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História Historicamente Químico - Cicatrizes


Escrita por: Historicallover

Capítulo 22 - Cicatrizes


Fanfic / Fanfiction Historicamente Químico - Cicatrizes

Manuel POV

Estava corrigindo um exercício com meus alunos quando ouvi aquele barulho. Achei que fosse algo na rua, mas estava muito perto para ser algo fora do colégio.

- Não saiam de sala - eu falei com meus alunos - eu vou ver o que foi esse barulho -

Na minha cabeça só passavam cenas de Hercule aceitando meu pedido de casamento e depois nos dois discutindo o que botar nas alianças.

" - Quando compramos eu quero gravar nossos nomes dentro - Hercule me falava todo apaixonado olhando as alianças na internet-

- Ah não! Isso é muito clichê - falei vendo ele me olhar com fúria - Vamos fazer algo original

- O que você sugere? - ele me perguntou com o rosto apoiado no queixo -

- Vamos botar uma fórmula de fisica! - falei porque sempre foi meu sonho - Vamos botar H×M= um coração. O que acha?

Ele riu e eu sabia que ele não iria querer. Hercule é totalmente de Humanas.

- Eu aceito - ele disse sorrindo - para mim está perfeito

Eu fiquei pasmo. Achava que ele não iria aceitar. Dei um beijo nele e depois ficamos vendo os pares "

- Manuel !!! - Hercule veio subindo as escadas com a turma dele - Temos que nos esconder!!

Os alunos estavam sem reação e tremendo de medo. Eu não estava entendendo o que estava acontecendo.

- Como assim?? - eu perguntei a ele - O que está acontecendo??

- Um aluno daqui está armado e matando a todos. Ele matou os diretores e agora está no andar debaixo.

Ouvimos mais tiros e gritos do andar. Os alunos começaram a chorar e a se desesperar.

- Pegue sua turma - ele falou guiando os alunos - Tem uma sala que é de entulhos e podemos esconder eles lá.

Eu estava nervoso com a situação, comecei a tremer e ficar com as pernas bambas. Hercule era muito corajoso. Ele estava protegendo os alunos ao invés de se proteger.

Entrei na minha sala e tirei minha turma de lá. Andei até onde Hercule estava e deixei os alunos lá.

- Vocês não podem fazer barulho- Hercule estava falando com os alunos- Continuem tentando ligar para a polícia.

Hercule se virou para mim e falou:

- Temos que ir nas outras turmas - ele me puxou pelo braço - Antes que ele chegue aqui.

- Como você consegue ficar calmo? - perguntei tentando conter meu nervosismo -

- Quando eu era adolescente, eu sonhei com esse tipo de coisa várias vezes e eu aprendi a lidar. Sempre tive medo de acontecer e me preparei para isso. Eu também estou nervoso.

Eu balancei a cabeça e passei a mão na minha testa. Eu estava suando frio. Entramos na sala de Lewis e vi que ele estava acalmando os alunos.

- Todos vocês vão ficar bem - ele falava para os alunos -

- Lewis - Hercule começou a falar com ele - Tem uma sala de entulho no final do corredor, minha turma e a de Manuel vão ficar lá até o final disso. Tem espaço para sua turma também.

Eu fiquei com ciúme de Hercule falando com Lewis. Sei que não era hora para isso.

- Vamos crianças - Lewis falou para a turma -

Hercule POV

Eu não queria falar com Lewis, mas vidas estavam em jogo. Quando ouvi o barulho dos tiros e vi o menino com a arma não perdi tempo. Lembro de vários crimes desse tipo e lembro que sempre tive muito medo deles. De tantos pesadelos constantes, já me preparei para esse tipo de situação. Não quer dizer que eu não esteja com medo, eu estou me cagando de medo. Tenho medo de eu e Manuel não sairmos vivos dessa.

- O que faremos agora? - Manuel perguntou depois de colocarmos a turma de Lewis na sala -

- Julian ainda está lá embaixo - Lewis disse nervoso -

- Se você quiser pode ir encontrá-lo - disse pensando que Lewis estava sendo egoísta, afinal os alunos que tem mais importância - Alguém tem que ficar com os alunos.

