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História Hitmaker - It's Your First Time, It's Normal


Escrita por: SrtaHolt

Notas do Autor


OI OI GENTE!?
Eu sei que provavelmente vocês querem me matar, mas sério, me desculpem por essa enorme demoraaaa
Depois do enem, eu simplesmente precisava de um tempo para descansar, tinha sido uma maratona de trabalhos na escola, tensão no enem, eu estava cansada psicologicamente e eu precisava de um tempo
Mas eu volteeeei, espero que agora eu consiga me sentir bem em escrever e postar Hitmaker
E agradeço muitooo a quem entende a minha situação e não abandona a fic
Tem outra coisa também gente, no capítulo anterior, houve um flashback de como a Charlotte conheceu um Adam, e cara eu fiquei tão insegura em colocar isso, fico insegura com qualquer flashback do relacionamento dos dois. Enfim, eu esperava que você se manifestassem sobre isso, sobre os flashbacks. Eu esperava que pelo menos alguém comentasse algo sobre no capítulo passado, mas isso infelizmente não aconteceu. Eu não estou cobrando vocês ok? Só que eu precisava da opinião de vocês para saber se estava ficando bom, a opinião de vocês tem extrema importância para mim <33
Esse capítulo é dedicado as lindas:
~MrsSheeranS2
~jessica9
~Panda15styles1D
~BinaFerreira
~louiswthigh
~crushforstyles
~CrazyTodinho
~LonelyShadow
~Bublee
~cla_dhutner

Capítulo 37 - It's Your First Time, It's Normal


Fanfic / Fanfiction Hitmaker - It's Your First Time, It's Normal

Eu acho que posso dizer que o meu dia não foi um dos mais animados. Com exceção do café da manhã. Fizemos a refeição junto com minha irmã, meu melhor amigo e parte da equipe e da banda. Foi um momento bem leve que eu gostaria de repetir novamente. Conversamos sobre o quanto estávamos ansiosos para essa noite. E com certeza, era muito. Logo após o café da manhã, me concentrei em compor algumas músicas. Como Harry estava presente, ele foi inspiração em algumas. Harry escreveu uma música, mas não quis mostrar para mim, já que segundo ele, a música era sobre mim. Não insisti, porque eu não mostrei as minhas composições a ele. E certamente foi um momento engraçado quando eu disse tal coisa a ele.

Eu tive que me separar dele no momento em que eu me reuni com a equipe para vermos se a apresentação estava tudo nos conformes. E claro que houve um momento bem interessante comigo e a banda. Eu nunca cantei com todos juntos, sempre um ou dois instrumentistas, mas quando improvisamos um ensaio da música Born To Die eu vi o quanto a banda é incrível. Surgiu uma sintonia espetacular entre nós e naquele momento eu soube que aquele era o meu time, que seguiria junto comigo daqui para frente.

Cansada daquele dia produtivo, eu subi para o meu quarto, pronta para começar o processo de arrumação para o show que ocorreria daqui duas horas. E agora, quem comandava tudo era Stella e Hayley, mas Lanna não conseguia se conter e com certeza daria palpites.

- Papo garota irá rolar em alguns minutos, sugiro que saia Harry. – Hayley diz de maneira engraçada ao entrar no meu quarto, acompanhada de mim, e encontrar Harry deitado na cama mexendo em seu celular.

- Qual é? Não expulsa o meu cunhado. – Lanna reclamou ao lado de Stella, logo se jogando na poltrona que tinha no quarto. Harry gargalha ainda na cama.

- Eu prometo me comportar enquanto vocês fazem o que sei lá vocês querem fazer. – ele diz dando de ombros. – Afinal, esse é o meu quarto também. – ele acrescenta e é a minha vez de rir.

- Ele está certo, não pode simplesmente o expulsar do próprio do quarto. – digo encarando Hayley.

- Tudo bem. – Hayley encara Harry por um segundo e volta a me encarar novamente. – Hm, qual sapato você vai usar? Salto aberto? Fechado? Alto? Baixo? – ela faz o seu tsunami de perguntas.

- E o seu cabelo? Preso? Solto? Meio ao meio? Liso? E a maquiagem? Quer algo clean? – Stella segue o exemplo de Hayley. Eu somente as encarava surpresa.

- Ok, vocês venceram. – Harry suspira se levantando da cama. – Eu volto daqui uma hora. – ele diz antes de sair do quarto. Gargalho ao ver tal coisa.

- Bate aqui. – Hayley diz. Ela e Stella fazem um high five.

- Vocês são inacreditáveis. – murmuro ainda rindo.

- Mas as perguntas eram sérias, certo? – Lanna questiona atraindo nossa atenção.

- Meninas, eu não sei o que fazer. – digo sentando-me na cama.

- Certo, vá tomar um banho bem relaxante, hidrate esse cabelo lindo e então poderemos conversar. – Stella diz me aconselhando.

