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História Hogwarts Uma História - A Caçada


Escrita por: SallyEsqueleto

Notas do Autor


Se gostarem comente, se não gostarem comentem mesmo assim. Os meus primeiros capítulos são sempre meio chatos, mas depois eu juro que melhora.

Capítulo 1 - A Caçada


696 d.C, Inglaterra

 

Soou ao longe uma corneta, e um cervo que pastava calmante levantou a cabeça assustado, ao perceber que um grupo de caçadores se aproximava. Ele corria veloz pelo bosque, fazendo com que as folhas no chão voassem sob seus cascos, o ladrar dos cães foi ficando para trás até que não se podia mais ouvi-los.

Os caçadores diminuíram o galope ao perceber que perderam o cervo de vista. Entre eles haviam o que pareciam ser dois nobres, suas roupas eram ricamente ornamentadas, suas botas eram longas, um deles carregava uma espada comparável ao de Rei Arthur e ostentavam brasões em suas bandeiras que indicavam que pertenciam as nobres casas de Gryffindor e Slytherin. Um deles desmontou do cavalo:

- Perto daqui corre um riacho, levem os cães e os cavalos para beberem, não saio daqui sem aquele animal. – Ordenou o homem que carregava a espada.

- Desista Godric, ele já deve estar longe. – disse o homem de cabelos negros, ainda montado.

- Dê ordens apenas ao séquito. – respondeu o amigo com um ar brincalhão. - Descansar!

Os servos que se vestiam de vermelho foram até o riacho, e os de verde ainda aguardavam ordens de seu senhor.

- Levem os animais para beber. – E dizendo isso desceu e deixou sua montaria aos cuidados do cavalariço.

Godric Gryffindor já despia a capa, jogando em cima dela a aljava e o arco e encostando no tronco de uma árvore a espada, para sentar-se em umas de suas enormes raízes salientes. Ele era jovial e descontraído, seu rosto jovem aparentava ter pouco mais que vinte anos, seus cabelos eram louros arruivados, suas mechas ficavam na altura das orelhas, seus eram olhos castanhos esverdeados, era um rapaz de estatura média e forte e inspirava agilidade e força. Já seu amigo, Salazar Slytherin, era alto e magro, seus cabelos negros caiam pelos ombros, seus olhos negros eram frios e suas palavras eram carregadas de perspicácia e zombaria, coisa rara de se encontrar em alguém de tão pouca idade.

- Sente-se. – disse Godric, apontando com o polegar uma raiz ao lado da sua.

- Não, obrigado. – disse Salazar. – E, aliás, eu não coloria sua espada ai. – um sorrisinho desdenhoso se formava no canto de sua boca.

- Por que não? – Godric olhou rapidamente para trás e novamente para cara do amigo, mas ao perceber o que se passava se levantou de um salto.

Enquanto os dois homens conversavam uma mãozinha alva se esgueirou para fora de uma capa de veludo e se apoderara da espada do nobre senhor. Ao perceber que tinha sido descoberta, apressou-se em correr para longe, mas Grodric a seguia de perto.

- Devolva-a, devolva-a e eu lhe concedo misericórdia. – Bradou o rapaz.

A pessoa deu uma risadinha de sino de vento, e quando Godric estava prestes a agarrar o ladrão, foi driblado, pois o facínora correra para detrás de uma árvore com tronco deveras largo. Ele se aproximou lentamente e sem fazer ruído, artimanha que tinha aprendido com os anos de caça, seus braços embora compridos não eram suficientes para abraçar a árvore e o ladrão de modo a tomar-lhe a espada. Salazar se aproximava e parou ao ver o sinal de Godric pedindo que não se movesse. Ele foi lentamente para a direita, e o capuz que ocultava o rosto do ladrão apareceu do outro lado, provavelmente com a mesma idéia de seu perseguidor.  Ao sentir que estavam sendo observados ambos se esconderam atrás da arvore rapidamente. Salazar pôs os nós dos dedos na boca para não rir alto, principalmente da cara que seu amigo lhe fazia de apreensão. Desta vez, ele olhou do lado esquerdo da árvore e o ladrão do lado contrário e novamente se esconderão detrás do tronco. Salazar que não se aguentava mais dobrou-se em gargalhadas. Godric furioso com o amigo deu um salto para agarrar o ladrão que ao ouvir os risos tentou correr dali.   

Ele segurou com firmeza o ladrão pelos ombros e o girou para que seu rosto ficasse de frente ao dele, mas o indivíduo deu-lhe um chute forte nas canelas. Godric fez uma careta de dor e deixou escapar um “aaaii”, e arregalou os olhos quando percebeu que seu inimigo ia escapar outra vez, mas antes que se afastasse demais, ele se jogou em cima do outro, e ambos caíram não chão. Ainda estava atordoado quando reparou que o ladrão era pequeno e magro e que tinha formas estranhamente feminis, ele só saiu de cima quando recebeu uma dolorosa cotovelada nas costelas. A pessoa estava pronta para fugir com a preciosa espada quando Salazar se pôs em seu caminho, e ao se virar para o outro lado percebeu que também estava bloqueado por Godric. Encolhendo-se ao máximo que pode ficou de joelhos e se dirigiu ao dono da arma:

- Por favor senhor, tenha piedade, minha mãe está doente e minha vila passa fome.

- Você é mulher? – disse Salazar desdenhoso.

Godric deu-lhe um soco no ombro.

- Mais respeito Slytherin. – repreendeu-o, e virou-se para a mulher. – Se os seus passam necessidade deve informar ao seu rei, em outros países a pena por roubo seria sua mão decepada. – Ele estendeu a sua própria, em sinal de que ela devia devolver-lhe a espada.

