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História Historicamente Químico - Irmãos Garrel


Escrita por: Historicallover

Notas do Autor


Feliz dia do amigo!!

Capítulo 18 - Irmãos Garrel


Fanfic / Fanfiction Historicamente Químico - Irmãos Garrel

Hercule POV

Quando vi quem tinha saído de trás da árvore, fiquei perplexo. Eu bem que conhecia aquela música de algum lugar. O que Lewis estaria fazendo ali naquela hora?

- O que você está fazendo aqui? - perguntei incrédulo -

Ele estava sem reação.

- Vim ver o túmulo do meu avô - ele disse -

O túmulo do avô de Lewis era longe dali. Eu sei disso porque ele já me mostrou onde fica.

- Mentira! - falei avançando pra cima dele - eu sei onde fica o túmulo do seu avô.

Ele ficou sem resposta.

- Conhece ele? - Ryan perguntou -

- Sim - disse sem tirar o olhar do Lewis - Me responda, Lewis!

Ele então respirou fundo e começou a falar.

- Queria saber o paradeiro de Seth Garrel.

- Porquê? - perguntei impaciente com a resposta vaga -

- Motivos pessoais.

Quanto mais ele se esquivava, mais puto eu ficava.

- Eu não vou deixar você se safar dessa. Porque veio aqui?

- Não é da sua conta, Sherlock!

Imediatamente eu avancei pra cima dele e segurei a gola da camisa. Ia dar um soco no meio da cara dele, mas Ryan me segurou.

- Se você fizer isso, vai perder a razão.

Abaixei a minha mão e soltei a gola de Lewis.

- Meu jovem, você tem que ter algum motivo muito bom para vir ao túmulo de Seth Garrel - Ryan começou a falar com Lewis - Seth nao tinha muitos amigos e você deve estar ligado a alguém que devia conhecê-lo.

Lewis abaixou a cabeça.

- Sim - ele disse sem levantar a cabeça-

Ryan era muito persuasivo, ele conseguia fazer com que qualquer pessoa falasse.

- Ótimo - Ryan disse -

Então ele me puxou pelo braço e foi andando.

- Vamos Hercule - ele falou - já sei o que eu precisava saber.

Eu fiquei confuso. Como assim? Lewis só falou que conhecia alguém envolvido com esse Seth. Podia ser qualquer um do círculo de amigos dele.

- Eu não entendi sua atitude - falei pra Ryan enquanto saímos do cemitério -

- Conheci Seth Garrel. Ele era um homem de poucos amigos. O melhor amigo dele era o irmão. A outra pessoa com quem ele se dava era o namorado.

- Como era o nome dele? - perguntei -

- Não me lembro. Claude também não se preocupava em decorar - Ryan parou de andar - Uma vez ele disse o nome do rapaz.

- Tente se lembrar - pedi a ele -

- Era com J. Disso eu lembro.

- J? - perguntei - Lewis não conhece ninguém...

Então eu me toquei. Era Julian. Ele era o namorado de Seth

- Hercule, você está pálido - Ryan me segurou -

- Eu sei quem é - disse a ele - Julian Temonter.

- Era esse o nome! - Ryan disse - o que ele é de Lewis?

- Namorado - disse me recompondo - vamos andando.

Andamos um pouco em silêncio e Ryan me perguntou:

- O que pretende fazer com Manuel?

- Quero perguntar pra ele sobre as atitudes com Claude. Ele me contou que só havia recusado e não falado nada daquilo a ele.

- Se ele falar que é verdade e ele mentiu? - Ryan perguntou enquanto ligava o carro dele -

- Irei perdoa-lo - disse a Ryan - Se ele negar, eu não tenho escola, irei terminar nossa história.

Lewis POV

Eu não tive escolha a não ser falar. Não me lembrei de perguntar o porquê de Hercule querer saber sobre o irmão de Seth.

Hercule arrancar informações de mim não era o problema.

Seth estava morto e eu fui muito burro para perceber isso. Julian deve ter sofrido muito com a morte dele. Por isso ele não se apegava a ninguém.

Eu tenho que falar com ele. Tenho que me desculpar sobre tudo o que eu fiz.

Saí do cemitério e peguei um carro até a escola. Julian ainda devia estar lá. Se não estivesse eu iria andando para casa. O ônibus parou no ponto e eu desci. Fui correndo até a escola e entrei. Fui a sala dos professores.

- Julian!! - abri a porta -

Ele não estava lá. Eu teria que ir para casa vê-lo. Saí da sala e olhei a quadra. Vi uma silhueta familiar sentada com o rosto nas mãos.

