, mal sabia ela que ainda tinha mais uma parte para ser contada, uma parte ligeiramente pior que a primeira. - Quando... - e uma risada horripilante sai das entranhas de sua garganta - Quando tinha 11 anos de idade, fazendo um de meus programas, eu entrei dentro da casa de um dos meus clientes e matei o seu filho de três anos de idade estrangulado. Coloquei as minhas as minhas mãos sobre aquele pescoço macio e o sufoquei com toda a minha força, desejando ver o último suspiro daquele corpo frágil e inútil. Desejava ver nos outros as mesmas dores, o mesmo sofrimento que eu sentia. Eu gostei de matar aquela criança! FOI INCRÍVEL! - ela grita de alegria, sendo aplaudida pelas outras  crianças. Alice apenas olhava aquela situação completamente perplexa, não somente pelo assassinato daquela criança inocente, mas também pelo motivo: e ele não existia. - Dias depois, agora com um homem adulto, antes de ele me abusar, arranquei o seu pau com um canivete que carregava comigo... AH! COMO É BOM RELEMBRAR DO GRITO QUE ELE SOLTOU! E O SANGUE? AOS MONTES, BANHANDO AS MINHAS LINDAS PERNAS - eufórica, Mary Bell representava aquele grande evento com as mãos, passando as suas mãos sobre o seu corpo. - Sabe o que eu fiz depois, Alice?

 

 - Não... O que você fez? - pergunta meio amedrontada, esperando algo bom desta vez.

 

 - Peguei um pedaço de madeira e comecei a espancá-lo excessivamente! Cada som que seu corpo fazia após o contato desse objeto, um grito horrendo rasgava a sua garganta! E um sorriso maravilhoso brotava em minha face, enquanto que o sangue expelia e escorria pelo seu rosto. Quando ele morreu, fiz uma assinatura em sua barriga: uma letra "M" mergulhada em sangue, para verem o quanto eu sofria nas mãos de minha mãe - ela respira fundo antes de recomeçar. Estava claro o quanto aquilo havia marcado a sua vida tão negativamente, deveria ser um transtorno passar por essa tragédia. - As investigações começaram, e eu me entreguei, confessei os crimes e toda a minha vida para os policiais, que, aterrorizados, decidiram me mandar para cá, já que eu era jovem demais para ser presa e muito perigosa para ir ao hospício. Entrei neste buraco sem saída pelo simples motivo de ter feito um desenho da Irmã Madeleine, enfiando uma cruz em sua vagina aberta e sangrenta, enquanto chupava o pau de Jesus Cristo... Esse povo não sabe nem brincar! Enfim, esta é a minha injusta vida dentro deste orfanato. 

 

 Ela foi ovacionada. O Jon e o Robert batiam palmas e assobiavam para Mary Bell, que, atiçada, esbanjava orgulho e graciosidade para os meninos. 

 

- Que história triste, que coisa horrível! - falava Alice, ainda perplexa com os dizeres de Mary Bell. 

 

 - Ela pode ser triste, mas eu orgulho dela. Precisamos prestigiar o passado para engrandecermos o nosso futuro - proclamava com um alto nível de certeza, soltando um sorriso sem jeito no final. 

 

 - Entendo - aquela palavra saiu forçada e silenciosa pelos lábios de Alice. - Como você fez o teste dos desenhos com a sua idade?

 

 - Na época, as crianças de até doze anos de idade faziam este tipo de teste, mas isso mudou, e, agora, o máximo são de até sete anos - Robert responde claro e alto, demonstrando algum tipo de conhecimento sobre este assunto.

 

 - Compreendo... Vocês sentem raiva de Madeleine? - Alice indaga, percebendo que as feições alegres de ambos foram corrompidas a um nível de desgraça incrível.

 

 - Ódio! - exclama Mary Bell.

 

 - Fúria! - enraivecia Robert. 

 

 - Ira! - dizia Jon entre os dentes. 

 

 - Nós iremos sair daqui apenas para matá-la! - falou Robert, exclamando a ira que ambos carregavam de Madeleine.

 

 - Madeleine fugiu... Abandou o orfanato - Alice diz, tentando barrar os planos daqueles três maníacos forjados de crianças. 

 

 - Mentira?! - decepcionado, Robert diz o que os outros dois órfãos não expressaram: a sua extrema perplexidade sobre as palavras de Alice. 

 

 - Sim! Ela fugiu!

