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História Hogwarts: One History - Capítulo 3


Escrita por: SKOOKIE

Notas do Autor


~ Hello! Aqui quem vos fala é a fantasminha de escritora desnaturada que esquece de usar o cérebro.
(brincadeiras a parte)
Finalmente consegui juntar as partes boas de se usar a imaginação e usá-la. Só quero avisar que o capítulo não foi betado, então se encontrar um erro que deixei passar, chute-o pra escanteio.
Eu teria postado ele antes, mais estava um pouco insegura de postar sem corrigi-lo pedacinho por pedacinho.
Então, espero que gostem e deem muito amor a minha Eleanor.

P.S. Talvez demore um pouco para postar o próximo capítulo, já que quando as professoras passam trabalho para fazer, elas jogam a avalanche.

Capítulo 5 - Capítulo 3


 

O resto dos dias de agosto passaram como um borrão por Eleanor. Desde que visitara O Beco Diagonal, Ellie contava os dias para 1° de setembro. Sentada em sua cama, a garota observava sua nova coruja, Jinny, seu pelo marrom macio com pintinhas brancas espalhadas, era uma graça em sua opinião. 

Ela estava agrupando seus livros por ordem alfabética — uma mania nervosa —mesmo sabendo que provavelmente iria bagunçar tudo quando fechasse seu malão. Colocando Hogwarts: Uma História no final da pilha, Ellie lembrou-se das coisas incríveis que existem no livro, desde as fascinantes lendas sobre os quatro fundadores, suas favoritas, até os estranhos cantos que existem no terreno mágico. Era simplesmente extraordinário.

Com um grande suspiro, a garota passou seus olhos azuis pelo quarto, visualizando cada ponto dele com saudade. Passar quase meio-ano em outro lugar que não seja sua casa, fazia seu estômago se embrulhar. 

Será que vou conseguir me adaptar a esse novo mundo?, pensou enquanto arrastava seus pertences escada à baixo.

Do lado de fora estava sua mãe, com seu costumeiro sorriso alegre, vestido florido e seu cabelo preso em um forte coque. Mesmo que a expressão de sua mãe mostrasse uma grande felicidade por sua filha, Ellie conseguia ver a tristeza transbordando de sua pele e seu olhos levemente vermelhos. Ela chorara à noite.

Um grande suspiro passou por seu corpo quando correu para os braços da mulher, sentiu sua mãe tremer levemente com o súbito abraço, mais não fez nada para soltá-la. Apenas apertou mais forte sua pequena filha.

— Não se preocupe, mamãe. Voltarei no Natal — Eleanor sussurrou a promessa. Amélia balançou a cabeça, murmurando um pequeno, mais audível, sim.

                                                                                                                ***

A estação de King's Cross estava lotada de pessoas, homens com ternos e maletas passando com carrancas em seus rostos, mulheres correndo com seus filhos, e, se as pessoa prestassem atenção notariam uma mulher e sua filha paradas estáticas, olhando para as plataformas 9 e 10 com expressões confusas em seus belos rostos.

— Ellie, você tem certeza do quê acabou de ler? — A garota de onze anos resmungou e esticou o bilhete de trem para sua mãe, que ainda não conseguia acreditar no número indicado.

Por Deus! Está escrito no bilhete 9 1/2 , Eleanor pensou exasperada. Sua mãe estava muito confusa sobre a misteriosa plataforma de trem. Por acaso ela não consegue se lembrar que estou indo para uma escola de magia? MAGIA!

— Mamãe, e se a passagem para o trem estiver enfeitiçada?

A bruxa notou que sua mãe estava se controlando para não começar a gritar de frustração, sabia que a mesma só quis chegar cedo na plataforma para ter mais tempo com ela, e agora estavam com problemas para achar uma simples plataforma de trem.

 Cerca de alguns minutos depois, Ellie notou uma mulher alta, trajando um vestido azul escuro longo e uma bolsa vermelha grandona, ela teria achado que era apenas uma simples senhora passeando pela cidade, se não fosse o grande chapéu com um urubu empalhado. Nunca vira nas lojas trouxas um acessório daqueles.

