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História Hogwarts Uma História - Um feliz natal estranho


Escrita por: SallyEsqueleto

Notas do Autor


é um cap de natal muuuito atrasado, mas está aqui.

Capítulo 5 - Um feliz natal estranho


Godric não precisava dizer que seu servo era praticamente inútil. Mal ele terminara o banho e o garoto desaparecera. Ao olhar para o chão deparou-se com um pergaminho. Era um desenho que havia feito de Helga, enquanto ela estava distraída meses atrás, ocupada a fazer uma tiara de flores que pôs na cabeça de Rowena no bosque. Era um dia de primavera. Ele saiu de seus devaneios ao lembrar que aquilo deveria estar dentro do caderno trancado em na caixa dentro de seu guardarroupa.

Ele abriu com violência e percebeu que as roupas que a escondiam haviam sido reviradas.

- CEEEEEEDRIC. – Chamou Godric.

- Sim, meu senhor. – entrou o garoto no quarto.

- Você andou mexendo no meu guardarroupa.

- Não, senhor, as últimas roupas em que peguei foram as que o senhor me deu para lavar ainda ontem, que ainda não secaram.

Ele encarou fixamente o menino enquanto ele falava e sabia que não estava mentindo em relação a isso.

- Está dispensado por hoje.

- Mas senhor, eu ainda não arrumei sua cama e...  – tentou argumentar, mas Godric o interrompeu impacientemente.

- Pode ir embora.

- Sim, senhor. – ele fez uma reverência e se retirou.

Godric sentou-se na beirada de sua cama e sentiu seu corpo tencionar-se. Alguém entrara em seu quarto enquanto ele não estava e remexeu na caixa, e agora essa pessoa sabia sobre o projeto que o caderno continha e sobre o desenho de Helga, que sem perceber ele amassara acidentalmente ao fechar o punho. Ele ficou horas sem saber o que pensar e poderia ter passado a noite nesse estado se alguém não tivesse batido na porta e entrado sem esperar a resposta.

- Godric seu pai pediu para chamá-lo, parece que ele quer resolver um problema... – Godric tinha escondido rapidamente o pergaminho entre as roupas antes que o amigo entrasse. Seu pai o chamara para resolver um problema. Será que alguém falara-lhe sobre a caixa? Salazar percebeu que ele ficou tenso. – Tem alguma coisa errada?

- Eu espero que não. Pode dizer a ele que desço num instante?

- Claro. – respondeu Salazar que o olhou de soslaio, mas o conhecia muito bem e resolveu não insistir.

Lembrava-se muito bem da primeira vez que Godric ficara neste estado. Eles eram adolescentes, e sabia que havia algo o incomodando, mas nada dizia, até que ele resolvera procurar o pai de Godric para que ele obrigasse o filho a falar. O garoto sem saída contara que ajudara com mágica um pobre velhinho, que se machucara ao puxar uma carroça pesadíssima, e quebrara uma das rodas. O Sr. Gryffindor ficara furioso com o filho e mandara trancá-lo no quarto com dois guardas vigiando a porta, somente uma criada podia entrar levando as refeições. Salazar sentira-se mal. Sabia que o amigo era sempre muito dado com trouxas, e mesmo não aprovando suas atitudes, sabia que o fizera com suas melhores intenções. O pai de Godric mandou uma patrulha atrás do velho, que puxando sozinho, e naquela idade, uma carroça pesada, não poderia ter ido longe. Ele não sabia se o obliviariam ou se o matariam, mas sabia que o amigo nunca se perdoaria e nem a ele se algo acontecesse. E sem acreditar no que faria, saiu escondido do castelo a frente da patrulha para encontrar o senhor primeiro e avisá-lo. Por um golpe de sorte ele conseguiu alertá-lo e o velho apressou-se. Para atrasar a patrulha que vinha a cavalo, derrubou um pinheiro na estrada e pôs um feitiço adesivo para que demorassem a removê-la.

Godric o perdoou e ele aprendeu que o amigo lhe falaria seus problemas se precisasse, como ele viera a fazer mais tarde.

Poucos minutos depois Godric entrou no salão principal, com a certeza de que seu pai sabia de seus planos, mas ele estava decidido a não tocar no assunto caso seu pai não falasse dele primeiro, nem a transparecer fraqueza. Ele estava sentado conversando com o chefe da guarda e parou o que estava dizendo quando viu o filho entrar.