 

 - Não importa! Iremos matar cada criança daquele orfanato após fugirmos daqui! Iremos torturá-las, massacrá-las e você, Alice, irá nos ajudar com o nosso plano - Jon diz com uma entonação ameaçadora, apresentando uma enorme raiva incubada.

 

 - Como vocês fugirão daqui? - rebate Alice, trazendo a tona o seu medo macabro sobre aquelas crianças. - Vocês mesmos me disseram que já tentaram de tudo! 

 

 Jon ri baixo, logo respondendo a pergunta de Alice. - Nem tudo. Robert, retire a cômoda e mostre para ela - Robert assente, se conformando com a ordem de Jon. Caminhando apressado para a cômoda direita avermelhada, o garoto a empurra, mostrando um buraco escuro encravado no chão. - Não tentamos passar por baixo! 

 

 - O que é isso? - indaga Alice se referindo ao buraco de uma largura considerável.

 

 - Um túnel que vai direito para a floresta! - responde, exclama, Mary Bell, quase se jogando encima de Alice.

 

 -  Você, Alice, irá nos ajudar a terminar de cavá-lo - um sorriso maligno e malicioso aparece na face de Jon - e, enfim, a massacrar todas as freiras e órfãos daquele lugar. Está bem? 

 

 

 Pela noite

 

 

 Mary andava despreocupada. Mesmo que a nova administração do orfanato esteja nas mãos de Jane, a irmã acreditava que ela poderia comandá-lo de uma forma rígida e coerente, mesmo sendo contrária a boa parte dos ensinamentos e regras da freira.

 Como já estava tarde da noite, Irmã Mary estava indo em direção ao quarto solitário de Will para consolá-lo da falta fuminante de seus melhores e únicos amigos: O Johnny e a Alice. Sem dúvida alguma ele estava triste com aquilo. Mas quem não estava? Aquele soco nos rostos daquelas crianças retratavam o quanto Jane era maldosa e desreapeitosa com as brincadeiras das crianças... Ela não percebia o quanto eram agradáveis a sua presença. 

 

 Chegando na porta de seu quarto, Mary escuta risadas vindas do lado de dentro. Eram risps fartos e gostosos, mesmo que viessem de apenas uma criança. Aquelas adocicadas risadas brincavam com o seu consciente, a forçando a cada vez mais a abrir aquela porta e encontrar o Will rindo, provavelmente brincando com outras crianças. 

 Mary entrelaça os seus dedos sobre a maçaneta e abre aquela porta com uma extrema força, e um belo sorriso em aeu rosto se desfaz após ver aquela terrível desgraça: Sentado em uma cadeira manchada de sangue estava Will, risonho com o que acabou de fazer. Uma garota, uma órfã, estava estirada no chão sem vida. O seu crânio foi completamente mutilado com algo rígido, pois a sua cabeça ganhava um formato diferente. A menina estava irreconhecível, provavelmente por causa de um grande número de pancadas, absurdamente fortes e agressivas. E o chão era nutrido com aquele fluido vermelho.

 

 Mary estava horrorizada. Will não dava a mínima para o que havia feito, pois feições alegres se estampavam naquele lindo rosto, se orgulhandp do que havia praticado com a pobre garota. 

 

 - Will? - pergunta perplexa, olhando aquela face risonha. - O que aconteceu aqui? 

 

 - Eu matei ela! - e uma risada diabólica brota entre seus dentes. - EU MATEI, MATEI, MATEI, MATEI, MATEI, MATEI...

 

 - E por que você fez isso, meu menino? - ela interroga enquanto chegava mais perto do garoto. - Me explique, por favor.

 

 - O bicho-papão pediu para eu brincar de médico com ela - Will diz com uma frieza impecável e ria fracamente daquela situação -, aí ele disse que eu deveria pegar um pedaço de pau e bater com força na cara dela! - o garoto entra em gargalhadas, não encontrando uma anormalidade em seu ato.

 

 - Você faria isso de novo, Will? - pergunta a freira levemente aterrorizada. Aquelas risadas frenéticas transtornavam a sua mente de uma forma grotesca, a deixando apavorada - Você gostpu de fazer isso? 

 

 - Se eu gostei? - e ele responde entre risos: - EU ADOREI, MARY! É MUITO GOSTOSO E PRAZEROSO! 

 

 Mary se amedronta com aquela resposta. Teria o Will enlouquecido ou algo do tipo? Por que ele fez isso, se não havia motivo algum? Estava claro, Will se tornara um maníaco, mas a bondade maternal da freira a cegaria do mal explícito que estava debaixo daquele orfanato. 