Era Julian.

Fui andando quando uma mão me segurou.

- O quê? - me virei para ver quem era -

Era Andrew o diretor da escola.

- Deixe o rapaz respirar. Ele passou por muita coisa hoje.

Olhei para ele paralisado. O que havia acontecido enquanto estava fora?

- Como assim? - perguntei para Andrew -

- Entre na minha sala - Andrew foi andando -

Fui seguindo ele. Eu estava nervoso. O que poderia ter acontecido??

Entramos e sentamos na sala, ele então virou a tela do computador para mim.

- Estávamos fazendo um trabalho sobre pessoas que perderam entes queridos por câncer. Julian me contou a história dele.

A imagem na tela do computador era Julian olhando para Andrew.

- Ele também me contou sobre vocês. Não se preocupe, eu não vou demitir vocês por isso. - ele colocou a mão no mouse - posso dar play?

Fiz um gesto de afirmação com a cabeça.

" - Eu perdi meu primeiro amor pro câncer - Julian disse chorando - Foi câncer de estômago.

- Há quanto tempo foi? - Andrew perguntou -

- Há 8 anos - Julian respondeu limpando o rosto -

- Me conte mais sobre. - Andrew pediu-

- Estávamos namorando há quase um ano quando ele descobriu. Eu fiquei ao lado dele até o final, fui a todas as Quimioterapias e dormia no hospital com ele. - Julian deu uma pausa - Ele me pediu em casamento na cama do hospital e eu aceitei, eu tinha esperanças que ele iria viver e iríamos ficar juntos.

- Eu sinto muito, Julian - Andrew falou-

- Você me perguntou sobre minha cabeça ser raspada - Julian deu um sorriso fraco - Ele sempre dizia que amava meu cabelo, ele fazia cafunés intermináveis e brincava com ele. Quando ele morreu eu queria superar ele a todo custo, mas eu sempre me sentia preso pelo cabelo. Eu fui ao cabeleireiro e pedi para raspar tudo, assim eu conseguiria esquecer ao meu falecido amado.

- Entendo, peço perdão por te julgar tão rápido. - Andrew prosseguiu - Você fez mais alguma coisa para esquecê-lo?

- Sim, eu saí com várias pessoas e tentei não me apegar a nenhuma. Funcionou até esse ano, agora estou apaixonado por alguém e quero passar o resto da minha vida ao lado dessa pessoa.

- Obrigado pelo seu depoimento, Julian - Andrew levantou da cadeira e apertou a mão dele - "

Eu fiquei atônito. Julian me amava de verdade.

Julian POV

Eu havia posto tudo que sentia para fora. Hoje eu lembro de Seth com carinho e fico feliz com isso. Eu amadureci muito desde aquela época.

Tirei meu rosto das mãos e sai da quadra. Quando olhei para a sala da diretoria, vi quem menos esperava encontrar: Lewis.

Ele estava com olhos cheios de água e estava me olhando. Ele não dava um passo e não mudava a sua expressão facial. Eu também não sabia o que fazer.

Então ele começou a andar em minha direção e eu comecei a andar na dele. Quando chegamos perto um do outro, nós nos olhamos. Estávamos em silêncio, mas não era um silêncio ruim, era um silêncio acolhedor. Então, de supetão, Lewis me abraçou forte.

- Eu errei com você - Lewis falou chorando -

Eu estava paralisado, eram tantos sentimentos ao mesmo tempo que eu não consigo descrever. Abracei ele e coloquei uma mão no cabelo dele.

- Me desculpe, Julian - ele olhou para mim - Eu fui um idiota em relação ao Seth e a hoje cedo.

Resolvi quebrar o meu silêncio.

- Pedi para Andrew te mostrar o vídeo porque eu não saberia como falar aquilo frente a frente com você - beijei a testa dele - Está tudo bem agora, meu Romeu.

Ele começou a chorar e eu limpei as lágrimas dele.

- Eu tenho algo para te contar - Lewis disse parando de chorar - Acho melhor sentarmos, a história é longa.

Sentamos em uma mesa da cantina e ele me contou sobre o cemitério e Hercule. Eu achei estranho Hercule estar pesquisando sobre isso o irmão de Seth. Eu conheci Claude Garrel e não entendi porque ele estaria fazendo isso.

- Claude se matou depois que Seth morreu - disse me lembrando dos acontecimentos - Ele era muito apegado ao irmão. Eu lembro que ele estava passando por uns problemas, mas não sei ao certo o que eram.