Eleanor estava certa de que aquela mulher era uma bruxa — pelo jeito peculiar de vestir-se —, seu palpite se confirmou quando avistou seguindo atrás dela um garotinho. Não parecia ter mais de onze anos, com cabelos escuros e bochechas salientes, eles faziam seu caminho até a parede em que ela e sua mãe estavam.

— Com licença, senhora.— A garota falou arrastando sua mãe pelo braço em direção ao garoto e sua acompanhante.— Sabe onde fica a plataforma 9 1/2  ? — Rezava para a mulher ser uma bruxa, se não ela iria levar vários xingamentos pelo número.

— Primeiro ano? — Questionou a moça, seu olhar indo de Ellie para sua mãe. As duas apenas balançaram a cabeça, com um pouco de medo pelo tom mandão da mulher mais velha. — É o primeiro ano de Neville também. Espero que ele caia na casa de seu pai e traga orgulho ao nome da família. Você só tem que cruzar àquela parede. Se estiver nervosa recomendo correr. 

E como se fosse para demonstrar, ela segurou no carrinho de Neville e juntos começaram a correr. Eleanor ofegou quando os dois passaram pelo grande murro de tijolos sem nenhum acidente aparente. 

— Bom... Acho que é um até mais tarde — disse Amélia. Virando-se para sua mãe, os olhos azuis da garota quase se fecharam quando reconheceu o jeito de dizer adeus de sua mãe. Ela não gostava quando pessoas dizem adeus, era como ir embora e não voltar. Por isso, elas diziam até mais tarde ou até logo. — Apenas corra, querida. Não olhe para trás e corra.

Posicionando seu carrinho na direção correta, Ellie respirou fundo e fechou os olhos.

Apenas corra.

E foi o que fez. 

                                                                                                      ***

Olhando para fora da grande janela, ela viu a estação se encher com famílias e mais famílias. Ellie gostou da ideia de sua mãe sobre virem mais cedo para poder pegar um bom lugar no trem. Fazia poucos minutos que atravessara a passagem, e Eleanor estava se sentindo entediada. Devia ter pedido para sua mãe atravessar com ela, mas não sabia se trouxas podiam passar pela parede sem ajuda.

A garota balançou em sua mão um pedaço consideravelmente grande de madeira, era sua varinha. Com um sorriso no rosto, ela se lembrava das palavras de Olivaras no dia em que foi comprá-la: madeira de teixo, fibra de coração de dragão, 12 1/2 e razoavelmente flexível. Ótima para feitiços de ataque e meio temperamental.

Varinhas de teixo são temperamentais, um grande sorriso fez presença em seu rosto, conforme pensava nas últimas palavras do bom vendedor.

Como estava tão absorvida em seus pensamentos, Ellie tomou um grande susto com o barulho alto da porta se abrindo.

— Desculpe, não quis assustar você.— Olhando para a abertura da porta estava uma garota.— Sou Hermione Granger — disse estendendo sua mãe para Ellie. Hermione é uma garota com cabelos castanhos anelados e uma postura mandona.

— Eleanor Stuart — disse apertando a mão. Hermione esboçou um leve sorriso para ela enquanto fechava a porta da cabine e se sentava à sua frente.

— Primeiro ano, certo? — Ellie não conseguiu responder a pergunta, porque Hermione, aparentemente animada, respondeu por ela. — É animador saber que não sou a única aqui. Desde que comprei os livros tenho me preparado para as aulas, quer dizer, sinto que não posso chegar a escola despreparada. E se eles fizerem algum tipo de teste? Quero estar pronta para tudo. 

Os olhos de Ellie se abriram mais a cada frase que a outra garota foi pronunciando, era obvio que Hermione estava preparada não só para os "testes" de primeiro dia, mas também para tudo que eles irão prender.

 A garota Granger não parava de informar Eleanor sobre as coisas diferentes que leu nos livros. Ellie só ficou interessada na conversa unilateral de Hermione quando tocou em um nome curioso para Stuart.