Somente assinto e vou em direção ao banheiro enquanto elas discutiam quais peças eu usaria hoje. Era engraçado, realmente. O meu banho foi algo longo e demorado. Permiti-me relaxar e me preparar para a apresentação. E a ansiedade bateu na minha porta novamente. Eu não saberei como agir, como lidar com toda essa novidade na minha vida. E novamente, me veio uma vontade imensa de fumar. Mas naquele momento, eu sabia que eu não podia fazer aquilo. Visto o meu roupão e enrolo uma toalha no meu cabelo. Saio do banheiro e encontro as três conversando animadamente.

- Então, decidiram o meu futuro? – questiono com tom de voz divertido.

- Quase isso. – Lanna respondeu e eu solto um riso.

- Então, o que você quer do look como um todo? – Stella pergunta e eu me sento na cama.

- Algo vintage. Eu gosto desse estilo, meio antigo e sensual. – digo gesticulando.

- Devo dizer que você tem um ótimo gosto. – Hayley diz e eu solto um riso.

- Eu quero calça. – digo. – E eu não estou a fim de usar vestido hoje. – murmuro.

- Talvez um jeans e tênis esportivo? – Hayley sugere e Stella assente.

- Cabelo semi preso com um pouco de volume e uma tiara? – é a vez da minha cabelereira sugerir.

- E sim, vocês sabem do que eu gosto. – digo impressionada com tal coisa.

- Ok, vamos começar isso. – Hayley diz animada.

Ficamos a próxima hora conversando animadamente enquanto Stella escovava o meu cabelo. Ela deixaria meio caminho andado, para quando eu chegasse ao local da apresentação tudo ser mais fácil. Visto uma calça legging simples, uma camiseta branca, calço uma sapatilha e eu estava pronta para sair do hotel.

- Meu Deus, eu estou tão nervosa. – confesso quando Stella e Hayley saem do quarto para irem se arrumar. Lanna já havia feito tal coisa mais cedo.

- Relaxa, Lottie. – Lanna pede. – Você vai arrasar essa noite, você vai mostrar para cada um que duvidou de você que você pode sim cantar ao vivo. – ela diz me dando apoio. Eu estava andando de um lado para o outro, eu não queria sentar, eu não queria parar.

- Agora eu sei o que alguém sente quando está prestes a se apresentar para milhares de pessoas. – murmuro pensativa. E nesse exato momento, a porta se abre, revelando Harry.

- É a sua primeira vez. É normal. – ele diz dando de ombros. – Agora eu posso tomar um banho ou ficar no quarto livremente? – Harry questiona se sentando na cama.

- Com certeza. – o respondo rindo e me aproximo dele, selando os seus lábios de forma carinhosa.

- Nós saímos em uma hora, Harry. – Lanna diz antecipadamente ao ver Harry encarando o relógio no criado mudo ao lado da cama.

- Tudo bem. Vou para o banho. – Harry diz se levantando. Em pouco tempo ele escolhe a sua roupa e vai para o banheiro.

Logo as palavras de Harry voltam à minha mente. As mesmas palavras pronunciadas por Adam há alguns anos.

Flashback ON

- É a sua primeira vez. É normal. – Adam diz enquanto eu conseguia acalmar a minha respiração.

Aquela de fato havia sido a minha primeira vez. A primeira vez que eu fumei um cigarro. Não foi algo tão agradável quanto eu imaginei, mas eu havia gostado. Eu estava com Adam no seu apartamento, deitada na sua cama, vestindo somente a sua camiseta e fumando um dos seus cigarros. Meus pais não podiam sequer imaginar que eu estava fazendo isso, mas eu não conseguia parar e nem queria, realmente. Fazia quase um mês que eu havia conhecido Adam naquela boate e desde então, não conseguimos ficar muito longe um do outro. Algo sempre nos puxava. E ele havia cumprido até então o que tinha proposto para mim, ele havia mostrado a sua liberdade para mim.

- Eu gostei, Adam. – murmuro sincera.

Após muito tempo ter insistido para tal coisa, Adam finalmente se dispôs a me mostrar o que um cigarro poderia me proporcionar. Não me orgulho de ter pedido tal coisa, mas assim como a bebida, eu precisava saber a sensação que ela poderia me trazer.

- Posso tentar novamente? – pergunto apreensiva me sentando sobre o seu tronco, enquanto Adam estava deitado. Nossas intimidades se chocam e Adam somente me encara com um sorriso brincando nos lábios.

- Não mexa com fogo, Charlie. -sorrio ao ver o modo como ele me chama. Era carinhoso e tão Adam ao mesmo tempo. Eu sabia que ele se referia ao meu ato e ao cigarro, mas eu quero ambos.

- Eu quero fazer isso. Não é errado quando eu quero, Adam. – insisto. Adam bufa e me entrega o cigarro novamente. Ele sabia muito bem que eu não desistiria.

Agora, de maneira mais experiente, coloco o cigarro por entre os meus lábios e dou a primeira tragada. A sensação era boa. Inebriante. Viciante. Eu não queria parar.

- Você sabe que isso é sexy, certo? – Adam questiona em tom baixo. Suas mãos presentes na minha cintura, mantendo o contato entre os nossos corpos ainda mais presente.