- O senhor mandou me chamar. – apresentou-se Godric.

- Sim. – disse ele endireitando-se em seu assento. – Eu percebi que você anda muito distraído nos últimos tempos.

- Senhor. – respondeu mantendo-se impassível.

- Não quero que você... – Godric achou que ele diria: “Não quero que você se engrace com uma nascida trouxa ou projetos mirabolantes”. – perca o foco do que realmente é importante. Há boatos de que uma fera tem aterrorizado o norte, destruindo plantações, avalanches nas montanhas e as expedições não voltam. – ao ver que o filho nada dizia acrescentou: - Não quero que mate a besta, quero que descubra o que é, e então reuniremos nossos homens e de casas aliadas para dar um fim nisso. Há uma aldeia ao pé da montanha que está sob a tutela dos Gryffindor, é seu dever protegê-los.

- Sim, senhor. – Godric retirou-se.

Salazar fez uma reverencia ao anfitrião com a cabeça e seguiu o amigo e ao alcançá-lo comentou:

- Sabe, ninguém fica aliviado ao saber que vai enfrentar uma besta que mata expedições inteiras.

- Talvez as expedições não estejam mortas.

- Não desconverse. – disse Salazar.

- Como assim?

- Não estou interessado em saber sobre as expedições que não voltaram.

- Salazar, isso foi uma falta de respeito. – repreendeu-o Godric.

- Que seja. – e deu de ombros. – O que é que está te atormentando? – não pode disfarçar a curiosidade em sua voz.

- Não me atormenta mais, alias nada como ter a notícia de que se vai enfrentar uma fera. – e riu-se da cara do amigo.

 

Alguns dias depois a neve cobrira totalmente o chão, todas as lareiras do castelo estavam acesas, todos os criados corriam de um lado para o outro, limpando, levando roupas sujas e limpas, mas o alvoroço pior era nas cozinhas. Godric e Salazar cansados de caçar a maneira trouxa, usaram um pouquinho de magia somente para localizar as presas mais facilmente, então estavam abastecidos para todo o inverno, várias encomendas para o banquete que se daria chegavam de toda parte, eram queijos e vinhos, frutas e temperos. Sua mãe tinha o péssimo hábito de colecionar prataria, então brigou com o marido até que ele lhe concedesse um faqueiro novo inteiro em ouro e prata e adornado com pequeninos rubis, vale dizer que seriam suficientes para todos os convidados que ainda viriam. Estes seriam os Slytherin, os pais de Salazar com suas quatro irmãs e todo o seu séquito e as damas de companhia, os Ravenclaw, Rowena e sua família, que traria apenas alguns primos próximos e um número razoável de criados. Então viriam inúmeros amigos de seu pai dos tempos de batalha ou de negócios, entre eles a maioria burguês, e quem mais batesse a porta pedindo abrigo do tempo impetuoso que fazia lá fora. Esta era uma das melhores qualidades dos Gryffindor, a hospitalidade, e para apreciadores, festas. Esta sim era uma família extremamente festeira, mas também, sobravam motivos para comemoração, quando não era algum feito de Godric, era alguma negociação bem sucedida da família, e quando tudo estava quieto demais para seus ânimos, festejavam os feitos de Salazar mesmo que a família dele já tivesse oferecido uma festa. A celebração desta vez seria o natal, a época preferida de toda Inglaterra.

Os rapazes passaram o dia todo fora, tentando encontrar algo com que pudessem presentear as moças, que sempre exigiam demais de sua imaginação. Helga não dispensava delicadezas, mas dispensava suntuosidade, coisa que Rowena adorava. As irmãs e a mãe de Salazar não aceitavam nada menos do que o melhor. A mãe de Godric exigia no mínimo pedras preciosas e só voltaram para casa ao cair da noite.

 

Era finalmente o dia de natal e a euforia era contagiante. As meninas chegaram antes de todos, e os rapazes trataram de tirá-las da vista da Sra. Gryffindor, que as prenderia o tempo todo com seus chás e conversas sobre a vida doméstica. Eles passaram a manhã geladíssima na biblioteca, que era o lugar mais aconchegante do castelo, por vezes jogando xadrez, diga-se de passagem, perdendo para Rowena, por vezes duelando. Depois do almoço, cansados de ficar enfunados, resolveram enfrentar o frio lá fora. Não muito longe dali havia um lago, com toda a sua superfície congelada.