— Quem é Harry Potter? — Hermione parou de falar. Seus olhos castanhos abertos em espanto com as palavras da outra garota. Antes que pudesse responder a porta se abriu, nela estava parado o mesmo garotinho da estação, Neville.

— Vocês não se importam se eu ficar nesse compartimento? —Sua voz era baixa e tímida. Eleanor abriu um pequeno sorriso simpático em sua direção, tentando passar conforto a ele.

— Entre — o tom autoritário de Hermione estava de volta. — Como assim " quem é Harry Potter" ? Ele esta em quase todos os livros e jornais do mundo bruxo. Ele é o-menino-que-sobreviveu.

— Sobreviveu? — A garota de olhos azuis olhou para Granger com confusão.— Sobreviveu a que?

— A Maldição da Morte.— Quem respondeu isso, surpreendentemente, não foi Hermione, e sim Neville.— Neville Longbottom — acrescentou embaraçado. Ellie esticou sua mão para ele falando seu nome.

— Certo. Acho que li em algum dos livros sobre essa.— Concluiu ao se lembrar que de fato leu sobre ela em um dos livros na Floreios e Borrões, uma das lojas no Beco Diagonal.

O assunto Harry Potter logo foi esquecido quando Hermione voltou-se para Neville, perguntando a ele sobre o Mundo Bruxo. 

                                                                                             ***

Ellie esticou a mão em baixo do banco, levantando-se em seguida quando não encontrou nada. Não sabia como em um minuto ela comia chocolates em forma de sapo e no próximo estava praticamente engatinhando no chão a procura de um sapo de verdade. Trevo, o sapo de Neville, escapou de sua cabine e Eleanor ainda não entendeu como ele pode ter conseguido passar por eles.

Frustrada a garota sentou-se no chão, lembrando-se dos minutos desperdiçados. Perguntara a alunos, invadira cabines e quase expusará um aluno do banheiro.

Se eu fosse um sapo onde eu estaria?, sua mente trabalhou para procurar uma resposta. Ellie sentiu uma vibração estranha em sua mão ela moveu-a tentando acabar com a enfadonha sensação. Quando ficou mais irritante, a garota moveu sua palma até a linha de visão, soltando um grito estridente em seguida.

Uma enorme e velosa tarântula estava quietamente empoleirada em sua mão direita. Assustada Eleanor não conseguiu se mover, apenas ficou parada observando o aracnídeo.

— Desculpe! — Gritou uma voz perto da garota assustada. Era um garoto com cabelos rastafári, ele estava segurando uma caixa, com certeza o lugar de onde a aranha fugiu.— Deixei a caixa cair e ela fugiu. Obrigado por não esmagá-la.

— Tenho uma expectativa diferente de quem estaria esmagando quem. — Uma voz respondeu atrás do garoto desconhecido. Ellie esticou sua cabeça levemente para trás avistando dois garotos ruivos idênticos.

— Não diga isso, Fred. Uma aranha não tem forças para esmagá-la, agora se ela continuar parada assim acho que conseguiria enrolar ela até virar uma bola de teia. — O outro gêmeo respondeu, olhando de Eleanor(que os encarava com as sobrancelhas arqueadas), para o grande aracnídeo, agora em sua caixa.

A garota sentiu-se irritada por estarem falando formas e planos sobre ela servindo de lanche da tarde para a aranha. Respirando fundo e fechando os olhos ela contou até dez mentalmente.

— Lino, acho que o seu bichinho de estimação deixou ela traumatizada.

— Pelo menos não está gritando e correndo. Rony estaria do outro lado do trem se tivesse encontrado nossa amiguinha peluda. — Revirando os olhos para suas brincadeiras, a garota levantou-se do chão batendo em suas pernas para tirar a poeira. 

— Você está bem? — O garoto, Lino, perguntou.

—Sim, eu estou bem. Mais você seriamente deve prestar atenção na caixa.— Ellie comentou apontando para o pacote nos braços.— Acho que ninguém quer que ocorra um acidente.

— As pessoas achariam que foi acidente se colocássemos ela no vagão da Corvinal? — Sugeriu um dos ruivos.