- O que exatamente? – questiono de maneira inocente. Adam tira o cigarro dos meus lábios, dá uma tragada e me beija.

Era algo que eu nunca havia experimentado antes. Era diferente. E sendo com Adam, estava bom demais para mim. Eu sei o que eu sinto por ele. Um desejo, uma atração, uma paixão. E tudo isso não me deixava me afastar dele, só me puxava ainda mais para ele. Eu sei que é errado. Sei que só vim fazendo coisas erradas nesse mês que conheci Adam. Eu voltei a beber, comecei a frequentar festas da faculdade de Adam, comecei a mentir mais para os meus pais e, surpreendentemente, eles ainda não descobriram que eu cabulei alguns dias de aula para ficar com Adam.

Estar com Adam me trazia a sensação de um amor proibido e eu confesso, eu amava aquela sensação.

- Hm, você tem algo para beber? Eu sei que tem. – murmuro quando encerro aquele beijo.

- Nesse momento você não vai sair dessa cama. – Adam afirma com um sorriso provocante no rosto. Tiro o cigarro de sua mão e dou mais uma tragada.

- Eu gostei dessa ideia. – confesso e solto um riso quando Adam me vira na cama, ficando por cima de mim.

Flashback OFF

- Que cara é essa, Lottie? – Lanna pergunta com o cenho franzido, me trazendo de volta para a realidade.

- Que cara? – questiono confusa, sentando-me na cama. Mexo em meu celular para me distrair.

- Você estava distraída, perdida em seus próprios pensamentos. – ela responde rapidamente.

- É, talvez. – dou de ombros. Lanna me olha desconfiada, mas dá de ombros.

Fico em silêncio mexendo em meu celular, me questionando o motivo daquelas lembranças de Adam me perseguindo ultimamente. Será o cigarro? O vício voltando, assim como as lembranças. Eu não queria, mas eu me lembrava de Adam e de nossos momentos. Eu não entendia. Eu estou com feliz com Harry. Eu o amo. Eu só não conseguia entender o porquê do meu passado estar me atormentando desta maneira.

Após alguns minutos, Harry sai do banho já quase pronto. Eu o espero por mais alguns minutos e a ansiedade me toma quando eu vejo que já estava na hora de ir para a apresentação. Isso não podia estar acontecendo. Para o meu desespero, quem me acompanha no carro é James, não Harry como eu esperava. Segundo James, Harry tinha que ir em outro carro e entrar pela segunda entrada do local para não gerar muito tumulto.

- Nervosa? – James questiona quando o carro começa a se movimentar, nos tirando da frente do prédio.

- Muita. – confesso e respiro fundo. – Quantas pessoas? – pergunto em tom baixo.

- Como na verdade é uma galeria, somente duas mil pessoas. – respiro aliviada ao ver que não havia passado dos dez mil. – Mas já esgotamos o seu show em Atlanta no domingo. – James diz e aquilo não havia me trago tranquilidade, muito pelo contrário.

- 20 mil pessoas? – questiono surpresa.

- Sim, você conseguiu esgotar o seu primeiro show, Charlotte. – James diz com uma ponta de orgulho na sua voz.

Sim, eu deveria estar sentindo este mesmo orgulho que ele, mas a ansiedade tomava conta de todo o meu corpo. Eu só pensava no quanto eu poderia falhar naquele palco, no quanto eu erraria, no quanto eu me envergonharia. Pensar em tudo aquilo não me fazia bem, realmente. Eu precisava fumar. Eu precisava de um alivio para o meu corpo, alivio que somente um cigarro poderia me trazer. Novamente, lá estava eu dependente de algo que eu sei que me destrói.

- Não precisa ficar nervosa desse jeito. – James comenta atraindo minha atenção para si. – Sim, eu sei que é a sua primeira vez fazendo algo grande. Mas nós estamos aqui com você, Lottie. Estamos te apoiando em tudo. É preciso ser um surdo para duvidar da sua capacidade de cantar ao vivo. Você consegue fazer isso. – ele diz e eu sorrio de lado.

- Sabe, eu acho que escolher aquelas músicas foi a melhor coisa que poderíamos ter feito. – ele franze o cenho. – Elas são animadas e me dão segurança para cantá-las, apesar de serem um desafio para mim. – explico dando de ombros.

- Você sempre gostou de desafios, certo? – James questionou sorrindo.

- Qualquer um, a qualquer hora. Talvez seja por isso que eu esteja aqui agora. – respondo. – Sair do anonimato foi o meu maior desafio. – confesso. Apesar disso, eu não me arrependia de nada.

- E você se saiu ótima. Por que essa vez seria diferente? – ele pergunta rapidamente.

- Talvez porque dessa vez eu estarei em um palco para duas mil pessoas. – digo e passo a mão pelo meu cabelo.

- Daquela vez, seu palco foi o mundo todo. – James retruca e eu solto um riso assentindo. Ele está certo. Eu certamente já enfrentei coisas piores do que uma plateia de duas mil pessoas.

- Você tem razão. – afirmo. – Mas eu não consigo me acalmar, James. – confesso. – Eu tenho quase certeza de que eu vou errar a letra, uma nota ou até mesmo cair. – acrescento rindo.