Ouvimos mais tiros e mais gritos. Os alunos começaram a chorar e a ficar nevosos. Aonde a polícia estava numa hora dessas??

Lewis começou a chorar e isso só desesperou os alunos.

- Ele deve ter matado Julian - ele começou a andar de um lado para o outro -

Manuel começou a ficar nevoso também. Porque eu sempre tenho que ser o mais calmo da situação?

- Vocês dois parem de chorar agora! - falei dando bronca neles -  Temos que pensar o que vamos fazer!

Eles foram parando aos poucos. Eu sabia que o certo a se fazer era impedirmos o atirador de achar os alunos.

- Quero todos vocês calmos - falei para os alunos - Nos três vamos lá para frente e vamos ver se tem mais alguém para salvarmos

Os alunos ficaram mais calmos e eu arrastei Lewis e Manuel para fora.

- Vamos lá - falei com eles dois - Temos 4 pilastras aqui, vamos nos esconder atrás delas porque se o atirador subir nos o atacaremos e tiraremos a arma dele.

Os dois me olharam perplexos.

- Parem de me olhar assim! Nós não temos outra opção!

Eles concordaram e cada um foi para uma pilastra. Por mais que eu ame Manuel eu sei que tenho que salvar meus alunos. Sou um professor antes de tudo e tenho que cumprir meu dever.

Ouvimos passos e eu fiquei tenso. Alguém estava subindo a escada. Eram passos lentos e pesados. Tive certeza que era o cara porque eu ouvi o clique da arma.

Quando vi que ele tinha subido, não perdi tempo e o agarrei. Ele levou um susto e eu dei um soco nele. No momento eu percebi que era um aluno dali, pois lembro de vê-lo nas minhas aulas.

Ele caiu no chão e eu subi em cima dele. Nessa hora eu percebi que Manuel e Lewis estava sem fazer nada. Joguei a arma para longe e fui dar outro soco. Nessa hora eu senti uma dor imensa na perna.

Ele não havia trazido só a arma. Ele estava com uma faca e ele a cravou na minha perna. Cai para o lado de dor e ele se levantou. Pegou a arma. Apontou para mim e eu sabia que ele ia atirar.

Lewis POV

Quando vi Carl subindo, eu fiquei paralisado de medo. Ele não era mais o aluno que eu conhecia. Era outra pessoa totalmente diferente.

Hercule foi para cima dele e lutou com ele. Só que não funcionou. Carl havia esfaqueado a perna dele e iria atirar. Eu não sabia o que fazer!!

Então Manuel saiu da pilastra e derrubou ele para não atirar em Hercule.

O garoto se debatia até que Manuel agarrou ele bem forte. Ele estava deitado de barriga para baixo e Manuel estava em cima dele. Carl deu uma cabeçada em Manuel, que ficou com o nariz sangrando.

Eu corri para pegar a pistola. Peguei ela no momento certo. Manuel soltou o menino pela dor no nariz e eu apontei a arma para ele.

- Porque está fazendo isso?? - perguntei a ele por causa do meu desespero - Se você tivesse me comunicado do Bullying eu poderia ter te ajudado!!

- Você acha mesmo que estou fazendo isso por Bullying? - ele me olhou e vi que seu olhar estava vazio - Esse colégio era dos meus pais e há 5 anos ele foi comprado por esses empresários idiotas. Meus pais estão em péssima situação financeira e se o colégio não pode ser deles, então não vai ser de ninguém!!

Esse era um motivo que eu nunca tinha visto. Sabia que o Bullying era o maior motivo para esse tipo de coisa. O menino estava querendo prejudicar os donos do colégio e começou a ferir outros.

- O que essas pessoas inocentes tem a ver com isso? - perguntei tremendo e segurando a arma -

- Nada - ele respondeu friamente -

- Então... Porque as matou?

- Porque para causar um sofrimento maior você mata quem eles amam.

Eu queria atirar no garoto. Eu poderia e alegaria que foi por legítima defesa. Viraria um herói e salvaria vidas.

- Aperte logo o gatilho - ele disse sem ter nenhuma reação - De qualquer jeito meu trabalho aqui está feito.

Eu olhei para ele e percebi a fraqueza dele.

- Eu não vou te matar, Carl - falei abaixando a arma sem solta-la -

Ele pareceu surpreso.