— Podemos falar que foi uma daquelas cobras da Sonserina.— O outro comentou olhando para a caixinha com cobiça nos olhos.

Eles não soltariam uma aranha por diversão, um sentimento de descrença cresceu dentro da morena. Quanto mais pensava em vários alunos iguais à ela sendo vitimas de pegadinhas dos garotos ruivos mais Eleanor ficava tentada a virar a caixa com a tarântula em suas cabeças. 

Ellie estava contemplando a ideia de se virar e continuar procurando o anfíbio de Neville, mais antes que consegui-se virar de costas a voz de sua mãe ecoou em sua mente.

Comprimente-os! Uma pessoa educada faria isso.

Sedendo aos conselhos sobre etiqueta que ganhara da Stuart mais velha, Eleanor voltou-se para o trio de encrenqueiros.

— Eleanor. — Sua mão estava bem esticada no meio dos garotos esperando que um deles a aperte. O primeiro dos três foi Lino Jordan, este estava apertando gentilmente sua palma enquanto tomava cuidado para não deixar cair a casa de seu mascote. Quando estava soltando sua mão de Lino, ela foi abruptamente segurada, junto com a outra, e agitada pelo par de ruivos.

— George Weasley.

— Fred Weasley.

Os dois disseram seus nomes ao mesmo tempo confundindo-a. Ellie apenas balançou a cabeça, decidindo lidar com seus nomes depois, já que no final do corredor do trem estava Hermione. A mesma balançava seus braços em movimentos que pareciam ser urgentes, então, a morena gritou um rápido tchau para eles enquanto corria até sua amiga. 

                                                                                                            ***

O vento estava deslizando suavemente pelos cabelos de Eleanor, esta estava sentada em um barco encantado junto com todos os outros alunos do primeiro ano. As águas em baixo dela eram um mistério. Ellie tentou inclinar-se para ver o que havia escondido no grande lago, para logo ser parada pelo braço de Hermione. Com certeza ela não queria que houvesse um acidente logo na primeira hora como estudantes oficiais de Hogwarts.

A garota olhava para o céu acima deles, era possível ver os picos altos das torres do castelo, o que deixara Eleanor de queixo caído. Era tão bonito, que ela desejara ter trazido a câmera de sua mãe. Ellie estava tão distraída que só notou que o barco parara quando sentiu sua amiga cutucando seu braço, pela intensidade das cutucadas, Hermione estava ali a um bom tempo.

Rapidamente desculpando-se, Ellie saltou do barco e pisou nas pedras do cais onde atracaram. Olhando para o lado ela encontrara Neville, que estava com as mãos em frente ao rosto, com um olhar de  plena felicidade, ela notou depois que ele encontrou seu sapo.

Todas as crianças foram guiadas por um homem alto com um casacão mais enorme que ele, o que Ellie achou engraçado, quando subiram uma escada de pedra se viram de frente para uma gigantesca porta de carvalho.

— Estão todos aqui? Você aí, ainda está com seu sapo? — O homem perguntou, querendo garantir que ninguém ficara para trás. Quando todos estavam quietos, ele ergueu uma das enormes mãos e bateu três vezes na porta. 

A porta abriu-se de imediato. Em frente a ela estava parada uma bruxa alta de cabelos grisalhos vestindo vestes esmeraldinas. Com seu rosto rigoroso, Ellie fez uma nota para não incomodá-la. 

— Estudantes do primeiro ano, Professora Minerva McGonagall — informou o guia.

— Obrigado, Hagrid. Eles estão sobre meus cuidados daqui em diante.

Ela empurrou mais as portas. Eleanor sentiu seu queixo cair enquanto olhava o tamanho do saguão. As paredes iluminadas por tochas, o teto era elevado demais para ser visto, e uma bela escada feita de mármore se encontrava em frente a eles.

Acompanhavam a Professora Minerva pelo piso de pedras. Escutando os burburinhos das vozes( Ellie concluiu que eram dos alunos) de uma porta à direita. A professora os guiou para uma sala desocupada ao lado do salão. Quando todos estavam lá dentro, muitos apertados por sinal, olhando, alguns nervosos e outros curiosos, para os lados.