 

 - Will, vá para a cozinha e peça uma caixa grande e várias sacolas. Eu cuidarei deste corpo para você - e ela finaliza manhosa, acariciando os cabelos loiros do garotinho: -, meu garoto prodígio! 

 

 E Will saí de seu quarto, correndo com um sorriso de ponta a ponta, extremamente orgulhoso com o seu recente ato.

 

 

 Um enorme pentagrama estava riscado naquela terra escura, ao redor das árvores. A madrugada, sendo quase 3:00 horas da manhã, tomou conta de toda aquela floresta, trazendo um medo terrível para aquelas cinco jovens crianças amarradas naquele tronco de árvore, algumas chorando absurdamente sobre a provável causa de estarem ali.

 Duas fogueiras, uma dpo lado esquerdo e outra, do direito, queimavam os troncos que a alimentavam e traziam uma iluminação agradável, que espantava a eterna escuridão do local. 

 Em meio àquele calor aconchegante, àquela luz avermelhada proveniente do fogo e àquele pentagrama encravado no solo, uma figura de branco aparece carregando consigo um balde metálico, contendo uma vasta variedade de ferramentas. 

 Aquele ser de paramentos brancos era Clarice, a noviça que poderia salvá-las daquela desgraça eminente. Um sorriso de alegria, não apenas um, mas sim vários, renascem nos rostos brandos daquelas crianças, que se viam seguras nas mãos de Clarice e que poderiam fugir daquele bizarro e desconhecido acontecimento. 

 

 - Clarice, nos a... - diz um pequeno garoto, que suplicava socorro, sendo logo interrompido. 

 

 - Cale-se, seu verme imundo! - Clarice saca um revólver daquele balde metálico e mira bem no meio da testa do garoto. 

 

 - O que você está fazen... - perplexa, uma garota intervém aquele ato. 

 

 - Nada - a bala sai do cano da arma, perfurando a testa do garoto e estourando a parte de trás de sua cabeça, jogando gotículas de sangue nos rostos espantados das crianças. 

 

 O menino cai na terra úmida completamente sem vida. O sangue, que também jorrara no tronco, descia lentamente até o chão, banhando de sangue aquele solo fresco.

 

 As crianças se aterrorizaram com aquilo. "Qual seria o motivo de ela ter feito isso?" - alguns se perguntavam, enquanto que outras se contorciam de dor, pois o som estridente da bala havia danificado temporariamente os seus tímpanos.

 

 Calada, Clarice deixa aquele recipiente de ferramentas o mais longe possível dos garotos, desentrelaça as cordas do pulso do garoto, segura naqueles braços com força e o arrasta até a ponta inferior do pentagrama, criando um breve caminho de terra a partir do atrito do corpo do garoto com o solo.

 

 Duas crianças, as mais jovens, choravam freneticamente, amedrontadas com o que podia vir a partir de agora e molhando os seus pijamas com as lágrimas salgadas. Os outros dois órfãos, os mais velhos, estavam apenas espantados, reprimindo as suas expressões de pavor, já que precisavam trazer algum tipo de reconforto para os outros menores. 

 

 A noviça retorna com uma feição séria e previsa, pisando firme no solo, trazendo algum nível de certeza nos atos que estava praticando. Se foi para o balde e retirou, desta vez, um serrote com cedas afiadas, pontiagudas e rígidas, logo se virando para a garota que tentara, sem sucesso, intervir o assassinato do menino.

 

 - Agora é a sua vez, sua vagabunda! - a noviça vai em direção à menina, a mais velha do quarteto, com o serrote em mãos, jorrando uma ameaça incrível para a garota.

 

 Quando chega próxima àquela menina, a própria suplica o seu nome, em tentativa de parar com aquela provável desgraça: - Por favor, eu lhe peço, não faça nada comigo, Clarice, eu nunca fiz... Ah! - e a noviça começa a serrar as suas duas pernas, logo abaixo do joelho, de uma só vez, arrancando um grito desesperador da garganta da garota. O serrote, sendo novo e afiado, rasga a derme e a epiderme facilmente. Cada ceda pontiaguda, quando passava na pele de sua perna, dislacerava a sua carne, melando-a do sangue jorrante de suas veias danificadas. Quando a lâmina chega ao osso, mesmo que conseguisse arranhar a tíbia, não conseguiu rompê-la, deixando a noviça irritada e claramente aborrecida. Com um ataque súbito de raiva, Clarice pega o martelo que havia dentro do recipiente e volta para a menina, que gemia, arfava, gritava de dor, enquanto que as outras crianças fechavam os seus olhos para não ver aquela desgraça. 