- Você vai conseguir, Charlotte. Só acredite em você mesma. – ele pede e eu assinto disposta a fazer tal coisa.

Desvio o meu olhar do de James e encaro a paisagem noturna de New York através do vidro do carro. É uma cidade linda. Eu já tive o prazer de visitar ela em alguns momentos da minha vida. Há anos eu a visitei durante a madrugada, quando Adam decidiu repentinamente de que tínhamos que conhecer uma boate nova-iorquina. É uma noite que eu não tenho memória alguma, então considero a minha primeira visita há alguns meses. O carro para lentamente e o nervosismo toma conta de mim. Já estávamos no local da apresentação. Uma galeria em uma área conceituada de New York, onde muitos artistas já se apresentaram. Infelizmente, o nome do local era desconhecido por mim.

- Vamos, Charlotte? – James pergunta me tirando dos meus pensamentos. Antes de responder qualquer coisa, eu me certifico de que eu havia trago a minha bolsa e consequentemente o que me acalmaria naquele momento.

- Sim, claro. – digo. James abre a porta e sai, logo dando a volta para abrir a porta para mim de modo cavalheiro.

E quando saio, o mar de flashes quase me cega. A imprensa era de grande número no local, afinal o mundo todo queria ver Charlotte Hayes falhando. A barreira de seguranças fez com que conseguíssemos entrar na galeria rapidamente. Eu não vi o caminho que percorri, só me vi entrando em um local com James atrás de mim. O meu camarim. Reconheci por conta dos espelhos, da arara de roupas, de comidas e tudo mais que eu julgava desnecessário. Rapidamente sentei-me em um sofá que tinha ali e respirei fundo, tentando controlar o meu nervosismo. Eu sabia o que aquilo significava, eu estava prestes a ter um ataque de ansiedade.

- Você está bem? – James pergunta preocupado.

- Sim, eu acho que sim. – murmuro. – Onde está todo mundo? As garotas? O Harry? – pergunto. Harry parecia o único que naquele momento poderia me acalmar, além do cigarro.

- Eles já estão chegando. – James diz. – Vou ver se a banda está bem, ok? – ele pergunta e eu assinto. Eu precisava de um tempo sozinha.

Ao que ele fecha a porta, eu encaro a minha bolsa pensando se eu faria aquilo agora. A dúvida de fazer ou não, não estava presente nos meus pensamentos. Eu só não sabia qual era o momento certo. Mexo na minha bolsa e toco a caixinha do cigarro, mas uma batida na porta me impede que eu a pegue.

- Entre. – digo e rapidamente pego o meu celular, deixando a bolsa de lado.

- Você viu o quanto esse lugar é bonito? – Lanna questionou eufórica entrando no camarim, seguido de Stella, Hayley e por fim, Harry.

- Eu não vi nada. – respondi. – Eu vim direto para cá. – expliquei.

- Então, o lugar é maravilhoso e chique. – Lanna afirma. – Combina com você. – ela comenta e eu solto um riso.

- Você está bem? – Harry pergunta se sentando ao meu lado.

- Sim, claro. Só um pouco ansiosa. – murmuro. Harry me conhecia o suficiente para saber que eu estava mentindo.

- Segundo James, nós temos 40 minutos para te arrumar. – Stella diz e eu assinto. – Vamos começar? – ela pergunta animada.

- Claro. – digo sentando-me na cadeira em frente ao grande espelho.

Durante todo o momento da maquiagem, eu escolhi as peças que eu usaria. O jeans não foi difícil de se escolher, o problema foi o moletom e o salto. Acabei optando por um moletom branco, que mostrava um ombro, do Guns N’ Roses, uma banda que eu sempre curti. E um salto preto de tiras, simples. Lanna e Harry deixaram bem claro o quanto me apoiavam e o quanto tinham certeza de que eu iria me sair bem essa noite. Eu queria ter a certeza que eles tinham em mim. Stella faz um penteado bem bonito, um pequeno topete com uma tiara delicada de perolas para complementar. Eu tinha amado, realmente. De maquiagem, ela fez algo clean. Somente uma pele bem feita, um delineado marcante, uma sombra em tom pastel e um batom cor de boca. Me ver quase pronta no espelho só fez com que a minha ansiedade aumentasse muito mais. Durante todos esses minutos em que fiquei me arrumando, fiz um aquecimento vocal com preparadora vocal da equipe. Em poucos minutos eu me apresentaria. Ao acabar a maquiagem, eu entro no banheiro e visto a roupa escolhida. O caimento das peças no meu corpo é perfeito. Stella e Hayley faziam uma boa equipe, realmente.

- Temos 5 minutos até você entrar, Charlotte. – e o aviso de James fez com que a minha ansiedade chegasse ao pico.

- Eu não vou conseguir. Eu não vou. – digo respirando pesadamente. Sento-me no sofá e todos no camarim me presenciam chegando ao meu limite.

- Você precisa se acalmar. – Harry diz de maneira suave ao meu lado. O encaro e vejo em seus olhos o quanto ele me apoiava naquele momento.