— Bem-vindos a Hogwarts — a mulher disse. — O banquete de início do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casa. A seleção é uma cerimônia importantíssima porque, enquanto estiverem aqui, sua casa irá ser como uma espécie de família em Hogwarts. Deverão assistir suas aulas com o restante dos alunos de sua casa, dividirão o teto do dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal.

Eleanor escutava atentamente tudo o que McGonagall falava com seus olhos acesos em excitação. O quanto mais a bruxa falava sobre a seleção de casa, mais nervosa ela ficava. 

Quando a professora saiu da sala, Ellie se pôs a arrumar seus cabelos. Como estava ventando lá fora, muitos de seus fios se enroscaram numa massaroca. Revistando os outros com seus olhos, ela notara que muitos estavam, se não mais, nervoso que ela, principalmente Hermione, que murmurava vários feitiços. Com um último olhar para ela, a morena sentiu seu estômago se contrair de fome, sempre ficava com uma grande fome quando estava ansiosa.

Tentando se distrair, a mesma balançou sua cabeça para frente e para trás,enquanto recitava alguns feitiços que lera no livro. Só foi interrompida quando muitos dos alunos gritaram ao seu lado.

— Mais o quê? 

Ao seu lado muitos ofegaram de surpresa, ela mesma não escapando disso. Um grupo de fantasmas atravessaram a parede do fundo. Translúcidos, eles deslizaram pela sala dialogando entre si, mal vendo os alunos. À primeira vista eles pareciam estar discutindo. O que lembrava um homem gorducho ia falando:

— Perdoar e esquecer, eu diria, vamos dar a ele uma segunda chance...

— Meu prezado frei, já não havíamos dado a Pirraça todas as chances do mundo? Ele estraga a nossa reputação e, sabemos, ele nem mesmo é um fantasma. Oh! O que é que essa gurizada está fazendo aqui?

Um dos fantasmas, que usava uma gola brunida e meiões, reparou nos alunos no recinto.

Todos estavam assustados demais para responder.

— Alunos novos! — disse o fantasma rechonchudo, Ellie escutou um deles chamá-lo de frei Gorducho. — Aguardando para serem selecionados, certo? 

Nossa! Quem diria que fantasmas eram tão gentis, pensou. A garota podia contar nos dedos quantos filmes assistira com a mãe e nenhum dos fantasmas era tão hospitaleiro como aquele.

— Vamos andando agora — disse uma voz firme na porta. — A cerimônia de Seleção vai começar.

Era a Professora Minerva. Com sua súbita volta os fantasmas se dispersaram pela parede.

— Façam uma fila e me sigam.

Enquanto andavam até o Grande Salão, Eleanor sentiu seu estômago se apertar cada vez mais, estava muito mais nervosa agora que sabia que o verdadeiro desafio começará assim que passar pela dupla de portas.

Seus lábios se ergueram em espanto, já que acima de sua cabeça milhares de velas flutuavam sobre quatro enormes mesas, onde se encontravam o resto do corpo discente de Hogwarts. A mesa estava enfeitada com pratos e taças douradas que pareciam reluzir na luz. No outro lado do salão havia outra mesa em que sentavam os professores. McGonagall levou os alunos até ali, de modo que eles pararam diante dos outros, com os professores atrás deles. Olhando para cima, Stuart deixou escapar um pequeno suspiro. Em vez de ter um teto acima de suas cabeças, havia uma grande vastidão negra com estrelas completando o céu noturno.

Isso daria uma ótima pintura. Por que eu não trouxe a câmera mesmo?

Mas, para acabar com sua perspectiva de estar ao ar livre, ela se lembrou de ter lido sobre o teto ser encantado. 

Espero que ensinem a fazer esse feitiço.

Seus olhos foram desviados para a professora, que colocava em frente a eles um banquinho com um chapéu encardido, praticamente desmanchado e remendado. Os olhos da mesma se apertaram com a visão. Por que um chapéu?

Para sua grande surpresa, o que veio a seguir foi muito estranho até mesmo para Eleanor entender. O chapéu sem mais nem menos começou a cantar. 

