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História Hogwarts Uma História - Caderno e Flores


Escrita por: SallyEsqueleto

Notas do Autor


Desculpem a demora, provavelmente vou ficar sem poder postar mais até o natal, mil perdões :(

Capítulo 4 - Caderno e Flores


O dia nascera ensolarado e quente, e Rowena levantou-se lentamente e com mau humor, estava ansiosa para ver o caderno de Godric, tinha certeza de que aquilo era um diário, que ele literalmente guarda a chave, no qual ele fazia suas confissões mais íntimas. Mas ainda era muito cedo, e o relógio de sol lá embaixo no pátio marcava oito da manhã. Ela sabia que se continuasse pensando naquilo o dia se arrastaria ainda mais lentamente.

Ela chamou sua serva para que ela lhe servisse o café da manhã, tentando por tudo pensar em algo para distrair-se. Depois do que pareceram horas escolhendo um vestido, ela pôs-se a se arrumar, fazendo um penteado complicado. Por um momento ela olhou-se no espelho. Seus cabelos negros e longos caiam cacheados por suas costas, e seus olhos cinza eram... impiedosos. Por um instante ela pegou-se pensando no por que Godric não olhava para ela do mesmo jeito que Helga, não que houvesse rivalidade entre as duas, elas eram amigas e tinha Helga como irmã, e também não nutria sentimentos por Godric, mas não podia deixar de pensar o que Helga tinha que ela não possuía, sua família era rica, e bruxos autênticos, ela era inteligente, inteligente demais. Seria menos bela? Ela balançou a cabeça para afastar esses pensamentos. Helga era digna da admiração de Godric, era bondosa, deveras talentosa para quem tivera que passar a vida escondendo os dons da família e dos aldeões trouxas com os quais vivia. Sua luta secreta merecia reconhecimento, era certo que era menos afortunada, mesmo com suas maneiras e vestes simples...  era bonita. Sentiu-se mal, tivera inveja da beleza da amiga.

- Você me acha bonita? – perguntou de abrupto ela a sua serva, quando viu pelo espelho ela entrar.

- É claro minha senhora. – respondeu depois de passado o choque da pergunta, depositanto os lençóis em cima da cama.

- O que exatamente?

- A senhora é extremamente inteligente, sempre caridosa com os menos instruídos, e sua aparência se iguala a de uma princesa. – vendo que ela mirava-se fixamente no espelho, resolveu perguntar: - precisa de mais alguma coisa?

- Não, isso é tudo.

A criada fez uma reverência e se retirou. Depois de mais algum tempo neste estado de transe em que ela não pensava fixamente em algo, ela terminou o cabelo e levantou-se da penteadeira.

Rowena foi até a biblioteca, procurando por algum livro que ainda não tivesse lido para passar o tempo, até que encontrou um que falava sobre as propriedades dos metais, escrito por um alquimista.

Rowena sorria ao entender suas teorias inválidas, ele tentava converter todos os metais em ouro, que de fato era o mais valioso e nobre, mas não percebia que havia poucas pessoas poderosas o bastante para fazê-lo, metais como a prata eram suscetíveis a magia porque eram naturalmente mágicas, oferecendo resistência a mudanças radicais. Diziam que os duendes eram capazes de apaziguar a magia da prata e torná-la mais poderosa, absorvendo o que as fortalecia.

Ela fechou o livro, e procurou por outros sobre duendes, e mal percebera que já haviam se passado horas, até que sua serva, sempre preocupada com sua senhora, fora ver se ela gostaria de comer algo.

Sua cabeça estava distante da refeição e os pensamentos que tivera pela manhã foram esquecidos, substituídos pelos assuntos das leituras, palavras chaves sobrevoavam por sua mente como um mantra: prata é mágica, pode adquirir mais magia, os duendes são capazes de fazê-lo. Até que em meio a isso tudo a imagem das pernas desnudas e peludas dos amigos sobressaiu em sua mente, e ela pulou de um salto pedindo pela capa e apanhando sua bolsinha.

Rowena correu para fora do castelo, repentinamente lembrara-se que combinara de encontrar com Helga no mercado perto do castelo Gryffindor. Ela aparatou com tanta pressa que quando chegou ao bosque seus joelhos bambearam por um instante sob seu peso.

Ela correu andava depressa por todos os comerciantes tentando avistar uma longa cabeleira castanha, até que seu coração foi parar na boca e sentiu seu corpo sobressaltar quando alguém lhe cutucou as costelas. Não era outra senão a sempre travessa Helga Hufflepuff.

- Por que demorou tanto? – indagou a guisa de boa tarde.

- Me desculpe, perdi a noção do tempo em meio aos meus...

- Livros. – completou Helga. – Temos meia hora até a mãe de Godric ir tomar chá.

- Vamos lhe comprar flores.

Rowena seguiu decidida até o florista e a amiga a olhou de lado.

- Você já pensou em tudo não é? - Rowena apenas lhe deu um sorrisinho. – Você não sabe como fica parecida com Salazar quando faz isso. – desta vez ela mostrou-lhe a língua.

- Por favor, gostaríamos de ver... haam...

- Bromélias, palmas de santa Rita, Amarílis tulipas e peônias. – disse Helga tão rápido que o florista, um senhor de mais idade ficou estático por um instante.

- As peônias também são vermelhas, senhorita?

- Sim, por favor, poderia fazer um arranjo?

- Com gosto, minha senhora.