- Eu não consigo, Harry. Estou tendo um ataque de ansiedade. – confesso e todos permanecem em silêncio. Lanna gentilmente me entrega um copo de água, mas até mesmo ela sabia que aquilo não daria efeito. Eu estava tremendo.

- Você. – Lanna hesita em continuar. – Você quer desistir? – ela pergunta e eu bebo um gole da água.

- Não. – respondo quase de imediato. – Eu não posso fazer isso. Não é justo com quem está me esperando lá fora para me ver cantar. – digo e encaro James, que sorri tristemente antes de se pronunciar.

- Então, o que vai ser? – James questiona. Ele não estava me ajudando a me manter calma, mas eu não culpava por nada naquele momento. – Três minutos. – ele murmura e eu fecho os olhos. Eu preciso ficar sozinha por um momento.

- Gente. – suspiro. – Vocês poderiam me deixar um minuto sozinha? – pergunto. – Eu preciso criar coragem para subir naquele palco. – explico e todos se encaram antes de assentirem em concordância.

- Nós vamos para a área vip. – Stella anuncia. Ela e Hayley sorriem antes de sair do camarim. Lanna me abraça rapidamente e as segue.

- Eu vou te esperar no corredor para te guiar até o palco, Charlotte. – James diz e é o próximo a sair. No camarim, só resta eu e Harry.

- Eu sei que você vai conseguir, Charlotte. Eu confio em você. – ele diz e eu sorrio. Ele me apoiava em tudo e eu nunca saberei agradecê-lo o suficiente.

- Obrigada por isso. – murmuro e me inclino para abraçá-lo rapidamente.

- Eu vou estar lá por você, amor. – ele sussurra antes de selar meus lábios em um beijo carinhoso e rápido. Sorrio para ele ao vê-lo se levantando e saindo do camarim.

Quando me vejo sozinha no camarim não hesito em pegar a minha bolsa rapidamente. O cigarro por entre os dedos e o isqueiro na mão. Eu tinha tudo o que eu precisava para me acalmar e mesmo assim, eu hesito em acender aquele cigarro. Eu tinha um pouco mais de um minuto e meu coração batia tão alto quanto o som das pessoas gritando lá fora. Eu me conhecia o suficiente para saber que eu não conseguiria subir naquele palco sozinha. E para fazer tal coisa, eu preciso me acalmar. Suspiro cansada de todo aquele nervosismo me tomando e acendo o cigarro. Não hesito em dar a primeira tragada. Não hesito em dar a segunda tragada. Não hesito em dar a terceira tragada. E lentamente, eu sinto o efeito do cigarro no meu corpo. Eu me sentia calma. Segura de mim mesma. Dou a quarta tragada e sinto que aquilo já era o suficiente. De tudo o que eu passei na minha vida, subir naquele palco será um dos meus menores problemas. Apago o cigarro e jogo na lixeira que tinha no camarim, me certifico de que se alguém ir jogar alguma coisa no lixo não verá o meu cigarro. Me encaro no espelho e repito para mim mesma que eu consigo fazer aquilo. Saio do camarim e James sorri ao me ver, mesmo nervosa eu consigo retribuir o seu gesto.

James me guia pelo local e logo chegamos até atrás do palco. A banda já estava posicionada e enquanto coloco o meu retorno, o instrumental de Blue Jeans, a primeira música da noite, começa. E naquele momento eu soube, o aquecimento vocal não surtiria efeito sendo que eu acabei de comprometer a minha respiração fumando aquele cigarro. E eu sabia que naquela noite eu falharia. Fecho os meus olhos e respiro fundo inúmeras vezes. Eu podia fazer isso.

Com o retorno já colocado e o microfone em mãos, dou alguns passos e entro no palco tentando manter um sorriso no rosto. E eu vejo as pessoas. Todas as pessoas. Elas gritavam, apesar de eu não podê-las ouvir muito bem por conta do meu retorno. Vou até o centro do palco e fico ali, criando coragem para cantar as primeiras estrofes da música e seguir com a noite. E os acordes marcantes de guitarra soam, Blake, o meu guitarrista, sorri confiante para mim.

- Blue jeans. White shirt. Walked into the room, you know you made my eyes burn. – canto os primeiros versos da música. E todo um flashback do momento em eu vi Adam pela primeira vez veio em minha mente. Sim, em partes aquela música era inspirada nele. Quando ele adentrou aquela boate e eu coloquei meus olhos nele, eu soube que algo bom e ruim iria acontecer na minha vida.

E todo o nervosismo que restou se esvaiu pelo meu corpo. Criei coragem e comecei a me movimentar pelo palco, levando comigo toda a atenção do público. Eu tinha plena noção de que eu estava indo bem apesar das circunstâncias. Eu controlava a minha respiração, mudava a entonação da voz como eu queria e, felizmente, consigo alcançar as notas propostas na música. Foi no refrão que eu me questionei se eu conseguiria continuar com aquilo. As pessoas cantavam junto comigo. E pelo coro lindo que era, eu tinha plena certeza de que elas sentiam a música assim como eu sentia. E eu olhei para a banda e vi o meu pianista, Byron, sorrindo alegremente para mim. Byron tem essa aura alegre ao seu redor e eu simplesmente amava o modo que ele fazia as pessoas se sentirem bem. E foi o que ele fez nesse momento, fez com que eu me sentisse tremendamente bem encima daquele palco. É algo mágico.