Eu não posso acreditar nisso!

Ela estava tão absorvida em seus pensamentos que nem percebeu que o chapéu parara de entoar seu canto recheado de conselhos. Suspirando em alívio, Eleanor agradeceu por não terem que fazer nada difícil para serem escolhidos, apenas experimentar um chapéu.

A profª. Minerva deu um passo à frente segurando um longo rolo de pergaminho.

—  Quando eu chamar seus nomes, vocês esperimentão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. Ana Abbott!

Uma garota de rosto corado e maria-chiquinhas douradas saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu e se sentou. Uma grande pausa se deu até o chapéu anunciar:

—  Lufa-Lufa!

Uma das mesas deu altos gritos de alegria por ganharem mais um aluno, e continuaram aplaudindo até Ana sentar.

E o resto da noite seguiu-se assim, a bruxa pronunciava um dos nomes da lista, a criança sentava, e logo depois era designada para uma das casas. Muitos nomes passaram pelos ouvidos de Eleanor, nomes que ela logo esqueceu quando Hermione foi chamada e elegida para Grifinória. O que fez Ellie ficar com um gosto de tristeza em sua boca, mas esqueceu-se rapidamente enquanto via o rosto feliz da Granger.

Espero que continuemos amigas mesmo que eu caía em uma casa diferente.

As coisas só mudaram quando Harry Potter foi chamado. Era um garoto franzino, com cabelos negros bagunçados e se olhasse perto de sua testa ira encontrar uma fina cicatriz.

 Foi ali que ele recebeu o feitiço. Pobre garoto.

Sussurros caíram sobre o salão, já que todos os alunos estavam intrigados para descobrir e olhar para Harry. Esses barulhos foram silenciados quando o garoto colocou o chapéu. Mais assim que o objeto falante gritou para todos Grifinória, o salão transbordou de palmas e falas alegres vinham da mesa referida.

Depois que o Potter sentou-se, Eleanor congelou. Lembrando-se que a chamada era em ordem alfabética, e o nome que veio antes era com P, o próximo ordenadamente será ela.

Seu palpite foi concluído quando McGonagall terminou de pronunciar Stuart. 

Calma, Ellie. Respira, respira. Não olhe para baixo ou para trás. Apenas respire.

Sentando-se na madeira dura, Ellie só conseguiu ter um rápido vislumbre do salão, já que assim que se arrumou sua linha de visão foi coberta pela aba do chapéu. 

— Interessante. Uma mente aberta, eu vejo — disse a voz. —  Amigável, talvez Lufa-lufa? Não. Vejo aquela centelha. A pequena parte que esta dentro de você, gritando para se provar. Quanta coragem há nas profundezas de sua mente; agora estou indeciso. 

Tome seu tempo, senhor chapéu.

—  Nenhuma opinião? Achei que você me imploraria para colocá-la na casa de sua amiga. Não é isso que estava pensando?

Não posso opinar sobre qual casa é a melhor para mim. Só você pode e eu confio plenamente na sua decisão.

A voz em sua cabeça soltou pequenos murmurinhos, Eleanor apertou as mãos de nervoso. Suas orelhas se animaram quando o chapéu soltou um pequeno som,  seguido de uma palavra em voz alta, para todo o salão.

— GRIFINÓRIA!

***

Intercalando seu olhar entre as grandes taças recheadas de guloseimas, Eleanor debateu sobre qual comer primeiro. Estava sentada em um assento ao lado de Neville, que contava a estranha história sobre sua família e o dia em que demonstrou a primeira centelha de magia.

— Deve ter sido assustador, Neville — ela pronunciou. Seus olhos estavam arregalados em descrença, sua mão apoiava o garfo que estava transportando sorvete de morango para sua boca e seus pensamentos corriam sem fim com a imagem do pequeno Longbottom pendurado em uma janela pelo próprio tio.

— E você, Eleanor? — Questionou Simas Finnigan, outro companheiro de casa de Ellie, que estava sentado perto dela e de Neville na mesa.