- Você acha que é seguro pisar? - perguntou Salazar que estava ao lado de Godric na beira do lago.

- Só tem um jeito de descobrir. – ele foi para frente, mas Salazar o deteve.

- Se o gelo se romper não vou mergulhar para te salvar.

Rowena e Helga que estavam enfadas ao serem obrigadas por eles a ficarem longe do lago até terem certeza que era seguro deram risadinhas ao ouvir isso, e Helga sempre travessa pôs os nós dos dedos na boca e apontou para o chão.

- Que é isso Salazar, seja homem...

Antes que ele pudesse responder o comentário maledicente, Salazar foi atingido por inúmeras bolinhas de neve e caiu de cara escorregando pelo lago. Godric, que se dobrara em dois de tanto rir, fora atingido não por várias bolinhas, mas por uma bola gigantesca, indo fazer companhia para o amigo completamente atolado na neve. Agora fora a vez de Salazar rir, coisa que raramente fazia. Godric se levantou e agarrou a cabeça dele, girando-o e arremessou-o, e escorregando, Salazar fora parar do outro lado do lago. As duas meninas estavam agora estavam coradas não só de frio.

- Agora é a vez de vocês. – disse Godric indo desajeitadamente em sua direção, mas caiu no intento, provocando uma nova onda de risos. – Accio!

Rowena e Helga sentiram um puxão em suas barrigas e gritaram em protesto. Ao chegar no lago a velocidade em que vinham na sua direção aumentou e ele abriu os braços para ampará-las, mas sem aguentar o impacto caíram todos no chão e deslizaram lago a fora. Godric desapareceu em uma confusão de vestidos e capas. Salazar que pegara o jeito fora de encontro aos três e tentou desenterrar o rapaz, até que uma juba louro-arruivada começou a despontar, e o sorriso bobo dele surgiu. As meninas não conseguiam levantar-se sem cair, pois os saltos de suas botas atrapalhavam muito.

- Vocês duas precisam perder peso. – disse Godric finalmente de pé, pondo as mãos nas costas fingindo dor, ambas empurraram-no por detrás dos joelhos e ele caiu de cara.

Extremamente enregelados os quatro voltaram para dentro, pois em breve começaria o banquete e a troca de presentes.

Havia no centro do salão uma mesa posta suntuosamente, com pernis de cervo, porco e cordeiros inteiros assados, com batatas e maçãs assadas, ruibarbo e pastéis dourados e tantas outras coisas que preencheriam páginas e mais páginas, enchendo o lugar de um cheiro delicioso.

O Sr. Gryffindor se encontrava na ponta da mesa, com sua mulher a direita e o filho a esquerda. Quando todos os demais convidados se assentaram ele fez um discurso breve e todos puseram-se a devorar a comida, elogiando os talheres requintados, levando o ego da Sra. Gryffindor às alturas.

Salazar e Godric, sempre originalíssimos no quesito mulher, deram para as mães e as irmãs jóias e vestidos, eles resolveram não presentear Rowena e Helga na frente dos demais com o receio de que o ato não fosse bem visto. Mais tarde, quando todos estavam saciados e sonolentos, eles pediram para que elas esperassem acordadas, Helga e Rowena dividiriam o mesmo quarto.

Já era demasiado tarde quando eles bateram a porta. Rowena se levantou da cama onde ela e Helga conversavam para abri-la. Eles entraram meio constrangidos, afinal, não era nem um pouquinho... direito... dois homens na calada da noite no quarto de duas damas, e ficaram ainda piores pois não sabiam o que lhes dizer. Quer dizer, não é como se eles nunca tivessem se metido com mulheres à noite, mas com as meninas era diferente, eles eram apenas amigos, e eles tinham todo respeito por elas.

Eles abriram a boca algumas vezes, mas nenhum som saiu delas. Por Deus, não deveria ser tão difícil assim dar um simples presente para duas moças. Helga e Rowena nada fizeram para ajudá-los, coisa que elas faziam com frequência em ocasiões como esta, talvez a malvadeza em seus interiores tivessem sido libertadas pelo vinho do banquete. Já cansado de se sentir constrangido Salazar tirou rapidamente de dentro do bolso interno da capa um saco de seda requintado e o enfiou nas mãos de Rowena:

- Feliz natal Wen. – disse ele olhando-a de cima, para dar a volta por cima da vergonha.

- Obrigada. – respondeu ela dividida entre achar graça daquilo tudo ou ficar estática com a entrega tão fria. – Também tenho algo para você.