 

 Com um arremesso bruscp na perna esquerda, onde a noviça aplicava uma força absurda sobre o martelo, aquele pedaço quebra o seu osso, que dislacera o músculo de uma forma violenta.

 O grito horrível da garota rasga as suas cordas vocais. Não tendo tempo para se recompor, o martelo se volta para a outra perna e a quebra de uma forma mais fácil que o anterior. Clarice retorna a cortar as pernas da garota, logo as arrancando. A menina se desespera enquanto sentia os seus fluidos corporais saírem de seu corpo aos montes, manchando a terra com aquele líquido vermelho. 

 

 - Agora eu sei o que devo fazer com os seus braços antes de cortá-los - ela grita com um sorriso no rosto, um esplêndido e longínquo sorriso. 

 

 Arremessando o seu braço para trás, colocando um nível de força arrebatadora, a noviça estraçalha o osso do braço direito da menina, que não aguentava mais gritar, sendo que isso também se procedia no outro braço, criando uma fratura exposta e sangrenta. Infelizmente (felizmente?) a menina não suportara aquele último golpe e morreu ali mesmo, se cessando aquela dor agonizante em seu corpo. Enraivecida, a noviça desamarra o seu pulso e arrasta o corpo sem vida da garota para a ponta central esquerda do pentagrama, enquanto que os outros órfãos gritavam apavorados com aquele ocorrido.

 

 Clarice se encontrava altamente irritada com a morte fora de hora da garota. Ela deveria ter serrado os seus braços e, depois, matá-la, arrancando o coração de seu peito. Mas, para a sua sorte, aquela morte repentina não iria afetar o seu ritual. 

 Se dirigindo a um garoto, o mais novo que restou, Clarice expressa a soledade carinhosa para ele, que chorava agonizante.

 

 - Não precisa sentir medo, meu menino - acariciava os cabelos do garoto com uma extrema e falsa compaixão. 

 

 - Você... - soluçava bastante, tentando recuperar o seu fôlego. - Vo-Você ma-ma-matou... OS MEUS AMIGOS! - o garoto cai aos prantos, com uma raiva imensurável da face demoníaca da noviça, que se encontrava em sua frente com um sorriso inibido no rosto.

 

 - Não precisa chorar! - exclama, erguendo o rosto úmido da criança com a de suas mãos. - Eu estou aqui, tudo bem? - com uma visão perfeita de sua garganta, a noviça coloca o seu plano em prática, estrangulando com amabas as mãos aquele pescoço macio,  que era sufocado com força com aqueles dedoa ásperos. O menino se debatia esquizofrenicamente, tentando afastar e retirar aqueles rígidos braços de sua garganta. Barulhos horríveis vinham de sua boca, mostrando que a falta de ar estava presente em todo o seu corpo. Aos poucos a sua consciência se dissipava, dando lugar à morte, desgraça essa adiantada após uma força brutal, vinda das mãos da noviça, em sua cabeça, quebrando as vértebras de seu pescoço, dislacerando os seus ligamentos musculares e rompendo as veias que lá se encontravam.

 O garoto cai no chão morto. Os outros órfãos, agora uma menina e um garoto, se esforçavam para não chorarem

 

 Que desgraça era aquela? 

 Em meio à madrugada, em  breve campo rodeado por árvores, dentro da floresta, se encontrava uma freira psicopata e mais cinco crianças, sendo que três estavam mortas: uma baleada com um tiro em sua cabeça; a outra com as pernas arrancadas, serradas, brutalmente; e a última estrangulada tendo, antes de morrer, o seu pescoço quebrado. Ambos os corpos estavam estirados em três pontas de um pentagrama cravado no solo, uma estrela de cinco pontas invertida, sem contar com as duas enormes fogueiras, as únicas fontes de iluminação daquele lugar aterrorizante e escuro.

 

 Após retornar do pentagrama, onde o corpo da criança se encontrava na ponta superior esquerda, Clarice se agacha no chão e pega uma faca do balde de metal, uma linda faca de uma lâmina afiada e pontiaguda.

 

 - Agora é a sua vez, garoto - ela di exausta, apontando com a faca para o menino. 

 

 - Você vai fazer o quê comigo, sua vaca? - ele grita irritado, tentando se defender daa palavras ameaçadoras da noviça.