Ele virou-se de costas e começou a recolher as flores que Helga pedira. Rowena olhava para ela de olhos arregalados.

- Eu passei tempo demais estudando flores medicinais. – Explicou-se Helga.

Quanto finalmente o muitíssimo hábil e ligeiro velhinho lhe entregou o buquê, Helga tentou desajeitada pegar da cintura a bolsinha de ouro, mas Rowena foi mais rápida.

- É você que lhe entregará as flores. – disse ela.

- EU? – Hufflepuff quase deixou o arranjo cair, chamando atenção.

Rowena fez uma careta e inclinando a cabeça para o lado ergueu os ombros simultaneamente. Elas resolveram que era melhor comprar outras coisas para dar entender que realmente estavam de passagem e só então foram para o castelo.

- Meninas, que prazer em vê-las. – disse a Sra. Gryffindor, vindo a seu encontro e as abraçando pelos cotovelos.

- Nós estávamos de passagem pelo mercado e resolvemos fazer-lhe uma visitinha. – disse-lhe Rowena se inclinando para dar um abraçinho, apoiando o queixo no ombro da senhora. – Espero que não seja incomodo. – acrescentou rapidamente para dar mais realidade à farsa.

- Mas é claro que não, vamos tomar chá.

Seguiram para a sala particular da mãe de Godric, era um aposento mobiliado inteiramente em mogno, a lareira estava acesa, pois o inverno já se aproximava, e as janelas que iam do chão até quase alcançar o teto.

Os criados haviam posto a mesa, e ao ver que eles não tinham acrescido mais lugares, puxou a varinha conjurando cadeiras, xícaras e pratos.

- Os meninos estão caçando?- perguntou Rowena.

- Sim, estão preocupados, pois ontem não conseguiram abater uma presa sequer, não demora a neve cai e os animais não sairão no inverno.

Helga a viu tirar da bolsa um frasquinho com um pó fininho e dourado e virar com muita sutileza no caule de algumas flores, para depois fazer-lhe sinal de que ela deveria entregá-las.

-Trouxemos-lhes flores, espero que seja de seu agrado.

A senhora abriu um sorriso ao vê-las, aquelas flores era suas preferidas e nada tinham de medicinais. Ela as levou ao nariz, exatamente como previra Rowena, depois as fez levitar e entrar dentro de um vaso cheio de água em uma mesinha no canto.

- São muito bonitas, meninas, obrigada. – Ela bebericou o chá e pousou a xícara na mesa.

Helga e Wen entreolharam-se, e viram que a senhora as encarava, mas isso durou tempo demais, até que por fim sua cabeça pendeu no peito e ia cair no prato se elas não a tivessem aparado. Elas carregaram a senhora com alguma dificuldade até o divã e a deitaram. Sem pensar duas vezes, saíram velozes pelos corredores, à procura do quarto de Godric.

- Homenum Revelio. – disse Helga puxando a varinha da manga para se certificar de que o quarto estava vazio.

- Alohomora. – disse Wen e entraram.

Elas não olharam muito atentamente o quarto dele, por mais curiosas que estivessem, pois sabiam que não tinham muito tempo. Rowena pegou a chave e a examinou, depois se concentrou tentando visualizar a fechadura a qual ela pertencia e disse:

- Accio.

A porta do guardarroupa de Godric se escancarou e a caixa sobrevoou o quarto até as mãos dela. Ela enfiou a chave apressadamente e pegou o caderno. Elas deixaram a caixa no chão e se sentaram no tapete para folheá-lo, mas tudo o que o caderno continha era desenhos e cálculos.

- Parece ser uma planta de castelo. – disse ela.

- Só se for um castelo enorme, olhe as medidas desse salão, mais para o fim havia uma lista de nomes, alguns deles conhecidos entre a comunidade bruxa, outros que elas nunca ouviram falar. O feitiço que haviam posto na porta apitou alto, o que indicava que havia alguém vindo. Elas jogaram o caderno de volta a caixa de qualquer jeito e a colocaram de volta, com o auxílio da varinha arrumaram as roupas que haviam caído. Tarde demais para sair, elas ficaram pálidas e se esconderam atrás do biombo.

Godric entrou chamando pelo servo, e como ele não estava lá retirou a camisa e conjurou água já quente dentro da banheira. Ele estava vindo para trás do biombo, onde elas estavam escondidas, Helga puxou rapidamente a varinha e escancarou as janelas, ele parou e olhou para os lados e foi fechá-las. Ela deu uma pancada na cabeça de Rowena que sentiu como se algo gelado estivesse passando por seu corpo e depois na sua própria, Godric foi para trás do biombo e elas saíram, no exato instante que o servo entrou. Rowena esticou o pé e ele caiu, aproveitando que a porta estava aberta elas passaram. Do corredor pudera ouvir Godric gritando com o garoto, enquanto elas riam.

- Ele não vai castigá-lo não é?

- Nãão.- respondeu Wen. – Godric sabe que ele é desastrado.

Ao se livrarem do feitiço de Desilusão, deram de cara com uma criada.

- A Sra. Gryffindor desmaiou na sua sala de chá, tem algum médico que possa vê-la?

-Sim, minha senhora. – Ela fez uma reverência a Rowena e saiu em disparada.

Se elas tivessem ficado mais calmas ao perceber que vinha alguém, talvez tivessem reparado que do caderno caiu uma página com o desenho de Helga.



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