— Meus pais são trouxas. Acredite foi um choque quando descobrimos que sou uma bruxa. — A mesma respondeu, enquanto repousava seu garfo no último resíduo de sorvete no prato. — Mais foi uma boa explicação para um acidente que aconteceu. Quando eu tinha seis anos, antes do jantar minha mãe tinha assado biscoitos e eu queria um, mais ela não tinha deixado, então quando vimos o prato estava quebrado no chão. Tinhamos assumido que ela tropeçou e o prato caiu sem querer, mais agora que sabemos que a magia existe fica mais fácil assimilar sobre aquele dia. 

Limpando suas mãos no guardanapo sob a mesa, a grifinória levantou seus olhos para o podio em frente da mesa dos professores. Lá estava Alvo Dumbledore, o diretor.

— Hum... só mais umas palavrinhas agora que já acabamos com a ceia. Tenho alguns avisos de início de ano para vocês. — Eleanor observava o homem de idade com cautela. Desde que o mesmo cumprimentara todos no final da seleção, e se pronunciara com palavras de extrema excentricidade, ela percebera que qualquer coisa poderia ser dita por Alvo Dumbledore — qualquer coisa mesmo. 

Com seus olhos piscando de cansaço, a morena, tentava permanecer acordada com os avisos ditos pelo bruxo ancião. Suas pálpebras estavam quase fechadas quando percebeu as últimas palavras da sentença.

"...morte muito dolorosa".

Os cabelos de seu pescoço arrepiaram-se de pavor. Ellie ouviu alguém rindo, um pequeno riso que esta descartou ao avistar Hermione, que estava sentada a poucos assentos de distância. Sua amiga captou os olhares de temor dela, e lançando um olhar para Eleanor que dizia: não se preocupe, ele está apenas brincando. A garota Stuart assentiu para Granger, seu subconsciente acalmando-se.

— E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! — Exclamou Dubledore, que fez um pequeno gesto com sua varinha, onde apareceu uma longa fita dourada. O tecido, para o espanto de muitos, se contorceu, formando palavras.

— Cada um escolha sua música preferida — estimulou Dumbledore — e lá vamos nós!

Com uma sincronização estranha todos solfejaram em altas vozes — menos Ellie, que apenas cantarolou a melodia.

Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty Hogwarts.

Nos ensine algo por favor,

Quer sejamos velhos e calvos

Quer moços de membros ralados,

Temos as cabeças decididas

De ideias interessantes

Pois estão estéreis e cheias de ar,

Moscas mortas e fios de cotão.

Nos ensine o que vale a pena

Faça lembrar o que logo esquecemos

Faça o melhor, faremos o resto,

Estudaremos até o cérebro se desmantelar.

As vozes dos alunos terminaram em tempos diferentes. E o único canto que se podia ouvir eram dos gêmeos ruivos do trem, que cantavam uma marcha lenta lúgrube.

— Ah, a música — pronunciou o Diretor, enxugando seus globos oculares. — Uma mágica que transcende todas que fazemos aqui! E agora, hora de dormir. Andando!

Os novos moradores da Grifinória seguiram Percy Weasley, o Monitor, por entre os grupos que conversavam, se retiraram do Salão Principal e subiram a escadaria de mármore. Passando por um pequeno obstáculo chamado Pirraça, o Poltergeist, e resolvendo a pergunta feita por um quadro — Ellie ficara maravilhada com a obra de arte falante — eles chegaram, finalmente, ao Salão Comunal da Grifinória.

O aposento tinha um formato redondo com muitas poltronas fofas, que Eleanor teria provavelmente cochilado nelas se Hermione não estivesse segurando seus ombros empurrando-a para o dormitório feminino. 

Agora vestida com seu pijama de coelhinhos, as orbes azuis piscando lentamente de sono, a morena adormeceu imediatamente quando seus cabelos tocaram o travesseiro e o desejo de boa-noite esvoaçava-se pela mente inerte.


Notas Finais


Outro dia estava debatendo comigo mesma se não seria bom começar essa história lá pelo quarto ou terceiro ano, mais tive que começar pelo primeiro para construir um caráter para Ellie desde o começo. Espero que gostem do tipo de história longa.


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