Ao final de Blue Jeans eu ainda não havia conseguido encontrar a área vip onde todos estavam. Como o local era uma galeria, a área vip remetia há um camarote. Havia cerca de meia dúzia deles e todos estavam ocupados. A próxima música começa e eu sorrio ao ver que é This Is What Makes Us Girls. Essa é uma música animada e divertida de cantar, eu estava cantando uma história que eu vivi em algumas partes, acompanhada de Sarah a maioria das vezes. A melodia era algo envolvente desde o início e eu gostava do modo como a música se desenvolvia.

- Sweet sixteen and we had arrived, walkin down the street as they whistle, "hi, hi!”. – canto e sorrio minimamente ao me lembrar daquele momento. Eu e Sarah sempre fomos uma dupla animada e louca. E cada momento retratado naquela música, de alguma forma eu vivi com Sarah.

Eu me sentia tão bem naquele palco que eu até me atrevia a me mexer conforme a música. E eu ouvi gritos quando eu decidi que eu deveria ser um pouco ousada e agacho até o chão, rebolando conforme o ritmo da música. Ao me levantar, solto um riso e continuo a cantar a música. Em alguns momentos, deixo de cantar e somente recito os versos das músicas e aquilo era a prova de que eu estava cantando ao vivo e não usando um playback. Quando eu finalmente encontro o camarote no qual todos estavam, eu somente consigo sorrir e acenar discretamente para eles.

E a prova de fogo veio quando os acordes de Off To The Races começaram. Era um desafio cantá-la e mantê-la a identidade que eu dei para ela quando eu a gravei. Eu queria algo mais rápido, algo com rimas, algo no estilo hip-hop e eu não mudaria isso só porque eu não conseguia cantá-la ao vivo. As primeiras estrofes foram fáceis de cantar, não cheguei a ficar ofegante, felizmente. E a música ficava mais rápida ao decorrer, mas eu estava conseguindo cantá-la tranquilamente até aquele momento.

- Swimming pool, glimmering, darling. White bikini off with my red nail polish. Watch me in the swimming pool, bright blue ripples. You sit sippin' on your black cristal. – era uma música divertida de qualquer maneira. Não tinha total inspiração em Adam, porque ele não é o homem que eu idealizei na música, só me inspirei em alguns aspectos de Adam. Talvez os versos mais sinceros sejam os finais, onde eu deixava claro que apesar de tudo ele era o meu único e verdadeiro amor.

E eu senti o que o cigarro me causou quando eu cantei o segundo refrão. Eu estava indo bem, controlando a respiração e mantendo o tom certo, mas em algum momento eu me senti ofegante. Eu persisti e não falhei em um verso sequer, eu não me permitiria deixar que todos falem que eu não consigo cantar a minha própria música. O terceiro refrão veio e eu não tinha falhado em nenhum verso, apesar de estar ofegante e me questionando como eu tinha conseguido chegar até ali. Quando eu termino de cantar, o instrumental permanece e eu tenho que enfrentar mais um desafio. Desafio concluído de maneira fácil, já que eu havia conseguido recuperar o meu fôlego e controlado a minha respiração. Ao encerrar a música realmente, bebo um gole de água da garrafinha que tinha no palco. Automaticamente meu olhar vai para o camarote, onde vejo James e Harry conversando e vejo as meninas me encarando sorrindo, retribuo. Respiro aliviada ao ver que o meu maior desafio tinha passado.

Antes que a próxima música comece, encaro Byron confiante. Em Carmen, exceto no refrão, minha música é acompanhada somente pelo piano. Era o nosso momento. Era uma música que me traria lembranças do meu passado. Sim, a música é sobre uma prostituta, mas eu sentia que ela também se encaixava perfeitamente para mim. E cantá-la parecia difícil demais para mim naquele momento, mas eu não podia fraquejar.

- Darling, darling, doesn't have a problem, lying to herself, cause her liquour's top shelf. – e um momento difícil começa. As lembranças, meu vício, Adam, tudo vem como um tsunami na minha cabeça. E eu me sinto horrível ao ver que eu tinha reiniciado algo que eu tinha custado tanto largar.

Em alguns momentos da música, eu deixava de cantar e recitava os versos. E eu sentia o peso tomando a minha consciência. Aquela garota problemática no fundo era eu também. Quando o refrão chegou, os outros instrumentos começaram a me acompanhar. Meus olhos marejaram e eu me arrependi imensamente de ter escolhido aquela música para cantar hoje. Eu colocava os meus sentimentos em cada palavra daquela música que eu pronunciava e talvez aquele tenha sido o meu maior erro. A segunda parte da música se inicia e eu engulo o choro, eu não podia passar por isso novamente.