- Conheço Hercule há muito tempo e posso te dizer que ele não tem ligação com Claude. - Lewis disse apoiando a cabeça na mão -

- Espere um pouco - uma lembrança me veio a mente - Seth me disse que ele estava apaixonado por um aluno e estava tentando esquecê-lo.

- Esse aluno não era Hercule

- Era Manuel - pensei ligando vários fatos - Manuel estudava na mesma escola que Claude dava aula e o próprio Manuel me disse que perdeu a virgindade com um professor.

Lewis olhou para mim com espanto.

- Faz sentido! Hercule estava pesquisando sobre a história de Manuel com Claude. - Lewis disse me olhando de maneira incrédula -

- Espere um pouco - eu peguei meu celular - Vou pesquisar as turmas do colégio e ver se ele realmente estudou na época que Claude trabalhava lá.

Lewis ficou olhando a tela do meu celular. Coloquei o nome do professor e vi as fotos dele com as turmas. Na turma do nono ano de 2007 ele estava com Manuel. Em outras fotos também, fotos deles sozinhos em olimpíadas e eventos da escola.

- Não é possível!! - eu e Lewis exclamamos -

Manuel POV

Eu havia acabado meu turno na escola e estava indo para casa. Resolvi passar numa floricultura para comprar flores para Hercule. Comprei um buquê com 5 rosas vermelhas e fui para casa. Ele já deveria estar em casa, mas eu queria fazer algo para ele do mesmo jeito.

Estacionei o carro e entrei em casa. Abri a porta e vi Hercule sentado no sofá segurando um caderno.

- Oi amor - disse entrando e indo em direção a ele - comprei para você.

Ele se levantou e me entregou o livro.

- Leia - ele disse sem mudar o semblante -

Eu coloquei as flores na mesa e peguei o caderno. Eu reconheceria aquela letra em qualquer lugar. Era a letra de Claude. A página que ele havia me dado, Claude falava que eu havia chamado ele de velho decrépito e não iria me casar com ele.

Eu havia feito isso, tinha sido idiota e imaturo, mas não vou deixar Hercule saber desse lado. Ele pode me deixar se souber que fiz isso.

- Claude está exagerando - eu falei - eu não falei isso a ele. Só recusei a proposta.

Ele levantou a sombrancelha e não aceitou minha resposta.

- Você realmente só disse isso? - ele perguntou numa voz seria -

Eu senti um calafrio percorrer minha espinha.

- Eu havia falado que eu era muito jovem para esse compromisso - disse tentando amenizar meu erro -

- Manuel - ele levou a mão ao rosto - eu sei que você está mentindo.

Comecei a tremer muito. Como ele sabia?!?

- Eu não estou! - disse nervoso - porque você não confia em mim?

- Olha como você está tremendo! - ele apontou para minhas mãos - eu sei que quando você mente, você começa a tremer.

Eu gelei. Ele era muito observador.

- Eu havia prometido a mim mesmo que se você mentisse, eu iria embora. Se você contasse a verdade eu te perdoaria.

Fiquei desesperado. Ele tinha reações contrárias às que eu pensava que ele teria.

- Eu menti, Hercule - eu comecei a chorar - eu achei que você iria embora se eu contasse a verdade.

Ele ficou com os olhos cheios de lágrimas.

- Você vacilou comigo, Manuel - ele foi andando em direção ao quarto - eu vou embora!

Eu corri atrás dele e me ajoelhei em frente a ele.

- Não me deixe, por favor! - eu segurei a camisa dele - Me dê uma chance de provar que eu sou uma pessoa melhor!

Ele me olhou por um tempo e pegou a bolsa dele em cima da cama.

- Eu não sei o que pensar! - ele tirou minhas mãos dele - Minha vontade é nunca mais voltar com você!

Eu senti meu coração se quebrar em mil pedaços. Ele foi até a porta e segurou a maçaneta. Ele estava hesitando em abrir.

- Adeus, Manuel - ele abriu e foi embora -

Eu fiquei sem reação. Levantei do chão e comecei a chorar ainda mais. Fui até a sala e me sentei no sofá. Olhei as flores que eu tinha comprado e vi que as pétalas já estavam caindo. Toda vida tem um fim e eu só queria que o meu fosse rápido.

Depois de umas horas chorando, eu tomei minha decisão. Limpei meu rosto e fui até a loja de bebidas mais perto. Comprei uma garrafa de vinho e levei para casa.





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