A mulher ainda encapuzada olhou para os dois lados, e ao invés de fazer o que ele pedia, deu-lhe a mão livre para que ele a ajudasse a se levantar. Godric a olhou incrédulo, mas mesmo assim lhe prestou esta gentileza. Ele sentiu que o ar abandonava seus pulmões, tentou gritar, mas nenhum som saia, quando a dor chegou ao ápice, ele sentiu seus pés tocarem o chão e o sofrimento cessar, ele tentou se ajoelhar, mas a mulher não deixou, só então ele percebeu que estava no alto de uma árvore e perdeu o equilíbrio sobre o tronco.

- Francamente Godric, você é mau e está gordo. – disse a mulher divertidamente.

Salazar, que nada ouvira, já não ria e colocara a mão por debaixo da capa.

A mulher ao perceber o gesto tirou dentro das vestes uma varinha de madeira clara a trabalhada com ramificações e flores, arrematando-lhe com um feitiço a varinha que Salazar empunhava. Godric aproveitou-se da distração dela e fingiu que seus joelhos cediam, deixando-se cair do galho da árvore. Ela, ao perceber o que viria, se jogou segundos depois e esticou os braços para segurá-lo, Salazar sentiu o sangue gelar, até que os dois desapareceram no ar e reapareceram quase imediatamente em uma montanha de folhas que tinham se acumulado debaixo da copa da árvore.

Ela estava de pé, esforçando-se para sustentar o peso do homem, mas suas pernas bambearam e cederam, ele caiu deitado e ela atravessada sobre sua barriga. Salazar correu para ver se Godric ainda estava vivo, morto de preocupação, mas o louro ria abertamente, a mulher se levantou e o encarou.

- Isso não tem graça. – disseram em uníssono ela e Salazar.

Ele riu ainda mais e respondeu em voz entrecortada por risos:

- Tem...  si-si-sim.

Ele parou para tomar fôlego e se apoiou em seus cotovelos, de dentro da luva ele puxou com rapidez a varinha e retirou o capuz da mulher:

-Aaaah, ficou preocupada comigo Helga.

Ela apenas lhe empurrou com força de volta para o chão.

- Como sabia que era eu? – disse ela com raiva.

Godric nada disse, só puxou para fora da luva outra varinha, toda entalhada de flores. Ela tomou das mãos dele com má educação e fechou a cara. Salazar levou uma das mãos à testa e fechou os olhos como se pensasse: “Eu não mereço isso”.

- Você devia parar com isso Helga.  Não bastasse a Igreja atrás de... – levantando-se Godric hesitou, olhou para os lados e baixou a voz. – bruxos... também estão enforcando ladrões.

- Como se bastasse uma fogueira e um laço para pegarem-me. – disse ela levantando o nariz em tom de brincadeira.

Helga Hufflepuff deu-lhe um sorrisinho maroto, abrindo cada vez mais deixando à mostra seus dentes brancos como pérolas. Godric encostou-se em uma árvore enquanto ela falava alguma coisa sobre um jantar, os cabelos dela eram longos e castanhos, chegando-lhes à cintura, ela havia prendido as mechas da frente em um nó complicado atrás, seus olhos também castanhos, eram emoldurados por sobrancelhas perfeitamente arqueadas. Enquanto ela falava, ora mexia em seus cabelos, jogando-os para trás, ora em sua capa, às vezes fazendo com ela o mesmo que com os cabelos, deixando a mostra seu vestido de seda amarelo e rendado de preto, ou trazendo-a para mais junto do corpo.

- Nós estaremos lá Helga. – disse Salazar, retirando Godric de seu transe e encarando-o com sua habitual cara de sarcasmo. – Ah, e por gentileza, poderia devolver a porcaria da espada. – Acrescentou ele, ao ver que ela já ia indo embora e esquecendo-se completamente deste detalhe. – Embora admiremos sua causa, você deveria ouvir o conselho de Gryffindor e tomar mais cuidado.

Ela virou-se para encarar Godric, e corou violentamente.

- Então, até mais tarde. – disse ela e saiu rapidamente dali com os olhos baixos, e desaparatou.

Depois que Helga foi embora Salazar entregou-lhe sua espada, e ele a pegou automaticamente.

- Anda, temos que ir. – disse Slytherin.

Demorou um instante para que ele processasse a informação, até que finalmente perguntou:

- Ir para onde?

Salazar girou nos calcanhares lentamente com seu sorriso debochado:

- Você não ouviu nadinha, não é mesmo? – ao ver a cara atrapalhada do amigo seu sorriso se alargou ainda mais. – A família de Rowena dará um banquete esta noite, e nós vamos.

- Está bem. – limitou-se a dizer Gryffindor, que fingiu não ver que o outro se divertia com a situação, e apenas o seguiu para onde seus servos os aguardavam.

Salazar se virou mais uma vez para trás, desta vez para tomar a varinha de Godric de sua mão, e antes que o amigo pudesse reagir, acenou-a para retirar de seus cabelos e roupas as muitas folhas que o cobria, e para recuperar a própria varinha que se perdera quando Helga o desarmara.

- Agora sim. Você nem percebeu que ela o chamou de gordo? – disse Salazar rindo.

Godric tomou a varinha da mão dele e seguiu enfezado para o riacho, com Salazar atrás dele. Ao chegar lá, a primeira coisa que lhes perguntaram foi do cervo.

- Esqueçam o cervo. – disse Godric com mau humor, enquanto o de Salazar só melhorava, apanhando as armas que deixara para trás junto da capa e montando novamente em seu cavalo, rumando para o castelo, enquanto os outros o seguiam sem nada dizer. 



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