- She says you don't want to be like me, looking for fun, get me high for free. – aquelas foram as exatas palavras que Carmen me disse quando nos conhecemos, as pronunciei segurando o meu choro. Uma pobre garota perdida em sua própria vida, sem um caminho certo para trilhar.

E mesmo ouvindo aquilo saindo da sua boca, eu continuei procurando por diversão e ficando chapada de graça. Talvez se eu somente a tivesse ouvido. Após o refrão, se inicia a parte da música que eu mais gostava. O piano permanecia e eu recitava alguns versos em francês. Naquele momento, eu coloquei um sorriso triste no rosto e procurei Harry no camarote. Ele gosta de quando eu falo francês, e acha aquilo um tanto sensual. E eu o encontro, me encarando fixamente. Desvio o meu olhar do seu e continuo recitando os versos. Após isso, eu respiro fundo agradecendo mentalmente o fato da música estar acabando.

E por fim, a última música da noite foi National Athem. O instrumental começa e eu me preparo para cantar a música que tinha certo grau de dificuldade. Eu gostava daquela música, era algo divertido, com um significado maior por trás de tudo. A música exigia um backing vocal, mas eu enfrentaria o desafio e a cantaria sozinha.

- Money is the anthem of success, so before we go out, what's your address? – eu me sentia bem naquele palco, cantando aquela música. Aquela música era uma das que eu mais gostava. Talvez seja a melodia ou a letra em si. Eu cantava e surpreendentemente a plateia cantava comigo. Eu nunca saberei descrever o que eu senti ao ouvir todos cantando comigo. Talvez eu só deva admitir para mim mesma que a ideia de estar em um palco parecia menos assustadora agora. Eu ousava mexer meu corpo de acordo com o ritmo da música, e pela segunda vez na noite, me deixei levar e rebolei até o chão. Soltei um riso ao me levantar, eu estava me divertindo ali. Mais do que eu pensei ser possível. E naquele momento eu vi que nada daquilo estaria acontecendo se eu não tivesse fumado aquele cigarro. Afinal, eu nunca teria tido coragem o suficiente para subir naquele palco.

- It's a love story for the new age, for the sixth page. Want a quick, sick rampage. Wining and dining, drinking and driving, excessive buying, overdose and dying, on our drugs and our love and our dreams and our rage. – eram trechos rápidos que eu cantava com um sorriso no rosto.

Talvez eu parecesse uma pessoa bipolar naquele momento. Na música anterior eu estava quase chorando e agora eu sorria enquanto cantava. Eu não me identifico tanto com essa música como eu me identifico com Carmen. O que faz o meu humor é o que eu estou cantando, o que eu estou compondo, o que eu estou me lembrando. Tudo gira em torno de algo, eu não seria diferente. Eu encerro a música, mas como eu havia pedido para a banda, eles permanecem com o instrumental de National Anthem.

- Eu não sei o que dizer, mas obrigada por essa noite. – digo de maneira sincera. – Foi a minha primeira apresentação para tantas pessoas e uau. – solto um riso e a plateia aplaude. – Eu quero agradecer a minha incrível banda e a vocês. – me viro para eles. Deixo o microfone encaixado no suporte, aceno sorrindo e saio do palco. Ao chegar aos bastidores, respiro aliviada. O primeiro desafio eu tinha cumprido, cantar para um público maior do que cem pessoas. Agora, o próximo é uma arena, vinte mil pessoas.

Eu estava feliz. Eu tinha conseguido fazer o que eu não acreditava que poderia conseguir. E aquele momento, o de ser aplaudida por tantas pessoas, não sairia tão cedo da minha cabeça. E eu sei que aquela apresentação foi uma bela resposta para quem duvidava que eu não conseguia cantar. Eu cantei a música mais difícil do álbum, não poderiam exigir mais de mim além do show que acontecerá em Atlanta. Tinha tantas pessoas nos bastidores, eu sabia que elas queriam falar comigo, mas eu só queria ir para um local em silêncio naquele momento, eu só queria aceitar o que acabou de acontecer. Sem parar e sem olhar para alguém, eu ando rapidamente até o meu camarim. Entro e pego uma garrafinha de água, logo a tomando. Eu sabia que não demoraria muito tempo para alguém vir me procurar. Pego uma maçã e dou uma mordida, eu nem ao menos me lembrava qual foi a última vez que me alimentei hoje, talvez no almoço.

- Ai meu Deus! – Lanna entra no camarim, me assustando. – Você foi tão incrível, Lottie! – ela exclama e eu solto um riso. – Meu Deus, você desceu até o chão duas vezes! – ela parecia surpresa demais para acreditar que aquilo tinha acontecido.

- Oh, eu achei que tinha sido uma boa ideia. – murmuro divertida.

- Foi uma ótima ideia! Ninguém esperava você fazer isso, você é tão tímida. – James diz entrando também no camarim.

- Qual é? A Charlotte trouxe um pouco da antiga Charlotte de volta. E devo dizer que todo mundo adorou. – Lanna comenta e eu a encaro. Um pouco da antiga Charlotte.