- Porque não? - ele perguntou me olhando desconfiado -

- Porque seu maior castigo vai ser ficar vivo e pagar o que você fez. Eu não vou deixar você sair assim tão fácil sem nenhuma punição.

Eu olhei para o lado e vi que Manuel estava segurando Hercule. Ele estava inconsciente e com a faca cravada na perna. Manuel estava com o nariz sangrando e segurava ele nos braços.

- Você feriu meus amigos e matou o amor da minha vida. -Eu falei com lágrimas nos olhos.-  Você vai apodrecer na cadeia e pagar com cada ano de sua vida miserável pelo que você fez.

Ele abaixou a cabeça e ficou em silêncio por um tempo. Depois ele começou a rir.

- Eu não ligo para seu sofrimento, porfessor. Minha guerra é com os donos da escola e vocês foram só meus peões aqui.

Então ouvimos a sirene da policia e eu sabia que ele seria preso.

- Seu jogo acabou aqui, Carl.

Ele me olhou com raiva e foi para cima de mim. Eu disparei a arma e achei que tivesse pegado no peito dele.

Ele caiu no chão sangrando e eu fiquei tranquilo. Joguei a arma para o lado e fui ajudar Manuel com Hercule.

Levantamos Hercule do chão quando ouvimos um barulho. Eu senti uma dor imensa nas costas e vi Manuel gritar algo. Cai no chão e vi que Carl tinha sobrevivido. Meu tiro foi no braço dele. Olhei para o chão e vi sangue correndo. Olhei de novo para ele e vi que ele ia se matar.

Julian POV

Quando os tiros começaram eu escondi meus alunos na sala da faxina do meu andar e fiquei com eles. Quando o barulho parou levei eles para fora da escola.

Quando todos estavam a salvo eu subi e vi cenas que nunca imaginei. O diretor Andrew que me ajudou estava com a cabeça toda cheia de sangue. Havia alunos mortos pelos corredores e pelas salas.

Subi para o segundo andar correndo. Eu tinha que ver como Lewis estava. Pensei nele o tempo todo e me perguntava se ele estava bem.

Eu estava com minha mochila. Não tirei ela das costas em nenhum momento. Não poderia deixar ela na sala porque o atirador iria ver que tinha gente lá.

Quando cheguei no segundo andar, vi Manuel com o nariz sangrando segurando Hercule inconsciente e com a perna sangrando. O atirador estava com a pistola na cabeça e ia se matar.

Eu não ia deixar o cara se safar. Tirei a mochila das costas e bati na cabeça dele. O menino caiu no chão e vi que ele estava desmaiado.

Então eu vi Lewis. Ele estava numa poça de sangue e respirava com muito esforço. Meu coração disparou e muitas coisas se passavam na minha mente. Eu peguei ele nos meus braços e fui descendo as escadas. Escutei Manuel gritar para os alunos sairem das salas porque já estavam seguros e depois vi ele descendo as escadas carregando Hercule.

- O que aconteceu? - perguntei tentando reter as lágrimas -

- O atirador lutou com ele e Lewis deu um tiro no braço dele. Achamos que ele tivesse morrido, mas o tiro foi de raspão. Ele se levantou e atirou em Lewis e ia se matar. Você chegou bem na hora.

- Obrigado Manuel - disse fazendo carinho no cabelo de Lewis enquanto íamos para a parte de fora da escola - Sei que você fez o possível.

- Na verdade foi o Hercule - Manuel disse colocando ele nos ombros - Ele que teve a ideia de lutar contra o atirador.

Saímos da escola e entramos na ambulância. Hercule tinha perdido muito sangue pela facada, mas tava bem.

Chegamos no hospital e Lewis foi para  a cirurgia. Os médicos me falaram que teria que opera-lo porque a bala estava perto do pulmão.

- Tem 50% de chance dele viver - o médico disse - Vamos fazer a cirurgia agora.

Eu sentei no banco de espera do hospital e Manuel sentou do meu lado.

- Obrigado por salvar a minha vida e a da Hercule - ele disse limpando o sangue da camisa dele -

- Me agradeça orando por Lewis - eu falei sem conseguir segurar o choro -

Manuel me abraçou e eu desabei  



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