Ela pegou um saquinho consideravelmente menor que estava ao lado de Helga e o entregou. Helga por sua vez apanhou dois pacotes que estava atrás de si e se encaminhou para os meninos.

- Aqui, espero que seja de agrado. – ela estendeu um para cada.

- Obrigado, Helga.

- Obrigado. – respondeu Godric baixinho e vermelho, agradecendo aos céus por estar escuro.

Eram duas capas de caça para o inverno, uma vermelha e a outra verde, com golas de pele e extremamente quentes. Godric deu para Rowena um par de luvas de falcoaria, pois a garota estava fixada em aves há algum tempo, e para Helga um espelho de mão, entalhado em madeira, mas com flores de ouro. Fora a vez dela corar. Salazar presenteara-lhe com uma pulseira.

- É melhor nós irmos. – disse ele antes que o silencio chato voltasse.

- Esperem. – disse Helga, que foi para detrás de uma das camas e tentava levantar algo pesado. Rowena foi ao seu auxílio, e com algum esforço elas levantaram o que parecia ser um brinquedo gigante.

- Na verdade, fizemos isso para você Godric. – disse Rowena, ao ver que a amiga não diria nada. – Esperávamos que você nos explicasse.

Godric se aproximou puxou com cautela o tecido que o cobria. Escuro demais e com as velas distantes, ele puxou a varinha e murmurou:

- Lumos.

Uma luz intensa saiu de sua ponta e ele pode ver com clareza cones pontudos do que pareciam ser torres e torrinhas de um castelo. Ao olhar com mais atenção ele pode ver que era exatamente igual ao castelo que planejava construir, menor é claro, mas igual. Wen pegou a varinha e deu um toque no telhado, e com um clarão de luz todos sentiram serem rodopiados e pararam na porta do castelo. Helga se adiantou e abriu as portas.

Se ele já estava encantado com a maquete do castelo, ficou deslumbrado com seu interior. As meninas fizeram um excelente trabalho, levando em consideração o pouco tempo que ele supunha que elas tiveram em olhar as anotações no caderno. Olhando de perto ele percebeu alguns erros, e algumas coisas que faltavam, no entanto, era perfeito.

- O que achou? – perguntou Rowena, já preocupada com o silencio dele. Afinal de contas, ela bisbilhotara em suas coisas para saber do castelo.

- É magnífico. Por quanto tempo tiveram posse do meu caderno?

-É... desculpe-nos termos invadido assim a sua privacidade... mas só o pegamos por uns cinco minutos.

- Só isso? – impressionou-se Godric.

- Por que quer construir um castelo? – Helga tomou coragem de perguntar.

Salazar que até então nada entendera se aproximou. Godric ficou sem graça por um momento, mas sabia que seus planos eram bons demais para serem deixados de lado, fosse por causa de seu pai, que nunca permitiria, fosse por vergonha. Mas sabia que podia contar com os amigos.

- Eu pensei em construir o castelo para que fosse um colégio, onde pudesse ensinar jovens bruxos e bruxas a controlar seus poderes. E pensei também se iriam querer se juntar a mim.

Helga e Rowena abriram sorrisos largos instantaneamente. Uma escola era uma ideia fantástica, inédita, maravilhosa demais.

- Mas é claro. – disseram elas de prontidão.

- Não sei não. – disse Salazar, que embora tenha gostado da ideia faria charme primeiro.

-Por que não? – perguntou Godric, pronto para obrigar o amigo a aceitar.

- Sua ideia é maluca demais.

- Eu já estive em empreitadas piores. E você ajudou.

- É, mas desta vez eu não me voluntariei.

- Você não tem escolha, Salazar. – disse cruzando os braços sobre o peito.

- Está bem. – disse ele rindo, imaginando como seria quando Godric resolvesse contar para o pai.

 

Assim que saíram da maquete, Salazar abriu a porta e olhou com cautela pra os dois lados do corredor, e abriu espaço para Godric passar com o baita negócio debaixo do braço.

- Boa noite e feliz natal. – desejou Gryffindor.

- Igualmente. – responderam elas em uníssono.

Os dois foram para o quarto de Godric. Eles o dividiriam, pois as irmãs de Salazar ficariam as quatro no quarto que ele normalmente ocupava. E antes que suas cabeças ficassem cheias demais com o que acontecera e sono se afastasse, os quatro caíram em suas camas. 



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