- Agora sabemos que dá sim para rebolar ao som de indie. – Stella murmura entrando no camarim ao lado de Hayley, que ria.

- Deus, vocês não vão parar de falar disso? – murmuro indignada, passando a mão pelo rosto tentando conter a minha vergonha. Em resposta, só ouço os risos de todos.

- Bem, eu gostei da parte do francês. – Harry comentou se sentando ao meu lado, me dando um beijo rápido.

- Você sempre vai gostar dessa parte. – murmuro rindo e Harry passa o braço pelos meus ombros, me trazendo mais para perto de si.

- Não querendo acabar com o momento de vocês, mas temos que comer alguma coisa porque viajaremos de madrugada para Atlanta. – James diz e eu suspiro cansada. Viajar de madrugada não era algo da qual eu fosse fã. Harry encara cada um naquele camarim e uma conversa silenciosa acontece ali.

- Hm, estaremos te esperando no carro. – Lanna, que antes estava tremendamente animada, diz séria. Ela sai do camarim, sendo seguida por James, Stella e Hayley. Harry permanece no camarim e pega em minha mão, atraindo toda a minha atenção para si.

- Eu quero lhe perguntar uma coisa, Lottie. – Harry diz e eu franzo o cenho com aquele assunto vindo à tona. Aceno com a cabeça, mostrando que ele poderia fazer a tal pergunta. – Eu sei que é algo seu, mas o que você fez no camarim antes de entrar no palco? – ele pergunta direto e olhando em seus olhos eu soube que ele não queria ser o autor daquela pergunta.

- Eu. – faço uma pausa tendo um conflito interno. Contar ou não contar. – Eu precisava ficar sozinha, tentar criar coragem para subir no palco naquele último minuto. – explico. Aquilo não era total mentira, somente ocultei a parte do cigarro e aquilo já pesava em minha consciência. Harry não merece isso, Harry não merece que eu minta para ele. Desvio o meu olhar do dele, não aguentando encará-lo sabendo que eu estava mentindo.

- Eu fico feliz que você tenha conseguido subir naquele palco. – Harry murmura e sorri sinceramente para mim. Droga, por que ele tinha que ser tão bom para mim? – E devo dizer que você estava muito sexy naquele palco. – ele diz e apesar da minha consciência estar pesada, eu consigo sorrir.

- Por que você sempre me faz sorrir, Harry? – questiono o encarando fixamente.

- Eu não sei, talvez seja o meu charme. – ele dá de ombros.

- Oh, eu tenho certeza que sim. – murmuro com os meus lábios próximos aos seus.

Por que eu me sentia tão horrível naquele momento? Eu tive meus motivos para fumar, mas eu nunca conseguiria explicar isso para Harry. Ver a expressão de desapontamento no rosto de Harry novamente não estava nos meus planos. Eu não tive saída, eu tive que mentir para poder seguir em frente. Eu tive que fazer algo do qual eu não me orgulhava. E na minha cabeça só rondava as possibilidades do que teria acontecido se eu tivesse contado a verdade e nenhuma delas parecia ser boa.

Com a culpa preenchendo a minha consciência, eu troco de roupa e coloco a roupa que eu usei quando vim para cá. Harry me encarava com um sorriso no rosto e eu sabia que ele estava feliz por eu ter avançado um passo.

Eu não mereço alguém como ele.

Assim como James havia dito, fomos direto para um restaurante. Eu fiquei em silêncio durante todo o jantar que parecia ser em comemoração a minha primeira apresentação. Todos conversavam animadamente, exceto eu. Harry me perguntou o que aconteceu comigo, mas eu desviei do assunto e menti novamente dizendo que estava tudo bem.

Durante a madrugada, eu estava dentro do avião, viajando para Atlanta. Harry estava ao meu lado, dormindo, e ao vê-lo daquela maneira me deixava somente mais arrependida do que eu fiz. Um relacionamento saudável não sobrevive à base de mentiras, eu sei disso, mas mesmo assim eu não conseguia contar a verdade e enfrentar as consequências.

Talvez Lanna esteja certa. Hoje eu pouco da antiga Charlotte voltou no palco, mas eu sinto que aos poucos eu estou me tornando a Charlotte de anos atrás. A Charlotte que não tinha controle do seu vício, a Charlotte apaixonada, a Charlotte mentirosa, a Charlotte culpada. Eu somente não conseguia enxergar maneiras de evitar que isso aconteça. Eu estava perdida em tudo o que eu estava fazendo. E eu sei muito bem que eu estou prestes a destruir tudo o que eu prezo nesse momento.

- Me desculpe, Harry. – murmuro o encarando, mesmo que ele não pudesse me ouvir e muito menos me ver. Eu só queria pedir desculpa por tudo o que eu vim fazendo esses últimos dias. Mentindo e mentindo. Me lembrando do que eu não deveria.

Eu sei que Harry não merece a Charlotte que está voltando em sua vida.

 


Notas Finais


E aí? Gostaram?
Espero que sim, foi feito com carinho <3333
Comentem e favoritem, hein?
Até a próxima atualização, meus amores <3

All The Love
xx Srta. Holt


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