 

 Clarice se aproxima do garoto com uma segurança impecável, ajoelhando-se na terra escura e cochichando na orelha do rapaz: - TE MATAR! - e a faca entra em seu abdômen, deixando toda a sua lâmina dentro de seu corpo. Foram uma, duas, três, quatro, cinco, inúmeras apunhaladas, cada uma rasgando algum órgão de seu corpo: estômago, sua vesícula biliar, que estorou, fazendo com que o seu líquido escorra entre seus órgãos, o seu pulmão direito, ensanguentando a sua respiração, onde liberava o precioso líquido vermelho de sua boca e narinas, e, principalmente, seu intestino, que se rompera facilmente a cada golpe da faca. A criança falecera engasgada com o seu próprio sangue, enquanto sentia aquele delicioso gosto metálico em sua boca e se despedia da majestosa Lua, que se melancolizava com a sua deixa.

 

 Restou apenas uma criança. Aquela pequena e frágil chorava aos prantos. Tentava, sem sucesso, se desprender das fortes amarras. Os seus amigos estavam mortos sem piedade algum por causa daquele demônio. A pobre garota não entendia o motivo de estar vivendo todo aquele inferno. Ela e seus amigo nunca haviam feito nada de errado, nada de tão perigoso, então por que estaria ali? Por acaso existiria algum motivo? 

 

 Depois de colocar o corpo do órfão na ponta superior direita do pentagrama, a noviça anda até a sua última vítima completamente aliviada, extasiada e feliz. Estava exausta de ter matado aquelas outras quatro crianças. 

 

 Com o martelo em mãos, Clarice diz: - Você é a última - em um timbre sério e sem misericórdia, batendo levemente o seu martelo em sua mão esquerda. 

 

 - Por aue você está fazendo isso? - a sua voz se melancolizava pela sua boca, interrogando de uma forma precisa e firme.

 

 Clarice se aproxima da garota e se agacha para ver o seu rosto de medo singelo. - Eu preciso fazer isso, minha querida! - uma entonação de tristeza aparece em sua voz. - É uma das únicas formas de eu completar a minha vingança... - e o martelo bate agressivamente no tórax da garota, fraturando algumas costelas e perfurando o seu pulmão direito. Como ocorreu com o garoto, a pequena menina começa a se engasgar com o sangue que jorrava em sua boca, mas logo tendo a sua agonia cessada com uma martelada em seu crânio, no meio de sua face, afundando o seu rosto para baixo e a deixando completamente irreconhecível.

 

 Após despejar o corpo da menina sobre a última ponta da estrela, o Pentagrama Infernal estava feito, um ritual Luciferiano de alta magia satânica, onde cinco crianças puras deviam ser sacrificadas de maneiras diferentes em seu nome.

 Erguendo os seus braços para o céu, esperando o momento exato em que a lua cheia toma seu ápice, Clarice se dirige para o centro do pentagrama, proclamando e se virando para cada ponto cardeal: - Satan do sul, Lucífer do Leste, Belial dp norte e Leviathan do oeste! - o fogo queimava agonizantemente a lenha, formando figuras demoníacas. - Digo os nomes de cada um de vocês em troca deste infernal sacrifício! Hail Satan! - e um vento forte vinha de todas aa direções, balançando as árvores de uma forma tenebrosa e barulhenta. - Rogo para que tragam de volta os espíritos que se foram do orfanato, em troca lhes darei as almas destas crianças puras, mortas de formas diferentes! - barulhos de chocalhos e gritos horripilantes vinham em meio as árvores, cada uma de intensidades diferentes, adorando Lucífer de uma forma agonizante, enquanto que o vento sacudia as árvores, retorcendo brevemente os seus galhos e troncos. - Leviathan! EU LHE ROGO! Belial! EU LHE ROGO! Lucífer! EU LHE ROGO! Satan! EU LHE ROGO! SHEMRAMFORASH! SHEMRAMFORASH! SHEMRAMFORASH! SHEMRAMFORASH! 

 

 

 Continua....


Notas Finais


A história de Mary Bell é real. Sim, ela realmente existiu, apenas houve algumas alterações em sua história.
Opiniões? Críticas? Erros de ortografia? Dúvidas? Podem dizer aí embaixo que eu lerei com prazer.
Até a próxima semana.

Link da segunda temporada:
https://spiritfanfics.com/historia/historias-macabras-de-horror-helltown-8533871


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...